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Relatório_do_Experimento_4_e_5

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FACULDADE DE TECNOLOGIA
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

Relatório dos Experimentos 4 e 5

Hugo Daniel da Silva Rossetti - 22352263


Luanne Gomes Vasconcelos - 22350972

MANAUS-AM
2024
Hugo Daniel da Silva Rossetti - 22352263
Luanne Gomes Vasconcelos - 22350972

Relatório dos Experimentos 4 e 5

Trabalho apresentado como pré-requisito


para avaliação na disciplina de Laboratório
de Eletromagnetismo ministrada pela profes-
sor M.Sc Pedro Donadio de Tomaz Junior

MANAUS-AM
2024
Resumo

Este relatório apresenta um estudo experimental de fenômenos eletromagnéticos,


explorando suas aplicações em diferentes contextos e dispositivos. O experimento foi divi-
dido em quatro partes principais: construção de uma bobina de Tesla, análise de circuitos
oscilantes LC, observação de forças magnéticas entre condutores e estudo de componentes
eletromagnéticos como transformadores e relés. O objetivo foi compreender a geração e
os efeitos de campos magnéticos em diversas situações práticas. Durante as atividades,
foram analisados conceitos como indução eletromagnética, ressonância e a interação en-
tre correntes elétricas e campos magnéticos, destacando os princı́pios fundamentais do
eletromagnetismo. As medições realizadas permitiram validar os modelos teóricos, mas
também evidenciaram fatores práticos que influenciam o desempenho real, como efeitos de
borda em solenóides e perdas nos componentes. Os resultados confirmaram os conceitos
fundamentais do eletromagnetismo e reforçaram sua relevância para o funcionamento de
dispositivos modernos.

Palavras chaves: Eletromagnetismo, Bobina de Tesla, Circuito LC, Força magnética,


Componentes eletromagnéticos.
SUMÁRIO 3

Sumário
1 Introdução 4

2 Fundamentação Teórica 5
2.1 Campo Elétrico e Magnetismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 Lei de Ampère . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.3 Lei de Ohm e Circuitos Resistivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.4 Associação de Resistores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.5 Leis de Kirchhoff . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.6 Circuitos Oscilantes e Ressonância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.7 Capacitores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.7.1 Carga e Descarga de um Capacitor . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.8 Indutores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

3 Metodologia 21
3.1 Parte I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.1.1 Materiais Utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.2 Parte II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.2.1 Materiais Utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.3 Parte III . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.3.1 Materiais Utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

4 Resultados 23
4.1 Parte I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.2 Parte II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.3 Parte III . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

5 Conclusões 28

6 Referências 29
1 INTRODUÇÃO 4

1 Introdução
Neste experimento, exploramos os fundamentos do eletromagnetismo aplicados a
diferentes configurações e dispositivos, com o objetivo de entender fenomenos magnéticos
e sua relação com correntes elétricas. O estudo foi dividido em quatro partes principais,
cada uma abordando aspectos especı́ficos dos efeitos eletromagnéticos e sua aplicação
prática. Esses tópicos incluem a construção de uma bobina de Tesla, análise de circuitos
oscilantes LC, observação de forças magnéticas em condutores e a aplicação de compo-
nentes eletromagnéticos como transformadores, alto-falantes e relés.
Na primeira parte, investigamos os princı́pios da geração de campos através da
construção de uma bobina de Tesla. O objetivo foi acender uma lâmpada fluorescente
sem contato direto, utilizando os campos gerados pela bobina. Para isso, foram utilizados
materiais simples, como fio elétrico, fonte de tensão e um molde cilı́ndrico, demonstrando
na prática os conceitos de indução eletromagnética e ressonância.
A segunda parte do experimento concentrou-se nos circuitos oscilantes LC, também
conhecidos como circuitos tanque. Esses circuitos operam na frequência de ressonância,
onde a energia oscila entre o capacitor e o indutor. Medimos a resposta do circuito e
observamos o comportamento das oscilações, explorando o impacto de parâmetros como
capacitância e indutância na frequência de ressonância.
Na terceira parte, foi realizada uma análise das forças magnéticas que surgem
quando correntes elétricas passam por condutores. Utilizando fios condutores e uma fonte
de tensão, observamos as interações entre os campos magnéticos gerados, verificando as
forças que surgem devido às correntes paralelas e suas implicações práticas.
Por fim, a quarta parte do experimento abordou o estudo de componentes ele-
tromagnéticos, como transformadores, alto-falantes, relés e disjuntores eletromagnéticos.
Montamos circuitos utilizando esses dispositivos e analisamos como o efeito magnético é
aplicado em sistemas reais, desde a conversão de energia elétrica até a geração de som e
proteção contra sobrecargas.
As medições e observações realizadas ao longo do experimento foram compara-
das com os valores teóricos, permitindo avaliar a precisão dos modelos eletromagnéticos e
compreender os desvios devido a condições reais. Dessa forma, o estudo integrou conceitos
fundamentais do eletromagnetismo e sua aplicação prática, oferecendo uma visão abran-
gente dos fenômenos magnéticos e sua importância em dispositivos e sistemas modernos.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 5

2 Fundamentação Teórica

2.1 Campo Elétrico e Magnetismo

O estudo dos campos elétricos e magnéticos é um dos pilares fundamentais da


fı́sica, sendo a base para a compreensão de inúmeros fenômenos naturais e para o desenvol-
vimento de tecnologias modernas. Esses conceitos estão intimamente ligados, sendo des-
critos de maneira unificada pelo eletromagnetismo, formulado pelas equações de Maxwell
no século XIX.

