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13 - BENEFÍCIO ASSISTENCIAL - LOAS IDOSO E DEFICIENTE

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BENEFÍCIO ASSISTENCIAL

AO DEFICIENTE E AO IDOSO

B-87 e B-88
LEGISLAÇÃO:

Constituição Federal: art. 203, inciso V.

Lei Orgânica da Assistência Social: Lei nº

8.742/93 (07/12/1993).

Estatuto do Idoso: art. 34 da Lei

10.741/2003.
O art. 203, caput e inciso V, da Constituição
Federal de 1988 prescreve o benefício de
prestação continuada à pessoa com deficiência,
entretanto o texto constitucional não definiu
quem seriam as denominadas pessoas com
deficiência.
O benefício de prestação continuada é o

principal benefício da Assistência Social

brasileira, assim, independe (não depende) de

filiação ou contribuição à Previdência Social,

conforme caput do art. 203, da Constituição

Federal.
Essa proteção constitucional foi regulamentada pela
Lei nº 8.742/1993, Lei Orgânica da Assistência
Social (LOAS) que, por sua vez, foi regulamentada
pelo Decreto nº 1.744/1995, posteriormente sofrendo
alterações normativas.

Atualmente, este Decreto foi revogado pelo


DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE
2007, em vigor até a presente data.
Essas alterações normativas implicaram na
modificação do conceito de deficiência, sendo a última
instituída pela Lei nº 13.146/2015 (Lei da Inclusão da
Pessoa com Deficiência – “Estatuto da Pessoa com
Deficiência”), a qual aprimorou o conceito de deficiência
previsto na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência, bem como as inovações trazidas pela
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade
e Saúde (CIF).
Constata-se certa dificuldade de assimilação do novo
conceito de pessoa com deficiência no ordenamento
jurídico brasileiro, vez que se trata de conceito
genérico e em evolução, podendo gerar risco de
violação ao princípio da isonomia e de geração de
efeitos contrários à proteção do deficiente, conforme
interpretação aplicada ao caso concreto.
Assim, o benefício assistencial (ou benefício de
prestação continuada - BPC) é a prestação paga
pela previdência social que visa garantir um
salário mínimo mensal para pessoas que não
possuam meios de prover à própria subsistência
ou de tê-la provida por sua família. E, este
benefício não possui o décimo terceiro.
Pode ser dividido em Benefício
Assistencial ao Idoso, concedido para idosos
com idade acima de 65 anos e no Benefício
Assistencial à Pessoa com Deficiência,
destinado às pessoas com deficiência que estão
impossibilitadas de participar e se inserir em
paridade de condições com o restante da
sociedade.
Muitas pessoas chamam esse benefício de
LOAS. Essa é uma denominação equivocada,
embora seja extremamente comum, visto que
LOAS é a Lei que dá origem ao benefício (Lei
Orgânica da Assistência Social).

E ai surgem algumas perguntas que ao decorrer do


nossos estudos iremos desvendar.
1) Qual é o idoso quem tem direito ao
benefício?;

2) O que se entende por pessoa com deficiência?;


e,

3) Quando se considera que a família não tem


condições de prover a manutenção do idoso ou
da pessoa com deficiência?
OBJETIVO DO LOAS
O benefício previsto na Lei 8.742, de 7 de dezembro
de 1993 e alterado pela Lei 12.435, de 6 de julho de
2011, possui por objetivos a proteção social visando à
garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da
incidência de riscos, especialmente a proteção à
família, à maternidade, à infância, à adolescência e à
velhice, bem como o amparo às crianças e aos
adolescentes carentes, a promoção à integração ao
mercado de trabalho e a habilitação e reabilitação das
pessoas com deficiência e a promoção de sua
integração à vida comunitária.
As políticas assistenciais buscam a inclusão
de grupos sociais vulneráveis ao enfrentamento da
pobreza, e, de fato e, ao longo dos anos, vêm
contribuindo para a redução da pobreza.

