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módulo 7 - Legislação Fisco Tributária

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7 Legislação Fisco Tributária

7.1 Formas de tributação da pessoa jurídica

Agora iremos abordar os tipos de tributação e falaremos sobre cada


tributação utilizada nas empresas, além de destacar os tributos
estaduais. Também iremos buscar o aprendizado sobre os impostos e
taxas municipais, importantes para o nosso conhecimento e aplicação
na área da contabilidade.

Veja que abaixo temos um quadro com o significado de algumas siglas


que, na grande maioria, são conhecidas em todo o Brasil. Siglas que
serão bastante utilizadas no decorrer do curso.

Tabela 1 - Significados das siglas

SIGLAS SIGNIFICADO
IRPJ Imposto de Renda da Pessoa Jurídica
CSLL Contribuição Social sobre Lucro Líquido
PIS Programa de Integração Social
Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade
COFINS
Social
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados
IRRF Imposto de Renda Retido na Fonte
DAS Documento de Arrecadação do Simples Nacional
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços
ISS Imposto Sobre Serviço
DIPJ Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica
DCTF Declaração de Contribuição e Tributos Federais
DACON Declaração de Apuração de Contribuições Sociais
DASN Declaração Anual do Simples Nacional
DIRF Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte
DPI Declaração Periódica de Informação
Sistema Integrado de Informações sobre Operações
SINTEGRA
Interestaduais com Mercadorias e Serviço
DMS Declaração Mensal de Serviço
REST Relação de Serviços de Terceiros
RFB Receita Federal do Brasil
ME Microempresa
EPP Empresa de Pequeno Porte
LALUR Livro de Apuração do Lucro Real
SEFAZ Secretaria da Fazenda
Vamos conhecer agora as formas de tributação da pessoa jurídica.
As pessoas jurídicas nem sempre podem optar pela forma de tributação
desejada pela empresa, pois em algumas situações são obrigadas a
praticar determinada tributação, isto porque é uma exigência da
Receita Federal do Brasil. No decorrer deste curso, iremos identificar o
que leva a Receita Federal a determinar que certas empresas apurem
seus impostos em determinadas modalidades de tributação. Temos
como forma de tributação da pessoa jurídica, as seguintes
modalidades: o Lucro Real, o Lucro Presumido, o Lucro Arbitrado e o
Simples Nacional.

No Lucro Real, existem duas formas de apuração, na qual a primeira se


refere ao Lucro Real Trimestral e, a segunda, ao Lucro Real Anual, que é
feito através do Balanço de Redução ou Suspensão. A tributação pelo
Lucro Real pode ser de forma opcional, ou seja, qualquer empresa
poderá recolher seus impostos nesta modalidade de tributação. Mas
existem casos que a empresa é obrigada a recolher nesta modalidade,
e isto ocorre quando é feita uma exigência da Receita Federal do Brasil
e também quando o faturamento do ano anterior ultrapassa o limite de
outra tributação. A partir disso, fica obrigada a apurar nessa
modalidade, situação que iremos abordar ainda neste curso.

No Lucro Presumido e Arbitrado, apuramos o IRPJ e a CSLL


trimestralmente, mas temos o PIS e COFINS cujo cálculo é mensal. Já o
Simples Nacional é apurado mensalmente e é elaborado diretamente
no site da Receita Federal, englobando os impostos das esferas federais,
estaduais e municipais.

Existem as empresas imunes e isentas. As imunes são as instituições que


estão à disposição da população em geral, e temos como exemplo, os
cultos religiosos, assistência social, dentre outros. Já as isentas são as
criadas com fins específicos, tais como associações de médicos,
dentistas e outras associações de profissionais.

Vale ressaltar que para todos os regimes de tributações citadas


acima existem prazos estabelecidos para cumprir com certas
obrigações. O não cumprimento dentro deste prazo, que é divulgado
pela Receita Federal do Brasil, culmina em multas pecuniárias.

Exemplo: O prazo para a entrega da Declaração do Imposto de Renda


da Pessoa Jurídica – DIPJ é 30 de junho do ano posterior ao
encerramento do exercício, ou seja, se a declaração é referente ao
ano de 2009, temos até o dia 30 de junho de 2010 para efetuar e
entrega.

As empresas optantes pelo Lucro Real, Presumido e Arbitrado enviam


praticamente as mesmas declarações. São elas:
 Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – DIPJ
 Declaração de Apuração de Contribuições Sociais – DACON
 Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF.

Quanto às penalidades pela não entrega ou para correção, veremos


quando tratarmos do assunto específico de cada tributação.

Já as empresas que têm como forma de tributação o Simples


Nacional estão dispensadas dessas declarações citadas acima, e
entregam apenas uma declaração anual, que é Declaração Anual do
Simples Nacional – DASN.

Vale ressaltar que se houver algum tipo de retenção de impostos, tais


como Imposto de Renda Retido na Fonte – IRRF, tanto de pessoa física
ou jurídica, faz-se necessário também entregar a Declaração de
Imposto de Renda Reti do na Fonte – DIRF.

As entidades isentas e imunes estão obrigadas a entregar a DCTF e DIPJ,


assim como as empresas do Lucro Real, Presumido e Arbitrado. Quanto
à DACOM, só estará obrigado caso o montante de contribuições
ultrapasse o valor de R$ 10.000,00 mensais.

Agora iremos ver o significado de algumas palavras que são utilizadas


no cotidiano da contabilidade.

Tabela 2 - Significado de palavras relacionada à contabilidade

PALAVRAS SIGNIFICADO
Segundo o art. 3º do CTN, tributo é toda prestação
pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela
Tributo se possa exprimir, ou seja, que não constitua sanção de
ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.
Segundo o art. 16º, imposto é o tributo cuja obrigação
tem por fato gerador uma situação independentemente
Imposto
de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte.
É a cobrança da União, Estado ou Município em troca
Taxas
de algum benefício.
É cobrada quando, a construção de uma obra pública
Contribuição é responsável pelo desenvolvimento daquela região,
de melhoria então, a partir disso, exige-se a contribuição de
melhoria.
Segundo o art. 113º do CTN no § 1º, a obrigação
Obrigação
principal surge com a ocorrência do fato gerador. Tem
Principal
por objetivo o pagamento de tributo ou penalidade
PALAVRAS SIGNIFICADO
pecuniária e extingue juntamente com o crédito dela
decorrente. O art. 114º traz que fato gera- dor da
obrigação principal é a situação definida em lei como
necessária e suficiente à sua ocorrência.
Segundo o art. 113º do CTN no § 2º, a obrigação
acessória decorrente da legislação tributária e tem por
objeto as prestações, positivas ou negativas, nela
previstas no interesse da arrecadação ou da
fiscalização dos tributos. Já no § 3º, a obrigação
Obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância,
Acessória converte-se em obrigação principal relativamente à
penalidade pecuniária. O art. 115º do CTN nos traz que
fato gerador da obrigação acessória é qualquer
situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a
prática ou a abstenção de ato que não configure
obrigação principal.
Segundo o Dicionário Aurélio, contribuinte é que ou
Contribuinte
quem contribui ou paga contribuição.
Segundo o art. 114º do CTN, fato gerador da obrigação
Fato Gerador principal é a situação definida em lei como necessária e
suficiente à sua ocorrência.
Base de É o valor no qual se aplica a alíquota, para assim
Cálculo encontrarmos o valor do imposto.

