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Projeto Integrador Transdisciplinar em Biomedicina

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Projeto I ntegrador Transdisciplinar em Biomedicina

(11) 9 1467-6527

(11) 9 1467-6527

Olá, estudante! Somos a Colaborar Educacional e podemos te ajudar nessa atividade!

Conteudista: Prof.ª Dra. Niara da Silva Medeiros


Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco

Material Teórico

Material Complementar

DESAFIO

Situação-Problema 1

Situação-Problema 2

Situação-Problema 3

Problema em Foco

ATIVIDADE

Atividade de Entrega

REFERÊNCIAS

Referências
1/8

Material Teórico

Olá, estudante!

Vamos iniciar a disciplina abordando os conceitos necessários para que você possa realizar a
atividade através das situações-problema mais à frente.

Atenção, estudante! Aqui, reforçamos o acesso ao conteúdo online para que você assista à videoaula.
Será muito importante para o entendimento do conteúdo.
Introdução
As análises clínicas correspondem à base do profissional biomédico, pois mesmo que você, após formado(a), siga outra área de atuação, necessitará de
conceitos básicos das análises clínicas para exercê-la. Portanto, é importante se aprofundar para que consiga realizar as relações necessárias e
solucionar os casos que surgirem no seu dia a dia.

Análises Clínicas
As análises clínicas compreendem uma variedade de exames que têm como objetivo avaliar o estado de saúde de um paciente ou investigar
determinada doença.

Figura 1 – Representação de um Laboratório de Análises Clínica


Fonte: Getty Images

As amostras biológicas utilizadas dependem do exame solicitado pelo médico, mas pode-se utilizar urina, sangue, saliva, fezes, esperma, biopsias,
fragmentos de tecidos, raspados de pele, pelos, líquor, líquido pleural, líquido sinovial, entre outras amostras.

Cada amostra biológica, dependendo do exame solicitado, seguirá para um setor específico dentro do laboratório, podendo ser bioquímica,
hematologia, imunologia, uroanálise, microbiologia e parasitologia. A seguir veremos o papel de cada setor, os exames realizados e os respectivos
objetivos.

Bioquímica
Este setor compreende exames que têm por finalidade avaliar o funcionamento dos processos metabólicos do organismo. Como amostra biológica é
utilizado principalmente o soro e para determinados exames pode ser utilizado o plasma.
Figura 2 – Equipamento de Bioquímica
Fonte: Getty Images

Glicemia e Perfil Lipídico


A dosagem de glicose plasmática é utilizada no diagnóstico e monitoramento de Diabetes Mellitus (DM) e diagnóstico de hipoglicemia. Para o
diagnóstico de DM o paciente deverá apresentar valores maiores ou iguais a 126 mg/dL em duas ocasiões: após jejum de pelo menos 8 horas ou
em qualquer momento maior; ou igual a 200 mg/dL, com sintomas de hiperglicemia. Em jejum, valores menores ou iguais a 100 mg/dL são
considerados normais e valores entre 100 e 126 mg/dL são classificados como glicose de jejum alterada.

O principal interferente da medida de glicose plasmática é a não separação do plasma das células sanguíneas (dosagem em sangue total), o que
acarreta diminuição progressiva dos seus níveis (de 3 a 5% por hora em temperatura ambiente). O uso de tubos com fluoreto de sódio previne
esse processo. Quando esses tubos não estão disponíveis, a amostra deve ser centrifugada 30 minutos após a coleta e armazenada a -4º C.

Já o perfil lipídico, segundo a V diretriz brasileira sobre lipidemias, define o perfil lipídico como o conjunto das determinações de colesterol Total (CT),
colesterol HDL, colesterol LDL e triglicérides. Vejamos a definição e interpretação de cada um destes exames:

Colesterol Total (CT): compreende todas as formas de colesterol encontradas nas lipoproteínas, sendo um lipídeo essencial na
produção de hormônios esteroides e de ácidos biliares e na constituição das membranas celulares. É sintetizado principalmente
pelo fígado, sendo que 25% advêm da dieta. Normalmente, de 60 a 80% do colesterol está esterificado, sendo de 50 a 75%
transportado pelas lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e 15 a 40% transportado pelas lipoproteínas de alta densidade (HDL).

