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Primeiros Socorros

1. DEFINIÇÃO – Primeiros Socorros são as providências iniciais que devem ser adotadas em
acidentes com vítima, a fim de minimizar seu sofrimento e evitar o agravamento das lesões, até
a chegada do resgate.

2. SOCORRISTA – Não precisa ser da área de saúde. Deve ser calmo, solidário, ter o controle da
situação, não agir com impulsividade.

Não ser omisso, porém limitar-se a fazer o que realmente sabe e não expor a própria
integridade a riscos.

3. PRIMEIRAS AÇÕES – Não perca tempo, pois os primeiros cinco minutos são decisivos e
podem determinar entre a vida e a morte das vítimas. Adote imediatamente as seguintes
providências:

a. Estacione o seu veículo em local seguro (fora da pista ou após o acidente);

b. Sinalize o local conforme regulamentado pelo CONTRAN. A sinalização deve ser colocada
numa distância proporcional à velocidade máxima para a via. Ex.: 40 km/h – 40m ou 40 passos
largos (nunca menos que 30m. Utilize o triângulo de

segurança do veículo, arbustos/galhos, caixa de papelão, latas e outros materiais que não
ofereçam risco de acidentes.

c. Avise o socorro especializado e as Autoridades pelos telefones:

►190 - Polícia Militar (PM) quando em vias urbanas e rodovias estaduais;

►191 - Polícia Rodoviária Federal (PRF) quando em rodovias federais;

►192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) quando em cidades com este
serviço;

►193 - Corpo de Bombeiros (COBOM) quando em cidades com este serviço.

Obs.: Em caso de produtos perigosos isole o local e mantenha distância.

4. INFORMAÇÕES ÚTEIS - Ao ligar para o resgate tenha em mente as seguintes informações:

a. Localização exata do acidente (nome da rua, número e ponto de referência);

b. Tipo do acidente (carro, motocicleta, colisão, atropelamento);

c. Quantos veículos envolvidos;

d. Se há vazamento de combustíveis ou produtos perigosos;

e. Número aproximado de vítimas, lesões aparentes e se há pessoas presas às ferragens.

5. PRIORIDADE DE SOCORRO – não deve ser estabelecida considerando a idade ou sexo da


vítima. Dentre as vítimas com traumas graves faça uma relação entre o risco de morte e a
possibilidade de atendimento pelo socorrista. Realize a análise primária das vítimas e
estabeleça a prioridade de socorro conforme relação a seguir:

1º. Vítimas inconscientes (avalie o estado de consciência da vítima);

2º. Vítimas com parada respiratória (avalie se a vítima respira);


3º. Vítimas com parada cardíaca (verifique a pulsação da vítima – melhor artéria é a carótida
no pescoço) 4º. Vítima com hemorragia (identifique sangramentos abundantes).

6. SINAIS VITAIS – São parâmetros que servem para avaliar o quadro clínico da vítima. Os mais
comuns são:

a. Respiração – o normal para um adulto está entre 16 e 20 movimentos respiratórios por


minuto (MRPM);

b. Pulsação – o normal para um adulto está entre 60 e 80 batimentos por minuto (BPM);

c. Pressão arterial – o normal para um adulto é 120x80 (MMHG). Difícil de ser constatado pelo
socorrista.

d. Temperatura Corporal – considerada normal, para qualquer idade, índices entre 36° e 37°.
Não sofre variação com a idade.

7. PARADA RESPIRATÓRIA – em acidentes de trânsito, normalmente ocorre por dois motivos:

a. Contração muscular – ocorre em razão da pancada sofrida no diafragma. Afrouxe a roupa da


vítima no pescoço, peito e cintura. Mantenha a circulação de ar corrente. Alongue os membros
superiores e inferiores da vítima para descontrair a musculatura (caso não haja fraturas).

b. Obstrução das vias aéreas (boca, nariz e garganta) – pode ocorrer por materiais como
próteses dentárias, secreções, sangue coagulado ou alguma coisa que a vítima pudesse estar
comendo. Promova a imediata desobstrução e continue observando os sinais vitais.