O momento da escolha pela tributação é muito importante, pois é a


partir disso que se definem quais os impostos que a empresa irá recolher
no ano-calendário. Após a definição da tributação e o pagamento da
primeira guia do imposto é que se dá a opção pelo regime. Após esse
pagamento a escolha será irretratável, ou seja, não poderá existir
mudança. Este é um momento de suma importância na empresa, pois
podemos analisar a melhor forma tributária para o bom funcionamento
da empresa e, consequentemente, uma menor carga tributária.
7.2 Simples nacional

Animados para aprender sobre o Simples Nacional? Agora


demonstraremos como se dá a opção por esse regime, a apuração do
imposto e a entrega da declaração.

Vamos começar relembrando! O Simples Nacional foi instituído pela Lei


Complementar Nº 123, de 14 de dezembro de 2006, extinguindo o
Simples Federal que contemplava apenas os impostos federais. Instituído
o Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, agora o
Simples Nacional considera, além dos impostos federais, os impostos
estaduais e municipais. Entende-se por Microempresa – ME as empresas
cujo faturamento do ano anterior é igual ou inferior a 240.000,00 e a
Empresa de Pequeno Porte – EPP é aquela que o faturamento do ano
anterior fica entre 240.000,01 a 2.400.000,00, em se tratando da esfera
Federal.

Mas como optar pelo Simples Nacional?

A escolha por esse regime de tributação é realizada mediante uma


opção via internet no site da Receita Federal do Brasil, no portal do
Simples Nacional, no mês de janeiro do referido ano – calendário em
que a escolha for por essa modalidade de tributação, caso a empresa
já esteja nesse regime no ano anterior, não será necessário fazer nova
opção, assim permanecendo automaticamente de um ano para outro.

Para as empresas que queiram se inscrever, a Receita Federal analisará


o pedido em conjunto com a Secretaria da Fazenda Estadual e
Prefeitura Municipal, verificando a situação (regularidade) da empresa
perante todos esses órgãos. Feito isso e constatado que a empresa está
regular nessas três esferas e que também não está incluída nas
atividades não permitidas ao ingresso ao Simples Nacional, que consta
na Lei Complementar Nº 123/2006, a empresa estará apta a recolher
seus impostos na forma do Simples Nacional.

Efetivada a inscrição, a Receita Federal do Brasil, disponibilizará no seu


próprio site um código de acesso para habilitar a empresa para acessar
o portal do Simples Nacional.

Você pode estar se perguntando, só basta o código de acesso para ter


acesso a esse portal? Não!

Para acessar o Portal do Simples Nacional, além do código de acesso


que é liberado pela Receita Federal, é necessário o número do
Cadastro de Pessoa Física – CPF do responsável pela empresa e do
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ.

Dos regimes
No Simples Nacional, no início do ano calendário, pode-se realizar a
escolha do regime de apuração, se ele vai ser feito no regime de caixa
ou no regime de competência. No regime de caixa só se calcula o
imposto quando é realizado um recebimento naquele mês de
apuração. Já o regime de competência é calculado no mês em que
for emitida a nota fiscal, não importando o seu recebimento. Podemos
dizer que, no regime de caixa, o controle é mais complicado, porém é
mais vantajoso, pois o pagamento do imposto só será realizado quando
houver recebimento das vendas; assim, tendo condição de efetuar o
pagamento dos impostos em dia. No regime de competência, caso
não tenha recebido de nenhum cliente, mas tendo havido a venda,
deve-se pagar o imposto, independentemente do recebimento. O
controle é realizado mediante a emissão e escrituração das notas
fiscais, para a determinação do Simples Nacional.

Cálculo do Simples Nacional


O Simples Nacional é calculado conforme tabela fornecida pela
Receita Federal no Brasil. Essa tabela é dividida por atividades, sendo
que, para cada ramo de atividade, existe uma tabela no site. Vejamos:

A tabela 1 é utilizada para efetuar calculo das empresas do Comércio;


a tabela 2 para as empresas da Indústria; a tabela 3 para alguns
serviços e locação de bens móveis, e a 4 e 5 para outros tipos de
prestação de serviço. Pode-se perceber que as tabelas 3, 4 e 5 são
utilizadas para as empresas que exercem prestação de serviço,
entretanto, não dá para escolher qual tabela se quer utilizar para
realizar o cálculo do imposto, pois o fator determinante para verificar
em qual tabela deve-se recolher o imposto é a atividade desenvolvida
pela empresa que é definida pelo Código Nacional de Atividade
Econômica – CNAE, que consta no Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica – CNPJ de cada empresa.

Cálculo do Simples Nacional em uma empresa industrial


Suponhamos que a empresa LMS Ind. de Móvel Ltda iniciou suas
atividades em janeiro de 2008 e seu regime de apuração do imposto é
o de competência. Iremos agora calcular o Simples Nacional referente
ao mês de fevereiro de 2010. Nesse caso, devemos utilizar como base o
faturamento dos últimos 12 meses, para assim ser efetuado o cálculo,
pois deve basear-se neste período para encontrarmos o valor do
imposto e posteriormente recolhê-lo.

Vejamos:

Tabela 1 - Exemplo de faturamento ao longo de 12 meses

MÊS FATURAMENTO

FEVEREIRO/2009 R$ 120.000,00

MARÇO/2009 R$ 85.000,00

ABRIL/2009 R$ 45.250,00

MAIO/2009 R$ 48.987,00

JUNHO/2009 R$ 90.000,00
MÊS FATURAMENTO

JULHO/2009 R$ 12.000,00

AGOSTO/2009 R$ 80.000,00

SETEMBRO/2009 R$ 98.000,00

OUTUBRO/2009 R$ 103.000,00

NOVEMBRO/2009 R$ 58.000,00

DEZEMBRO/2009 R$ 65.000,00

JANEIRO/2010 R$ 87.564,00

TOTAL FATURAMENTO R$ 892.801,00

Para fins de cálculo do Simples Nacional, essa empresa citada acima se


enquadra no anexo II da Partilha do Simples Nacional – Indústria, cuja
alíquota de cálculo segue abaixo.

