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Supremo Tribunal Federal

Ementa e Acórdão

Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 18

03/10/2022 PLENÁRIO

EMB.DECL. NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.422


DISTRITO FEDERAL

RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI


EMBTE.(S) : UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO -GERAL DA UNIÃO
EMBDO.(A/S) : INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO DE FAMILIA -
IBDFAM
ADV.(A/S) : RODRIGO DA CUNHA PEREIRA E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICA
PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO -GERAL DA UNIÃO
INTDO.(A/S) : CONGRESSO NACIONAL
PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO -GERAL DA UNIÃO

EMENTA

Embargos de declaração em ação direta de inconstitucionalidade.


Ausência de omissão, contradição, obscuridade ou erro material no
acórdão embargado. Não acolhimento do pedido de modulação dos
efeitos da decisão.
1. O Plenário da Corte enfrentou adequadamente todos os pontos
colocados em debate, nos limites necessários ao deslinde do feito. Não há,
portanto, nenhum dos vícios previstos no art. 1.022 do Código de
Processo Civil.
2. Não se vislumbram razões para se modularem os efeitos do
acórdão embargado.
3. Embargos de declaração rejeitados.
ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do


Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual do Plenário de 23 a 30/9/22,
na conformidade da ata do julgamento e nos termos do voto do Relator,
Ministro Dias Toffoli, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos
de declaração.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço
http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A67F-999C-5EE8-9386 e senha 1943-A43C-481F-8D90
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Ementa e Acórdão

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ADI 5422 ED / DF

Brasília, 3 de outubro de 2022.

Ministro Dias Toffoli


Relator

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Relatório

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03/10/2022 PLENÁRIO

EMB.DECL. NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.422


DISTRITO FEDERAL

RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI


EMBTE.(S) : UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO -GERAL DA UNIÃO
EMBDO.(A/S) : INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO DE FAMILIA -
IBDFAM
ADV.(A/S) : RODRIGO DA CUNHA PEREIRA E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICA
PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO -GERAL DA UNIÃO
INTDO.(A/S) : CONGRESSO NACIONAL
PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO -GERAL DA UNIÃO

RELATÓRIO

O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):


Trata-se de embargos de declaração opostos pela União contra
acórdão do Tribunal Pleno assim ementado:

“Ação direta de inconstitucionalidade. Legitimidade ativa.


Presença. Afastamento de questões preliminares. Conhecimento
parcial da ação. Direito tributário e direito de família. Imposto
de renda. Incidência sobre valores percebidos a título de
alimentos ou de pensão alimentícia. Inconstitucionalidade.
Ausência de acréscimo patrimonial. Igualdade de gênero.
Mínimo existencial. 1. Consiste o IBDFAM em associação
homogênea, só podendo a ele se associarem pessoas físicas ou
jurídicas, profissionais, estudantes, órgãos ou entidades que
tenham conexão com o direito de família. Está presente,
portanto, a pertinência temática, em razão da correlação entre
seus objetivos institucionais e o objeto da ação direta de
inconstitucionalidade. 2. Afastamento de outras questões
preliminares, em razão da presença de procuração com poderes
específicos; da desnecessidade de se impugnar dispositivo que

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Relatório

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não integre o complexo normativo questionado e da


possibilidade de se declarar, por arrastamento, a
inconstitucionalidade de disposições regulamentares e de
outras disposições legais que possuam os mesmos vícios das
normas citadas na petição inicial, tendo com elas inequívoca
ligação. 3. A inconstitucionalidade suscitada está limitada à
incidência do imposto de renda sobre os valores percebidos a
título de alimentos ou de pensões alimentícias oriundos do
direito de família. Ação da qual se conhece parcialmente, de
modo a se entender que os pedidos formulados alcançam os
dispositivos questionados apenas nas partes que tratam da
aludida tributação. 4. A materialidade do imposto de renda está
conectada com a existência de acréscimo patrimonial, aspecto
presente nas ideias de renda e de proventos de qualquer
natureza. 5. Alimentos ou pensão alimentícia oriundos do
direito de família não se configuram como renda nem
proventos de qualquer natureza do credor dos alimentos, mas
montante retirado dos acréscimos patrimoniais recebidos pelo
alimentante para ser dado ao alimentado. A percepção desses
valores pelo alimentado não representa riqueza nova, estando
fora, portanto, da hipótese de incidência do imposto. 6. Na
esteira do voto-vista do Ministro Roberto Barroso, '[n]a maioria
dos casos, após a dissolução do vínculo conjugal, a guarda dos
filhos menores é concedida à mãe. A incidência do imposto de
renda sobre pensão alimentícia acaba por afrontar a igualdade
de gênero, visto que penaliza ainda mais as mulheres. Além de
criar, assistir e educar os filhos, elas ainda devem arcar com
ônus tributários dos valores recebidos a título de alimentos, os
quais foram fixados justamente para atender às necessidades
básicas da criança ou do adolescente'. 7. Consoante o voto-vista
do Ministro Alexandre de Moraes, a tributação não pode obstar
o exercício de direitos fundamentais, de modo que 'os valores
recebidos a título de pensão alimentícia decorrente das
obrigações familiares de seu provedor não podem integrar a
renda tributável do alimentando, sob pena de violar-se a
garantia ao mínimo existencial'. 8. Vencidos parcialmente os