Esses benefícios assistenciais não possuem o


condão de manutenção de um padrão de vida
financeira, mas sim de garantir o mínimo
existencial a um ser humano.
CONCEITO DE DEFICIÊNCIA
A abordagem da deficiência caminhou de um
modelo médico, no qual a deficiência é entendida
como uma limitação do indivíduo, para um modelo
social e mais abrangente, que compreende a
deficiência como resultado das limitações e
estruturas do corpo, mas também da influência de
fatores sociais e ambientais do meio no qual está
inserida.
Nesta nova abordagem, utiliza-se como
ferramenta a Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde
(CIF/OMS), no âmbito da avaliação
biopsicossocial.
Com a CIF, consolidou-se o desenvolvimento
conceitual relacionado às questões da deficiência
e da incapacidade, saindo de uma classificação de
"consequência das doenças“:

“Classificação Internacional das Deficiências, Incapacidades


e Desvantagens”) para uma classificação de "componentes da
saúde" (CIF).
Ultrapassaram-se, assim, muitas das críticas
dirigidas à classificação de 1980, como sua
conotação com o "modelo médico", que estabelecia
uma relação causal e unidirecional entre:

deficiência - incapacidade – desvantagem, que


centrava-se nas limitações "dentro" da pessoa e
apenas nos seus aspectos negativos e, portanto,
não contemplava o papel determinante dos fatores
ambientais.
A mudança conceitual da deficiência foi
estabelecida pela Convenção dos Direitos da
Pessoa com Deficiência, proclamada pela ONU
em 2006, que em seu artigo 1º dispõe:
“Pessoas com deficiência são aquelas que
têm impedimentos de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial, os quais, em
interações com diversas barreiras, podem
obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade com as demais pessoas”.
Neste sentido, a Lei Federal n° 13.146/2015
(Estatuto da Pessoa com Deficiência), que
regulamenta internamente as disposições da
Convenção da ONU, prevê em seu artigo 2º:
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela
que tem impedimento de longo prazo de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em
interação com uma ou mais barreiras, pode
obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas.
Se, antes, sob critérios estritamente
médicos, definia-se o enquadramento como
pessoa com deficiência, vista como característica
intrínseca, atualmente, os impedimentos físicos,
mentais, intelectuais e sensoriais são tidos
como inerentes à diversidade humana, de modo
que a deficiência é resultado da interação
destes impedimentos com as barreiras sociais,
com a consequente dificuldade de inserção
social do indivíduo.
Ou seja, o fator médico é um dos elementos do
conceito de deficiência (o impedimento), que em
interação com as barreiras presentes na
sociedade passa a gerar a obstrução ao pleno
convívio social.

Não é a pessoa, portanto, que apresenta uma


deficiência, mas a sociedade e o meio.
Assim, faz-se necessária a atuação conjunta e
articulada dos atores sociais, destacando-se o
importante papel do Ministério Público Estadual,
para a promoção de mecanismos de eliminação das
barreiras existentes para a inclusão dessas
pessoas.
Aponta-se, assim, para o necessário investimento
em acessibilidade, por meio de projetos adaptados,
de tecnologia assistiva, de comunicação
alternativa, entre outros mecanismos, de modo que
a sociedade disponha dos meios adequados para a
interação e a participação em igualdade de
condições pelas pessoas com deficiência.
“Tecnologia Assistiva é uma área do
conhecimento, de característica interdisciplinar, que
engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias,
práticas e serviços que objetivam promover a
funcionalidade, relacionada à atividade e participação,
de pessoas com deficiência, incapacidades ou
mobilidade reduzida, visando sua autonomia,
independência, qualidade de vida e inclusão social.”

(Comitê de Ajudas Técnicas, Corde/SEDH/PR, 2007).


“Pessoas com deficiência são aquelas que
têm impedimentos de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial, os quais, em
interações com diversas barreiras, podem
obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade com as demais pessoas”.
POR QUE NÃO USAR O TERMO:

“PORTADORES”?
Este termo faz referência a algo que se "porta",
como algo temporário, quando a deficiência, na
maioria das vezes, é algo permanente.

Além disso, a expressão “portador de deficiência"


pode se tornar um estigma por meio do qual a
deficiência passa a ser a característica principal da
pessoa em detrimento de sua condição humana, o
que não é compatível com um modelo inclusivo,
que visa a promoção da igualdade e não
discriminação.
POR QUE NÃO USAR APENAS O

TERMO: “DEFICIENTE”?
Assim como no slide anterior, a utilização do
termo isolado ressalta apenas uma das
características que compõem o indivíduo, ao
contrário da expressão "pessoa com deficiência",
que mostra-se mais humanizada ao ressaltar a
pessoa à frente de sua deficiência, valorizando-a
independentemente de suas condições físicas,
sensoriais ou intelectuais.
Observa-se, portanto, que as expressões
"deficiente" ou "portador de necessidades especiais"
tornaram-se obsoletas e inadequadas, vez que não
mais correspondem ao novo paradigma adotado pelo
Estado brasileiro ao ratificar a Convenção da ONU.