Os níveis de colesterol são determinados pelo metabolismo lipídico, que é influenciado por fatores hereditários, dieta e função
hepática, renal, tiroidiana e demais funções endócrinas. Sua dosagem é utilizada para avaliar o risco de doença aterosclerótica,
como rastreamento para hiperlipidemias e para monitorar tratamento. Está aumentado nos seguintes distúrbios primários:
hipercolesterolemia poligênica/familiar, hiperlipidemia combinada familiar e disbetalipoproteinemia familiar.
É elevado como distúrbio secundário a hipotiroidismo, DM não controlada, síndrome nefrótica, obstrução biliar, anorexia nervosa,
carcinoma hepatocelular, porfiria intermitente aguda e síndrome de Cushing.

A sua dosagem está diminuída em distúrbios hepáticos severos, hipertireoidismo, desnutrição, queimaduras extensas,
abetalipoproteinemia, doenças familiares de Gaucher e de Tangier;

Colesterol HDL – lipoproteína de alta densidade: classe de partículas séricas que contêm lipídeos e proteínas, incluindo ésteres
de colesterol e colesterol livre, triglicérides, fosfolipídeos e apolipoproteínas A, C, E.

É usado como preditor para aterosclerose coronariana, avaliação de risco de Doença Arterial Coronariana (DAC) e para diagnóstico
de lipoproteinemias. Cerca de 20% do CT estão na forma de HDL. Valores abaixo do normal são inversamente relacionados ao
risco de DAC. É considerado fator de risco independentemente de CT e LDL. Seus valores dependem do sexo e da idade;

Colesterol LDL – lipoproteína de baixa densidade: é a maior lipoproteína de transporte de colesterol. Na sua forma oxidada, é
englobada por macrófagos, formando as células espumosas precursoras das placas ateroscleróticas.

LDL é usado para avaliar risco e decidir sobre tratamento preventivo na DAC. Tem melhor correlação com risco de aterosclerose
do que o CT. É igualmente considerado fator de risco para demência em casos de Acidente Vascular Encefálico (AVE).

É medido por ultracentrifugação e, mais recentemente, em análise de rotina após separação de anticorpos do HDL e lipoproteína de
considerável baixa densidade – do inglês Very Low Density Lipoprotein (VLDL). Pode ser estimado pela fórmula de Friedwald;

Triglicerídeos: são moléculas compostas de uma molécula de glicerol com três moléculas de ácidos graxos, que podem ser
saturados ou insaturados. Têm como função permitir ao organismo a estocagem de moléculas com longas cadeias de carbono,
úteis em processos de formação de energia em estados de jejum prolongado.

As concentrações séricas de TGC devem ser avaliadas, levando-se em consideração que os seus níveis são extremamente variáveis,
sendo que determinações separadas por 1 ou 2 dias podem resultar muito diferentes. Portanto, valores elevados devem ser
confirmados em ocasiões posteriores.

Os níveis de triglicérides não são normalmente encarados como fatores independentes de risco para DAC, sendo utilizados para o
diagnóstico de hiperlipidemias.

Existem controvérsias sobre a sua associação independente como fator de risco para DAC ou aterosclerose. Seus níveis são
inversamente relacionados aos níveis de HDL.

Função Renal
A função renal pode ser avaliada com as amostras de urina e de soro, de modo que abordaremos a dosagem de creatinina e ureia no soro.

Creatinina é o produto catabólico da fosfato-creatinina, a qual utilizada na contração muscular. Sua dosagem é utilizada para avaliar a função renal e
estimar a filtração glomerular, pois a sua excreção é realizada pelos rins, principalmente por filtração glomerular. Consiste em um marcador sensível
de função renal, sendo um exame importante na insuficiência renal.

Em geral, uma duplicação dos valores de creatinina indica perda de 50% da função renal. Valores aumentados são encontrados em diminuição da
função renal, obstrução do trato urinário, diminuição do aporte sanguíneo renal, desidratação/choque, intoxicação com metanol, doenças musculares
(rabdomiólise, gigantismo, acromegalia). Valores diminuídos ocorrem por perda de massa muscular, debilitação e gravidez.