Campo Elétrico

O campo elétrico é uma região do espaço onde uma carga elétrica experimenta
uma força de origem elétrica. Ele é gerado por cargas elétricas, é descrito pela expressão
(1)


⃗ =F
E (1)
q
⃗ é o campo elétrico, F⃗ é a força elétrica, e q é a carga de prova.
E
A intensidade do campo elétrico criado por uma carga pontual Q em um ponto
localizado a uma distância r é dada pela expressão (2)

ke |Q|
E= (2)
r2
ke é a constante eletrostática, ke ≈ 8, 99 × 109 N·m2 /C2 .
O campo elétrico é uma grandeza vetorial que aponta na direção da força que seria
exercida sobre uma carga positiva colocada em sua presença, gerado por cargas elétricas
estáticas ou em movimento. É visualizado por linhas de campo, que apontam do positivo
para o negativo e cuja densidade indica a intensidade do campo.
Uma aplicação prática do campo elétrico é encontrada nos capacitores, dispo-
sitivos que armazenam energia elétrica ao criar um campo uniforme entre suas placas
condutoras. Capacitores são amplamente utilizados em circuitos eletrônicos e sistemas de
armazenamento de energia.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 6

Figura 1: Funcionamento Interno de um Forno de Micro-ondas.

Magnetismo

O magnetismo, por sua vez, é o fenômeno associado a forças exercidas por cargas
elétricas em movimento. Essas cargas geram campos magnéticos, cuja interação com
outras correntes ou materiais magnéticos resulta nas forças observadas.
⃗ é descrito como uma região onde forças magnéticas
O campo magnético (B)
podem ser detectadas, geralmente em torno de ı́mãs, correntes elétricas ou materiais
magnetizados. Sua intensidade é medida em tesla (T), e as linhas de campo magnético
formam trajetórias fechadas que indicam a direção da força magnética.

Campo Magnético de um Condutor

Quando uma corrente elétrica percorre um condutor, ela cria um campo magnético
ao seu redor. Esse fenômeno pode ser descrito pela Lei de Ampère:

I
⃗ · d⃗l = µ0 I
B (3)

⃗ ·d⃗l é a integral de linha do campo magnético ao longo de um caminho fechado,


H
B
µ0 é a permeabilidade magnética do vácuo (µ0 = 4π ×10−7 T·m/A), I é a corrente elétrica
que atravessa o circuito.
A direção do campo magnético em torno de um condutor é determinada pela
regra da mão direita, quando os dedos da mão direita apontam no sentido da corrente, o
polegar indica a direção das linhas de campo.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 7

Indução Magnética

Outro conceito fundamental no magnetismo é a indução magnética, descrita pela


Lei de Faraday.

dΦB
E =− (4)
dt
⃗ ·A
E é a força eletromotriz (fem) induzida, ΦB = B ⃗ é o fluxo magnético, definido

como o produto do campo magnético pela área perpendicular a ele.


Essa lei estabelece que uma variação no fluxo magnético ao longo do tempo induz
uma corrente elétrica em um circuito. A indução magnética é a base do funcionamento
de geradores e transformadores, dispositivos fundamentais na geração e distribuição de
energia elétrica.

Unificação dos Campos Elétrico e Magnético

Os campos elétrico e magnético estão intimamente relacionados, como descrito pe-


las equações de Maxwell. Eles constituem um único fenômeno, o campo eletromagnético,
que é responsável pela propagação das ondas eletromagnéticas, como luz visı́vel, ondas de
rádio e raios X. As ondas eletromagnéticas são geradas pela oscilação de cargas elétricas,
criando campos elétricos e magnéticos que se propagam perpendicularmente entre si e à
direção de propagação.
Uma das equações mais emblemáticas que relacionam esses campos é a Lei de
Maxwell-Faraday, que descreve como um campo magnético variável no tempo pode
gerar um campo elétrico

I
⃗ · d⃗l = − dΦB
E (5)
dt
Por outro lado, a oscilação de campos elétricos também gera campos magnéticos,
conforme descrito pela Lei de Ampère-Maxwell:

I
⃗ · d⃗l = µ0 ϵ0 dΦE
B (6)
dt
ϵ0 é a permissividade elétrica do vácuo.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 8

2.2 Lei de Ampère

A lei de Ampère é análoga à lei de Gauss para o campo elétrico. Essa lei foi
proposta originalmente por André-Marie Ampère no século XVIII e diz que “a circulação
do campo magnético ao longo de um percurso fechado é igual à permeabilidade magnética
no vácuo vezes a corrente total que atravessa a área envolvida”, dada pela seguinte integral
de linha:

I
B · dl = µ0 I (7)

A Lei de Ampère é particularmente valiosa para situações em que há simetria


suficiente para simplificar o cálculo da integral associada. Exemplos tı́picos incluem a
determinação do campo magnético gerado por um fio condutor longo e retilı́neo, o campo
no interior de um cilindro condutor, o campo produzido por um solenóide linear ou por
um solenóide toroidal, entre outros cenários.
Um solenóide, por sua vez, é formado por um enrolamento helicoidal de fio con-
dutor em torno de uma estrutura cilı́ndrica, com as espiras dispostas de maneira bastante
próxima umas das outras. Todas as espiras transportam a mesma corrente elétrica I, e
o campo magnético resultante, B, em um dado ponto é obtido pela soma vetorial dos
campos magnéticos gerados individualmente por cada espira. No interior do solenóide,
esses campos se combinam, resultando em um campo magnético total que é aproxima-
damente uniforme e constante. Já na região externa ao solenóide, os campos de cada
espira se anulam mutuamente, de modo que o campo magnético externo é praticamente
inexistente.

Figura 2: Campo magnético ao longo do eixo de um solenóide, cujo comprimento é igual


a quatro vezes o seu raio (Halliday; Sears & Zemansky).

Na figura apresentada, o número total de espiras em um comprimento L é repre-


sentado por N . Cada espira atravessa uma única vez a área delimitada pelo retângulo
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 9

abcd. Dessa forma, a corrente total que atravessa essa área pode ser expressa como
IT = N · I, onde I é a corrente em cada espira.
Aplicando a Lei de Ampère, é possı́vel determinar que a magnitude do campo
magnético gerado por um solenóide longo é dada pela expressão:

N
B = µ0 I (8)
L
No contexto apresentado, a constante µ0 representa a permeabilidade magnética
do vácuo, cujo valor é 4π × 10−7 T·m/A. A variável I corresponde à corrente elétrica que
percorre o solenóide, enquanto N indica o número de espiras presentes ao longo de um
determinado comprimento L.
É importante destacar que o campo magnético é uniforme e constante apenas na
região central do solenóide. Nos solenóides reais, que possuem comprimento finito, ocorre o
chamado efeito de borda próximo às extremidades. Nessa região, o campo magnético decai
gradativamente do valor encontrado no interior do solenóide até alcançar praticamente
zero na parte externa. A distribuição do campo magnético ao longo do solenóide, incluindo
as extremidades, é ilustrada na Figura 2. Nesse gráfico, os valores do campo magnético
em diferentes pontos foram normalizados em relação ao valor máximo (B0 ) encontrado
no centro do solenóide. O comprimento efetivo do solenóide pode ser aproximado pela
largura correspondente à meia altura do gráfico, conforme indicado.

Figura 3: Gráfico da razão entre o campo magnético (B) e o campo magnético máximo
(B0) no interior de um solenóide.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 10

2.3 Lei de Ohm e Circuitos Resistivos

Os circuitos resistivos, compostos por resistores, são elementos essenciais na área


da eletricidade. Sua função primordial reside na limitação do fluxo de corrente elétrica,
convertendo parte dessa energia em calor através do efeito Joule (HALLIDAY, 2012)1 . A
resistência elétrica, medida em Ohms (Ω), é uma propriedade intrı́nseca do material do
resistor, podendo variar de acordo com fatores como temperatura e influências externas
(BOYLESTAD, 2012)2 .
A identificação de resistores é facilitada pelo código de cores. As duas primeiras
faixas indicam os dı́gitos iniciais do valor da resistência, a terceira ou quarta faixa revela
o multiplicador (1, 10, 1000), a quinta faixa informa a tolerância (desvio máximo do valor
ideal) e, em alguns casos, uma sexta faixa indica o coeficiente de temperatura (TIPLER,
2009)3 .
Os resistores podem ser conectados de duas maneiras principais: em série ou em
paralelo. Na ligação em série, os resistores se unem como elementos em sequência, com a
corrente fluindo por todos da mesma forma. A resistência total do circuito é a soma das
resistências individuais, criando um obstáculo maior à corrente.
Já na ligação em paralelo, os resistores se assemelham a ramos de um rio, di-
vidindo a corrente entre si. A resistência total do circuito é calculada por uma fórmula
especı́fica, resultando em um valor menor que a menor resistência individual.
As leis de Ohm são ferramentas essenciais para compreender o comportamento
de circuitos resistivos. A Lei de Ohm Fundamental estabelece que a tensão V em um
resistor é diretamente proporcional à corrente I que o atravessa, expressa pela equação
(??).

V =R·I (9)

Materiais que não obedecem à Lei de Ohm são denominados não ôhmicos. A
relação entre a corrente elétrica e a tensão para esses materiais não obedecem a nenhuma
relação especı́fica e sua representação gráfica pode ser qualquer tipo de curva, exceto uma
reta (DESOER, 1979)4 .
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 11

2.4 Associação de Resistores

Resistores em Serie

Na associação em série, os resistores são conectados um após o outro, formando


um único caminho para a corrente elétrica.

Figura 4: Resistores em série.

