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Morte Encefalica

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MORTE ENCEFÁLICA

Lívia Cristina Maia e Silva - 3° Período


Definição

Morte Encefálica
É determinada sempre por uma catástrofe na parte central do sistema
nervoso, acometida por um insulto que causa dano irreversível. As
alterações fisiopatológicas quese sucedem não são completamente
conhecidas.
Seja qual for o mecanismo considerado, em última
instância ocorre um processo de elevação da pressão
intracraniana (PIC) e de falência dos mecanismos de
manutenção da perfusão adequada.
Fisiopatologia
Predomínio do sistema Modificações histopatológicas cardíacas,
nervoso parassimpático, que se lesões nos tecidos de condução e
caracteriza por uma marcada bradicardia microinfartos. É comum a presença do reflexo
de Cushing (hipertensão com bradicardia e
bradipneia)

À medida que a deterioração da


Rápido incremento das catecolaminas
função encefálica progride, a situação
circulantes, liberação adrenal e
hemodinâmica se torna instável
intensa atividade simpática cardiovascular
concomitantemente.

Perda do tono vasomotor com


Aumento da resistência vascular sistêmica
hipotensão grave (por choque
(por vasoconstrição periférica) e da pressão
neurogênico) e progressiva má-
arterial em um mecanismo compensatório da
perfusão, desencadeando os
elevação da PIC.
processos de morte celular
DeTERMINÇÃO DA MORTE ENCEFÁLICA
Orientação fornecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) é
didaticamente, a determinação da ME será dividida nas seguintes
fases:

Fase preparatória: Fase de exame:


Otimização do paciente;
a Identificar a causa da morte;
a Pré-oxigenação;
a Afastar diagnósticos conflitantes.
a Exame neurológico inicial: a tríade coma,
arreflexia e apneia;
a Repetição dos itens anteriores dessa fase
Fase de exame documental: após intervalo adequado
Preenchimento dos formulários;
o Comunicação à família do resultado;
o Comunicação aos órgãos de saúde
responsáveis.
O CFM destaca no seu
hipotermia protocolo duas
situações:

uso recente de
medicamentos
Hipotermia
A temperatura varia diferentes graus , sendo próxima da faixa normal até de índices em que
ocorrem picos de hipertermia.
A causa fundamental é a destruição dos centros termorreguladores do hipotálamo.
Outros fatores adicionais são a hipotonia muscular, a vasoplegia intensa e a significativa
diminuição do metabolismo celular.
Produz efeitos deletérios sobre o funcionamento normal do organismo - alterações do ritmo
cardíaco, atraso de condução do nó sinusal, bradicardia progressiva e piora da contração
miocárdica, prolongando a hipotensão e diminuindo o desempenho cardíaco.
Função renal se altera e diminui a capacidade de manter gradientes de concentração
adequados,
Ocorrem distúrbios de coagulação, distúrbios eletrolíticos,
Atraso generalizado da atividade enzimática, hiperglicemia e cetose leve.
Hipotermia

Todas as alterações supracitadas desaparecem


com reaquecimento e manutenção da
temperatura acima de 35°C.

Para o diagnóstico adequado de ME, o paciente não


deve estar em hipotermia profunda, visto que esta
última prejudica a realização adequada do exame
neurológico. Assim, recomenda-se aquecimento do
paciente de até 35°C para a continuação da avaliação
da ME.
USO DE MEDICAMENTOS
Os efeitos de muitos agentes sedativos e anestésicos podem
mimetizar ME.
Doses elevadas dessas drogas pode causar perda parcial dos reflexos
de tronco cerebral.
Ideal não deve haver mais circulação sistêmica de drogas
anestésicas ou sedativas para uma adequada avaliação de ME.
Na prática essa abordagem é usualmente inviável, assim como
mensurar a concentração circulante da medicação para confirmar
que ela não está mais presente.
USO DE MEDICAMENTOS

Avaliar a presença da droga por sua meia-vida.


Doses elevadas dessas drogas pode causar perda parcial dos reflexos
de tronco cerebral.
Pacientes críticos já em uso de sedação contínua por hipertensão
intracraniana, recomenda-se a suspensão da sedação/analgesia e
observação do paciente por pelo menos 24 horas para realização da
avaliação de ME.
Afastar outras variáveis de confusão
A PREPARAÇãO DO CASO
Uma vez estipulado que o coma do paciente se deve a uma causa
definida e afastados os diagnósticos diferenciais, é necessária a
preparação do caso.