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ADI 5422 ED / DF

Ministro Gilmar Mendes, Edson Fachin e Nunes Marques, que


sustentavam que as pensões alimentícias decorrentes do direito
de família deveriam ser somadas aos valores de seu responsável
legal aplicando-se a tabela progressiva do imposto de renda
para cada dependente, ressalvando a possibilidade de o
alimentando realizar isoladamente a declaração de imposto de
renda. 9. Ação direta da qual se conhece em parte,
relativamente à qual ela é julgada procedente, de modo a dar ao
art. 3º, § 1º, da Lei nº 7.713/88, ao arts. 4º e 46 do Anexo do
Decreto nº 9.580/18 e aos arts. 3º, caput e § 1º; e 4º do Decreto-lei
nº 1.301/73 interpretação conforme à Constituição Federal para
se afastar a incidência do imposto de renda sobre valores
decorrentes do direito de família percebidos pelos alimentados
a título de alimentos ou de pensões alimentícias.”

Aduziu a União haver dois pontos obscuros no acórdão embargado.


Em relação à primeira obscuridade, disse que, no voto condutor, se
estabeleceu que o julgamento do caso deveria se restringir à tributação
dos alimentos e pensões motivados por obrigações jurídicas decorrentes
do direito de família.
Contudo, alegou a União que a Corte “não fez nenhuma
consideração individualizada sobre a forma ou o título jurídico a embasar
o pagamento dessas verbas”, não havendo, assim, “juízo específico
quanto à possibilidade de tributação de pensão devida por escritura
pública”. Apontou que as escrituras públicas podem ser utilizadas como
instrumento de dissimulação para fins de evasão fiscal.
Destacou que, consoante informações presentes na Nota SEI nº
13/2022/CASTF/PGAJUD/PGFN-ME, “o quantitativo de pensões judiciais
(807.155) será acrescido de 95.211 prestações alimentícias que passarão a
estar isentas do IRPF”, as quais não passam pelo crivo do Poder
Judiciário. Indicou que “aproximadamente 60% das pensões formalizadas
em escrituras públicas veiculam pagamentos que superam a faixa mais
alta de tributação”.
Em relação à segunda obscuridade, consignou a União que essa diz
respeito aos limites da exclusão da incidência do IRPF e que, caso seja

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mantida a decisão, haverá possibilidade de violação da isonomia, da