Calcula-se a resistência equivalente baseado no princı́pio de que a corrente é a


mesma em todos os resistores associados. Assim a resistência equivalente Req de uma
associação série é:

n
X
Req = R1 + R2 + · · · + Rn = Ri (10)
i=1

Resistores em Paralelo

Na associação em paralelo, os resistores são conectados em diferentes ramos, mas


com os terminais em comum.

Figura 5: Resistores em paralelo.

A resistência total pode ser encontrada usando a equação (11).

R1 R2
Req = (11)
R1 + R2

2.5 Leis de Kirchhoff

As Leis de Kirchhoff, propostas pelo fı́sico alemão Gustav Kirchhoff em 1845,


constituem princı́pios fundamentais para a análise de circuitos elétricos. Estas leis são
essenciais para a compreensão e solução de circuitos elétricos complexos e são divididas
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 12

em duas partes: a Lei das Correntes de Kirchhoff (LCK) e a Lei das Tensões de Kirchhoff
(LTK).
Para entender esses termos, é fundamental conhecer os conceitos de nó, malha
e ramo. Um nó é um ponto de junção onde dois ou mais terminais de componentes do
circuito estão conectados. Na Figura 6, pode-se identificar três nós, designados como a, b
e c. Um ramo é o segmento de circuito entre dois nós, ao longo do qual a corrente elétrica
é uniforme. Por fim, uma malha é um circuito fechado, qualquer caminho que retorna ao
ponto de partida sem passar por qualquer nó mais de uma vez.

Figura 6: Nós, ramos e malhas.

A Lei das Correntes de Kirchhoff (LKC), também conhecida como Primeira Lei
de Kirchhoff, postula que a soma algébrica das correntes que entram e saem de um nó (ou
junção) em um circuito é igual a zero (BOYLESTAD, 2012)2 . Matematicamente, esta lei
pode ser expressa pela equação (17).

n
X
Ik = 0 (12)
k=1

Onde Ik representa a corrente que entra ou sai do nó. Este princı́pio deriva
diretamente da conservação da carga elétrica, implicando que a carga não pode acumular-
se em um ponto de junção, mas deve ser conservada ao longo do circuito. Em termos
práticos, a (LKC) é utilizada para estabelecer equações que descrevem a distribuição de
correntes em um circuito.
A Lei das Tensões de Kirchhoff (LKT), ou Segunda Lei de Kirchhoff, afirma que
a soma das diferenças de potencial elétrico (ou tensões) em qualquer malha fechada de
um circuito é igual a zero. Esta lei pode ser formalizada como:
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 13

n
X
Vk = 0 (13)
k=1

Onde Vk representa a tensão ao longo de cada componente na malha. A (LKT)


baseia-se no princı́pio da conservação de energia, que estipula que a energia total fornecida
a uma carga elétrica ao longo de um percurso fechado deve ser zero. Esta lei é empregada
para determinar as tensões em componentes individuais de um circuito e para resolver
sistemas de equações que representam circuitos complexos.
Outro conceito relevante é o de linearidade, que, juntamente com o de recipro-
cidade, é observado em circuitos elétricos. Elementos lineares são aqueles cujas relações
entre abscissa e ordenada formam uma linha reta. Para que um elemento seja considerado
linear, ele deve satisfazer simultaneamente dois princı́pios: superposição e homogeneidade
(SADIKU,1999)5 .
A reciprocidade, por sua vez, é um princı́pio que afirma que a relação entre a
corrente e a tensão em um elemento passivo permanece a mesma, independentemente
da direção da corrente. Em outras palavras, a impedância de um elemento passivo é
idêntica, independentemente da direção em que a corrente passa através dele (ELEMEN-
TOS, 2024)6 .

2.6 Circuitos Oscilantes e Ressonância

Circuitos oscilantes, também conhecidos como circuitos ressonantes ou circuitos


tanque, desempenham um papel fundamental na eletrônica e no estudo de fenômenos
eletromagnéticos. Esses circuitos, compostos essencialmente por um indutor (L) e um
capacitor (C), são capazes de armazenar e trocar energia entre os campos elétrico e
magnético de maneira periódica. A caracterı́stica mais marcante desses sistemas é a
ressonância, que ocorre quando o circuito oscila em sua frequência natural. Neste texto,
serão abordados os fundamentos teóricos, os princı́pios fı́sicos e as aplicações práticas
desses circuitos.
Um circuito oscilante consiste em dois elementos principais:

• Indutor (L): Armazena energia na forma de um campo magnético. Quando uma


corrente elétrica atravessa o indutor, ele gera um campo magnético ao seu redor.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 14

• Capacitor (C): Armazena energia na forma de um campo elétrico. Quando carre-


gado, o capacitor acumula uma diferença de potencial entre suas placas.

Quando esses dois componentes são conectados em um circuito, ocorre um pro-


cesso de transferência cı́clica de energia. Inicialmente, o capacitor descarrega sua energia
elétrica através do indutor, criando uma corrente elétrica que gera um campo magnético.
Assim que o capacitor é completamente descarregado, o indutor começa a liberar a energia
acumulada no campo magnético, recarregando o capacitor, mas com polaridade oposta.
Esse ciclo de transferência de energia resulta em oscilações periódicas no circuito.