Ureia consiste no produto da degradação dos compostos nitrogenados do metabolismo proteico sintetizado no fígado a partir da amônia e de vários
aminoácidos. A ureia é excretada fundamentalmente pelos rins e, por isso, é um bom indicador da função renal.
A elevação dos níveis de ureia é também chamada de azotemia. No entanto, a elevação dos níveis de ureia não é específica de doença renal
intrínseca. A elevação pode ocorrer pela quantidade excessiva de ureia que chega aos rins; em virtude de diminuição do fluxo sanguíneo renal, que
impede a adequada filtração glomerular; de uma doença renal intrínseca, que afeta a função glomerular ou tubular; ou de uma obstrução urinária,
resultando em um aumento da pressão retrogradamente interferindo na excreção renal.

Em algumas situações, os níveis podem estar diminuídos, como na doença hepática grave (produção insuficiente) e, algumas vezes, no final da
gestação.

Função Hepática
Os testes de função hepática são utilizados para avaliar e acompanhar doenças hepáticas ou lesões hepáticas. Geralmente são compostos por testes
realizados ao mesmo tempo com uma amostra de sangue, a saber: Alanina Aminotransferase (ALT ou TGP); Aspartato Aminotransferase (AST ou TGO);
fosfatase alcalina; bilirrubinas total e direta; albumina e proteínas totais.

A AST/TGO é analisada junto ao Alanino-Aminotransferase (ALT) nas doenças hepáticas e musculares. O AST é também encontrado em músculo
esquelético, rins, cérebro, pulmões, pâncreas, baço e leucócitos. Valores consideravelmente elevados (> 500 UI/L) sugerem hepatites ou outras
formas de necrose hepatocelular, podendo ser encontrados em tumores necróticos grandes ou hipóxia, insuficiência congestiva e choque. Valores
aumentados ocorrem em doenças hepáticas com necrose ativa do parênquima – por exemplo, viroses hepatoespecíficas e não hepatoespecíficas com
acometimento hepático –, doença biliar extra-hepática, insuficiência cardíaca, cirrose, obstrução biliar, neoplasia primária ou metastática, granulomas,
isquemia hepática, eclâmpsia, doenças musculoesqueléticas – injeções intramusculares, mioglobinúria –, IAM, pancreatite aguda, queimaduras,
intoxicações, anemias hemolíticas, distrofia muscular de Duchenne, trauma/choque e hipotiroidismo.

Os valores diminuídos ocorrem na azotemia, diálise renal crônica e em estados de deficiência de piridoxal fosfato – por exemplo, desnutrição,
gravidez, doença hepática alcoólica.

Já o ALT/TGP é encontrado principalmente no fígado. O ALT é mais sensível que o AST na detecção de lesão do hepatócito. Níveis de ALT são
superiores aos de AST nas hepatites e esteatoses não alcoólicas. Valores elevados são encontrados em etilismo, hepatites virais, hepatites não
alcoólicas, cirrose, colestase, hemocromatose, anemias hemolíticas, hipotiroidismo, IAM, insuficiência cardíaca, doenças musculoesqueléticas,
doença de Wilson e deficiência de α1-antitripsina.

Função Cardíaca
Para avaliar a função cardíaca podem ser utilizados alguns marcadores, entre eles o AST que, como vimos, está presente nas fibras musculares
cardíacas. Igualmente, podem ser utilizadas a creatinina quina total e as isoenzimas (CK), estas que são enzimas compostas pela união de duas
subunidades do tipo B e/ou M, em três combinações possíveis, que correspondem às isoenzimas CK-BB, CK-MB e CK-MM – cada uma possui
atividade preponderante em algum tecido ou órgão específico, no caso a do coração é a isoenzima CK-MB (1% da CK total em músculo esquelético e
45% em músculo cardíaco) e a isoenzima CK-MM (99% da CK total em músculo esquelético e 55% em músculo cardíaco).

Além desses marcadores pode ser citada a mioglobina, que é uma proteína constituinte das células dos músculos esquelético e cardíaco; as
troponinas são proteínas estruturais envolvidas no processo de contração das fibras musculares esqueléticas e cardíacas.

Importante!
Os resultados das dosagens dos níveis sanguíneos dos marcadores cardíacos são altamente dependentes do
tempo decorrido entre o início dos sintomas e a coleta da amostra. Considerando o fato de que os pacientes
são atendidos em tempos variados após o início do evento isquêmico, independentemente do marcador em
questão, devem ser coletadas amostras seriadas, em geral, na admissão, 3, 6 e 9 horas.

