Acreditação Em Serviços de Saúde
Acreditação Em Serviços de Saúde
Acreditação Em Serviços de Saúde
NOSSA HISTÓRIA
O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de conhecimento,
aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a participação no
desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua formação
continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos científicos, técnicos e
culturais, que constituem patrimônio da humanidade, transmitindo e propagando os
saberes através do ensino, utilizando-se de publicações e/ou outras normas de
comunicação.
1
Sumário
NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 1
Sumário .................................................................................................................... 2
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
Características Gerais............................................................................................................ 13
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INTRODUÇÃO
No Brasil, a busca pela qualidade dos serviços prestados torna-se
valiosa se for considerada a situação precária de muitos serviços de saúde:
recursos insuficientes e utilizados de maneira inadequada, escassa aplicação
de planejamento estratégico, inexistência de sistemas de informações
confiáveis; ausência de sistemas de gestão baseados em melhoria de
processos e centrados em resultados; carência de indicadores de
desempenho, assim como de padrões de qualidade e o alto custo da baixa
qualidade (desperdício, (re)trabalho entre outros), além da inexistência de uma
cultura de qualidade voltada para a satisfação dos clientes (Ministério da
Saúde, 2001).
3
não a padrões pré-definidos no Manual de Acreditação (Ministério da Saúde,
2002).
Nessa busca pela melhoria apresentam-se quatro dimensões que podem ser
consideradas: uma relacionada à técnica, outra à segurança da
assistência e da atenção, a terceira à satisfação do paciente e a quarta
relacionada a custos (La transformacióin de la gestión de hospitales em
América Latina y el Caribe, 2001), que Donabedian, considerando as três
primeiras, sistematiza como cuidado técnico, cuidado interpessoal e amenidades
(infra-estrutura), que envolvem a adequação do diagnóstico e tratamento, segurança
e a satisfação do paciente no ambiente onde se oferece atenção à saúde (apud
inInovação Gerencial em Serviços Públicos de Saúde e Cidadania, 2002).
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adequada e/ou um resultado desejável variam de acordo com as circunstâncias
dos pacientes e com o tipo de assistência prestada.
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contribuindo assim para a melhoria contínua dos serviços prestados por esses
profissionais.
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avaliação para gestão, podendo os dados que compõem o instrumento de
avaliação serem relativos à condição estrutural (recursos humanos, equipamentos
etc.), aos processos que definem uma prática (cuidado prestado
ao paciente) e as medidas que permitem a mensuração de resultados dessa
prática (estado de saúde do paciente).
Objetivos
Esse estudo tem como objetivo sistematizar o conhecimento existente
sobre a abordagem de avaliação da qualidade conhecida como Acreditação
Hospitalar, a fim de contribuir com o Programa Brasileiro de Acreditação Hospitalar.
Para tanto se pretende: Descrever o histórico da Acreditação Hospitalar; Identificar as
principais características deste método de avaliação de qualidade; Identificar as
principais experiências internacionais; Descrever a experiência brasileira; Propor
recomendações ao Programa Brasileiro de Acreditação.
Considerações Metodológicas
Esta apostila vem mostrar uma revisão sobre o método de avaliação de
serviços de saúde “Acreditação“ e sobre sua aplicação no Brasil. Apesar de na
atualidade a Acreditação ser um método aplicado a vários tipos de serviços de
saúde, esta pesquisa vai se concentrar nas atividades de Acreditação
Hospitalar. Por ser um trabalho que busca sistematizar o conhecimento
existente sobre o tema, este estudo será baseado em revisão bibliográfica e
realização de entrevistas.
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internet foram utilizados para identificar instituições nacionais e internacionais
que desenvolvem atividades de acreditação. Uma segunda abordagem de
busca foi a utilização dos links existentes nos sítios destas instituições. Para
efeitos dessa pesquisa algumas categorias teóricas foram selecionadas de
forma a permitir a articulação entre o objeto de estudo e os conhecimentos
existentes, orientando assim a pesquisa. Foram consideradas as seguintes
categorias: Acreditação, Avaliação Hospitalar, Padrões de Qualidade e
Padrões de Acreditação.