E, deste modo, foram substituídas acertadamente pela


terminologia "pessoa com deficiência", que ao adotar
uma perspectiva mais humanizada considera que
estes indivíduos são, antes de mais nada, PESSOAS.
Diante de tais esclarecimentos, destaca-se a
necessidade de um esforço coletivo no sentido de
empregar a terminologia correta e adequada ao
novo modelo inclusivo, pois não fazê-lo significa
dar margem a perpetuação da exclusão e
estigmatização destas pessoas.
CARÊNCIA

Tratando-se de benefício assistencial, cumpre desde


logo observar que não há período de carência,
tampouco é necessário que o requerente seja segurado
do INSS ou desenvolva alguma atividade laboral,
sendo imprescindível, porém, a comprovação da
hipossuficiência própria e/ou familiar, diante das
condições que veremos a seguir.
CRITÉRIO MATERIAL
“Pessoas com deficiência são aquelas que
têm impedimentos de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial, os quais, em
interações com diversas barreiras, podem
obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade com as demais pessoas”.
O critério material para recebimento do
benefício assistencial tem como atores sociais o
idoso a partir de 65 anos de idade, a pessoa
com deficiência, ambas com rendas inferior a
um quarto do salário mínimo (a jurisprudência
entende 1/2 salário mínimo). Vale salientar que
o critério de miserabilidade legal tem um
entendimento jurisprudencial mais amplo,
conforme discutiremos em tópico adiante.
REQUISITO IDADE

O conceito de idoso inicialmente era de 70 anos para


homens e mulheres, mas no ano de 2003 o art. 1º do
Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) reduziu a idade
mínima de concessão para 60 anos de idade, para
homens e mulheres.

Para o recebimento do benefício assistencial,


ironicamente, o próprio Estatuto do Idoso conflita o
conceito de idoso, estipulando o critério de 65 anos
para recebimento do benefício assistencial.
Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado
a regular os direitos assegurados às pessoas com
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

(...)

Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco)


anos, que não possuam meios para prover sua
subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é
assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-
mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência
Social – Loas. (Vide Decreto nº 6.214, de 2007)
Art. 34 (...)

Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer

membro da família nos termos do caput não será

computado para os fins do cálculo da renda

familiar per capita a que se refere a Loas.


LEI 8.742/93

Art. 20. O benefício de prestação continuada é a

garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com

deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos

ou mais que comprovem não possuir meios de prover a

própria manutenção nem de tê-la provida por sua

família.
(...)

§ 14. O benefício de prestação continuada ou o benefício


previdenciário no valor de até 1 (um) salário-mínimo
concedido a idoso acima de 65 (sessenta e cinco) anos de
idade ou pessoa com deficiência não será computado, para
fins de concessão do benefício de prestação continuada a
outro idoso ou pessoa com deficiência da mesma família, no
cálculo da renda a que se refere o § 3º deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.982, de 2020)
§ 15. O benefício de prestação continuada será devido
a mais de um membro da mesma família enquanto
atendidos os requisitos exigidos nesta Lei. (Incluído
pela Lei nº 13.982, de 2020)
Requisito Deficiência

Para efeito de concessão do Benefício de Prestação


Continuada (BPC), considera-se pessoa com
deficiência aquela que tem impedimento de longo
prazo de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
barreiras, pode obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas, conforme o art. 20, § 2º, da
Lei 8.742/1993.
Um ponto que vem causando problemas na
interpretação da norma, para a aplicação prática do
benefício, é o termo “longo prazo”.

O que seria impedimento de “longo prazo”?