Tabela 2 - Planilha do Simples Nacional

Alíquota IRPJ CSLL COFINS PIS/PAS CPP ICMS


Receita IPI

Até 0,50
4,50% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25%
120.000,00 %

De
120.000,00 0,50
5,97% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86%
a %
240.000,00

De
240.000,01 0,50
7,34% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33%
a %
360.000,00

De
360.000,01 0,50
8,04% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56%
a %
480.000,00
Alíquota IRPJ CSLL COFINS PIS/PAS CPP ICMS
Receita IPI

De
480.000,01 0,50
8,10% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%
a %
600.000,00

De
600.000,01 0,50
8,78% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%
a %
720.000,00

De
720.000,01 0,50
8,86% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%
a %
840.000,00

De
840.000,01 0,50
8,95% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%
a %
960.000,00

De
960.000,01
0,50
a 9,53% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%
%
1.080.000,0
0

De
1.080.000,0
0,50
1a 9,62% 0,42% 0,42% 1,26% 0,30% 3,62% 3,10%
%
1.200.000,0
0

De
1.200.000,0
0,50
1a 10,45% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%
%
1.320.000,0
0

De
1.320.000,0
0,50
1a 10,54% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41%
%
1.400.000,0
0
Alíquota IRPJ CSLL COFINS PIS/PAS CPP ICMS
Receita IPI

De
1.400.000,0
0,50
1a 10,63% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%
%
1.560.000,0
0

De
1.560.000,0
0,50
1a 10,73% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%
%
1.680.000,0
0

De
1.680.000,0
0,50
1a 10,82% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51%
%
1.800.000,0
0

De
1.800.000,0
0,50
1a 11,73% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%
%
1.920.000,0
0

De
1.920.000,0
0,50
1a 11,82% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%
%
2.040.000,0
0

De
2.040.000,0
0,50
1a 11,92% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%
%
2.160.000,0
0

De
2.160.000,0
0,50
1a 12,01% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91%
%
2.280.000,0
0
Alíquota IRPJ CSLL COFINS PIS/PAS CPP ICMS
Receita IPI

De
2.280.000,0
0,50
1a 12,11% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%
%
2.400.000,0
0

Com base nesta tabela, pode-se saber em qual alíquota a empresa irá
recolher seus impostos naquele referido mês e, conforme o exemplo
acima, a alíquota utilizada para o cálculo do Simples no mês de
fevereiro será de 8,95%, pois o faturamento dos últimos 12 meses
(892.801,00) se enquadra entre 840.000,01 e 960.000,00.

Para efetuar o cálculo é preciso saber quais foram as vendas dessa


empresa, então, iremos utilizar um faturamento em fevereiro de R$
65.320,00. Vejamos o que deveria ser recolhido de Simples Nacional
neste mês.

Ficaria da seguinte forma:


R$ 65.320,00 (Vendas da empresa) x 8,95% (alíquota do mês) = R$
5.846,14 que é o total da guia do Simples Nacional, e seria distribuído da
seguinte forma:

Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ – 0,39% = R$ 254,75;

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL – 0,39% = R$ 254,75;

Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS –


1,17% = R$ 764,24;

Programa de Integração Social – PIS – 0,28% = R$ 182,90;

Contribuição Previdenciária Patronal – CPP – 3,35% = R$ 2.188,22;

Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviço – ICMS – 2,87% = R$


1.874,68;

Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI – 0,50% = R$ 326,60;

Da entrega da declaração
No Simples Nacional, temos a Declaração Anual do Simples Nacional –
DASN. Como o prazo final para a entrega da declaração é o último dia
do mês posterior ao encerramento do exercício, então a entrega da
declaração referente a março de 2009 se estende até março de 2010.
A declaração é anual, e é conhecida como Declaração Nacional do
Simples Nacional – DASN, que é preenchida diretamente no site da
Receita Federal pelo portal do Simples Nacional.

Essa declaração deve conter:

 Faturamento Anual;
 Total de Compras oriundas de outros estados;
 Vendas realizadas para outros estados;
 Devolução de Vendas;
 Devolução de Compras;
 Estoque de Mercadoria;
 Caixa Inicial e Final;
 Rendimento dos sócios;
 Participação do sócio, no capital social;
 Despesas realizadas no ano-calendário;

Após a entrega da DASN, não poderá ser efetuada qualquer alteração


nos cálculos do Simples Nacional, referentes ao período que abrange a
declaração, pois o sistema irá realizar um bloqueio para que não seja
efetuada qualquer alteração nesse período.

7.3 Lucro presumido

A partir de agora continuaremos com a tributação da pessoa jurídica,


na modalidade Lucro Presumido, um tipo de tributação bastante
utilizada por muitas empresas.

Lembramos também que é muito importante ter conhecimento da


utilização dessa tributação, para assim sabermos comparar uma forma
de tributação com outra, e realizar uma melhor escolha para as
empresas, tentando, assim, reduzir a carga tributária.

Você sabe por que essa tributação é chamada de Lucro Presumido?

É chamada de Lucro Presumido pois se presume que a empresa tenha


uma porcentagem de lucro sobre o valor das vendas realizadas
(faturamento), independentemente do lucro real, encontrando assim a
base de cálculo e, posteriormente, aplicando a alíquota, para que
assim chegue ao valor dos impostos (como você verá no exemplo). A
presunção é variável conforme a atividade exercida pela empresa.

Veja abaixo um quadro com presunções de apenas algumas


atividades, as quais foram definidas pela Lei Nº 9.249/95, e que você
estudante, poderá, na íntegra, verificar todas as atividades que podem
optar por esse regime de tributação e sua presunção de lucro.
Tabela 1 - Quadro com presunções de atividades

PORCENTAGEM DE
ATIVIDADES
PRESUNÇÃO

Venda de produtos e revenda de mercadorias 8,00%

Revenda para consumo de combustível derivado


de petróleo, álcool etílico carburante e gás 1,60%
natural

Atividades rurais 8,00%

Transporte de Cargas 8,00%

Transporte de Passageiros 8,00%

Intermediação de Negócios, (inclusive


representação comercial e corretagem de 32,00%
seguros e imóveis)

Da Alíquota
A alíquota do IRPJ é única e de 15%. Caso o lucro no trimestre ultrapasse
R$ 60.000,00, deve-se calcular um adicional de 10% sobre o valor
ultrapassar. Já a alíquota da CSLL é de 9%, não contendo nenhum
adicional.

Da opção

O Lucro Presumido dá como opção o pagamento da primeira guia do


Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ, cuja definição é por meio
do código que aparece no Documento de Arrecadação da Receita
Federal – DARF. O código indicado quando se opta por essa tributação
é o “2089”. Depois de realizado o pagamento com esse código, a
tributação para todo o ano-calendário estará definida.

O IRPJ no Lucro Presumido é apurado trimestralmente e está disponível


no site da Receita Federal. Junto a ele deve-se recolher a Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, que também é trimestral.

Você pode se perguntar: só é necessário pagar os


impostos/contribuições federais trimestralmente? Não. Além dos
impostos que são recolhidos de forma trimestral, temos o PIS e COFINS,
cujo cálculo é realizado de forma mensal. No Lucro Presumido, a
alíquota do PIS é de 0,65% e a alíquota da COFINS é de 3%. Os códigos
que devem ser utilizados nas guias são de “8109” e “2172”,
respectivamente.
Vejamos o cálculo de um período de três meses e quais impostos
devem ser recolhidos. Para efetuar esse cálculo, utilizaremos como
exemplo uma empresa que realiza intermediação de negócio, sendo
uma representação comercial. Suponha que as vendas realizadas são
as seguintes:

Tabela 2 - Exemplos de vendas

MÊS FATURAMENTO

01/10 R$ 155.000,00

02/10 R$ 256.000,00

03/10 R$ 180.000,00

TOTAL FATURAMENTO R$ 591.000,00

Então, com base neste faturamento, podemos realizar os cálculos dos


impostos/contribuições que deverão ser apurados nos meses de
referência. No mês de janeiro realiza-se a apuração do PIS e COFINS, da
seguinte maneira:

Tabela 3 - Exemplo de apuração de PIS e COFINS

IMPOSTO/ CONTRIBUIÇÃO FATURAMENTO ALÍQUOTA VALOR

PIS R$ 155.000,00 0,65% R$ 1.007,50

COFINS R$ 155.000,00 3,00% R$ 4.650,00

No mês de fevereiro, o cálculo será da mesma forma, só o valor do


faturamento será diferente.