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gerenciando, assim, os resultados obtidos para avaliar a adequação dos
cuidados prestados ao paciente. Caso houvesse alguma falha no resultado, o
hospital deveria identificar suas causas para que casos semelhantes fossem
tratados com sucesso no futuro (www.whonamedit.com/doctor, maio 2003).
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• Competentes em seus respectivos campos; e,
4) Os registros dos pacientes devem ser precisos e completos e devem estar escritos
de forma acessível e sob a responsabilidade do hospital – um registro de caso
completo é aquele que inclui dados de identificação, queixa, história pessoal e familiar,
história da moléstia atual, exame físico, exames especiais como laboratoriais ou raio-
x, entre outros, hipótese diagnóstica, tratamento médico ou cirúrgico, achados
patológicos, evolução clínica, diagnóstico final, condição de alta, seguimento, e, no
caso de morte, achados de autópsia. Recursos diagnósticos e terapêuticos
necessários ao adequado tratamento do paciente
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Com o fim da II Guerra Mundial os EUA incentivam, por intermédio de
lei federal, a construção de novos hospitais aumentando, assim, seu parque
hospitalar (Jessee, 1994). Com esse aumento o ACS, não consegue continuar
gerenciando o PPH e em 1951, Arthur W. Allen então, presidente do ACS,
estrategicamente, negocia a criação da Joint Commission on Accreditation of
Hospitals (JCAH), que passa a contar com a participação do Colégio
Americano de Clínicos, Associação Americana de Hospitais, Associação
MédicaAmericana e Canadian Medical Association. Esta última se desliga da
JCAH, em 1959, e cria sua própria organização (www.jcaho.org acessado maio 2003).
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mas o verbo acreditar tem como uma de suas definições conceder reputação; tornar
digno de crédito, confiança; e o adjetivo acreditado tem como significado aquele/aquilo
que tem crédito, que merece ou inspira confiança; autorizado ou reconhecido por uma
potência junto à outra (Novo
Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 1999).
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pela realização de um procedimento de avaliação dos recursos
institucionais, voluntário, periódico e reservado, que tende a garantir a
qualidade de assistência por meio de padrões previamente estabelecidos
(Ministério da Saúde, 2001).
Características Gerais
Considera-se um estabelecimento assistencial de saúde acreditado quando
este se encontra em conformidade com os padrões de acreditação, pressupondo-se
que a conformidade com estes padrões é uma assistência de boa qualidade.
O padrão de acreditação não foge a esta definição, uma vez que é uma
referência adotada para comparação com o que ocorre no serviço, de forma a
verificar se está ou não em conformidade com o descrito no padrão.
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novos modelos de avaliação, novas práticas assistenciais e às experiências
adquiridas nos anos 1970 a JCAH (re)desenha seus padrões com base no
desempenho melhor possível, seguindo as concepções de qualidade aceitáveis
à época, de forma a estimular nos hospitais um processo contínuo de melhoria
da qualidade (McGreevey, C. in mimeo).
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periodicamente pagando se uma taxa e/ou comprovando-se algum tipo de educação
continuada ou competência profissional. A manutenção do licenciamento é uma
exigência legal e permanente para que a instituição de saúde continue a funcionar e
a cuidar de pacientes (Rooney & van Ostenberg,1999).
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Lista de Critérios para elaboração de Padrão de Acreditação
Fonte: Rooney, A.L. & van Ostemberg, P.R. Licensure, Accreditation and Certification:
Approaches to health care quality. Bethesda, MD: USAID QualityAssurance Project, 1999
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Segundo Contandriopoulos et al (2002) os objetivos de uma avaliação
são numerosos e representam dicotomias comuns no dia a dia das
organizações de saúde (oficiais e oficiosos, explícitos e implícitos, consensuais
e conflitantes) e que variam de ator para ator envolvido no processo.
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Geralmente, a avaliação para acreditação é realizada por uma equipe
multidisciplinar formada por um médico, um administrador e um enfermeiro que
verificam se o hospital está em conformidade com os padrões estabelecidos no
manual utilizado. A duração da visita varia de acordo com o tamanho e a
complexidade do hospital, uma vez que todos os setores e unidades serão
observados e obedecerão a uma programação pactuada entre os
representantes do hospital e os avaliadores da instituição acreditadora.