Frequência de Ressonância

A frequência natural de oscilação de um circuito LC (também chamada de frequência


de ressonância) é determinada pelas propriedades do capacitor e do indutor. A fórmula
para calcular a frequência de ressonância (f0 ) é dada por:

1
f0 = √ (14)
2π LC
f0 é a frequência de ressonância (em hertz), L é a indutância (em henrys) e C é
a capacitância (em farads).
A frequência de ressonância representa o ponto em que o circuito oscila com
máxima eficiência, minimizando perdas e permitindo a transferência ideal de energia entre
os dois componentes.

Ressonância em Circuitos Oscilantes

A ressonância ocorre quando o circuito LC é excitado por uma fonte de corrente


alternada cuja frequência coincide com sua frequência natural de oscilação. Nesse ponto,
uma série de fenômenos notáveis acontece:

1. Impedância Mı́nima em Circuitos Paralelos: A impedância total do circuito


atinge seu valor mı́nimo em um circuito LC paralelo, permitindo a máxima cir-
culação de corrente dentro do circuito.

2. Impedância Máxima em Circuitos Série: Em circuitos LC série, a impedância


é máxima no ponto de ressonância, o que faz com que a corrente seja minimizada
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 15

para uma tensão aplicada constante.

3. Transferência Máxima de Energia: Na ressonância, a troca de energia entre o


capacitor e o indutor é máxima e ocorre com a menor dissipação de energia possı́vel.

Oscilações no Circuito LC

No circuito LC ideal (sem resistência), as oscilações são perpetuamente susten-


tadas devido à ausência de dissipação de energia. No entanto, em um circuito real, a
resistência elétrica (R) dos condutores e outros elementos causa perdas de energia na
forma de calor, resultando em oscilações amortecidas.
No caso de um circuito RLC (com resistência), a energia do sistema decai com o
tempo, e a amplitude das oscilações diminui gradualmente. A taxa de amortecimento é
determinada pelo fator de qualidade (Q) do circuito:

ω0 L
Q= (15)
R
ω0 é a frequência angular de ressonância (ω0 = 2πf0 ),L é a indutância e R é a
resistência.
Quanto maior o fator Q, menor o amortecimento e mais ”pura”será a oscilação
do circuito.

2.7 Capacitores

Um capacitor é composto por duas placas condutoras separadas por um material


isolante, conhecido como dielétrico. Quando uma tensão é aplicada às placas, um campo
elétrico é criado, resultando em um acúmulo de carga elétrica em cada placa. A quantidade
de carga ’Q’ armazenada é proporcional à tensão ’V’ aplicada, conforme a relação:

Q=C ·V (16)

onde ’C’ é a capacitância do capacitor, medida em farads (F). A capacitância


é uma medida da capacidade do capacitor de armazenar carga. Capacitores com uma
maior área de placa ou um dielétrico de maior constante dielétrica geralmente têm uma
capacitância maior.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 16

2.7.1 Carga e Descarga de um Capacitor

Os circuitos RL e RC podem ser influenciados por fontes de tensão ou corrente.


Quando esses circuitos são alimentados por tais fontes, diz-se que estão em carregamento;
na ausência delas, estão em descarregamento. Eles são descritos por equações diferenci-
ais de primeira ordem devido à presença de elementos armazenadores de energia, como
capacitores ou indutores. Existem maneiras de excitar esses circuitos de primeira ordem.
Inicialmente, vamos considerar que queremos carregar o capacitor. Esta situação
está ilustrada na Figura 1 (Carga). Neste caso, temos duas situações:

Figura 7: Circuitos de carga e descarga do capacitor.

Na primeira situação, com a Chave S1 aberta, o capacitor deve estar completa-


mente descarregado, ou seja, a tensão em seus terminais é zero (VC = 0) e a corrente que
flui pelo circuito também é zero (IC = 0), uma vez que S1 está aberta.
Na segunda situação, no exato momento em que a chave S1 é fechada, a tensão
em cima do capacitor permanecerá em zero, fazendo com que toda a tensão da fonte
seja aplicada ao resistor R. Logo, neste momento, teremos a situação de corrente máxima
durante a carga, e seu valor será dado por:

V
IC,M AX = (17)
R
Outro caso especı́fico ocorre quando o tempo tende a infinito, ou seja, quando o
circuito permanece ligado por muito tempo. Neste caso, o valor da tensão no capacitor
tende a se igualar com a tensão da fonte de alimentação. É comum considerar que o
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 17

capacitor está completamente carregado, quando o tempo que o circuito está ligado é
maior ou igual a 10 vezes a constante de tempo. essa afirmação se prova através das
seguintes equações.

V
Vc = V − V · e−10RC/RC = V − V · e−10 = V − (18)
e10

V
Vc = V − ; V − 0; V (19)
22020
Quando o circuito chega nessa situação, dizemos que o capacitor está carregado
(VC,M AX = V) e que a corrente que flui pelo circuito é zero (IC = 0). Uma vez que não
há tensão sobre o resistor, pois toda a tensão de alimentação está aplicada ao capacitor.

