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AULA 04 - DPOC

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DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA

CRÔNICA – DPOC

Prof. Jackson Damasceno

1
Definição de DPOC
A DPOC é uma condição respiratória caracterizada por sintomas
respiratórios crônicos secundários a alterações enfisematosas – enfisema -
(do parênquima pulmonar) ou das vias aéreas (bronquite), de caráter
persistente, frequentemente progressiva, caracterizada pela obstrução do
fluxo aéreo. Ela é resultado de uma interação genética e de fatores
ambientais sendo o cigarro o principal fator causador.

Global Initiative For Chronic Obstructive Lung Disease


GOLD, 2023
2
Definição de DPOC

É um estado patológico caracterizado pela limitação do fluxo de ar e que não é


plenamente reversível onde o indivíduo apresenta sintomas respiratórios
crônicos, como tosse, dispneia e escarro.

leva a uma obstrução persistente do fluxo aéreo de forma persistente e até


progressiva.

3
Dados epidemiológicos no Brasil
Principal causa da DPOC: Tabagismo

Estima-se que 15-25% dos tabagistas evoluem para DPOC e que até 80% dos casos sejam
secundários ao tabagismo.

Em 2010, foram contabilizadas cerca de 141.994 hospitalizações

A DPOC também foi responsável por 7.937 mortes

2016 e 2018, foram hospitalizadas no Brasil aproximadamente 345.527 pessoas

Brasil é considerada a 3ª causa de morte

No mundo ocupa a 4ª posição em causa de morte


4
Fisiopatologia
Limitação do fluxo aéreo pulmonar
A DPOC diminui a circulação de oxigênio no sangue
devido a uma resposta inflamatória
(acúmulo de mediadores
e dispara substâncias inflamatórias pelo organismo;
inflamatórios – migração de
neutrófilos, os macrófagos, linfócitos Provoca modificações nos brônquios como a
CD8 e células epiteliais, que migram bronquite crônica e no parênquima pulmonar como o
em grande quantidade para o
enfisema pulmonar
pulmão, onde são ativadas e
ocasiona a reação inflamatória) das
pequenas vias aéreas e destruição , que causa alterações estruturais e estreitamento
parenquimatosa através da inalação das pequenas vias aéreas, e assim será responsável
de partículas ou exposição a agentes pelo aprisionamento e limitação ao fluxo aéreo.
nocivos;

5
Fisiopatologia
 Outras causas: infecções respiratórias 13 recorrentes e desnutrição na infância,
deficiências genéticas, suscetibilidade individual, vulnerabilidade social;
 Principais sintomas: dispneia aos esforços, fadiga, tosse produtiva ou
intermitente, produção de escarro, sibilância e chiado no peito.

6
Fisiopatologia
Os sintomas, normalmente, começam a se
manifestar após esforços moderados;

Além de alterações nutricionais pode ocasionar a


perca de peso.

Com o grau de gravidade da doença, recorrente


a hipoxemia, pode se verificar o
braqueteamento digital;

Também, observam-se distúrbios emocionais como


depressão, ansiedade e isolamento social
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Fatores de risco

• 80% da DPOC desenvolve-se por causa do hábito excessivo de fumar.


• Tabagismo passivo
• Exposição ocupacional
• Poluição do ar ambiente – fumaça de lenha queimada
• infecções respiratórias graves na infância e condições socioeconômicas ruins.
• Anormalidades genéticas (deficiência de alfa1- antitripsina, um inibidor enzimático
que se contrapõe à destruição do tecido pulmonar por outras determinadas
enzimas), desnutrição e prematuridade

(CRUZ, 2020).

8
Fatores de risco

(CRUZ, 2020).

9
Manifestações clínicas
• Inicialmente, tosse, produção de escarro e dispnéia aos esforços.
• Tosse crônica, produção de escarro e limitação do fluxo de ar.
• Dispnéia intensa que dificulta a realização de atividades e exercícios brandos.
• Perda de peso.
• Utilização da musculatura acessória ao respirar.
• Hiperinsuflação crônica “tórax em barril”

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Diagnóstico
• Idade acima de 40 anos
• História de vida do paciente
• Exposição aos fatores de risco
• História médica pregressa (doenças respiratórias??)
• História familiar
• Padrão dos sintomas
• História de hospitalizações prévias
• Presença de comorbidades
• Provas de função pulmonar (espirometria)

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Diagnóstico espirométrico
A espirometria é um exame que consiste em medir os volumes e fluxo do ar expirado pelos pulmões. É
realizado por meio de uma máquina chamada o espirômetro, um aparelho no qual o paciente assopra
em um tubo que é capaz de registrar o volume e velocidade das inalações e exalações durante a
respiração, sendo um exame simples e não invasivo;