A legislação infraconstitucional, Lei 8.742/1993, em


seu art. 20, § 10, por sua vez, traz que impedimento de
longo prazo “é a deficiência com duração por mais
de dois anos, para fins de percepção do benefício
assistencial”.
O conceito de “longo prazo” constante no art. 20, §
10, da Lei 8.742/1993 traz controvérsias quanto a
sua redação, pois o prazo de dois é analisado pelos
efeitos do passado ou do futuro?
A TNU, em sua Súmula 48, com entendimento
firmado em 25/04/2019, entendeu que na
deficiência de logo prazo deve ser analisado o
passado e o futuro, sendo o prazo da deficiência
do início até a data da revisão do benefício dentro
dos dois anos.
Súmula 48, TNU:

Para fins de concessão do benefício assistencial de


prestação continuada, o conceito de pessoa com
deficiência, que não se confunde necessariamente
com situação de incapacidade laborativa, exige a
configuração de impedimento de longo prazo com
duração mínima de dois anos, a ser aferido no caso
concreto, desde o início do impedimento até a data
prevista para a sua cessação.
No entanto, há controvérsia com relação a essa
posição, pois questiona-se a constitucionalidade do
art. 20, §10º, da Lei 8.742/93, sustentando que o
benefício assistencial foi previsto pelo constituinte
para socorrer aos idosos e deficientes em
condição de miserabilidade, onde a família não
possui condições de prover o sustento de forma
digna.
Por se tratar de requisitos passíveis de
modificação, a concessão e manutenção do BPC
obedece à cláusula rebus sic stantibus
(“estando assim as coisas” ou “enquanto as
coisas estão assim”), podendo ser cancelado
quando um dos requisitos não mais estiver
presente.
Não é por outro motivo que o art. 21 da LOAS
prevê a possibilidade de o INSS rever a presença
dos requisitos a cada dois anos:

“Art. 21. O benefício de prestação continuada deve


ser revisto a cada dois anos para avaliação da
continuidade das condições que lhe deram origem.”
A possibilidade de revisão das condições, ou seja, a
verificação de que os requisitos ainda estão
presentes, não pode ser confundida com a
necessidade de impedimentos por longo prazo
(dois anos), uma vez que a revisão está relacionada
à autotutela da Administração Pública (poder
discricionário), enquanto a deficiência é um dos
requisitos constitucionais para concessão do
BPC.
Assim, o § 10 do art. 20 da Lei 8.742/1993 é
de constitucionalidade duvidável, pois a
exigência de deficiência por um prazo mínimo
de dois anos não consta na Constituição Federal,
nem na Convenção de Nova Iorque sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada no
Brasil.

Ҥ 10. Considera-se impedimento de longo prazo,


para os fins do § 2o deste artigo, aquele que produza
efeitos pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos.”
Nos casos em que não se faz possível
delinear o tempo de duração da situação da
deficiência, poderá haver a concessão do benefício
nos termos do art. 16, § 6º, do Decreto
6.214/2007, ou seja, conforme o disposto em ato
do Ministro de Estado do Desenvolvimento Social,
atual Ministério da Cidadania:
Art. 16. A concessão do benefício à pessoa com
deficiência ficará sujeita à avaliação da deficiência e do
grau de impedimento, com base nos princípios da
Classificação Internacional de Funcionalidades,
Incapacidade e Saúde - CIF, estabelecida pela Resolução
da Organização Mundial da Saúde n o 54.21, aprovada
pela 54 a Assembleia Mundial da Saúde, em 22 de maio de
2001. (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
(...)
§ 6º Na hipótese de não ser possível prever a
duração dos impedimentos a que se refere o inciso I
do § 5º, mas existir a possibilidade de que se
estendam por longo prazo, o benefício poderá ser
concedido, conforme o disposto em ato do Ministro de
Estado do Desenvolvimento Social. (Redação dada
pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
Assim, a concessão do benefício assistencial ao
deficiente ficará sujeita à avaliação da deficiência e do
grau de impedimento de que trata o art. 20, § 2º, da Lei
8.742/1993, ou seja, a pessoa com deficiência que tem
impedimento de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com
uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas.
A concessão do benefício ficará sujeita à avaliação da
deficiência e do grau de impedimento por avaliação
médica e avaliação social realizadas por médicos
peritos federais e por assistentes sociais do INSS.

É assegurada perícia no local em que se encontra o


beneficiário nos casos em que restar impossível o
deslocamento, conforme previsão do § 3º, art. 17 do
Decreto nº 6.214/2007 (26/09/2007).
O desenvolvimento das capacidades
cognitivas, motoras ou educacionais e a realização
de atividades não remuneradas* de habilitação e
reabilitação, entre outras, não constituem motivo
de suspensão ou cessação do benefício da pessoa
com deficiência, conforme art. 21, § 3º, da Lei
8.742/1993.
* Atualmente, com a criação do auxílio-inclusão – Lei nº
14.176, de 22/06/2021 - a não remuneração ficou
mitigada, como veremos mais ao final do estudo.
Outro ponto que merece destaque é o art. 21-A, §
2º, da Lei 8.742/1993, o qual traz que:

“a contratação de pessoa com deficiência como


aprendiz não acarreta a suspensão do BPC,
sendo limitado a dois anos o recebimento
concomitante da remuneração e do benefício”.
Requisito da Miserabilidade
Para fazer jus ao amparo de um salário mínimo, o
idoso e o deficiente deverão comprovar o seu estado de
miserabilidade.