Figura 8: Gráfico de carga e descarga do capacitor.

Tipos de Capacitores

Existem diversos tipos de capacitores, cada um com caracterı́sticas e aplicações


especı́ficas, sendo dois tipos mais utilizados:

• Capacitores de Cerâmica: Comuns em aplicações de alta frequência, são peque-


nos, baratos e têm uma capacitância estável.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 18

Figura 9: Capacitor Cerâmico.

• Capacitores Eletrolı́ticos: Utilizados em aplicações de filtragem e armazena-


mento de energia, possuem uma alta capacitância, mas são polarizados, o que sig-
nifica que têm um terminal positivo e um negativo.

Figura 10: Capacitor Eletrolı́tico.

2.8 Indutores

Os indutores são componentes eletrônicos fundamentais que desempenham um


papel crucial em circuitos elétricos e eletrônicos. Eles são dispositivos projetados para
armazenar energia em um campo magnético quando uma corrente elétrica passa através
de suas espiras. O funcionamento dos indutores está intrinsecamente ligado às leis do
eletromagnetismo, especialmente à Lei de Faraday e à Lei de Lenz, que governam o
comportamento dos campos magnéticos em relação à variação da corrente elétrica.

Estrutura e Funcionamento

Um indutor consiste, basicamente, em um fio condutor enrolado em forma de


bobina, que pode ser construı́do ao redor de um núcleo de material magnético, como
ferro ou ferrite, ou de um núcleo de ar. Quando uma corrente elétrica flui através das
espiras do indutor, é gerado um campo magnético ao seu redor. Este campo magnético
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 19

é proporcional à corrente que circula pelo indutor, e a energia é armazenada no campo


magnético sob a forma de densidade de fluxo.
A relação fundamental que define o comportamento de um indutor é:

dI
V =L (20)
dt
dI
V é a tensão induzida no indutor, L é a indutância, medida em henrys (H) e dt

é a taxa de variação da corrente no tempo.


Esse comportamento demonstra que o indutor se opõe a variações na corrente
elétrica, caracterı́stica que o torna útil em diversas aplicações.

Indutância e Fatores Determinantes

A indutância é a propriedade de um indutor que determina sua capacidade de


armazenar energia magnética em relação à corrente elétrica. Sua magnitude depende de
vários fatores, como:

• Número de Espiras (N ): Quanto maior o número de espiras, maior a indutância.

• Área da Secção Transversal (A): Um núcleo com maior área proporciona maior
capacidade de armazenar fluxo magnético.

• Comprimento do Indutor (l): A indutância é inversamente proporcional ao


comprimento da bobina.

• Tipo de Núcleo: Materiais com alta permeabilidade magnética, como ferrite,


aumentam significativamente a indutância.

Figura 11: Indutor.


2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 20

A fórmula para a indutância de uma bobina ideal é:

N 2A
L=µ (21)
l
L é a indutância, µ é a permeabilidade magnética do material do núcleo, N é o
número de espiras, A é a área da secção transversal e l é o comprimento do indutor.

Propriedades dos Indutores

Os indutores possuem propriedades distintas que os diferenciam de outros com-


ponentes passivos, como os resistores e capacitores:

1. Armazenamento de Energia: Indutores armazenam energia na forma de campo


magnético. A energia total armazenada é dada por:

1
E = LI 2 (22)
2

Onde E é a energia armazenada, L é a indutância e I é a corrente.

2. Reatância Indutiva: Em circuitos de corrente alternada (CA), os indutores apre-


sentam uma resistência aparente chamada reatância indutiva (XL ), que é dada por:

XL = 2πf L (23)

Onde f é a frequência da corrente alternada. Isso implica que a oposição do indutor


à corrente aumenta com a frequência.

3. Filtro Natural: Indutores tendem a bloquear sinais de alta frequência enquanto


permitem a passagem de sinais de baixa frequência, caracterı́stica útil em filtros
eletrônicos.
3 METODOLOGIA 21

3 Metodologia

3.1 Parte I

Este experimento envolveu a construção de uma bobina de Tesla usando materiais


comuns, com o objetivo de acender uma pequena lâmpada fluorescente por meio dos efeitos
eletromagnéticos gerados pela bobina.

3.1.1 Materiais Utilizados

• Fio isolado eletricamente;

• Base para montagem;

• Elemento cilı́ndrico para servir de molde para a bobina a ser produzida;

• Fonte de tensão;

• Lâmpada fluorescente.

3.2 Parte II

Um Circuito LC (circuito tanque) foi montado, é, basicamente, um circuito com-


posto por um indutor (L) e um capacitor (C) ligados em paralelo. Esse circuito é usado
em diversas aplicações, como em transmissores de rádio, geradores de sinais e sistemas de
RF (radiofrequência). A oscilação ocorre porque a energia armazenada no campo elétrico
do capacitor é transferida para o campo magnético do indutor, e vice-versa, criando um
ciclo contı́nuo. A montagem foi feita conforme a Figura 12.

Figura 12: Circuito LC (tanque).