Tabela 4 - Exemplo de apuração de PIS e COFINS no mês de fevereiro

IMPOSTO/ CONTRIBUIÇÃO FATURAMENTO ALÍQUOTA VALOR

PIS R$ 256.000,00 0,65% R$ 1.664,00

COFINS R$ 256.000,00 3,00% R$ 7.680,00

No mês de março, recolhe-se o PIS, COFINS, CSLL e o IRPJ, pois neste


momento encerra-se o primeiro trimestre. O encerramento acontece
em 31/03, o segundo trimestre em 30/06, o terceiro em 30/09 e o último
e quarto trimestre em 31/12, então no final de cada trimestre, deve-se
calcular o IRPJ e CSLL. E o cálculo, neste mês, ficaria assim:

Tabela 5 - Exemplo de cálculo para o mês de março

IMPOSTO/ CONTRIBUIÇÃO FATURAMENTO ALÍQUOTA VALOR

PIS R$ 180.000,00 0,65% R$ 1.170,00

COFINS R$ 180.000,00 3,00% R$ 5.400,00

Já para o IRPJ e CSLL, usamos como base o faturamento dos três meses,
ou seja, janeiro, fevereiro e março, que totalizado, chegam ao valor de
R$ 591.000,00.

Tabela 6 - Exemplo de cálculo do IRPJ e CSLL com faturamento de três


meses

ALÍQ.
ALÍQ. DE BASE DE
IMPOSTO/CONTRIBUIÇ FATURAMENT DO
PRESUNÇÃ CALCUL VALOR
ÃO O IMPOST
O O
O

R$ R$
R$
CSLL 32,00% 189.120, 9,00% 17.020,8
591.000,00
00 0

R$ R$
R$
IRPJ 32,00% 189.120, 15,00% 28.368,0
591.000,00
00 0

Quanto ao IRPJ, temos que calcular o adicional de 10% sobre o que


exceder 60.000,00, então se calcula da seguinte forma:

R$ 189120,00 – 60.000,00 = 129.120,00 x 10% (adicional) = R$ 12.912,00


então o recolhimento do IRPJ será de 28.368,00 + 12.912,00 (adicional) =
R$ 41.280,00.

Você pode perceber que além dos impostos que foram recolhidos de
forma mensal nos meses de janeiro e fevereiro, no mês de março,
quando se encerra o trimestre, deve-se recolher o IRPJ e CSLL.
Da entrega de declarações

Temos no Lucro Presumido algumas declarações acessórias que são de


exigência da Receita Federal do Brasil. São elas: DIPJ, DACON e DCTF.

A DIPJ é entregue anualmente, já a DACON e DCTF são entregues


mensalmente.

Mas o que deve constar nestas declarações? A DIPJ contém


informações referentes a toda movimentação anual da empresa, tais
como faturamento, compras, despesas, valores pagos aos sócios, e
outras.

A DACON é uma declaração cuja obrigatoriedade de entrega é


mensal e o que consta nesta declaração são informações relativas ao
PIS e à COFINS. Nela deve ser informado o faturamento da empresa
referente àquele mês em que está sendo preenchida a DACON. Nessa
declaração existem vários campos em que se pode informar o
faturamento. Se houver incidência de PIS e COFINS, há um campo
específico para isso e, a partir disso, é automaticamente calculado o
valor do imposto/contribuição. Temos também campos de isenção,
tributação à alíquota zero, nas quais não geram valor dos impostos.

A DCTF é outra declaração obrigatória, na qual se deve informar todos


os débitos referentes ao mês em que a declaração está sendo
realizada, tais como: IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, IRRF e outros. Caso esses
débitos estejam quitados, podemos informar o pagamento conforme o
DARF utilizado para realizar a quitação deste débito.
Multas

A multa pela não entrega destas declarações é no mínimo de R$ 500,00


(quinhentos reais), porém esses valores podem ser maiores, pois é
cobrado até 20% sobre o montante de contribuições informadas. Há a
possibilidade de redução desta multa. No caso de declarações que
forem entregues fora do prazo, porém de forma espontânea, a redução
é de 50%, e se for feita após recebimento de intimação e dentro do
prazo previsto nesta a redução, será de apenas 25%.

7.4 Lucro arbitrado

Nessa aula continuaremos nossos estudos sobre Tributação da Pessoa


Jurídica e, especificamente, sobre Lucro Arbitrado.

Da opção
A escolha pelo Lucro Arbitrado se dá pelo pagamento da primeira guia
do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ. O código a ser utilizado
no DARF, que identificará a opção por esse regime de Tributação, é o
código “5625”.

O Lucro Arbitrado é uma modalidade de recolhimento de impostos e


contribuições federais previsto na Lei 8.981/1995, disponível no site da
Receita Federal. A Receita Federal do Brasil pode exigir que a empresa
realize o recolhimento de impostos com base nesta tributação quando
esta deixar de apresentar documentos exigidos pela tributação no
Lucro Presumido, Lucro Real ou até mesmo do Simples Nacional.
Digamos que a empresa X é optante pelo Lucro Real e que a Receita
Federal exigiu o Livro Diário, obrigatório nesta tributação, e esta
empresa não apresentou este Livro. Neste caso, a Receita Federal
poderá obrigar esta empresa a efetuar o recolhimento dos impostos
com base no Lucro Arbitrado.

A empresa poderá optar de forma espontânea pelo Lucro Arbitrado


para que assim ela não necessite realizar alguns procedimentos que são
obrigatórios por outras tributações. No Lucro Real, por exemplo, é
necessário que a empresa tenha a Escrita Contábil. Já na hipótese de
optar pelo Lucro Arbitrado, a Receita Federal já não exigirá os Livros que
exigiria caso as empresas recolhessem seus tributos no Lucro Real.
Diante disso, a empresa opta, diretamente, por recolher seus impostos
com base no Lucro Arbitrado para ficar dispensada de certos
procedimentos exigidos por outra tributação.
Da Alíquota

A alíquota para a apuração pelo Lucro Arbitrado é de 15% e terá o


adicional de 10%, caso o lucro no trimestre ultrapasse 60.000,00, então
estes 10% são o adicional sobre o que ultrapassar, uma média de
20.000,00 por mês.
Base de cálculo

A base de cálculo utilizada para a apuração no Lucro Arbitrado é 20%


maior do que a utilizada no Lucro Presumido, exceto para as instituições
financeiras. Segue abaixo a tabela, conforme atividades desenvolvidas
pelas empresas. Ve jamos:

Tabela 1 - Exemplo de atividades desenvolvidas pelas empresa X


Percentual de arbitramento

PERCENTUAL DE
ATIVIDADE
ARBITRAMENTO

Venda de produtos e revenda de mercadorias 9,60%

Revenda para consumo de combustível derivado


1,92%
de petróleo, álcool etílico carburente e gás natural
PERCENTUAL DE
ATIVIDADE
ARBITRAMENTO

Atividades rurais 9,60%

Industrialização por encomenda 9,60%

Transporte de cargas 9,60%

Prestação de Serviços hospitalares 9,60%

Transporte de Passageiros 19,20%

Instituições Financeiras e equiparadas 45,00%

Prestação de serviços pelas sociedades simples,


relativos ao exercício de profissão legalmente 38,40%
regulamentado.