Pelo critério objetivo, previsto no § 3º do art. 20 da Lei


8.742/1993, considera-se incapaz de prover a sua
própria manutenção, ou seja, em estado de
miserabilidade, a pessoa idosa ou com deficiência cuja
renda mensal per capita do grupo familiar for inferior
a um quarto do salário mínimo (pela jurisprudência
pacificada é de meio salário mínimo).
Nesse sentido, pelo critério objetivo,
dividindo-se o total da renda familiar pelo número
de moradores de uma residência, o resultado deve
ser abaixo de um quarto do salário mínimo.

Ocorre que esse critério objetivo para verificação


da miserabilidade foi declarado parcialmente
inconstitucional, sem pronúncia de nulidade do
art. 20, § 3º, da Lei 8.742/1993, pelo STF.
Atualmente vigora o entendimento de que a
definição dos critérios a serem observados para a
concessão do benefício assistencial depende de apurado
estudo e deve ser verificada de acordo com as reais
condições sociais e econômicas de cada indivíduo
candidato ao benefício, não sendo o critério objetivo
de renda per capita o único legítimo para se aferir a
condição de miserabilidade (Rcl 4.374, rel. Min. Gilmar
Mendes, Tribunal Pleno, julgado em 18.04.2013, Acórdão
Eletrônico DJe-173, Divulg 03.09.2013, Public
04.09.2013).
Assim é a redação da Súmula 29 da TNU:

“Para os efeitos do art. 20, § 2º, da Lei 8.742, de


1993, incapacidade para a vida independente não é
só aquela que impede as atividades mais
elementares da pessoa, mas também a
impossibilita de prover ao próprio sustento.”
E COMO SE VERIFICA ESSA

RENDA FAMILIAR?
A renda se verifica como a soma dos rendimentos
auferidos mensalmente pelos membros da família e pode
ser composta por salários, pensões, proventos, benefícios
de previdência (pública ou privada), rendimentos do
mercado autônomo.

Frise-se que a renda nos casos específicos de benefício


assistencial tem o valor de um salário mínimo, conforme art.
20 da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS):
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a
garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com
deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou
mais que comprovem não possuir meios de prover a
própria manutenção nem de tê-la provida por sua
família.

(Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) (Vide Lei


nº 13.985, de 2020)
Para se chegar no valor da renda, deve ser
verificada a renda do grupo familiar. É válido
ressaltar o que traz o LOAS a respeito desse grupo
em seu artigo 20º, §1º:

“Para os efeitos do disposto no caput, a família é composta


pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na
ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos
solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores
tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto. ”
A esse respeito, é importante destacar que o conceito
de grupo familiar deve ser obtido mediante
Interpretação restritiva da legislação relacionada. A
título exemplificativo, salienta-se o entendimento
uniformizado pela Turma Regional de Uniformização
dos Juizados Especiais Federais da 4ª Região:
EMENTA: INCIDENTE REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DE
JURISPRUDÊNCIA. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. NOÇÃO
DE GRUPO FAMILIAR. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA.
ENTENDIMENTO REAFIRMADO POR ESTA TURMA
REGIONAL. QUESTÃO DE ORDEM N.º 038 DA TNU.
INCIDENTE PROVIDO. 1. Reafirmação do entendimento
desta Turma Regional de Uniformização de que o conceito
de grupo familiar deve ser obtido mediante
interpretação restrita das disposições contidas no § 1º
do art. 20 da Lei n.º 8.742/1993 e no art. 16 da Lei n.º
8.213/1991. 2. Aplicação da Questão de Ordem n.º 038 da
TNU. Procedência da ação. Restabelecimento da sentença. 3.
Pedido regional de uniformização de jurisprudência provido. (
5005906-64.2011.4.04.7108, TURMA REGIONAL DE
UNIFORMIZAÇÃO DA 4ª REGIÃO, Relator DANIEL MACHADO
DA ROCHA, juntado aos autos em 23/11/2016).
Já o critério objetivo de que a renda per capita do

grupo familiar seja inferior a 1/4 (um quarto) do

salário-mínimo para verificação da miserabilidade,

disposto no art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93 foi declarado

parcialmente inconstitucional, sem pronúncia de

nulidade, pelo Supremo Tribunal Federal (Rcl 4374,

Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado

em 18/04/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-173

DIVULG 03-09-2013 PUBLIC 04-09-2013).