capacidade contributiva e da progressividade. Registrou que,
“[e]nquanto famílias separadas ficarão isentas de recolhimentos de IRPF,
podendo se valer, ainda, das deduções aplicadas às obrigações
alimentícias, outros tipos de unidade familiar sofrerão tributação mais
aguda” e que a decisão embargada exclui da base de cálculo do tributo
“valores muitas vezes astronômicos de percepção de renda”. Nesse
ponto, afirmou que os beneficiários da decisão seriam os que ganham
acima de R$ 1.903,98. Ponderou que, conforme Nota SEI nº
13/2022/CASTF/PGAJUD/PGFN-ME, “segundo dados da RFB, os 40
maiores pagadores de alimentos dispendem cerca de R$ 2.000.000,00
(dois milhões de reais) ao ano para o beneficiário”.
A União citou trecho do voto proferido pelo Ministro Gilmar
Mendes e asseverou que “a não incidência ampla e ilimitada de imposto
de renda sobre os alimentos acaba por prestigiar justamente aquelas
famílias que estão nas mais altas classes sociais”. Postulou que sejam
considerados insuscetíveis de tributação apenas os valores pagos a título
de pensões ou alimentos correspondentes ao piso de isenção do IRPF.
Disse a União também haver omissões no julgado.
Nesse ponto, consignou que, sendo impossível a cobrança do
imposto de renda sobre valores recebidos a título de pensão alimentícia
ou de alimentos com base no direito de família, é necessário se esclarecer
se haveria inconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 4º, inciso II, e
do art. 8º, inciso II, f, da Lei nº 9.250/95.
Indicou que, embora esses dispositivos contenham benefício fiscal e
sejam, formalmente, autônomos em relação às normas mencionadas na
decisão embargada, “não se pode negar que há, entre eles, uma inegável
conexão lógica”.
Afirmou que a manutenção dos dispositivos em questão “acaba por
se converter em uma inusitada espécie de desestímulo fiscal à
continuidade de casamentos e uniões estáveis”.
Ressaltou que a estimativa de perda de arrecadação é de R$ 1,05
bilhão de reais anuais, considerando-se “a não-incidência do IRPF sobre

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alimentos sem a respectiva declaração de inconstitucionalidade da


possibilidade de dedução pelo alimentante”, e que, levando em conta o
exercício atual e os cinco anteriores, a estimativa quanto à repetição e
indébito é de cerca de R$ 6,5 bilhões. Mencionou outro trecho do voto do
Ministro Gilmar Mendes.
Asseverou que a decisão “pode gerar a instituição de várias
obrigações alimentares por parte dos genitores perante os filhos com a
finalidade única de excluir a incidência do IRPF sobre seus rendimentos”,
destacando que “os alimentos podem ser instituídos independentemente
da condição de casados dos genitores”.
Requereu que a Corte se pronunciasse sobre a declaração de
inconstitucionalidade do art. 4º, inciso II, e do art. 8º, inciso II, f, da Lei nº
9.250/95.
De mais a mais, pleiteou a modulação dos efeitos da decisão,
apontando que os credores de alimentos atingidos pelos dispositivos
invalidados durante o período de sua vigência podem ingressar com
pedidos de restituição de indébito, observado o prazo prescricional.
Indicou que isso pode provocar “oneração injustificada do erário
federal”. Ponderou a necessidade de se atribuir eficácia ex nunc ao
acórdão embargado. Citou as ADI nºs 6.019, 5.353 e 4.788-AgR-ED.
Reiterou que “a concessão de isenção do imposto de renda ao
alimentando que recebe pensão de seu genitor não apenas fragiliza o
orçamento público, como cria incentivos à judicialização excessiva”.
Também sustentou que deve ser assegurada a segurança jurídica à
estrutura da tributação das pensões alimentícias e que o estado “terá de
arcar com uma significativa frustração de receitas, sem a possibilidade de
dispor de nenhuma contrapartida imediata”. Citou as ADI nºs 5.108-ED-
terceiros, 2.797-ED, 4.029 e 3.106-ED. Relembrou o impacto financeiro de
cerca de R$ 6,5 bilhões relativo à repetição de indébito de valores
recolhidos.
Pontuou que “a modulação preserva a base tributável e o complexo
normativo tributário para o passado”.
Sustentou, por fim, a necessidade de concessão de efeito suspensivo

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ao recurso.
Eis o teor dos pedidos formulados:

“Em face do exposto, o Advogado-Geral da União postula:


(i) a atribuição de efeito suspensivo ao recurso, tendo em
vista, especialmente, as razões de segurança jurídica e de
excepcional interesse público declinadas na fundamentação;
(ii) sejam acolhidos os presentes embargos de declaração,
para:

'a) integração do acórdão embargado, a fim de que


essa Corte supra as obscuridades apontadas, definindo
que (a.i) a conclusão do acórdão recorrido não alcança as
obrigações firmadas em escrituras públicas; e (a.ii)
somente os valores pagos a título de pensões ou alimentos
dentro do piso de isenção do IRPF – hoje estabelecido no
valor mensal de R$ 1.903,98 – devem ser considerados
insuscetíveis de tributação;
b) integração do acórdão embargado, de modo que
essa Suprema Corte reconheça, por arrastamento, a
inconstitucionalidade das hipóteses de dedução fiscal
previstas nos artigos 4°, inciso II, e 8º, inciso II, alínea “f”,
da Lei n° 9.250/1995;
c) modulação dos efeitos da decisão embargada,
conferindo-lhe efeitos prospectivos, em atendimento ao
que preceitua o artigo 27 da Lei nº 9.868/1999, para que o
acórdão somente tenha eficácia ex nunc, a ser iniciada
após o trânsito em julgado da presente ação ou,
subsidiariamente, após o julgamento dos presentes
embargos de declaração.'”