Intermediação de negócios (inclusive


representação comercial e corretagem de 38,40%
seguros de imóveis).

Construção por administração ou empreitada


38,40%
unicamente de mão de obra

Factoring 38,40%

Prestação de serviços em geral 38,40%


Fonte: Apostila Tributação das Pessoas Jurídicas 2010, Floresta Treinamentos e Consultoria, págs. 95 e 96.

Abaixo, demonstraremos os cálculos que serão realizados com base no


Lucro Arbitrado, cuja atividade desenvolvida pela empresa é uma
Representação Comercial. Para esse exemplo, o faturamento será o
mesmo que foi utilizado pelo Lucro Presumido, para que você,
estudante, possa realizar uma comparação entre essas tributações.

Digamos que as vendas realizadas (faturamento) nos três


primeiros meses ocorreram da seguinte forma:

Tabela 2 - Exemplo de faturamento nos três primeiros meses

MÊS FATURAMENTO

JANEIRO/10 R$ 155.000,00

FEVEREIRO/10 R$ 256.000,00
MÊS FATURAMENTO

MARÇO/10 R$ 180.000,00

TOTAL FATURAMENTO R$ 591.000,00

Então, com base nesse faturamento, pode-se realizar os cálculos dos


impostos/contribuições federais que devem ser recolhidos durante esses
meses. No mês de janeiro de 2010, será realizada a apuração do PIS e
COFINS da seguinte maneira:

Tabela 3 - Exemplo de apuração do PIS e COFINS

IMPOSTO/ CONTRIBUIÇÃO FATURAMENTO ALÍQUOTA VALOR

PIS R$ 155.000,00 0,65% R$ 1.007,50

COFINS R$ 155.000,00 3,00% R$ 4.650,00

No mês de fevereiro, a alíquota utilizada para o cálculo será a mesma,


porém o valor do faturamento é diferente.

Tabela 4 - Exemplo de diferença no valor do faturamento

IMPOSTO/ CONTRIBUIÇÃO FATURAMENTO ALÍQUOTA VALOR

PIS R$ 256.000,00 0,65% R$ 1.664,00

COFINS R$ 256.000,00 3,00% R$ 7.680,00

No mês de março, temos o PIS, COFINS, CSLL e o IRPJ, pois neste


momento encerra-se o primeiro trimestre. O período de encerramento
do primeiro trimestre é o mesmo em que se encerra o Lucro Presumido,
ou seja, o primeiro em 31.03, o segundo em 30.06, o terceiro em 30/09 e
o último e quarto trimestre em 31/12, então no final de cada trimestre,
deve-se realizar os cálculo do IRPJ e da CSLL.

Segue tabelas abaixo para ilustração dos cálculos do PIS, COFINS, CSLL
E IRPJ:

Tabela 5 - Ilustração dos cálculos do PIS e COFINS


IMPOSTO/ CONTRIBUIÇÃO FATURAMENTO ALÍQUOTA VALOR

PIS R$ 180.000,00 0,65% R$ 1.170,00

COFINS R$ 180.000,00 3,00% R$ 5.400,00

Já no cálculo do IRPJ e da CSLL, utiliza-se o faturamento dos três meses,


correspondentes ao 1o trimestre, janeiro, fevereiro e março, que
totalizado chega ao valor de R$ 591.000,00.

Tabela 6 - Ilustração dos cálculos do CSLL e IRPJ

ALÍQ.
ALÍQ. DE
IMPOS./CONTR FATURAMENT BASE DE DO
ARBITRAMENT VALOR
. O CÁLCULO IMPOST
O
O

R$ R$
CSLL R$ 591.000,00 32,00% 189.120,0 9,00% 17.020,8
0 0

R$ R$
IRPJ R$ 591.000,00 38,40% 226.944,0 15,00% 34.041,6
0 0

Ao realizarmos o cálculo do IRPJ, temos que calcular também o


adicional de 10% sobre o que exceder 60.000,00, que se calcula da
seguinte forma: R$ 226.944,00 – 60.000,00 = 166.944,00 x 10% (adicional) =
R$ 16.694,40, então o recolhimento do IRPJ será de 34.041,60 + 16.694,40
(adicional) = R$ 50.736,00.

Você pode retornar à aula anterior, onde abordamos sobre a


tributação no Lucro Presumido, e verificar que os cálculos referentes ao
PIS, COFINS e CSLL foram os mesmos do Lucro Arbitrado. Portanto, esses
impostos permanecerão os mesmos, não importando se foram
efetuados no Lucro Presumido ou no Lucro Arbitrado. No que diz
respeito ao IRPJ, pode-se observar que houve alteração, porque o
Lucro Arbitrado é mais oneroso do que o Lucro Presumido, portanto
aumentou o Imposto a ser recolhido.
Da Declaração
No Lucro Arbitrado temos, como obrigatoriedade, declarações exigidas
pela Receita Federal, são elas: DACON, DCTF e DIPJ. Nas duas primeiras,
a periodicidade de entrega é mensal e as penalidades são idênticas às
do Lucro Presumido, já a DIPJ é entregue anualmente.

7.6 Lucro real

A partir de agora iremos buscar o aprendizado de mais uma tributação,


que é conhecida como Lucro Real. Nesse método de tributação
existem duas formas de aplicação, que são Lucro Real Trimestral e Lucro
Real Anual. Você verá a diferença entre os cálculos em cada
modalidade.

É importante saber que existe possibilidade de qualquer empresa


realizar a opção pelo regime de tributação, no Lucro Real. Porém em
alguns casos, é obrigatória a apuração dos impostos nesta modalidade
de Tributação.
Da Obrigatoriedade

Você sabia que, segundo o artigo 14 da Lei Nº 9.718/1998, existem


algumas características que obrigam determinadas empresas a apurar
seus impostos com base no seu Lucro Real? Vamos analisar cada caso
onde essa obrigatoriedade acontece.

1. Empresa cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja


superior ao limite de R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de
reais), ou proporcional ao número de meses do período, quando
inferior a 12 (doze) meses;
2. Empresas cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos
de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas
econômicas, sociedades de crédito, financiamento e
investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades
corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de
títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil,
cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de
capitalização e entidades de previdência privada aberta;
3. Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos
do exterior;
4. Que autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios
fiscais relativos à isenção ou redução do imposto;
5. Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado
pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2°
da Lei Nº 9.430 de 1996;
6. Que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua
de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de
crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a
receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas
mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring);
7. Que explorem as atividades de securitização de créditos
imobiliários (suporte para emissão de títulos ou valores
imobiliários), financeiros e do agronegócio. (Incluído pela Medida
Provisória nº 472, de 2009).

Agora que você já tem conhecimento de quais atividades estão sujeitas


ao Lucro Real, veremos a alíquota.

Qual é a alíquota do IRPJ no Lucro Real? Podemos entender que a


alíquota no Lucro Real é de 15% sobre o Lucro Apurado no período e
estará sujeita ao adicional de 10% caso a empresa ultrapasse 20.000,00
por mês ou 60.000,00 por trimestre.