8. PUPILA – conhecida como “meninas dos olhos” é um ponto escuro no centro do olho.

►Miose - É quando as pupilas expostas à luz ficam contraídas

►Midríase - É quando ao escuro as pupilas ficam dilatadas

Obs.: Numa parada cardíaca as pupilas ficam dilatadas.

9. PARADA CARDÍACA – é a ausência de batimentos cardíacos (pulsação). Proceda da seguinte


forma:

10.HEMORRAGIA – é a perda de sangue devido ao rompimento de uma artéria, veia ou vaso


sanguíneo. Quando proveniente de uma artéria chama-se “hemorragia arterial” (mais perigosa
e difícil de ser controlada). Se proveniente de uma veia chama-se “hemorragia venosa”. As
hemorragias podem ser internas ou externas.

a. Nas hemorragias internas - A vítima apresenta sintomas como palidez, ânsia de sede, queda
de pressão arterial e baixa temperatura corporal. O socorrista deve limitar-se a lateralizar a
cabeça da vítima de maneira a evitar uma possível asfixia em razão da formação de coágulo
sanguíneo nas vias aéreas. É obrigatório o atendimento médico.

Obs.: nas hemorragias nasais coloque a vítima com a cabeça abaixada para frente e faça
compressão com os dedos, polegar e indicador, por cerca de 10 minutos. Também é adequado
fazer compressa encharcada em água gelada e aplicação de bolsa de gelo sobre as narinas.
Neste caso, nem sempre será necessário o atendimento médico.

b. Nas hemorragias externas deve-se fazer compressão sobre o ferimento utilizando uma
compressa limpa (pano, gaze, camisa, toalha e outros).
Obs.: Não utilizar técnicas domésticas como: colocar açúcar, sal, pó de café, cinza e outras.

►As técnicas de “garroteamento” e “torniquete” só podem ser utilizadas por profissionais.

11. FEBRE ou HIPOTERMIA – se a vítima apresenta temperatura corporal acima de 37° dizemos
que ela está com “febre”. Se a temperatura tiver abaixo de 36° considera-se “hipotermia”.

a. Em caso de febre – desagasalhe a vítima; se possível dê banho de imersão na temperatura


corporal; faça compressas frias na testa, axilas e pescoço. Em nenhuma hipótese ofereça
medicamentos antitérmicos.

b. Em caso de hipotermia – agasalhe a vítima; mantenha-la aquecida.

12. LESÕES NA COLUNA – para diagnosticar possíveis lesões nesta região provoque estímulos
físicos na vítima, para testar sua capacidade de mobilidade e sensibilidade. Caso suspeite de
lesão, a primeira providência é imobilizar a região do pescoço utilizando,

para isso, um colar cervical (mesmo que seja improvisado). Se necessário transportá-la, faça
isso utilizando uma maca, porta, tábua ou qualquer outro material que permita a imobilização
total da vítima. Todo cuidado pode ser pouco nesta situação, pois uma lesão na coluna pode
provocar traumas irreversíveis, deixando a vítima permanentemente paraplégica.

13. FRATURAS, ENTORSES ou LUXAÇÕES – são as lesões mais comuns em acidentes de trânsito.
Qualquer delas deve ser tratada com a imobilização da região afetada. Faça compressas
geladas no local para amenizar a dor e o inchaço. Em caso de fraturas expostas (quando o osso
rompe a pele e fica exposto) faça um curativo sobre o ferimento e proceda como nas fraturas
fechadas.

Obs.: Não é adequada qualquer tentativa de recolocar o osso ou membro fraturado na posição
natural.

14.APLICAÇÃO DE BANDAGEM – bandagem é o mesmo que ataduras. Podem ser utilizadas


para fixar um curativo; numa imobilização de fratura ou conter provisoriamente uma parte do
corpo. Na falta de ataduras podem ser utilizadas tiras limpas de um lençol ou outro tecido
qualquer. Ao aplicar a bandagem devem ser observados os seguintes procedimentos:

a. A região deve estar limpa e os músculos relaxados;

b. Começar a enfaixar da extremidade para o centro (de baixo para cima);

c. Enfaixar da esquerda para a direita.

15.AMPUTAÇÃO DE MEMBRO – caso a vítima sofra amputação em qualquer de seus membros,


o procedimento correto é pegar a parte amputada, colocá-la dentro de um saco plástico, e
rapidamente acomodá-la num recipiente com gelo. Não é adequado que o membro amputado
tenha contato direto com o gelo, sob o risco de queimar os ligamentos e impossibilitar à
reimplantação.