Aproveitando a oportunidade, ao julgar os

processos RE nº 567.985/MT e 580.963/PR, o STF

também pacificou o entendimento de que todo e

qualquer benefício no valor de um salário mínimo deve

ser excluído do cálculo da renda familiar.

O debate aconteceu porque o Estatuto do Idoso trouxe

expressamente em seu art. 34, § único que o valor de

benefício assistencial auferido por idoso não será

computado para fins de cálculo de renda familiar.


Diante disso, abriu-se a possibilidade de

exclusão não somente de valor originário de

benefício assistencial ao idoso, mas também o da

Pessoa com Deficiência e o benefício

previdenciário de valor correspondente a um

salário mínimo, pois não haveria fundamento para

tratar desigualmente situações de vulnerabilidade e

necessidades iguais, entendimento este consagrado

pelo STF no julgamento citado.


Assim, em sendo concedido a qualquer membro da

família, o BPC não será computado para fins do

cálculo da renda familiar per capita a que se

refere a Loas, conforme art. 34, parágrafo único,

do Estatuto do Idoso:
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e
cinco) anos, que não possuam meios para prover sua
subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é
assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-
mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência
Social – Loas. (Vide Decreto nº 6.214, de 2007)
Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer
membro da família nos termos do caput não será
computado para os fins do cálculo da renda
familiar per capita a que se refere a Loas.
O STF ao julgar os processos RE 567.985-MT e
580.963-PR, pacificou o entendimento de que devem
ser excluídos do cálculo da renda familiar os benefícios
assistências recebidos por deficientes e de
previdenciários, no valor de até um salário mínimo
recebido por idosos.

O Superior Tribunal de Justiça se manifestou sobre a


matéria em duas oportunidades, fixando as seguintes
teses:
Tema 185/STJ:

“A limitação do valor da renda per capita familiar não


deve ser considerada a única forma de se comprovar
que a pessoa não possui outros meios para prover a
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família,
pois é apenas um elemento objetivo para se aferir a
necessidade, ou seja, presume-se absolutamente a
miserabilidade quando comprovada a renda per capita
inferior a 1/4 do salário mínimo.”
Tema 640/STJ:

“Aplica-se o parágrafo único do art. 34 do Estatuto do


Idoso (Lei 10.741/2003), por analogia, a pedido de
benefício assistencial feito por pessoa com deficiência a
fim de que benefício previdenciário recebido por idoso,
no valor de um salário mínimo, não seja computado no
cálculo da renda per capita prevista no art. 20, § 3º, da
Lei 8.742/1993.”
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a
garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com
deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais
que comprovem não possuir meios de prover a própria
manutenção nem de tê-la provida por sua família. (Redação
dada pela Lei nº 12.435, de 2011) (Vide Lei nº 13.985, de
2020)
(...)
§ 3º Observados os demais critérios de elegibilidade
definidos nesta Lei, terão direito ao benefício financeiro de
que trata o caput deste artigo a pessoa com deficiência ou a
pessoa idosa com renda familiar mensal per capita igual ou
inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo. (Redação
dada pela Lei nº 14.176, de 2021)
I – (revogado) (Redação dada pela Lei nº 14.176, de 2021)
II - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.982, de 2020)
Assim, por mais que tenham sido declarados
inconstitucionais o art. 20, § 3º, da Lei 8.742/1993 e o
parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso, não
houve declaração de nulidade, motivo pelo qual são
critérios ainda válidos para a esfera, restando como
orientação ao operador do Direito o ingressar na
esfera judicial até que ocorra evolução na legislação
administrativa.
Portanto, em resumo, no cálculo da renda familiar para
concessão do benefício assistencial deve ser excluído:

1. o benefício de renda mínima, previdenciário ou


assistencial, recebido por idoso com mais de 65 anos
(Estatuto do Idoso art. 34, § único);