O encerramento da visita de avaliação é realizado em uma reunião
onde os avaliadores da instituição acreditadora explanam sobre o processo de
avaliação e respondem a eventuais questionamentos, mas não comentam
sobre o resultado final que será divulgado pela instituição acreditadora após
análise do Relatório de Visita.
Além dos países que tem sua experiência apresentada nesta dissertação
listamos outros que desenvolvem atividades de acreditação de seus serviços de
saúde: Inglaterra, Austrália, Taiwan, Nova Zelândia, África do Sul, Finlândia, Suíça,
Coréia, Indonésia, Espanha, República Tcheca, Japão, Polônia, França, Malásia,
Holanda, Tailândia, Zâmbia, Filipinas, Alemanha, Itália, Irlanda. Na América do Sul
Argentina e Chile.
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Nesta secção descreveremos a experiência de alguns países que
utilizam o método da acreditação para avaliar a qualidade de seus serviços de
saúde. A escolha das experiências dos Estados Unidos da América e do
Canadá deu-se pelo pioneirismo dos mesmos, onde suas histórias confundem se com
a história do surgimento da acreditação como método de avaliação da
qualidade dos serviços médico-hospitalares. Quanto à escolha da experiência
portuguesa, deu-se pela facilidade da língua, pela presteza das informações
fornecidas pelo Instituto de Qualidade da Saúde - IQS e pela forma utilizada
para implantar e conduzir a metodologia de avaliação no país.
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requerer a acreditação para a contratação deserviços de laboratório.
Atualmente, a JCAHO domina o mercado de acreditação hospitalar nos Estados
Unidos (Donahue & O´Leary, 2000). Devido à expansão e ao escopo das atividades
desenvolvidas, na segunda metade da década de 1980 a JCAH passa a ser chamada
de Joint Commission on Acredittation of Healthcare
Organizations (JCAHO) (www.jcaho.org, maio 2003).
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nos EUA e o que deveria fazer parte do planejamento para os próximos anos
(www.jcaho.org, acessado maio 2003).
Como parte da Agenda para Mudança foi criada a iniciativa ORYX que
teve como objetivo integrar o uso de indicadores de desempenho e outros
métodos de mensuração ao processo de acreditação baseado na conformidade
a padrões. A incorporação de indicadores de desempenho ao processo de
avaliação dos serviços de saúde foi introduzida a fim de estimular as
instituições de saúde a melhorar seu atendimento ao paciente, e a aumentar a
capacidade de avaliação, tornando a acreditação um processo mais
permanente nas instituições de saúde estadunidenses. Na primeira fase desta
iniciativa os serviços de saúde podiam escolher dentre uma variedade de indicadores
quais medidas utilizar. Entretanto, esta variedade dificultava seriamente o processo
de comparação de medidas entre hospitais. Na fase atual do ORYX a Joint
Commission requer dos hospitais a produção de um conjunto de medidas
desenvolvidas com base em evidência científica. Estas medidas denominadas de
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“medidas centrais” [core measures] são agrupadas em quatro condições de saúde –
Infarto Agudo do Miocárdio, Insuficiência Cardíaca, Pneumonia (exclui as adquiridas
no hospital) e Gravidez e condições a ela relacionada. Cada condição tem um grupo
de indicadores criados para permitir uma avaliação abrangente do desempenho dos
hospitais no atendimento a cada uma dessas condições (www.jcaho.org, acessado
março 2004).
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acessado junho 2003). Em 1946 o Hospital Servidores do Estado, localizado no
Rio de Janeiro, havia sido avaliado pelos auditores da Joint Commission e
recebido o certificado de Acreditação Classe A, na época. Após dez anos, em
1956, foi reavaliado e teve confirmada a acreditação anterior (Anais da
Academia Nacional de Medicina, 1994).