3 METODOLOGIA 22

3.2.1 Materiais Utilizados

• Capacitor;

• Indutor;

• Fonte de tensão;

• Protoboard.

3.3 Parte III

Esse experimento consiste em observar a força magnética causada por uma cor-
rente que trafega por um condutor, conforme a Figura 16. Deve ser analisado o compor-
tamento desses fios elétricos quando colocados em paralelo com uma certa distância os
separando.

Figura 13: Força magnética sobre um conduntor conduzido por corrente elétrica.

3.3.1 Materiais Utilizados

• Fio elétrico (jumpers);

• Fonte de tensão;

• Resistor 1 kΩ;

• Protoboard;

• Fios para ligação;


4 RESULTADOS 23

4 Resultados
Nesta seção, são detalhados os resultados obtidos a partir da realização dos ex-
perimentos, fornecendo uma análise minuciosa e explicativa de cada etapa.

4.1 Parte I

Após a conclusão da montagem, os testes realizados com a Bobina de Tesla apre-


sentaram resultados positivos, confirmando o funcionamento esperado do dispositivo. A
estrutura foi construı́da sobre uma base de MDF de 15 cm x 10 cm e 9 mm de espessura,
utilizando os seguintes componentes principais:

• Cano de PVC (16,8 cm) para suporte da bobina secundária;

• Transistor TIP31C, responsável pelo controle da corrente;

• Dissipador de calor (2,8 cm x 1,2 cm), acoplado ao transistor;

• Resistor de 100 kΩ, para limitar a corrente;

• Fio esmaltado vermelho (0,5 mm) para a bobina primária e secundária;

• Fio rı́gido de cobre (6 mm) como terminal superior da bobina secundária.

A bobina secundária foi construı́da com aproximadamente 600 espiras de fio


esmaltado vermelho de 0,5 mm, enroladas uniformemente no cano de PVC. A bobina
primária foi formada por 5 espiras do mesmo fio esmaltado, posicionadas na base do
cano, garantindo o acoplamento magnético necessário com a bobina secundária.
Durante os testes, a alimentação foi fornecida de maneira progressiva, e os se-
guintes resultados foram observados:

1. Geração de descargas elétricas: A bobina de Tesla conseguiu produzir descargas


visı́veis no terminal superior da bobina secundária, demonstrando o funcionamento
adequado do circuito.

2. Acendimento de uma lâmpada fluorescente: Ao aproximar uma lâmpada


fluorescente do terminal superior da bobina, foi possı́vel acendê-la sem conexão
direta, evidenciando a transmissão de energia sem fio através do campo elétrico
gerado.
4 RESULTADOS 24

3. Estabilidade do circuito: O dissipador de calor acoplado ao transistor TIP31C


foi eficiente para evitar superaquecimento, garantindo o funcionamento contı́nuo
durante os testes.

4. Eficiência do acoplamento magnético: O projeto da bobina permitiu um bom


acoplamento entre as bobinas primária e secundária, resultando na transferência
eficiente de energia e na geração do campo elétrico necessário.

Esses resultados confirmaram a eficácia do projeto, atingindo os objetivos do


experimento. A Bobina de Tesla demonstrou sua capacidade de gerar campos elétricos
de alta frequência e transferir energia sem fio de forma visı́vel e prática, evidenciada pelo
acendimento da lâmpada fluorescente.

Figura 14: Funcionamento da Bobina de Tesla.

Os resultados alcançados reforçam a importância de um bom planejamento na


construção das bobinas e na escolha dos componentes. A montagem foi funcional e re-
produziu os efeitos caracterı́sticos de uma Bobina de Tesla em escala reduzida, atingindo
as expectativas do experimento.

4.2 Parte II

Nesta parte do trabalho montamos um cicuito LC (circuito tanque), de acordo


com a Figura 12. Esse tipo de circuito é amplamente utilizado como parte de outros
sistemas. Isoladamente, ele tem um propósito mais didático, permitindo compreender seu
funcionamento. Um exemplo prático de aplicação é na sintonia de frequências de rádio,
4 RESULTADOS 25

onde ele atua como um filtro passa-faixa, permitindo a passagem apenas da frequência
desejada.
Alguns cálculos foram realizados para saber qual a frequência de ressonância do
circuito:

Figura 15: Cálculo da frequência de ressonância e reatâncias do crcuito

Para um capacitor de (100pF) e um indutor de 200µH a frequência de ressonância


calculada foi de 1.125kHz. Nessa frequência, plotamos o gráfico a seguir:

Figura 16: Gráfico da impedância em função da frequência.

A partir do gráfico, observa-se que a resistência à passagem da corrente alter-


nada atinge seu valor máximo, indicando que, para essa frequência especı́fica, a reatância
indutiva e a reatância capacitiva são iguais.
4 RESULTADOS 26

4.3 Parte III

Para essa etapa, realizamos a montagem de um esquema de forma que os fios


ficassem em paralelo, eles estavam presos ao protoboard de maneira que ainda pudesse
se movimentar caso fossem sujeitos a uma força produzida pelo campo magnético que
surgiria em torno dos condutores, conforme a Figura 17.