2. o benefício previdenciário por incapacidade/deficiência


no valor de um salário mínimo recebido por pessoa de
qualquer idade;
3. o benefício assistencial recebido por pessoa com
deficiência de qualquer idade;

4. os gastos extraordinários diretamente relacionados


ao risco social que se busca proteger com o benefício
assistencial, como medicamentos não fornecidos
gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde,
alimentação especial, transporte para tratamento de
saúde, cuidador etc. (jurisprudência).
O Decreto 6.214/07, que regulamenta o
benefício assistencial, traz em seus artigos 4º, §2º e 6º,
outras exceções que não devem contar no cálculo da
renda familiar:

I – benefícios e auxílios assistenciais de natureza


eventual e temporária;

II – valores oriundos de programas sociais de


transferência de renda;

III – bolsas de estágio supervisionado;


IV – pensão especial de natureza indenizatória e
benefícios de assistência médica, conforme disposto no
art. 5º;

V – rendas de natureza eventual ou sazonal (auxilios


emergenciais, seguro defeso, por exemplo), a serem
regulamentadas em ato conjunto do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do INSS;

VI – rendimentos decorrentes de contrato de


aprendizagem.
Art. 5º O beneficiário não pode acumular o
Benefício de Prestação Continuada com outro benefício
no âmbito da Seguridade Social ou de outro regime,
inclusive o seguro-desemprego, ressalvados o de
assistência médica e a pensão especial de natureza
indenizatória.

(Redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 2016)


Art. 6º. A condição de acolhimento em instituições de
longa permanência, como abrigo, hospital ou instituição
congênere não prejudica o direito do idoso ou da
pessoa com deficiência ao Benefício de Prestação
Continuada.

(Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011)


Em suma, quando a renda per capta superar o
limite estabelecido pelo critério objetivo, a Turma
Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais
Federais firmou entendimento no sentido de que a
“miserabilidade” deve ser confirmada por meio de
outros elementos probatórios, como a análise
socioeconômica do grupo familiar, considerando
todas as peculiaridades (renda, condições de moradia,
bens e etc.).
ATUALMENTE QUAL É A

RENDA PER CAPITA?

Lei nº 14.176, de 22/06/2021


Art. 20, §11º-A (incluído pela Lei nº 14.176, de
22/06/2021):

§ 11-A. O regulamento de que trata o § 11 deste artigo


poderá ampliar o limite de renda mensal familiar per
capita previsto no § 3º deste artigo para até 1/2 (meio)
salário-mínimo, observado o disposto no art. 20-B
desta Lei.
Assim, hoje a renda per capita (por cabeça) do
núcleo familiar é de meio salário mínimo (R$
660,00) vigente à época do requerimento
administrativo, podendo ser afasta o critério de ¼
do salário mínimo (R$ 330,00).
O QUE É GRUPO FAMILIAR?
E O QUE É BENEFÍCIO

ASSISTENCIAL?

CONCEITO DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL

(revisão)
Entendia-se como grupo familiar o conjunto de
pessoas elencadas no art. 16 da Lei 8.213/1991,
desde que vivessem sob o mesmo teto:

Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social,


na condição de dependentes do segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um)
anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental
ou deficiência grave;
II - os pais;
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual
ou mental ou deficiência grave;
Com o advento da Lei 12.435/2011, foi alterado o art.
20, § 1º, da Lei 8.742/1993, considerando-se que a
família é composta pelo requerente, o cônjuge ou
companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a
madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os
filhos e enteados solteiros e os menores tutelados,
desde que vivam sob o mesmo teto.
Com a inovação, foram inseridos a madrasta
e o padrasto (na falta dos pais) na composição da
família. Da mesma forma, os irmãos solteiros e os
filhos de qualquer idade passaram a entrar na
formação do grupo familiar, não existindo mais a
idade limite de 21 anos, desde que vivam sob o
mesmo teto.
O conceito de grupo familiar deve ser analisado de
forma restritiva ao art. 20, §1º, da Lei Orgânica da
Assistência Social (LOPS):
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a
garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com
deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou
mais que comprovem não possuir meios de prover a
própria manutenção nem de tê-la provida por sua
família. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de
2011) (Vide Lei nº 13.985, de 2020)
§ 1o Para os efeitos do disposto no caput, a família é
composta pelo requerente, o cônjuge ou
companheiro, os pais e, na ausência de um deles,
a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os
filhos e enteados solteiros e os menores tutelados,
desde que vivam sob o mesmo teto.
O conceito de grupo familiar deve ser
analisado de forma restritiva ao art. 20, §1º, da Lei
Orgânica da Assistência Social (LOPS).