16.QUEIMADURAS – podem ser de 1º, 2º ou 3º graus. Se a vítima estiver em chamas, use o


método de abafamento para conter o fogo. Retire toda a roupa onde foi atingida pelo fogo sem
puxar as partes aderidas ao ferimento. Retire também anéis, braceletes, pulseiras e outros
materiais que possam apertar em caso de edema (inchaço). Cubra a queimadura com algo não
aderente (plástico) e mantenha sob a água para amenizar a dor. Nunca aplique qualquer
medicamento.
17. CONVULSÕES – são contrações musculares, involuntárias e descontroladas, em todo o
corpo. A vítima perde a consciência e cai.

Apresenta sintomas como: lábios azulados ou arroxeados (cianose); respiração curta, rápida e
irregular; salivação em excesso. Neste caso proceda da seguinte forma:

a. Afaste objetos que possam machucar a vítima;

b. Coloque-a com a cabeça lateralmente e a proteja para evitar traumas em razão da


movimentação excessiva;

c. Não tente conter os movimentos da vítima;

d. Não dê nada para a vítima ingerir;

e. Se em cinco minutos não apresentar melhora procure auxílio médico.

18. ESTADO DE CHOQUE – é o estado de depressão do organismo em razão de falhas


circulatórias. A vítima apresenta sintomas como: pele fria e pegajosa; suor abundante na testa
e palma das mãos; pulsação acelerada; lábios e unhas ficam arroxeados; expressão de
ansiedade; frio e tremores; palidez excessiva. Para controlar o estado de choque faça o
seguinte:

a. Procure identificar a causa que levou ao estado de choque e controle-a (hemorragia, lesões
graves, abalo emocional...);

b. Afrouxe as suas roupas e mantenha a vítima ventilada;

c. Coloque-a deitada preferencialmente com os pés elevados cerca de 30 cm e a cabeça mais


baixa que o corpo;

d. Monitore os sinais vitais (pulso e respiração).

19.OBJETOS ENCRAVADOS NO CORPO – caso haja objetos transfixados ao corpo, não remova.
Apenas faça um curativo sobre o ferimento e encaminhe para o socorro especializado. Se o
objeto estiver nos olhos, mesmo que seja em apenas um deles, cubra os dois olhos da vítima,
se possível, com gaze esterilizada.

20. CONTATO COM FIOS ELÉTRICOS – em caso de colisões que resultem em contato com fios
elétricos, isole o local e não retire as pessoas de dentro do veículo. Não tente remover o cabo
de eletricidade, deixe isso para pessoal especializado.

21.MOTOCICLISTAS – mantenha a vítima em repouso. Abra a viseira e a jugular do capacete


(presilha). Não o remova o capacete.

22. TRANSPORTE DE ACIDENTADO - esqueça a ideia de colocar a vítima no primeiro carro que
passar e conduzi-la correndo para o hospital mais próximo. Lembre-se que uma vítima só deve
ser removida do local do acidente se houver risco real de desabamento, incêndio, explosão,
afogamento ou outra situação de perigo iminente. Caso seja inevitável, transporte-a
preferencialmente numa maca (mesmo que seja improvisada). Utilize da ajuda de várias
pessoas para fazer o manuseio dela, todas trabalhando em sincronia, procurando minimizar ao
máximo seus movimentos.

REGRAS “SAGRADAS”
 Cuide da sua segurança em primeiro lugar.
 Proteja-se, evite contato com sangue ou secreções e use Equipamento de Proteção
Individual (EPI)
 Boca a boca, somente com equipamento apropriado e por pessoal treinado
 Não ofereça ou aplique medicamentos
 Não dar líquido para a vítima com suspeita de lesão interna (mesmo que ela peça)
 Não utilize as técnicas de garroteamento ou torniquete
 Não mexa num membro fraturado, limite-se a imobilizá-lo
 Evite remover a vítima. Se inevitável, movimente o mínimo necessário com ela
 Não retirar ou movimentar os veículos envolvidos, sob a hipótese de prejudicar o
trabalho da perícia

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