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melhorar a prestação de serviços de saúde. Para atingir essa missão, a
CCHSA fornece às organizações deserviços da saúde um programa de
acreditação baseado em padrões e na troca nacional de conhecimento,
utilizando-se das práticas de benchmarking, assegurando serviços de saúde
com qualidade que refletem na melhoria da saúde das populações
(www.cchsa.org, acessado janeiro 2004).
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do desempenho como uma de suas bases de discussão nos momentos de
reavaliação dos serviços (www.cchsa.org, acessado janeiro 2004).
Desde então, todas as organizações de saúde no Canadá são
avaliadas utilizando indicadores e padrões de acreditação centrados no cliente.
Conforme a CCHSA representa uma evolução da acreditação que passa a
incluir medidas baseadas em resultados (www.cchsa.org, acessado janeiro
2004). Em 2002 a CCHSA submete-se à avaliação da ISQua, passando a ser
reconhecida pela entidade que acredita organizações acreditadoras (www.isqua.org,
acessado em junho 2003).
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• Avaliação com ênfase nos processos e resultados;
26
• Promover a investigação e o desenvolvimento de métodos,
instrumentos e programas de melhoria contínua da qualidade
dos cuidados à saúde;
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IQS é financiado por verbas do Serviço Nacional de Saúde, e ainda
por receitas geradas pelo próprio IQS como importâncias cobradas por serviços
prestados a quaisquer entidades, públicas e privadas; subsídios, subvenções e
participações que lhe sejam concedidos por quaisquer entidades públicas ou
privadas, nacionais ou estrangeiras, bem como os rendimentos e produto de
heranças, legados e doações; importâncias decorrentes da venda de
publicações, em qualquer tipo de suporte; e por outras receitas que lhe sejam
atribuídas por lei, regulamento, ato ou contrato.
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O Certificado de Acreditação é concedido pelos auditores do IQS, após
avaliação dos hospitais, utilizando-se o Manual de Acreditação para hospitais.
Este certificado tem validade de 03 anos. O IQS busca com essa periodicidade
manter o caráter educativo da avaliação, bem como garantir a continuidade da
qualidade do cuidado prestado (www.icgzn.pt, acessado fevereiro 2004).
O processo de acreditação possui uma grande simplicidade e facilidade
de aplicação. Compõe-se de seis fases: apresentação dos padrões, autoavaliação,
preparação do serviço, revisão por pares (avaliação para
acreditação), relatório final e certificado de acreditação (www.icgzn.pt,
acessado fevereiro 2004).
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aos demais, até maio de 2002. Mesmo comesse resultado, os demais são
considerados pelo IQS, marcos históricos do processo de criação do Programa
Nacional de Acreditação de Hospitais (Boletim IQS, 2002).
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Desenvolvimento e formação depessoal
Plano de ação e contratação de serviços
Instalação e equipamento
Melhoria da qualidade
Secção 3 – Os direitos e as necessidades
individuais do doente
Os direitos do doente
As necessidades individuais do doente
Parceria com os doentes
Secção 4 – O percurso do doente
Referência, acesso e admissão
Avaliação, planejamento, implementação e
revisão do tratamento e cuidados
Saída/alta de um serviço
Conteúdo do processo clínico
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Saúde mental – gestão do risco clínico
Saúde mental – saída do hospital
Saúde mental – outros serviços especializados
Serviço de obstetrícia
Serviço de enfermagem
Reinserção social (AVD / ajudas técnicas)
Serviço do bloco operatório / serviço de anestesia
Serviço de ambulatório
Serviço de patologia
Serviços farmacêuticos
Serviços gerais
Serviço de radioterapia
Serviço de cuidados especiais
Central de esterilização
Serviço detelecomunicações e central telefônica
Serviço de voluntários
A EXPERIÊNCIA BRASILEIRA
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instituições e serviços assistenciais Em 1952 estabelecem-se os primeiros
padrões para classificação de hospitais. Os padrões classificavam os hospitais
em quatro classes (classe A, B, C e D), com requisitos específicos e exigências
decrescentes. (Schiesari, 1999).
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como finalidade o pagamento das internações hospitalares de acordo com a
classe onde o hospital se enquadrava.
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nacionais (médicos e enfermeiros), provedores e compradores de serviços de
saúde, e os órgãos com função reguladora (Ministério da Saúde, 1999).