Temos, também, a Dedução dos Impostos. A apostila de Liviel Floresta –


Floresta Treinamentos e Consultoria – Tributação das Pessoas Jurídicas
Regras para 2010, página 29, informa que, para efeito de determinação
do saldo do imposto a ser pago ou a ser compensado, a pessoa jurídica
poderá deduzir do imposto devido os valores:

 dos incentivos fiscais de dedução de impostos, observados os


limites e prazos fixados na legislação vigente;
 dos incentivos fiscais de redução e isenção do imposto,
calculados com base no lucro da exploração;
 do imposto de renda pago ou retido na fonte, incidente sobre
receitas computadas na determinação do lucro real;
 do imposto de renda pago por estimativa;
 imposto de renda retido na fonte por órgão público;
 imposto pago incidente sobre ganho no mercado de renda
variável;
 imposto pago no exterior sobre lucros disponibilizados,
rendimentos e ganhos de capital.

Incentivos Fiscais
Temos vários incentivos fiscais, porém citaremos apenas alguns:

O Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT, doações aos fundos


da criança e adolescente, atividades audiovisuais, dentre outras. Pode-
se ressaltar que os incentivos ou doações realizadas nem sempre
poderão ser compensadas no montante ou no valor total da doação,
pois a compensação depende do valor do imposto a recolher.

Exemplo: A dedução referente às doações aos Fundos da Criança e


Adolescente é limitada a 1% do imposto devido. Não importa o valor
que foi doado. Digamos que uma determinada instituição faça a
doação de 5.000,00. Isto não significa que o valor integral da doação
será abatido no imposto.

Lucro Real Trimestral/Anual

Como temos duas modalidades de apuração no Lucro Real, podemos


fazer a escolha. No Lucro Real Trimestral a apuração do IRPJ e CSLL são
realizadas trimestralmente, sendo que o primeiro trimestre encerra em
30/03, o segundo em 30/06, o terceiro em 30/09 e o quarto e último em
31/12.

No Lucro Real Anual, o período de apuração é anual, porém é


realizado o cálculo mensal do IRPJ e CSLL, podendo suspender ou
reduzir os pagamentos através dos balanços ou balancetes
intermediários. No Lucro Real Trimestral, caso tenha prejuízo anterior,
este não poderá ser compensado de uma única vez, assim podendo ser
compensado no máximo 30% sobre o lucro do trimestre que está em
apuração. Já no Lucro Real Anual, a compensação total poderá ser
realizada no próximo mês a ser apurado. Vejamos:

Digamos, por exemplo, que uma empresa apura os impostos com base
no Lucro Real Trimestral. No ano anterior ocorreu um prejuízo de
98.000,00, mas já no primeiro trimestre do ano seguinte (janeiro
40.000,00, fevereiro 35.000,00 e março 25.000,00) apurou um lucro de
100.000,00. Nesta modalidade de apuração ela não poderá compensar
todo esse prejuízo de uma única vez. Veja:

Tabela 1 - Exemplo de apuração

Prejuízo Anterior R$ 98.000,00

Lucro no I Trimestre R$ 100.000,00

Compensar (100.000,00 x 30%) R$ 30.000,00

Lucro depois da compensação R$ 70.000,00

Restante de Prejuízo a Compensar R$ 68.000,00

Com base no exemplo acima, pode-se dizer que a empresa deve


pagar os impostos sobre 70.000,00, mesmo tendo um prejuízo a
compensar de 68.000,00.

IRPJ: 70.000,00 x 15% = 10.500,00 + (adicional 70.000,00 – 60.000,00 = R$


10.000,00 x 10% = 1.000,00) = 11.500,00

CSLL: 70.000,00 x 9% = 6.300,00


Utilizaremos o mesmo exemplo no Lucro Real Anual, mas fazendo este
levantamento mensal. Vejamos o exemplo:

Tabela 2 - Exemplo com o mês de janeiro sem recolhimento de IRPJ e


CSLL

Prejuízo Anterior R$ 98.000,00

Lucro em janeiro R$ 40.000,00

Compensar em janeiro R$ 40.000,00

Lucro depois da compensação R$ 0,00

Restante de Prejuízo a Compensar R$ 58.000,00

Com base no exemplo acima, no mês de janeiro não é necessário


realizar recolhimento de IRPJ e CSLL.

Tabela 3 - Exemplo com o mês de fevereiro sem recolhimento de IRPJ e


CSLL

Prejuízo Anterior R$ 98.000,00

Prejuízo Compensado R$ 40.000,00

Saldo de Prejuízo a Compensar R$ 58.000,00

Lucro em fevereiro R$ 35.000,00

Compensar em fevereiro R$ 35.000,00

Lucro depois da compensação R$ 0,00

Restante de Prejuízo a Compensar R$ 23.000,00

De acordo com a tabela acima, no mês de fevereiro, também não será


necessário efetuar o recolhimento de IRPJ e CSLL.

Tabela 4 - Exemplo de pagamento do IRPJ e CSLL

Prejuízo Anterior R$ 98.000,00

Prejuízo Compensado R$ 75.000,00


Prejuízo Anterior R$ 98.000,00

Saldo a Compensar do Prejuízo R$ 23.000,00

Lucro em março R$ 25.000,00

Compensação de Prejuízo em março R$ 23.000,00

Lucro depois da compensação R$ 2.000,00

Restante de Prejuízo a Compensar R$ 0,00

A tabela acima mostra que no mês de março a empresa deve pagar o


IRPJ e CSLL sobre R$ 2.000,00, valor que, deduzido o prejuízo, restou de
lucro.

IRPJ : 2.000,00 x 15% = R$ 300,00


CSLL : 2.000,00 x 9% = R$ 180,00

Com base nesses valores, pode-se perceber que o Lucro Real Anual é
mais vantajoso, pois a empresa pode aproveitar todo prejuízo de forma
integral.

Já no lucro trimestral, a compensação do prejuízo ocorre parcialmente,


assim, a opção com base no Lucro Real Anual se torna mais vantajoso
como pode ser comprovado através dos cálculos realizados acima.

7.7 Regime de estimativa

Neste regime de apuração do Lucro Real iremos calcular o IRPJ e CSLL


de forma mensal, porém esses impostos devem ser recolhidos com base
no Lucro.

Exemplo: Digamos que no mês de janeiro houve um lucro de


R$80.000,00, com recolhimento do imposto com base neste lucro. Já no
mês de fevereiro, o lucro acumulado alterou, somando um lucro de
R$60.000,00. Nesse caso não se deve recolher o imposto, pois o que já
foi recolhido ultrapassa o lucro, assim, suspendendo o recolhimento.
Perceba que, para cada cálculo mensal realizado na empresa,
apresenta-se um resultado diferente, assim, alterando o lucro. Quando
esse lucro for maior, deve-se complementar o recolhimento, caso seja
menor, não há recolhimento. O resultado é apurado conforme as
receitas e despesas referentes àquele mês de apuração. Vejamos:
Digamos que após todos os ajustes de lançamentos contábeis, inclusive
o estoque que é fator determinante para o controle de Lucro, tenhamos
o seguinte resultado no mês.
O balancete ficaria assim:

Balancete ref. janeiro/20xx

Ativo – 852.000,00

Passivo – 812.000,00

Resultado- 40.000,00 (positivo).