Duas avaliações clínicas são necessárias para 7 dias a 2 meses incompletos - intervalo de
a caracterização da ME e devem ser realizadas 48 horas;
nas respectivas faixas etárias 2 meses a 1 ano incompleto - intervalo de 24
horas;
1 ano a 2 anos incompletos - intervalo de 12
horas;
Essas avaliações devem ser feitas por Acima de 2 anos - intervalo de 6 horas
médicos diferentes, os quais não podem
pertencer às equipes de retirada ou de
transplantes. Sendo um, obrigatoriamente,
Neurologista ou Neurocirurgião.
Pré-oxigenação
O potencial doador deve estar ventilando com suporte
mecânico durante toda a sua avaliação, exceto durante a
prova da apneia.
Hiperoxigenação antes da realização da prova de apneia, mas
sem hiperpneia.
Os valores de PaO 2 devem estar em tomo de 200 mmHg e de
PaC02 entre 35 e 40 nunHg durante a realização da prova
clinica.
A realização de pré-oxigenação está associada a uma
redução da incidência de complicações durante a prova de
apneia de 50 para 15%, quando realizada de forma adequada.
exame neurológico
O exame neurológico tem como base uma
tríade: o coma, a ausência de reflexos Escore final na escala de coma de Glasgow
supraespinhais e a hiperpneia frente à de 3 pontos, ou seja, nenhuma abertura
hipercarbia. ocular e nenhuma resposta verbal ou motora.

todos os reflexos de tronco encefálico devem ser


Para o diagnóstico de ME, interessa avaliados: reflexo fotomotor, reflexo corneopalpebral,
exclusivamente a reatividade supraespinal reflexo oculocefálico, reflexo de tosse, reflexo
vestibulo-ocular (prova calórica) e reflexo de tosse ou
de engasgo.

O estimulo do paciente não apenas nos Hipercarbia - Deve-se hiperoxigenar o paciente.


membros, mas também na face, evitando-se Desconectar o ventilador e inserir uma sonda .
erro diagnóstico nos indivíduos com lesões garantindo sua oxigenação durante o exame.
medulares altas. Devem ser observados o tórax e o abdome .
EXAME COMPLEMENTAR
Obrigatório no Brasil, um exame ''complementar': que deve
demonstrar de forma inequívoca a ausência de circulação sanguínea
intracraniana, atividade elétrica ou atividade metabólica cerebral.

Angiografia cerebral, a tomografia por emissão de fóton único (SPECT), a cintilografia isotópica, o
eletroencefalograma (EEC), o Doppler transcraniano, a tomografia por emissão de pósitrons (PET) e a
tomografia computadorizada por xenônio

Um dos exames mais utilizados para o diagnóstico de ME é o EEG. Há casos descritos de resultados falso-
positivos de ME diagnosticados por EEG, pode ocorrer possibilidade de omissão de potenciais de estruturas
subcorticais, como tálamo ou tronco cerebral, pelo o EEG. Além disso, o exame é vulnerável a condições de
confusão, como sedação profunda, hipotermia ou distúrbios metabólicos.

Os exames que avaliam o fluxo sanguíneo cerebral buscando a ausência total de fluxo: Doppler transcraniano
e a arteriografia cerebral.
Vantagem: hipotermia e distúrbios metabólicos são menos capazes de induzir alterações nos seus resultados.
Desvantagem: distúrbios hemodinâmicos graves podecausar resultados de acurácia duvidosa.
PROCEDIMENTOS MEDICO-LEGAIS
todos os exames realizados devem ser
registrados no prontuário do paciente e o A abordagem quanto ao prognóstico,
termo de declaração de ME deve ser diagnóstico e evolução do caso deve ficar a
preenchido e assinado pelos médicos cargo da equipe responsável por ele.
que participaram do processo diagnóstico

comunicar aos órgãos de saúde responsáveis A comunicação e abordagem quanto à doação ficam
pelo processo de doação de órgãos e também a cargo dos elementos das Organizações de Procura
aos familiares do paciente. de Órgãos ou das Centrais de Transplantes
( conforme o estado).

A hora do óbito é assinalada como a hora em


que se completou todo o processo de
determinação de ME, conforme o parecer do
CFM.
CUIDADOS COM O POTENCIAL
DOADOR

Período entre a ocorrência de


O uso de estratégias
morte cerebral e a retirada dos
Principais cuidados com o padronizadas de
órgãos do doador é
doador diz respeito à tratamento tem
caracterizado pela
presença de infecções demonstrado eficácia na
instabilidade progressiva das
manutenção da
condições clínicas .
estabilidade dos doadores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEVEDO, Luciano César Pontes de et al. Medicina


intensiva: abordagem prática. 2018.
OBRIGADA

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