Outros Exames de Bioquímica


Além dos exames citados existem vários outros que podem ser dosados no setor de bioquímica, mas todos têm a mesma finalidade, que é verificar a
funcionalidade do metabolismo ou de um órgão ou tecido específico.

Livro
Laboratório na Prática Clínica
Para você verificar os exames laboratoriais mais comuns que são realizados, bem como a sua definição e como é realizada a
interpretação, leia o capítulo 107 do livro.
XAVIER R. M.; DORA J. M.; BARROS E. Laboratório na Prática Clínica. Editora: Artmed; 3ª ediçãO. 22 março 2016
Para ler este livro é necessário acessar a Área do Aluno, seguindo os passos: Vida Acadêmica > Biblioteca > E-Books - Minha Biblioteca. (Lembre-se de manter
atualizado o seu catálogo em Menu > Ferramentas > Atualizar Biblioteca)

Hematologia
Neste setor podemos investigar condições associadas ao sangue e às suas frações. O hemograma é o exame mais comum realizado nas análises
clínicas.
Figura 3 – Tubos para coleta de sangue contendo anticoagulante EDTA
Fonte: Getty Images

A análise do sangue total é relevante para sinalizar alterações em diferentes partes do organismo, já que os vasos sanguíneos conectam o corpo
todo. Igualmente, neste setor podemos avaliar proteínas de coagulação do sangue.

Hemograma
É um exame que analisa informações específicas sobre os tipos e as quantidades dos componentes no sangue. Embora não seja um teste específico
para nenhuma enfermidade, pode ser útil na avaliação inicial do paciente, permitindo separar os indivíduos saudáveis daqueles com algum indício de
doença. É utilizado na avaliação clínica geral, no diagnóstico de anemias, policitemias, aplasias medulares, processos infecciosos, leucemias,
trombocitopenias e trombocitose.

No hemograma são avaliadas as três séries celulares componentes do sangue: eritrócitos, leucócitos e plaquetas, vejamos:

Eritrograma: são avaliados os eritrócitos, a hemoglobina, o hematócrito e calculados os índices hematimétricos Volume Celular
Médio (VCM), Hemoglobina Corpuscular Média (HCM), Concentração da Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM) e o índice de
anisocitose dos eritrócitos (RDW). Alterações no eritrograma podem revelar patologias do sistema eritropoético, tais como anemias
e policitemias. Nas anemias, além da avaliação dos índices hematimétricos, a informação da morfologia dos eritrócitos pode
fornecer elementos para o diagnóstico de tipos especiais de anemias, tais como a falciforme, esferocítica, eliptocítica e outras;

Leucograma: são realizadas as contagens global e diferencial de leucócitos. As células são classificadas em diferentes linhagens:
neutrófilos, basófilos, eosinófilos, linfócitos e monócitos, segundo suas características morfológicas. O leucograma é um importante
auxiliar no diagnóstico das infecções. Leucocitose e desvio à esquerda são dados sugestivos de uma infecção bacteriana em curso.
As linfocitoses são encontradas principalmente nas infecções virais agudas. Leucocitose também decorre de proliferação de
células
precursoras, indiferenciadas, como ocorre nas leucemias. As leucopenias ocorrem em certas infecções, no uso de medicamentos
e em neoplasias;

Plaquetograma: é feita a contagem total de plaquetas, a determinação da massa de plaquetas (plaquetócrito) e são calculados os
índices de Volume Plaquetário Médio (VPM) e anisocitose plaquetária (PDW). As plaquetas podem estar aumentadas (trombocitose)
em estados infecciosas, anemia ferropriva e doenças mieloproliferativas ou diminuídas (trombocitopenia) em púrpuras, septicemias,
leucemias, linfomas, avitaminoses e intoxicações.

Imunologia
No setor de imunologia são avaliadas doenças relacionadas a alterações na capacidade de defesa do organismo, imunidade e a resposta contra
infecções virais e parasitárias do sangue, ou seja, são realizados testes sorológicos para identificar doenças relacionadas a alterações na capacidade
de defesa do organismo (imunidade) e resposta contra infecções.

Figura 4 – Representação de um ateste de ELISA


Fonte: Getty Images

Para realizar os exames são utilizados métodos específicos com técnicas de enzimaimunoensaio, fluorimetria, soroaglutinação, quimioluminescência e
imunofluorescência. São exemplos de doenças investigadas neste setor: toxoplasmose, hepatites, rubéola, vírus da imunodeficiência humana (HIV),
citomegalovírus, testes de gravidez, marcadores tumorais etc.