Isto significa que no mês de janeiro obteve-se lucro, portanto deve-se


recolher o IRPJ e CSLL com base no resultado alcançado acima.

O recolhimento ficaria da seguinte maneira:

CSLL: 40.000,00 X 9% = R$ 3.600,00

IRPJ: 40.000,00 X 15% = R$ 6.000,00 + (adicional de 10% sobre o que


ultrapassar R$ 20.000,00, ficando da seguinte maneira R$ 20.000,00 x 10%
= R$ 2.000,00) = R$ 8.000,00 (total IRPJ).

Lembre-se de que esses impostos são recolhidos sobre o Lucro


independentemente do valor de venda efetuado naquele mês,
portanto no nome Lucro Real.

Iremos agora para o balancete do próximo mês, fevereiro/20xx, que é


acumulativo, assim ficando o saldo dos dois meses janeiro e fevereiro.
Nesse caso, iremos recolher os impostos com base no lucro no
balancete de fevereiro.

Ativo – 845.000,00

Passivo – 828.000,00

Resultado – 17.000,00 (positivo)

Você pode observar que o resultado apurado em fevereiro foi menor


de que o apurado em janeiro. Assim, neste referido mês, não foi
necessária a realização do recolhimento do IRPJ e CSLL, pois já foi
efetuado o recolhimento sobre um lucro de 40.000,00. Neste caso,
acontece a suspensão do pagamento.

Agora demonstraremos os saldos do balancete acumulado referente


ao mês de março/20xx. Vejamos de que maneira ficará.

Ativo – 958.000,00

Passivo – 915.000,00
Resultado – 43.000,00 (positivo).

Esse valor é o lucro acumulado durante esses três meses. O resultado do


mês de março é maior do que o apurado no mês de janeiro, por isso
serão realizados os cálculos neste mês para verificar se há impostos a
recolher. Veja abaixo.

CSLL 43.000,00 x 9% = 3.870,00, sendo que no mês de janeiro já foi


efetuado o recolhimento desses impostos no valor de R$3.600,00.

Uma vez recolhido o imposto no mês anterior, deve-se recolher somente


a diferença que é de (3.870,00 – 3.600,00) = R$ 270,00.

IRPJ 43.000,00 x 15% = 6.450,00. Lembre-se de que neste mês não há o


adicional de Imposto de Renda, pois a proporção do lucro nos três
meses não superou 20.000,00. Neste caso, o valor que foi recolhido
ultrapassou o que teria que recolher, não sendo necessário recolher o
IRPJ neste mês. O não recolhimento nesse caso é chamado de
suspensão.

Lucro Real Trimestral

Lucro Real Trimestral é uma forma de apuração do Lucro Real em que


as empresas poderão recolher de forma definitiva o IRPJ e CSLL. Esta
modalidade do Lucro Real é a maneira pela qual as empresas optam e
pagam seus impostos trimestralmente.

A escolha pelo regime trimestral é realizada no momento do


pagamento referente ao primeiro trimestre do ano calendário e esse é
realizado com base nos lucros apurados.

Como demonstramos na aula anterior, descreveremos mais alguns


exemplos, com os quais você, cursista, poderá fazer uma comparação,
verificando a modalidade do Lucro Real mais vantajosa para recolher
os tributos.

O encerramento do 1º trimestre ocorre em março. Com base nisso, o


cálculo é realizado de acordo com o saldo do balancete do referido
mês, ficando da seguinte maneira:

IRPJ: 43.000,00 x 15% = R$ 6.450,00

CSLL: 43.000,00 x 9% = R$ 3.870.00

Esses valores referentes ao 1º trimestre são definitivos e disponíveis do


Governo Federal.
Não há alteração nesses impostos, sem compensação em trimestres
posteriores.

Com base nisso, qual método de tributação é melhor?

Apesar de a soma dos impostos trimestrais ter sido menor com o valor de
R$10.320,00 e no recolhimento por estimativa ter acumulado um
recolhimento de R$ 11.870,00, a opção por estimativa é considerada
melhor devido ao fato de haver um período de nove meses em que o
imposto será recolhido somente se houver um lucro superior ao valor
recolhido. Já o trimestral, se o Lucro for inferior a R$ 43.000,00, no
segundo trimestre deve-se recolher da mesma maneira, pois se refere a
outro período.

Digamos que no 2º trimestre o lucro acumulado no regime de estimativa


seja de R$30.000,00. Nesse caso, não será necessário realizar o
recolhimento, pois já foi efetuado um pagamento superior a esse lucro.
Já no Trimestral, o recolhimento é devido por se tratar de outro período.

IRPJ: R$ 30.000,00 x 15% = R$ 4.500,00

CSLL: R$ 30.000,00 x 9% = R$ 2.700,00

Veja agora sobre as declarações que são entregues neste regime de


tributação.
Declarações

As empresas optantes pelo Lucro Real estão obrigadas a entregar a


DACON e DCTF de forma mensal, sendo que a primeira contempla a
apuração de PIS e COFINS, e a segunda é realizada para declarar para
a Receita Federal do Brasil todos os débitos pertencentes à mesma nos
quais podem constar: IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, IRRF, dentre outros.

A Dacon tem como prazo de entrega o 5º dia útil do segundo mês


subsequente ao referido mês de entrega. Exemplo: a declaração do
mês de janeiro deve ser entregue até o 5º dia útil de março. Já a DCTF,
é entregue no 15º dia útil ao prazo do segundo mês subsequente ao
referido mês de entrega. A DIPJ também é uma declaração que deve
ser entregue, pelas empresas optantes pelo Lucro Real, devendo
constar toda movimentação da empresa no referido ano. O prazo de
entrega da declaração é o último dia útil do mês de junho do ano
posterior ao encerramento do exercício, ou seja, em junho de 2010,
deve ser entregue a declaração de 2009.

7.8 Tributos estaduais


Na aula a seguir o nosso foco serão os Tributos Estaduais e também
alguns tributos que são de competência do Estado.

Tributos Estaduais
Os tributos estaduais são compostos por impostos, taxas, contribuição
de melhoria e contribuição previdenciária.

O imposto é uma espécie de tributo. São impostos estaduais:

 Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias


e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação – ICMS;
 Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA;
 Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer
Bens ou Direitos – ITCD.

É importante você saber que temos as taxas que são cobradas pelos
serviços públicos e estas não constituem base de cálculo. Um exemplo
é a iluminação pública que é cobrada em conjunto com a conta de
energia. Podemos citar também as taxas de serviços judiciários, as
quais são recolhidas por quem está movendo a ação.

Outro tipo de tributo é a contribuição por melhoria que é cobrada por


construção de alguma obra pública que beneficia imóveis situados
naquela região, surgindo a contribuição de melhoria. Já a contribuição
previdenciária é cobrada dos servidores do Estado para custeio do
sistema de previdência e assistência social para a garantia de
benefícios aos próprios servidores.

Agora que você está conhecendo os tributos, iremos estudar as


alíquotas dos impostos que foram citados acima.

Alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviço – ICMS

O ICMS é um imposto de competência estadual que é cobrado


quando há circulação de mercadoria, bens ou serviço. Esse imposto é
bastante conhecido, e pode ser observado nas notas fiscais, pois
aparece em destaque em campo próprio. Sempre quando estamos
realizando algum tipo de compra, isso resulta em circulação de
mercadoria, assim gerando o ICMS. Portanto sempre que há exigência
de nota fiscal, surge esse imposto, há não ser que essa mercadoria
adquirida esteja em situação de isenção.