O entendimento da TNU dos Juizados Especiais


Federais da 4ª Região, vem julgando onde a tia do
autor foi desconsiderada para fins de cálculo da
renda per capita, pois os tios não estão no rol de
grupo familiar estabelecido pela Lei Orgânica da
Assistência Social.
CRITÉRIO TEMPORAL
DATA DO INÍCIO DO BENEFÍCIO (DIB)

A data de início do benefício assistencial, conforme


prevê a Lei 8.742/1993, será aquela do
requerimento administrativo (DER).
LAPSO TEMPORAL ENTRE A DER E O

AJUIZAMENTO DA AÇÃO

Tema muito polêmico!!

1. A exigência de renovação do requerimento administrativo

a cada dois anos, contados do indeferimento administrativo

à data do ajuizamento da ação, relativo ao benefício

assistencial (LOAS), não possui qualquer base legal, além de

ser restritiva do exercício de direito de ação no âmbito da

Previdência Social – (tese favorável);


2. “O lapso temporal decorrido da data do requerimento

administrativo até a data do ajuizamento da ação, de mais de um

ano, entende-se que o benefício assistencial (ao deficiente ou ao

idoso) deve ser concedido a partir do ajuizamento da ação, eis que

somente a partir desta data é que o INSS teve ciência da

comprovação da vulnerabilidade social que se encontrava a parte

autora, bem como da deficiência e/ou impedimento de longo prazo

dela. Saliente-se que a situação fática pode ter sido para melhor

ou para pior nesse período todo” – (tese desfavorável);


DA MANUTENÇÃO DO BENEFÍCIO

ASSISTENCIAL

Uma vez concedido o benefício assistencial (Loas),


será revisado pelo menos a cada dois anos, conforme
art. 21, caput, da Lei 8.742/1993.

Nessa revisão, será examinado se as condições de


concessão ainda persistem, podendo ser cessado a
qualquer momento, desde que não mais atendidas as
condições legais previstas.
DA CESSAÇÃO

Esse benefício de prestação continuada será


cessado com a morte do assistido, bem como
quando cessada a deficiência ou com a renda
acima daquela prevista na legislação, ou seja, do
critério de miserabilidade.
DA SUSPENSÃO

Esse benefício de prestação continuada será


suspenso no caso de falta de atualização do
cadastro único (CADúnico - de dois a dois anos)
junto ao CRAS (Centro de Referência de
Assistência Social); ou, quando o beneficiário
exercer atividade remunerada, inclusive na
condição de microempreendedor individual,
observado o auxílio-inclusão (art. 26-A e seguintes,
da Lei 8.742/93).
CRITÉRIO QUANTITATIVO
O terá como renda mensal um salário
mínimo e não gerará gratificação natalina, ou seja,
o décimo terceiro, nem instituirá pensão por morte,
tendo índole personalíssima.

Assim, cumpre salientar que o art. 20, § 4º, da Lei


8.742/1993, traz que esse benefício não pode ser
cumulado com nenhum outro da seguridade
social, salvo os da assistência médica e da pensão
especial de natureza indenizatória.
CRITÉRIO PESSOAL
Sujeito ativo: pessoas com mais de 65 anos de
idade, pessoas com deficiência, ambos os atores
sociais em estado de miserabilidade.

Sujeito passivo: pago pela União, porém, tendo


como responsável pela gestão do benefício
(pagamento) a autarquia federal INSS.
Ainda que um benefício assistencial, portanto, é gerido,
executado e mantido pelo INSS, por questão de
conveniência administrativa, competindo à União arcar
com seu pagamento, sendo repassado pelo Ministério
da Previdência e Assistência Social diretamente ao
INSS, conforme previsto no art. 29, parágrafo único, da
Lei 8.742/1993.
CRITÉRIO ESPACIAL
O benefício assistencial é cabível somente no Brasil.

Aliás a Lei Orgânica da Assistência Social é omissa quanto à


concessão da prestação assistencial a estrangeiros, porém
no dia 20 de abril de 2017, pelo RE 587.970, fixou-se a
seguinte tese:

“Os estrangeiros residentes no país são beneficiários


da assistência social prevista no art. 203, inciso V, da
Constituição Federal, uma vez atendidos os requisitos

constitucionais e legais.”

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