Figura 17: Montagem do sistema para manter os fios percorridos por corrente em paralelo.

Sabe-se que quando um condutor é percorrido por uma corrente é gerado um


campo magnético, nesse caso, o sentido do campo pode ser obtido pela regra da mão
direita. Além disso, quando dois objetos com cargas se movimentam em um campo
magnético, ou quando há interação entre objetos com propriedades magnéticas uma força
magnética surge. Para determinar a força magnética, também faz o uso da regra da mão
direita, conforme a Figura 18

Figura 18: Regra da mão direita para força magnética.


4 RESULTADOS 27

Nesse caso, quando as corrente nos condutores se movem no mesmo sentido, a


força é de atração, caso contrário, há uma repulsão.
O objetivo deste experimento era analisar o comportamento dos fios, verificando
se haveria atração ou repulsão entre eles devido à força magnética que um exerceria sobre o
outro. Inicialmente, os fios estavam isolados, sem as extremidades decapadas. Aplicamos
neles uma tensão com polaridade invertida, ajustando-a gradativamente para observar
alguma interação, mas não notamos nenhum efeito significativo. Para tentar identificar
algum comportamento, decapamos os fios e os aproximamos, reduzindo a distância entre
eles e, consequentemente, aumentando a intensidade do campo magnético.
Concluı́mos que alguns fatores podem ter influenciado negativamente na análise.
A corrente suportada pelos fios era muito baixa, o que provavelmente resultou em uma
interação magnética mı́nima, insuficiente para ser detectada. Além disso, o fato de os
jumpers estarem fixos ao protoboard, apesar de possuı́rem alguma mobilidade, pode ter
limitado o deslocamento necessário para evidenciar a força magnética.
5 CONCLUSÕES 28

5 Conclusões
A partir da realização deste experimento, foi possı́vel aprofundar a compreensão
sobre os fenômenos eletromagnéticos e suas aplicações práticas, especialmente nas in-
terações entre correntes elétricas e campos magnéticos. O estudo, que envolveu a cons-
trução de uma bobina de Tesla, a análise de circuitos oscilantes LC, as forças magnéticas
em condutores e a aplicação de componentes eletromagnéticos, proporcionou uma visão
mais clara das diferenças entre os comportamentos teóricos e práticos desses sistemas,
considerando variáveis como resistência interna, indutância, capacitância e caracterı́sticas
fı́sicas dos componentes.
Durante o experimento, a montagem da bobina de Tesla foi fundamental para ob-
servar a indução eletromagnética e a ressonância, evidenciando a importância dos campos
magnéticos gerados pela corrente elétrica. A comparação entre o comportamento teórico
e os resultados experimentais mostrou a influência das condições reais, como a precisão
dos componentes e a configuração do circuito, nos desvios observados. A aplicação de
osciloscópios e outros instrumentos de medição foi essencial para analisar as oscilações no
circuito LC, permitindo a comparação com a teoria e revelando as limitações práticas em
relação aos modelos ideais.
A análise das forças magnéticas entre condutores com corrente elétrica confir-
mou o comportamento esperado, porém também evidenciou o impacto das caracterı́sticas
fı́sicas dos condutores e das conexões nos resultados obtidos. A interação entre os cam-
pos magnéticos gerados pelos condutores foi visı́vel e permitiu-nos entender melhor os
fenômenos de atração e repulsão, mas também destacou a necessidade de ajustes nas
condições experimentais para melhorar a precisão das observações.
Além disso, o estudo de componentes eletromagnéticos, como transformadores e
alto-falantes, demonstrou a aplicabilidade dos conceitos teóricos em sistemas reais, como
a conversão de energia elétrica e a geração de som. A comparação entre os resultados ex-
perimentais e teóricos foi crucial para identificar os fatores que influenciam o desempenho
desses componentes em um contexto prático.
O experimento reforçou a importância da calibração e precisão dos instrumentos
utilizados, destacando como as incertezas e variáveis externas podem afetar os resultados.
A análise das forças magnéticas e das oscilações em circuitos LC contribuiu para consolidar
o entendimento sobre a relação entre teoria e prática.
6 REFERÊNCIAS 29

6 Referências
1. HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos
de fı́sica. Tradução de Ronaldo Sérgio de Biasi. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012.

2. SEARS, F.; YOUNG, H. D.; ZEMANSKY, M.W. Fı́sica III Eletromag-


netismo. 12. ed., São Paulo: PEARSON, 2008.

3. TIPLER, Paul Allen; MOSCA, Gene. Fı́sica para cientistas e engenhei-


ros: eletricidade e magnetismo, óptica. Tradução de Naira Maria Balzaretti.
6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.

4. DESOER, Charles A L.; KUH, Ernest S.; Teoria Básica de Circuitos,


1979.

5. SADIKU, Matthew N.; Fundamentos de Circuitos Elétricos, 1999.

6. ELEMENTOS DE CIRCUITOS. Disponı́vel em: http://www.eletrica.ufpr.


br/thelma/Capitulo2.pdf. Universidade Federal do Paraná. Acesso em: 9 mai.
2024.

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