Em 1986 o Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) institui uma Comissão
Especial Permanente de Qualificação de Hospitais onde questões relativas à
acreditação começam a ser discutidas e disseminadas (CBA, 2000).
Em 1994 realiza-se um seminário sobre a Acreditação de Hospitais e
Melhoria de Qualidade em Saúde, organizado pelo CBC, Academia Nacional
de Medicina e o Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro, que teve como resultado o Programa de Avaliação e Certificação
de Qualidade em Saúde (PACQS) que tinha como objetivo analisar e
implementar procedimentos, técnicas e instrumentos voltados para acreditação
porintermédio de cooperação técnica às instituições de saúde preocupadas
com a melhoria contínua da qualidade (CBA, 2000).
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Valorização do Servidor Público, Constância de Propósitos, Melhoria Contínua
e Não Aceitação do Erro (Ministério da Administração Federal e Reforma do
Estado, 1997). Neste sentido, o Governo Federal desenvolve o Prêmio
Qualidade Governo Federal (PQGF) que tinha como objetivo estimular as
organizações públicas a implementarem programas de melhoria da qualidade e
focava nos critérios de excelência do Prêmio Nacional de Qualidade:
Liderança; Planejamento Estratégico; Foco no Cliente; Informação e Análise;
Gestão de Pessoas; Gestão de Processos e Resultados da Organização
(Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2000).
O Processo de acreditação hospitalar no Brasil origina-se em 1996 com
a reorientação estratégica e a reestruturação do PBQP. Nesse processo a área
da saúde foi incluída no subprograma de Qualidade de Vida que tinha como
uma de suas estratégias a “Avaliação e Certificação de Serviços de Saúde”
(Ministério da Saúde, 2002).
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instituições. Buscou-se estabelecer padrões de avaliação voltados para a
realidade brasileira, com base em consenso.
37
implantação de normas técnicas e do código de ética; o credenciamento de
instituições acreditadoras e o processo de qualificação e capacitação de
avaliadores (Ministério da Saúde, 2000).
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parte do Conselho de Administração da ONA que conta também com a
participação do Ministério da Saúde, através de representante formalmente
designado (Estatuto ONA, 1999).
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o Consórcio de Qualidade Hospitalar (CQH) no estado de São Paulo e o
Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) sediado no Rio de Janeiro, que não
renovaram seu credenciamento.
Nível 1
Segurança (estrutura)
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Nível 2
Organização (processos)
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Considerações Finais
O uso da Acreditação como método de avaliação da qualidade dos
serviços de saúde demonstra preocupação com a busca pela excelência
nestes serviços de saúde e com o cuidado ao paciente, conforme destacado no
relatório da OMS do ano de 2000 (Shaw,2001). Cada vez mais países
mostram-se interessados em adaptar o método para aplicação à realidade do
seu sistema de saúde. Segundo Shaw (2001) desde 1990 o número de
programas de acreditação tem dobrado a cada 05 anos.
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O Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde apresenta 5.887
estabelecimentos assistenciais de saúde cadastrados como hospitais. Pela
definição da OPAS/OMS hospital “são todos estabelecimentos com pelo menos
05 leitos, para internação de pacientes, que garantem um atendimento básico
de diagnóstico, tratamento, com equipe clínica organizada e com prova de
admissão e assistência permanente prestada por médicos.
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mais dinâmico, efetivo e seguro, tanto para os pacientes quanto
para os profissionais dos hospitais. Com base no monitoramento do
desempenho busca-se mais uma estratégia para alimentar de maneira efetiva
os processos de melhoria contínua da qualidade da atenção e buscar que os
erros identificadas tenham suas causas identificadas e corrigidas em curto espaço de
tempo. Os indicadores de desempenho estão em permanente desenvolvimento e são
analisados e utilizados nas revisões dos padrões e dos Manuais de Acreditação
desses países.
