LIVRO PARTE 04 - MÓDULO III
LIVRO PARTE 04 - MÓDULO III
LIVRO PARTE 04 - MÓDULO III
APLICADA III
Cinthia Louzada
Ferreira Giacomelli
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-490-8
Introdução
O patrimônio deixado pelo falecido pode ser classificado como herança
ou legado, sendo que cada instituto se refere a circunstâncias específicas.
Uma vez identificada a classificação do patrimônio, a legislação vigente
permite que os herdeiros ou legatários aceitem ou renunciem ao que lhes
é atribuído com a abertura da sucessão. A renúncia deve ser expressa e,
assim como a aceitação, não permite que se refira à parte do patrimônio,
possuindo caráter irrevogável.
A abertura da sucessão representa a transmissão dos bens deixados
pelo falecido para os seus herdeiros. Contudo, para que a propriedade
desses bens seja atribuída a eles, é fundamental que haja a aceitação; caso
os herdeiros recusem os bens, então se tratará de renúncia de herança.
Neste capítulo, você vai ler sobre os principais aspectos desses insti-
tutos e como devem ser manifestados na prática.
A evicção torna caduco o legado porque demonstra ser alheia a coisa legada. Antes
da partilha, sendo a perda total ou parcial, em razão de sentença judicial, o legado é
ineficaz. Se após a partilha, em caso de evicção total, o herdeiro evicto será indenizado
pelos coerdeiros; em caso de evicção parcial, o legado subsistirá quanto à parte restante.
4 Da herança
Os atos citados no § 1º do art. 1.805 não exprimem aceitação, mas são fortes
indícios de que ela tenha efetivamente ocorrido. Já o § 2º do citado dispositivo
equipara a renúncia à cessão gratuita da herança aos demais coerdeiros. De
fato, devemos considerar que quem cede gratuitamente a herança nunca teve
realmente a intenção de ser herdeiro: essa é a ideia central do artigo. Sobre a
renúncia, teceremos importantes considerações mais adiante.
Há, ainda, uma terceira forma de aceitação da herança: presumida. A
aceitação presumida ocorre se algum interessado em saber se o herdeiro aceita
ou não a herança requerer ao juiz, após 20 dias da abertura da sucessão, prazo
de 30 dias para o herdeiro se pronunciar. Decorrido esse prazo, o silêncio
do herdeiro será interpretado como aceitação. Como afirma Maria Helena
Diniz (2013, p. 84), “[...] nesta espécie de aceitação, há ausência de qualquer
manifestação expressa ou ato comissivo, pois a simples omissão de recusa é
havida como aceitação da herança”.
A aceitação não poderá ser somente em parte e é irrevogável; o herdeiro não pode
arrepender-se dela, pois a aceitação não é passível de retratação. É possível, no entanto,
que o herdeiro aceite a herança e recuse o legado, caso seja beneficiário de ambos,
por exemplo, ou vice-versa.
Da herança 5
[...] a aceitação pode ser anulada ou revogada, se após sua ocorrência for
apurado que o aceitante não é o herdeiro ou que o testamento absorvia a
totalidade da herança, havendo herdeiro necessário. Com a declaração da
ineficácia da aceitação, a herança passa ao herdeiro a quem regularmente se
defere, como se aquela aceitação nunca tivesse havido.
[...] como o direito do herdeiro (ou do legatário) surge somente depois da morte,
só a partir daí é que pode haver renúncia. Como os pactos sucessórios são
vedados em nosso Direito, não pode haver renúncia prévia, pois nesse caso
haveria negócio jurídico sobre herança de pessoa viva.
Art. 1.819 Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo
notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão
sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor
devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância (BRASIL, 2002,
documento on-line).
arrecadação de bens;
publicação de edital à procura de herdeiros;
entrega de bens ao Estado;
transferência definitiva dos bens para o Estado.
8 Da herança
BRASIL. Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 10 jun. 2018.
DINIZ, M. H. Curso de Direito Civil brasileiro: Direito das Sucessões. São Paulo: Saraiva,
2013. v. 6.
VENOSA, S. S. Direito Civil: Direito das Sucessões. São Paulo: Atlas, 2012. v. 7.
Leituras recomendadas
PEREIRA, C. M. S. Instituições de Direito Civil: Direito das Sucessões. Rio de Janeiro:
Forense, 2009. v. 6.
TARTUCE, F. Direito Civil: Direito das Sucessões. Rio de Janeiro: Forense, 2017. v. 6.
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esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.