O marco do diagnóstico da doença é a presença de obstrução na prova de função pulmonar,


tradicionalmente representada por uma relação VEF1/CVF < 0,7 após o uso de broncodilatadores;

Volume Expiratório Forçado (VEF1) /Capacidade Vital Forçada (CVF)

(GRAFINO, 2022). 12
CLASSIFICAÇÃO
Pré-DPOC é o termo que vem sendo utilizado para definir indivíduos de qualquer
idade sintomáticos, que possuem algum grau de enfisema na tomografia de tórax ou
anormalidades funcionais como hiperinsuflação, redução de VEF1 e CVF, ainda sem a
presença de obstrução na prova de função pulmonar.

(GOLD, 2023). 13
CLASSIFICAÇÃO - TAXONOMIA

(GOLD, 2023). 14
CLASSIFICAÇÃO - TAXONOMIA

DPOC-G: doença relacionada a alterações genéticas como a deficiência de alfa-1-antitripsina.

DPOC-D: doença precoce caracterizada por alterações no desenvolvimento ou prematuridade.

DPOC-C: aquela relacionada à exposição ao cigarro.

DPOC-P: causada por exposição à poluição do ar e à biomassa.

DPOC-I: associado a infecções como HIV, pós tuberculose, ou infecções da infância.

DPOC-A: associada a presença de asma.

DPOC-U: doença de origem indeterminada.

(GOLD, 2023). 15
CLASSIFICAÇÃO ESPIROMÉTRICA DA GRAVIDADE DA DPOC
Com base nos valores de VEF1 pós-broncodilatação, podemos classificar o grau de obstrução no
DPOC como leve (GOLD 1), moderado (GOLD 2), grave (GOLD 3) ou muito grave (GOLD 4).

(GOLD, 2023). 16
CLASSIFICAÇÃO DAS EXACERBAÇÕES

O grupo A: mantém-se aquele com poucos sintomas e até uma


exacerbação, sem internação hospitalar.

O grupo B: são os pacientes muito sintomáticos, também com até


uma exacerbação e sem internações.

O Grupo E: são os exacerbadores, independente dos sintomas,


apresentando mais de duas exacerbações ou uma internação.

(GOLD, 2023). 17
Tratamento farmacológico
Para controlar sintomas, melhorar a tolerância ao exercício e a qualidade de vida, e
reduzir frequência e gravidade das exacerbações.
• Uso regular de broncodilatadores de ação prolongada mais efetivo que os
broncodilatadores de ação curta;
• Teofilina e seus derivados, devido à baixa potência broncodilatadora (segunda
opção);
• Uso de corticóides inalados restrito a pacientes com VEF1< 50% e exacerbações
freqüentes

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Complicações
• Insuficiência e falência respiratórias podem ser crõnicas com a DPOC grave ou
agudas com o broncoespasmo grave ou pneumonia no paciente com DPOC grave.

• Outras complicações da DPOC englobam a pneumonia, atelectasia, pneumotórax


e cor pulmonale.

• Uso de suporte ventilatório em alguns casos.

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Tratamento cirúrgico
 Bulectomia indicado para pacientes com enfisema bolhoso, pode reduzir a
dispnéia e melhorar a função pulmonar.

 Cirurgia de redução de volume pulmonar em pacientes com DPOC em estágio


terminal (estágio III), remoção do parênquima pulmonar doente.

 Transplante de pulmão, indicado em paciente no enfisema em estágio terminal.

20
Tratamento de Enfermagem
• Exercícios respiratórios
• Treinamento da musculatura inspiratória
• Compassando a atividade
• Atividades de autocuidado
• Condicionamento físico
• Terapia com oxigênio
• Terapia nutricional
• Medidas de enfrentamento

21
Diagnósticos de Enfermagem do portador
de DPOC

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24
25
Referências Bibliográficas
• JARDIM, J.; OLIVEIRA, J.; NASCIMENTO, O. II Consenso Brasileiro de Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica. J Bras Pneumol 2004; 30: S1-S42.

• BRUNNER, L. S.; SUDDARTH, D. S. Tratado de enfermagem médico cirúrgica. 10 ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. v. 1, p. 600-632.
• CRUZ, Marina Malheiro; PEREIRA, Marcos. Epidemiologia da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica no Brasil: uma revisão
sistemática e metanálise. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, n. 11, p. 4547-4557, 2020.

• GRAFINO, Monica et al. Espirometria para o diagnóstico de obstrução das vias aéreas em pacientes com fatores de risco para
DPOC: os critérios GOLD e limite inferior da normalidade. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 47, 2022.

• https://goldcopd.org/2023-gold-report-2/

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