É o relatório.

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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI

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EMB.DECL. NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.422


DISTRITO FEDERAL

VOTO

O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):


Os presentes embargos de declaração giram em torno de saber se: 1)
a decisão embargada abrange os alimentos ou as pensões alimentícias
decorrentes do direito de família firmadas em escrituras públicas; 2) o
afastamento da tributação em questão somente deve ser referir aos
valores pagos a título de pensões ou alimentos dentro do piso de isenção
do IRPF – hoje estabelecido no valor mensal de R$ 1.903,98; 3) a Corte
incidiu em omissão quanto à alegada necessidade de se declarar a
inconstitucionalidade, por arrastamento, das hipóteses de dedução fiscal
previstas no art. 4º, inciso II, e no art. 8º, inciso II, alínea f, da Lei nº
9.250/95.
Também se discute, nestes embargos de declaração, a necessidade ou
não de se modularem os efeitos do acórdão embargado.
Desde já, adianto que não acolho os embargos de declaração,
rejeitando, inclusive, o pedido de modulação dos efeitos da decisão.

DOS ALIMENTOS OU PENSÕES ALIMENTÍCIAS DECORRENTES DO


DIREITO DE FAMÍLIA FIRMADAS EM ESCRITURA PÚBLICA
Verifica-se que, no acórdão embargado, a Corte, dando interpretação
conforme à Constituição Federal a diversos dispositivos, concluiu pela
impossibilidade de o imposto de renda incidir sobre valores decorrentes
do direito de família percebidos pelos alimentados a título de alimentos
ou de pensões alimentícias.
Por ser esclarecedor, transcrevo trecho da ata relativa à sessão virtual
de 27/5 a 3/6/22:

“Decisão: O Tribunal, por maioria, conheceu, em parte, da


ação direta e, quanto à parte conhecida, julgou procedente o
pedido formulado, de modo a dar ao art. 3º, § 1º, da Lei nº

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7.713/88, ao arts. 4º e 46 do Anexo do Decreto nº 9.580/18 e aos


arts. 3º, caput e § 1º; e 4º do Decreto-lei nº 1.301/73 interpretação
conforme à Constituição Federal para se afastar a incidência do
imposto de renda sobre valores decorrentes do direito de
família percebidos pelos alimentados a título de alimentos ou
de pensões alimentícias, nos termos do voto do Relator,
vencidos parcialmente os Ministros Gilmar Mendes, Edson
Fachin e Nunes Marques, que conheciam em parte da ação e, no
mérito, julgavam-na parcialmente procedente, nos termos de
seus votos. Plenário, Sessão Virtual de 27.5.2022 a 3.6.2022”
(grifo nosso).

Como se nota, inexistiu, no julgado embargado, qualquer limitação


quanto à forma ou ao título jurídico que embasa o pagamento dessas
verbas.
Nessa toada, é impertinente a primeira obscuridade alegada pela
União.
Em obiter dictum, registro que, evidentemente, a decisão da
Suprema Corte não beneficia condutas ilícitas nem retira a competência
do Fisco de realizar a fiscalização tributária.
Nesse contexto, vale lembrar que o lançamento tributário é efetuado
e revisto de ofício pela autoridade administrativa quando, entre outras
diversas hipóteses, “se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a
qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de
declaração obrigatória”, ou “se comprove que o sujeito passivo, ou
terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação” (art.
149, incisos IV e VII, do CTN).
Ainda cumpre rememorar que o Tribunal Pleno, recentemente,
reconheceu a constitucionalidade da LC nº 104/01 quanto à inclusão do
parágrafo único no art. 116 do CTN. O dispositivo em questão, como se
sabe, estipula a possibilidade de a autoridade administrativa
desconsiderar “atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de
dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos
elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os

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procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária”.


