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Resumo da disciplina:

Essa matéria é muito importante e relevante para o aprendizado de história

Resumo sobre a Era Vargas

A Era Vargas refere-se ao período em que Getúlio Vargas esteve no poder no Brasil,
compreendendo duas fases distintas: o governo provisório e o Estado Novo (1930-1945).
Essa era foi marcada por intensas transformações políticas, econômicas e sociais, que
alteraram profundamente o Brasil. A seguir, apresentamos um resumo dessa importante
fase da história brasileira.

1. A Revolução de 1930 e o Início do Governo Vargas

A Revolução de 1930 foi um marco que derrubou o presidente Washington Luís e impediu
a posse do presidente eleito, Júlio Prestes, resultando na ascensão de Getúlio Vargas ao
poder. Vargas, então governador do Rio Grande do Sul, foi o líder da revolução que contou
com o apoio de diversos estados insatisfeitos com a política oligárquica vigente,
especialmente o poder concentrado em São Paulo e Minas Gerais (a política do "café com
leite").

Em 1930, Vargas assumiu o cargo de chefe do Governo Provisório, com a missão de


estabilizar o país e implementar reformas. Durante essa fase, ele não se elegeu
diretamente, mas assumiu o poder com apoio militar e de setores da sociedade insatisfeitos
com o governo anterior.

2. O Governo Provisório (1930-1934)

O governo provisório de Vargas foi caracterizado por reformas políticas e sociais.


Algumas das principais ações de seu governo foram:

● Centralização do poder: Vargas implementou uma maior centralização


administrativa, restringindo as liberdades dos estados.
● Reformas trabalhistas: Criou o Ministério do Trabalho, instituiu o salário mínimo,
regulamentou as condições de trabalho e estabeleceu a CLT (Consolidação das Leis
do Trabalho), que seria uma das bases das relações trabalhistas no Brasil.
● Intervenção no setor econômico: Criou empresas estatais e buscou desenvolver a
indústria nacional, com destaque para a criação da Petrobras em 1953 e da
Siderúrgica Nacional.

Em 1934, foi promulgada uma nova Constituição, que estabeleceu o regime


constitucional, mas Vargas ainda mantinha grande poder.

3. O Governo Constitucional (1934-1937)

Após a promulgação da Constituição de 1934, Vargas manteve-se no poder por meio de


uma eleição indireta, mas as tensões políticas continuaram altas. A Constituição de 1934
tinha algumas características progressistas, como:
● Estabelecimento do voto secreto e direto para a eleição de deputados.
● Reconhecimento de direitos sociais, como o direito ao voto feminino (embora a
prática só fosse consolidada em 1945).

Entretanto, o cenário de instabilidade política e as divisões internas (entre comunistas,


integralistas e militares) contribuíram para o golpe de 1937, quando Vargas assumiu o
poder de forma autoritária.

4. O Estado Novo (1937-1945)

Em 1937, Vargas implantou o Estado Novo, um regime autoritário inspirado em modelos


fascistas, especialmente o de Benito Mussolini, da Itália. O golpe de 1937 ficou conhecido
como a "Polaca", e Vargas outorgou uma nova Constituição, suspendeu as liberdades
civis e dissolveu o Congresso Nacional. Algumas das principais características do Estado
Novo foram:

● Centralização do poder: Vargas governou por meio de decretos e sem a


necessidade de aprovação do Congresso.
● Repressão política: Houve a perseguição de opositores políticos, como os
comunistas e os integralistas, com o apoio da polícia secreta, a Polícia Política.
● Desenvolvimento industrial: O governo Vargas priorizou a industrialização do
país, com a criação de várias indústrias estatais e incentivos ao setor privado.
● Nacionalismo: Durante o Estado Novo, o governo promoveu um forte discurso
nacionalista, buscando afirmar a identidade brasileira e a independência econômica
do país, com ênfase no desenvolvimento da indústria pesada.

Em termos externos, o Brasil foi fortemente influenciado pela Segunda Guerra Mundial
(1939-1945). Durante a guerra, o Brasil se alinhou aos Aliados e enviou tropas para lutar
na Itália, o que aumentou a popularidade de Vargas entre a população.

5. Fim do Estado Novo e Redemocratização (1945)

Em 1945, diante da pressão popular, da oposição crescente e da mudança no cenário


internacional, especialmente após o fim da Segunda Guerra Mundial, Vargas foi forçado a
renunciar ao cargo, encerrando o Estado Novo. O Brasil então iniciou um processo de
redemocratização, com a convocação de uma nova eleição e a criação de uma nova
Constituição.

6. Legado da Era Vargas

O legado de Getúlio Vargas é profundo e contraditório. Por um lado, ele é lembrado por
suas políticas de industrialização, modernização e consolidação dos direitos
trabalhistas, especialmente com a criação da CLT. Por outro, sua gestão autoritária e
repressiva durante o Estado Novo gerou críticas, especialmente no que diz respeito à
limitação das liberdades políticas e à perseguição de opositores.

Além disso, o governo Vargas teve um impacto duradouro na estrutura política e econômica
do Brasil, estabelecendo as bases para o desenvolvimento de uma economia mais
industrializada e para a criação de uma classe trabalhadora organizada. A herança
trabalhista e as empresas estatais continuam a ser um marco importante no Brasil até os
dias de hoje.

Vargas voltaria ao poder em 1951, eleito democraticamente, mas seu segundo governo
seria interrompido em 1954, quando ele cometeu suicídio, encerrando sua trajetória política
de forma trágica.

Conclusão

A Era Vargas foi um período de grandes transformações no Brasil, que impactou a política,
a economia e a sociedade de maneira profunda. De um governo provisório a um regime
autoritário e, finalmente, a uma redemocratização, Vargas deixou um legado complexo,
sendo reconhecido tanto por suas contribuições à modernização do país quanto pelas
limitações à democracia durante seu governo.

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