Microbiologia
No setor de microbiologia podemos utilizar diferentes tipos de amostras biológicas. Este setor tem o objetivo de investigar doenças infecciosas
associadas principalmente a bactérias e fungos nocivos ao organismo, através da cultura in vitro em meios específicos
Figura 5 – Placa de ágar sangue contendo crescimento bacteriano
Fonte: Getty Images

São exemplos a cultura de urina, orofaringe e outras secreções, incluindo fezes, urina, sangue e líquidos corporais. Neste local há um protocolo a ser
seguido: coleta do material clínico; isolamento do microrganismo; identificação do microrganismo; testes de sensibilidade aos antibióticos.

Já a micologia laboratorial se destina a diagnosticar micoses por meio de análise microscópica direta e de cultura de diversos espécimes clínicos. No
entanto, o isolamento do fungo não é suficiente. O profissional deve ter conhecimentos especializados para identificar o fungo ao nível de gênero e
espécie, quando possível, interpretando o resultado no contexto laboratorial do espécime em diagnóstico. Assim, terá condições de excluir possíveis
contaminantes e orientar o clínico quanto a procedimentos adicionais e sobre a possível resistência a determinados antifúngicos.

Parasitologia
O setor de parasitologia compreende a pesquisa de parasitas.
Figura 6 – Análise microscópica de lâminas parasitológicas
Fonte: Getty Images

Neste setor a amostra mais utilizada é fezes, usada na pesquisa de enteroparasitas (parasitas intestinais), mas pode ser utilizado também sangue,
fragmentos de tecidos, entre outras amostras.

Livro
Métodos Diagnósticos
Para saber mais sobre o Exame Parasitológico de Fezes (EPF) leia o capítulo do seguinte livro relacionado à página 563.
SOARES J. L. M. F. et al. Métodos Diagnósticos. Editora: Artmed; 2º edição 1 janeiro 2012.
Para ler este livro é necessário acessar a Área do Aluno, seguindo os passos: Vida Acadêmica > Biblioteca > E-Books - Minha Biblioteca. (Lembre-se de manter
atualizado o seu catálogo em Menu > Ferramentas > Atualizar Biblioteca)
Uroanálises
Depois do sangue, a amostra mais comum do laboratório de análises clínicas é a urina.

Figura 7 – Fita reagente para análise química da urina


Fonte: Getty Images

No setor de uroanálises, a urina é avaliada com a finalidade de investigar substâncias capazes de indicar a presença de alguma doença que talvez não
haja sintoma. O exame de urina compreende duas avaliações, características físicas e químicas, além da análise do sedimento urinário, que auxilia na
investigação de doenças do trato urinário.

No exame físico é realizada a avaliação da cor da amostra de urina, podendo variar do amarelo-claro ao âmbar. É avaliada a densidade que mensura a
capacidade de concentração, podendo variar entre 1.005 e 1.040, conforme a hidratação do paciente.

Já no exame químico são avaliados os seguintes parâmetros:

Potencial Hidrogeniônico (pH): varia entre 4,5 e 8,5 e reflete o grau de acidificação da urina;

Proteínas: expressas em traços ou cruzes (1+ a 4+), sendo considerada esta relação: 1+: 30 mg/dL; 2+: 100 mg/ dL; 3+: 300 mg/dL; 4+: >
1.000 mg/dL;

Glicose: ocorre em paciente com hiperglicemia (glicose sérica > 180 mg/dL), ou em pacientes com redução da reabsorção
tubular de glicose (gestação, síndrome de Fanconi);

Cetona: rastreamento de cetoacidose. Pode ocorrer em DM, no jejum prolongado, em dietas com alto teor de gordura, na febre e
no hipertireoidismo;
Bilirrubina: indica hiperbilirrubinemia direta, doença hepática ou obstrução biliar;

Urobilinogênio: encontra-se reduzido nos casos de icterícia obstrutiva e elevado em outras causas de icterícia;

Hemoglobina: serve como rastreamento para hematúria;

Nitrito: teste de rastreamento para bacteriúria, que se baseia na habilidade de bactérias gram-negativas converterem o nitrato
urinário em nitrito;

Esterase leucocitária: marcador indireto de leucocitúria. Serve como rastreamento para infecção urinária.