O julgado foi assim ementado:

“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI


COMPLEMENTAR N. 104/2001. INCLUSÃO DO PARÁGRAFO
ÚNICO AO ART. 116 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL:
NORMA GERAL ANTIELISIVA. ALEGAÇÕES DE OFENSA
AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, DA LEGALIDADE
ESTRITA EM DIREITO TRIBUTÁRIO E DA SEPARAÇÃO DOS
PODERES NÃO CONFIGURADAS. AÇÃO DIRETA JULGADA
IMPROCEDENTE” (ADI nº 2.446/DF, Tribunal Pleno, Rel. Min.
Cármen Lúcia, DJe de 27/4/22).

Passo a analisar o segundo ponto.

DA ALEGAÇÃO DE QUE O AFASTAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA DEVE


SE LIMITAR AO PISO DE ISENÇÃO
Tenho, para mim, que também é impertinente a alegação da União
ora em análise.
Com efeito, igualmente se depreende do acórdão recorrido que o
Tribunal Pleno, por maioria, assentou (reitere-se) a impossibilidade de o
imposto de renda incidir sobre valores decorrentes do direito de família
percebidos pelos alimentados a título de alimentos ou de pensões
alimentícias.
Inexistiu, como se nota, qualquer limitação quanto ao montante
recebido pelo alimentado a esse título.
De mais a mais, cumpre recordar que a Corte assentou a
inconstitucionalidade da tributação, destacando, por maioria de votos,
que o imposto de renda tem por pressuposto acréscimo patrimonial,
circunstância inexistente no recebimento de pensão alimentícia ou
alimentos decorrentes do direito de família; que a manutenção da
tributação questionada resultava em camuflado e injustificado bis in
idem e em violação de direitos fundamentais; e que a exação impugnada
acentuava a desigualdade entre gêneros. Trata-se, portanto, de verdadeira

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hipótese de não incidência tributária.


Nessa toada, fazer com que a tributação não incida apenas sobre os
valores que se limitem ao piso de isenção previsto naquela tabela
redundaria, de outro giro, em fazer com que ela incidisse sobre o restante,
contrariando, no que diz respeito a essa incidência, tais compreensões do
Tribunal Pleno.
Afora isso, atente-se que, no julgado embargado, ficou vencida a
corrente que preconizava que deveria ser aplicada a cada alimentando,
separadamente em relação aos rendimentos do responsável, a tabela
progressiva do imposto de renda, ressalvada a possibilidade de o
alimentando realizar isoladamente a declaração de imposto de renda. O
resultado dessa proposta, caso fosse acolhida, seria o de que o
afastamento do imposto de renda se limitaria aos valores recebidos a
título de pensão alimentícia ou alimentos que estivessem dentro da faixa
de isenção prevista em tal tabela.
Parafraseando o que disse a Ministra Cármen Lúcia em outras
ocasiões (vide ADI nº 2.908-ED), o acolhimento dos embargos de
declaração, nesse ponto, importaria concessão de efeitos infringentes ao
recurso e conversão, ao menos em parte, da corrente vencida em corrente
vencedora.

DA ALEGAÇÃO DE QUE HAVERIA OMISSÃO QUANTO À NECESSIDADE


DE SE DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE DAS HIPÓTESES DE DEDUÇÃO
FISCAL PREVISTAS NO ART. 4º, INCISOII, E NO ART. 8º, INCISO II, F, DA LEI Nº
9.250/95
No julgado embargado, afastei, expressamente, a preliminar de que
não se poderia conhecer da ação direta pela falta de impugnação da
hipótese de dedução fiscal prevista no art. 4º, inciso II, da Lei nº 9.250/95
(hipótese também prevista no art. 8º, inciso II, f, da referida lei).
Consignei que esse dispositivo não fazia parte do complexo
normativo impugnado, realçando que ele estabelece um benefício fiscal
em favor do alimentante e que a manutenção ou não desse benefício não
modificava a tributação questionada (a qual tem como contribuinte de

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direito o credor da pensão alimentícia).


Na mesma direção foi o Ministro Roberto Barroso:

“29. No que se refere ao art. 4º, II, da Lei nº 9.250/1995,


entendo que o dispositivo não faz parte do complexo normativo
que se pretende impugnar. Como visto, ele não trata da
incidência de imposto de renda sobre o recebimento da pensão
alimentícia, mas da possibilidade de o alimentante deduzir os
valores pagos a título de pensão alimentícia da base de cálculo
do imposto.”