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Sugere-se que seja avaliada a oportunidade da criação de uma
fundação pública ou de uma autarquia, com finalidades e responsabilidades
bem claras e com financiamento do Ministério da Saúde estabelecido por
contrato degestão. Como exemplo, destaca-se Portugal onde o Instituto de
Qualidade em Saúde é vinculado ao Ministério da Saúde daquele país. Outra
alternativa seria que o Ministério da Saúde (re)avaliasse a sua relação com a
ONA, podendo vir a propor instrumentos de regulação para que se tenha
maneiras formalizadas de acompanhar e avaliar o Programa Brasileiro de
Acreditação, que mantido na lógica atual, de responsabilidade de entidade não
governamental, deveria formalizar contrato com definição de metas e com
atribuições das partes envolvidas claramente definidas.
Quanto aos avaliadores, pode-se ter como parâmetro o modelo do
Canadá, onde o avaliador (especialista reconhecido pelo país) não tem vínculo
com a CCHSA, ou seja, não recebe salário, mas é remunerado de acordo com
a quantidade de dias trabalhados. No caso de Portugal os avaliadores são
denominados auditores e são funcionários contratados e capacitados em curso
de especialização realizado pelo IQS que é quem certifica os serviços de saúde
do país.
A realização de um estudo situacional sobre acreditação (situação
atual, avanços e soluções de melhoria) seria de grande valia para a definição
de uma política nacional de Acreditação de Serviços de Saúde e para o
planejamento de novas estratégias de disseminação e capacitação.
O Ministério da Saúde por intermédio da 2ª edição do Manual de
Acreditação apresenta como meta que nenhum hospital do país deve está
classificado abaixo do nível 1, dentro de um determinado períodode tempo,
(Ministério da Saúde, 1999), objetivando uma garantia mínima de qualidade e
segurança na atenção ao paciente e na gestão dos recursos. Poderia-se
retomar essa idéia estabelecendo-se um prazo razoável, para que essa meta
fosse atingida. Para viabilizar a realização desta meta, o Ministério da Saúde
poderia estabelecer como critério de priorização o certificado de acreditação
para contratação de serviços de prestadores privados. Dessa forma, o
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45
Ministério estará contratando um serviço de qualidade e induzindo a outras
organizações prestadoras a buscarem a melhoria da qualidade.
O CCHSA desenvolve atividades que justifica o seu objetivo de ajudar
instituições que prestam serviço de saúde a melhorar a qualidade dos serviços,
chama atenção os Grupos de Foco, que se assemelham ao conceito de
controle social estimulado e apresentado como eixo norteador das políticas do
Ministério da Saúde para este governo e, o benchmarking como instrumento de
comparação de resultado e, conseqüentemente, troca de conhecimentos e
experiências.
No caso do Grupo de Foco o Programa de Brasileiro de Acreditação
pode se “apropriar” da idéia de Conselho Gestor que começa a ganhar
destaque, principalmente nos hospitais que se classificam como Organização
Social. Esses Conselhos tem entre seus membros representantes de
profissionais do hospital e de usuários, e são de suma importância na
condução e manutenção “financeira” da instituição, podendo vir a desenvolver
um papelimportante nos hospitais que optem por ser acreditados, exercendo a
função de controle social neste processo.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Academia Nacional de Medicina. Acreditação de Hospitais e Melhoria de
Qualidade em Saúde - Anais da Academia Nacional de Medicina – vol.154 nº 4
(out-dez) 1994 – p 185 a 213.
47
Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde. Manual Brasileiro
de Acreditação Hospitalar: 3ª. ed.ver.e atual. Brasília: Ministério da Saúde,
2002, 107 p
48
Consórcio Brasileiro de Acreditação de Sistemas e Serviços de Saúde. Manual
de padrões de acreditação hospitalar / Consórcio Brasileiro de Acreditação de
Sistemas de Serviços de Saúde. Rio de Janeiro: UERJ; O Consórcio, 2000.
246 p
49
NOVAES H.M. & PAGANINI J.M. Garantia de Qualidade: acreditação de
hospitais para América Latina e Caribe. Brasília, Organização Pan-Americana
da Saúde/Federação Brasileira de Hospitais, série Silos, nº 13, 1992.
50
origens e experiência atual. Ensaio, Rio de Janeiro, v. 8, n. especial, p. 73-98,
jun. 2000.
51