No sedimento urinário são avaliados os cilindros, que são depósitos proteicos moldados no lúmen do túbulo renal, podendo conter células, lipídeos ou
outras substâncias. Igualmente, no sedimento são avaliados células tubulares renais, células lipídicas, cristais, hemácias, leucócitos bactérias e fungos.

Livro
Clínica médica
Leia, no capítulo 16 (p. 309) do seguinte livro, o detalhamento de cada parâmetro do exame de urina. MARTINS M. A. Clínica médica.
Editora: Manole Geral 1 janeiro 2016.
Para ler este livro é necessário acessar a Área do Aluno, seguindo os passos: Vida Acadêmica > Biblioteca > E-Books - Minha Biblioteca. (Lembre-se de manter
atualizado o seu catálogo em Menu > Ferramentas > Atualizar Biblioteca)

Controle de Qualidade
Atualmente não existe um laboratório de análises clínicas sem a implantação de controle de qualidade, sendo fundamental para que se consiga a
liberação de laudos fidedignos.
Figura 8 – Gráficos gerados pelo controle de qualidade laboratorial
Fonte: Getty Images

Vale lembrar que o processo dentro do laboratório de análises clínicas é dividido em parte pré-analítica, analítica e pós-analítica.

A fase pré-analítica diz respeito às etapas iniciais que antecedem a análise laboratorial: indicação do exame, escrita da receita, preparo do paciente,
procedimentos de coleta, acondicionamento, transporte e preparo da amostra. É consideravelmente importante que os processos desta fase
ocorram de maneira correta – erros têm impacto significativo na segurança do paciente e na rotina do laboratório, devendo ser corrigidos o quanto
antes.

A fase analítica é dedicada à análise do material coletado. Os colaboradores do laboratório iniciam o processo de análise de acordo com o sistema
analítico empregado, incluindo os Procedimentos Operacionais Padrão (POP) do equipamento e método, além do método de controle adotado, como
o controle estatístico dos processos. Ainda que muitas vezes as análises sejam facilitadas pela tecnologia e automação, o trabalho dos profissionais é
indispensável para garantir a qualidade e segurança dos resultados.

Já a fase pós-analítica, última etapa dos exames laboratoriais, inclui a verificação das análises realizadas na etapa analítica, o envio dos resultados ao
médico e, por fim, a tomada de decisão. Depois da análise e liberação por parte dos especialistas do laboratório, os dados levantados são utilizados
no laudo do paciente, devendo indicar as situações nas quais a análise foi realizada. Por fim, esta fase engloba a tomada de decisão, que é o último
passo da complexa cadeia de análises dos exames laboratoriais.

Cada fase deve estar presente na avaliação da qualidade a fim de se evitar, identificar e corrigir erros que eventualmente possam acontecer. Para
isso há gestão da qualidade e controle de qualidade.

Nos laboratórios há dois tipos de controle de qualidade:


O controle de qualidade interno é responsável pelo monitoramento contínuo da reprodutibilidade da fase analítica laboratorial,
identificando e eliminando erros inerentes ao processo das análises de ensaios quantitativos e qualitativos. Seu propósito é manter
a variabilidade do processo de análise de ensaios sob controle e oferecer uma oportunidade de aprimoramento das atividades
desenvolvidas no laboratório;

Já o Controle Externo da Qualidade (CEQ) – ou ensaio de proficiência –, de acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada
(RDC) 302/2005 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é definido como a: “Atividade de avaliação do desempenho
de sistemas analíticos de sistemas através de ensaios de proficiência [...]”, de modo que o laboratório clínico deve aplicar controle
externo de qualidade para todos os exames realizados em sua rotina.

Livro
Laboratório na Prática Clínica
Para saber mais sobre o controle de qualidade, leia o capítulo 3 (p. 56) do seguinte livro.
XAVIER R. M.; DORA J. M.; BARROS E. Laboratório na Prática Clínica. Editora Artmed: 3ª edição 22 março 2016. Para ler este livro é
necessário acessar a Área do Aluno, seguindo os passos: Vida Acadêmica > Biblioteca > E-Books - Minha Biblioteca. (Lembre-se de manter atualizado o seu catálogo
em Menu > Ferramentas > Atualizar Biblioteca)
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Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta disciplina:

LIVROS
Laboratório na Prática Clínica
Na parte I, o livro reúne informações gerais sobre medicina laboratorial úteis para o profissional da saúde, incluindo uma visão sobre o laboratório
moderno de análises clínicas e sua relação com o médico. Além disso, nesta parte são apresentadas noções sobre as principais técnicas laboratoriais
e acerca da interpretação dos resultados dos testes. A parte II abrange o uso dos testes laboratoriais na investigação das principais situações clínicas
das diversas especialidades, contando com casos clínicos ilustrativos e atualizados que representam situações reais da prática médica e que mostram
como o laboratório pode auxiliar na resolução diagnóstica dos problemas dos pacientes, enfatizando, assim, a importância da racionalização da
investigação laboratorial.
XAVIER, R. M. et al. Laboratório na Prática Clínica: Consulta Rápida. Porto Alegre: Artmed, 2016.

Bioquímica Clínica – Aspectos Clínicos e Metabólicos


Neste livro você verá aspectos da doença metabólica pelos quais os bioquímicos clínicos médicos possam ter responsabilidade, que são distúrbios
nutricionais, diabetes, doença metabólica herdada (especialmente em adultos), doença metabólica óssea, cálculos renais e dislipidemias.
Fornece detalhes suficientes para transmitir os princípios gerais do diagnóstico e tratamento dessas condições.
MARSHALL W. J. et al. Bioquímica clínica – aspectos clínicos e metabólicos. GEN Guanabara Koogan. 3ª Edição.

Diagnóstico em Hematologia (2. ed.)


O material menciona, de forma prática e concisa, o atendimento ao paciente e os procedimentos de abordagem da medula óssea. A partir de então
são explorados aspectos epidemiológicos, sintomas clínicos, métodos diagnósticos e os diferenciais das entidades hematológicas, envolvendo as
séries vermelha, branca e plaquetária.
CHAUFFAILLE M. L. L. F. Diagnóstico em hematologia (2. ed.) Manoele; Fleury Medicina e Saúde. 2ª Edição Barueri SP - 2021

Métodos de Diagnóstico
O livro está dividido em dois grandes blocos: a primeira parte é dedicada aos métodos laboratoriais e a segunda metade inclui o diagnóstico por
métodos gráficos, de imagem e por procedimentos invasivos. Os capítulos permanecem estruturados nos seguintes tópicos: indicações;
contraindicações (quando pertinente); método do exame (com detalhes pertinentes ao preparo do paciente); interpretação dos resultados; lembretes
e sugestões adicionais de leitura.
SOARES J. L. M. F. et al. Métodos de diagnóstico - Consulta Rápida. Artmed. 2ª Edição

Diagnóstico Laboratorial das Principais Doenças Infecciosas e Autoimunes


Nos últimos anos, a incorporação de laboratórios de pequeno e de médio porte a grandes redes tem possibilitado a execução de rotinas laboratoriais
mais amplas somente com processos automatizados e totalmente informatizados. Além disso, métodos de Biologia Molecular começaram a ser
utilizados em exames e na Nanotecnologia padronizada para os microarrays ou sistemas multiplex – que há 10 anos eram apenas uma utopia –
ganharam espaço ao apresentar perfis definidos para diferentes situações clínicas. Entretanto, o excesso de informações fornecidas nos laudos dos
laboratórios muitas vezes gera dúvidas de interpretação sobre o valor clínico dos resultados, confundindo os profissionais em sua suspeita clínica
inicial. Por isso o
conhecimento dos princípios dos testes e o valor da informação decorrente dos resultados devem ser cuidadosamente analisados pelos responsáveis
pelo diagnóstico laboratorial, a fim de que sejam capazes de esclarecer dúvidas e transmitir seus conhecimentos para aqueles que necessitam.
FERREIRA A. W.; MORAES S. L. Diagnóstico laboratorial das principais doenças infecciosas e autoimunes. Guanabara Koogan. 3ª Edição. 2013

VÍDEO
Sistema de Controle da Qualidade no Laboratório Clínico
Aula sobre o objetivo e como funciona o sistema de controle de qualidade de um laboratório clínico.

Clique no botão para conferir o vídeo indicado.


3/8

Situação-Problema 1

Caro(a), estudante.

Agora, vamos compreender o cenário que será abordado na primeira situação-problema da


disciplina.

Atente-se à situação profissional que você precisará entender para poder realizar a atividade.