Vide, ainda, o voto do Ministro Alexandre de Moraes:

“Rejeito, ainda, as alegações deduzidas pela Advocacia-


Geral da União e pela Procuradoria-Geral da República quanto
à falta de impugnação de todo o complexo normativo relativo à
incidência de imposto de renda sobre pensão alimentícia, pois,
segundo sustentam, não foram indicados os arts. 3º, § 1º, e 4º do
Decreto-Lei 1.301/1973, bem como o art. 4º, II, da Lei 9.250/1995.
Em relação ao último dispositivo legal, verifico que seu
conteúdo versa sobre a possibilidade de deduzir da base de
cálculo do imposto de renda do alimentante os valores pagos a
título de pensão alimentícia, o que não se adéqua exatamente à
matéria debatida nos autos, relativamente à incidência de IR
nos alimentos recebidos na forma de pecúnia pelo
alimentando. Diante disso, o art. 4º, II, da Lei 9.250/1995 não
precisa integrar o arcabouço normativo a ser enfrentado na
presente ADI.”

Como se vê, inexiste omissão quanto às hipóteses de dedução fiscal


previstas no art. 4º, inciso II, e no art. 8º, inciso II, f, da Lei nº 9.250/95.

DA NÃO MODULAÇÃO DOS EFEITOS DO ACÓRDÃO EMBARGADO


Requer a União que sejam modulados os efeitos do acórdão
embargado, estabelecendo-se que ele tenha eficácia ex nunc, a ser iniciada

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após o trânsito em julgado da presente ação ou, subsidiariamente, após o


julgamento dos presentes embargos de declaração.
Para defender esse pedido, aduz a embargante, na essência, que: a)
os credores dos alimentos que tenham sido atingidos pelos dispositivos
invalidados no acórdão ora embargado durante o período de sua vigência
poderão ingressar com pedidos de restituição dos valores, o que resultará
em inúmeras pretensões e em oneração do erário; b) devem ser
resguardados os atos até então praticados de forma legítima pela
Administração Pública, tutelando-se o equilíbrio econômico e financeiro
das contas públicas; c) deve ser assegurada a segurança jurídica à
estrutura da tributação das pensões alimentícias, a qual teria sido abalada
com o acórdão embargado; d) a decisão embargada frustra receitas; e) a
estimativa de impacto com as repetições de indébito é de R$ 6,5 bilhões,
considerando o exercício atual e os cinco anteriores; e) a aplicação do
julgado a fatos anteriores ainda provoca a necessidade de retificação e
revisão de centenas de milhares de declarações.
Em meu modo de ver, as alegações da embargante (e os interesses e
valores subjacentes a elas) são insuficientes para se acolher o pedido de
modulação dos efeitos da decisão, ainda que se acrescente o dado de que
vários dos dispositivos mencionados na parte dispositiva do julgado
embargado tenham vigido, com presunção de constitucionalidade, por
longo tempo.
Com efeito, a tributação reconhecida como inconstitucional feria
direitos fundamentais e, ainda, atingia interesses de pessoas vulneráveis.
Basta se atentar para os fatos de que um dos fundamentos da pensão
alimentícia ou dos alimentos é a dignidade da pessoa humana e o de que
um de seus pressupostos é a necessidade do sujeito que a reclama.
Certamente, os valores devidos a tais pessoas, as quais não têm
sustento próprio (ou, como disse o Ministro Roberto Barroso, não
encontram “meios, ao menos imediatos, para atender às suas
necessidades mais elementares”), a título de repetição de indébito são
extremamente importantes para elas. Trata-se de recursos “a mais” que
terão para custear suas próprias necessidade mais básicas.

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Para além disso, note-se, costumeiramente, que há, nesse grupo de