Intervenção do Profissional Biomédico em Situações Críticas no Laboratório


de Análises Clínicas
Na situação desta atividade, considere-se biomédico(a) de um laboratório de pequeno porte municipal em uma cidade do interior. Toda a comunidade
daquela região realiza os exames no seu laboratório.

Na sua rotina você verificou que havia muitos casos de pessoas com a dosagem de glicose e perfil lipídico aumentado. Você notou que a cada 3
pessoas que realizavam os exames 1 estava com estes parâmetros acima dos valores de referência.
Você sabe que a análise pelo aparelho está correta, pois os controles de qualidade interno e externo estão de acordo com o esperado e que estas
alterações não podem ser falhas no equipamento.

Portanto, como profissional biomédico(a), como você poderia intervir nesta situação?
4/8

Situação-Problema 2

Vamos compreender o cenário que será abordado na segunda situação-problema da

disciplina. Atente-se à situação profissional que você precisará entender para poder realizar a

atividade.

Imagine-se contratado(a) por um laboratório hospitalar para o setor de microbiologia, em que são analisadas diversas amostras biológicas a fim de
verificar a presença ou ausência de microrganismos, principalmente bactérias.

Você verificou que estava chegando para analisar no setor várias amostras da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e que estes pacientes estavam
contaminados com uma bactéria que apresentava alto índice de resistência.

Como profissional biomédico(a), qual intervenção você poderia realizar para reduzir este alto índice de contaminação nos pacientes internados nesta
unidade? E quais medidas preventivas você implantaria para evitar que a contaminação aconteça novamente?
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Situação-Problema 3

Por fim, vamos compreender o último cenário, abordado na terceira situação-problema da


disciplina.

Atente-se à situação profissional que você precisará entender para poder realizar a atividade.

Todo laboratório de análises clínicas deve ter um setor ou profissionais responsáveis pela gestão da qualidade. Sabemos que todos os processos de
um laboratório devem ser avaliados quanto à sua qualidade a fim de verificar se os resultados liberados estão de acordo com esperado e se refletem
realmente a dosagem real de cada paciente. Deve-se avaliar ainda a reprodutibilidade dos resultados e a exatidão através dos controles internos e
externos, respectivamente.

Assim, considere-se o(a) biomédico(a) responsável pelo controle de qualidade do laboratório e quem verificou que no setor de hematologia havia
muitas amostras com coágulos e ainda todos os valores analisados naquele dia estavam na faixa acima do valor de referência ou no valor limítrofe.

A fim de verificar o que pode estar acontecendo, como você solucionaria as amostras com coágulo? E como identificaria, solucionaria e ainda
preveniria o que está acontecendo com as análises com valores aumentados? Por fim, como biomédico(a), qual intervenção você executaria neste
caso?
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Problema em Foco

A cada situação apresentada você deverá pensar que o biomédico possui um papel interdisciplinar, independentemente do laboratório ou setor em
que atue. Pense nas intervenções de cada situação de maneira que o biomédico interfira em ações na comunidade, ou atue diretamente em
orientações em diferentes setores de um hospital, ou ainda quais são as medidas necessárias em um laboratório para que não ocorram erros na coleta
de amostra e na parte analítica.
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Atividade de Entrega

Muito bem, estudante.

Agora que você já leu todas as situações-problema, você pode fazer o download deste arquivo
para realizar a atividade de entrega.

Caso prefira, o arquivo também se encontra no Ambiente Virtual de Aprendizagem.


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Referências

FERREIRA, A. W.; MORAES S. L. Diagnóstico laboratorial das principais doenças infecciosas e autoimunes: correlações clínico-laboratoriais. 3. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

MARSHALL, W. J. et al. Bioquímica clínica: aspectos clínicos e metabólicos. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.

SOARES, J. L. M. F. Métodos diagnósticos: consulta rápida. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.

SOUZA, E. N. C. Gestão da qualidade em serviços de saúde. 1. ed. Porto Alegre: Sagah, 2019.

STEFANI, S. D. Clínica médica: consulta rápida. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2020.

XAVIER, R. M.; DORA, J. M.; BARROS, E. Laboratório na prática clínica: consulta rápida. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.

Muito bem, estudante! Você concluiu o material de estudos! Agora, volte ao Ambiente Virtual de Aprendizagem para realizar a
Atividade.

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