pessoas atingidas com a tributação inconstitucional, as que necessitam de
tutela especial, como são as crianças e os adolescentes, os jovens, os
idosos, as pessoas com deficiência etc.
No que diz respeito aos menores, o próprio texto constitucional
prevê a necessidade de se observar o princípio do melhor interesse e o da
proteção integral, estabelecendo que é dever não só da família, da
comunidade e da sociedade em geral, mas também do poder público,
assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos “à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura,
à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária”.
Ainda nesse contexto, cumpre rememorar que o Código Civil
contém diversos dispositivos dos quais se depreende o reconhecimento
da acentuada vulnerabilidade dos menores. Recorde-se, v.g., que a
legislação civil prevê que são eles, em regra, absoluta ou relativamente
incapazes, conforme a idade, e que não corre a prescrição contra os
primeiros. Na mesma direção, vale citar o próprio Estatuto da Criança e
do Adolescente (ECA).
Consoante a doutrina, o princípio do melhor interesse incide não
apenas na interpretação das normas, mas também “na resolução
(julgamento) dos conflitos que envolvem os direitos das crianças e
adolescentes: as decisões judiciais devem sempre se orientar no sentido
da satisfação integral de seus direitos no caso concreto” 1.
Na espécie, entendo que os valores devidos às crianças, aos
adolescentes e aos jovens, a título de repetição de indébito tributário em
razão do recolhimento indevido do imposto de renda, certamente
servirão para se dar maior efetividade a seu melhor interesse.
Em relação aos idosos, insta anotar que o texto constitucional
estabelece, em seu art. 230, o dever do Estado (além da família e da
sociedade) de os amparar, “defendendo sua dignidade e bem-estar e
garantindo-lhes o direito à vida”. Consoante a doutrina, o constituinte
1 FULLER, Paulo Henrique Aranda. Estatuto da criança e do adolescente comentado
[livro eletrônico]. 1. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2017.

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conferiu tratamento especial, de maneira semelhante com o que se fez


com as crianças e os adolescentes. Aqui, há o reconhecimento “de uma
fragilidade que necessita, demanda e merece o amparo da coletividade,
estabelecendo-se a propiciação de um envelhecimento digno às pessoas
humanas como um compromisso de caráter constitucional”2.
O Estatuto do Idoso regulamentou o dispositivo, tendo previsto,
entre outros importantes assuntos, o direito do idoso que se
consubstancia “em condições materiais aptas a proporcionar uma velhice
digna”, mediante o adimplemento da obrigação de prestar alimentos a
eles. Também aqui é preciso deixar claro que os valores devidos aos
idosos a título de repetição de indébito tributário a que se refere a União
serão de extrema importância para eles. Não se esqueça, de mais a mais,
que a velhice traz, usualmente, acréscimo de gastos com a saúde, no que
se inclui o pagamento de tratamentos médicos e de remédios.
No que diz respeito às pessoas com deficiência, as quais ainda
podem acumular a condição de crianças, adolescentes, jovens, adultas ou
idosas, julgo que o quadro se mostra ainda mais acentuado.
Em suma, ponderando os valores e os interesses em conflito, não
acolho o pedido de modulação dos efeitos da decisão.
Por fim, cumpre rememorar que, no julgamento da ADI nº 5.583/DF,
no qual a Corte concluiu que, “[n]a apuração do imposto sobre a renda de
pessoa física, a pessoa com deficiência que supere o limite etário e seja
capacitada para o trabalho pode ser considerada como dependente
quando a sua remuneração não exceder as deduções autorizadas por lei”,
não houve modulação de efeitos (a qual, como se sabe, pode a Corte
estipular de ofício), não obstante a decisão ter (em tese) aberto
possibilidade de repetições de indébito e provocado diminuição de
arrecadação.
Note-se que lá, tal como aqui, estavam em jogo direitos com
manifesta fundamentalidade.
2 MORAES, Maria Celina Bodin; Teixeira, Ana Carolina Brochado. Comentário ao
artigo 230. In: CANOTILHO, J.J. Gomes; MENDES, Gilmar F.; SARLET, Ingo W.; STRECK,
Lênio L. (Coords.). Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva/Almedina,
2013. p. 2146.

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DISPOSITIVO
Ante o exposto, rejeito os embargos de declaração.
É como voto.

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Extrato de Ata - 03/10/2022

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PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA

EMB.DECL. NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.422


PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
EMBTE.(S) : UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
EMBDO.(A/S) : INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO DE FAMILIA - IBDFAM
ADV.(A/S) : RODRIGO DA CUNHA PEREIRA (30143/DF, 0037728/MG, 37728/
MG, 307490/SP) E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICA
PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
INTDO.(A/S) : CONGRESSO NACIONAL
PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

Decisão: O Tribunal, por unanimidade, rejeitou os embargos de


declaração, nos termos do voto do Relator. Plenário, Sessão
Virtual de 23.9.2022 a 30.9.2022.

Composição: Ministros Rosa Weber (Presidente), Gilmar Mendes,


Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux, Roberto
Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Nunes Marques e André
Mendonça.

Carmen Lilian Oliveira de Souza


Assessora-Chefe do Plenário

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