A alíquota do ICMS varia de Estado para Estado e em alguns casos são


concedidos benefícios. Mesmo quando a alíquota não sofre alteração,
ocasiona uma diminuição nos impostos a serem recolhidos. Como
exemplo, podemos citar os casos de redução de base de cálculo ou
benefício de algum produto que fora determinado pelo governo.
Da não incidência do ICMS

A não incidência de ICMS refere-se à isenção de cobrança de ICMS


sobre aquela operação (mercadoria) ou prestação (serviço) que é
concedida pelo governo. No art. 37 do CTE existem vários exemplos de
mercadorias que são contempladas com a não incidência, dentre os
quais constam:

1. livros;
2. jornais;
3. obras de arte, quando comercializadas pelo próprio autor ou na
primeira venda por intermediário especializado.

Dos benefícios fiscais


Os benefícios fiscais são incentivos concedidos pelo governo que
beneficiam parte da mercadoria/prestação ou até mesmo o total dela.
É um incentivo que pode ou não ter um prazo determinado. Os
benefícios fiscais são: isenção, redução de base de cálculo, crédito
outorgado, manutenção de crédito, devolução total ou parcial dos
impostos.

Agora que apresentamos um pouco mais do ICMS, iremos ver outro


imposto estadual, que é o Imposto sobre Propriedade de Veículos
Automotores – IPVA.
Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores – IPVA

O contribuinte do IPVA é quem possui um veículo automotor aéreo,


aquático ou terrestre. Por se tratar de um imposto de competência
estadual, o recolhimento do IPVA deve ser realizado no local que
houver o emplacamento do veículo. Se o proprietário do veículo reside
no Estado do Rio de Janeiro, mas seu veículo é emplacado em Goiás,
então deve recolher o imposto em Goiás, pois deve ser destinado ao
local em que consta o registro do veículo naquele momento.

Assim como o ICMS, o IPVA também tem alíquotas diversificadas para


alguns modelos de veículos, e você deve verificar o tipo de alíquota
conforme cada Estado.

No IPVA, temos também os benefícios de veículos que estão


dispensados do pagamento deste imposto. Citaremos alguns exemplos
(mas atente-se que esses benefícios são um exemplo, podem variar de
Estado para Estado):

1. Veículos com 20 (vinte) anos ou mais tempo de uso;


2. Ônibus destinados a transporte de passageiro de turismo e
escolar, desde que credenciado ao órgão competente.
3. Veículos adquiridos para portadores de deficiência física, visual,
mental severa ou profunda, ou autistas (ou que sejam utilizados
para o transporte dessas pessoas).

O Estado é responsável pelo recebimento do IPVA e repassa ao


município que o veículo estiver emplacado 50% do valor deste
imposto. O IPVA prevê penalidades. As multas podem chegar a 200%
do valor do imposto e podem ser imputadas se houver uso de
documentos adulterados, falsos, dentre outros.

Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens


ou Direitos - ITCD

O ITCD é um imposto que é cobrado sobre a transmissão de causa


mortis e doação de qualquer bem ou direito, ou seja, deve-se pagar
sobre a doação ou herança. A base de cálculo para a apuração deste
imposto é o valor venal, ou seja, o valor que o bem é avaliado, no qual
se aplicará a alíquota para encontrar o valor do imposto.

As alíquotas deste imposto variam conforme o Estado, por isso é


importante que você busque saber no seu Estado qual é a alíquota
praticada.

7.9 Como funciona o ICMS

Olá, cursista! Na aula de hoje vamos aprender sobre o ICMS. O ICMS é o


Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Ele é um tributo,
um percentual cobrado quando você vende uma mercadoria.

Por exemplo: você faz uma venda de R$100,00 dentro do estado de


São Paulo. Em São Paulo o ICMS é de 18%, logo, você pagará R$18,00
de imposto sobre esta venda.

O ICMS é um imposto estadual, por isso, cada estado pode ter as suas
regras. Por exemplo, em São Paulo o ICMS é de 18%, porém em Santa
Catarina é 17%. Então cada estado tem autonomia para definir as suas
regras de cálculo de ICMS e como arrecadá-lo.

O ICMS funciona em duas operações: nas operações internas, que


podem ser interestaduais, e quando ocorre nesta forma, pode variar
entre 4%, 7% e 12%, quando as mercadorias forem consideradas
importadas.
Figura 1 - Valores de ICMS em transações interestaduais

Descrição da imagem: Ilustração do mapa do Brasil, com os valores cobrados de ICMS em transações
interestaduais. Os estados das regiões: Norte, Nordeste e Centro-Oeste estão pintados em cinza escuro.
Região Sul e Sudeste está em verde claro. Os valores de ICMS: De cinza escuro para cinza escuro 12%. De
cinza escuro para verde claro: 12%. De verde claro para verde claro 12%. De verde claro para cinza escuro
7%.

O ICMS pode ser isento. Um exemplo são os preservativos, que após


uma reunião entre os estados, decidiram fazer a isenção para ajudar a
reduzir o preço do produto e torná-lo mais acessível.

Há também o ICMS débito e crédito. Essa aplicação funciona da


seguinte forma: o cidadão A vende para o B aquele item do primeiro
exemplo, com o ICMS de R$18,00. O cidadão B ficará com crédito de
R$18,00 e quando for vender para o cidadão C, ele não precisará
pagar estes R$18,00.

Existe a substituição tributária, que nada mais é que o ICMS sendo


cobrado de forma diferente: ao invés de ser da indústria para o
distribuidor, ou do distribuidor para a loja, ou da loja para o cliente, ele é
cobrado somente em uma operação. Por exemplo, da indústria para o
distribuidor. E a ideia é cobrar todo o imposto que seria fragmentado
naquele processo de uma só vez.

Por fim, temos também o DIFAL (Diferencial de Alíquota do ICMS). Essa


aplicação ocorre quando uma empresa do Rio de Janeiro vai fazer
uma venda para uma pessoa física de Minas Gerais, ou seja, o cliente é
não contribuinte de ICMS, porém o ICMS do Rio de Janeiro é 12% e de
Minas Gerais é 20%, logo, a empresa terá que pagar além dos 12%, um
DIFAL de 8%.
O ICMS é um imposto complexo, com muitas regras, por isso é
importante que você continue estudando, para aprender a formar um
preço de venda corretamente. O ICMS é um imposto impactante e
pode chegar em uma carga tributária relevante ao longo do processo
da venda.

7.10 Impostos e taxas municipais

Agora vamos abordar a questão dos impostos e taxas municipais. Assim,


você terá oportunidade de conhecer o IPTU, o ISSQN e o ITBI, siglas cujos
significados serão apresentados no decorrer desta aula. Espero que o
conteúdo tenha contribuído para a sua qualificação, e que seja útil
para aplicação, tanto profissional quanto pessoal.

Para dar início à aula de hoje, abordaremos o Imposto sobre a


Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU. O IPTU é um imposto
cobrado sobre a propriedade de imóvel edificado, e o responsável pelo
pagamento deste imposto é o proprietário do bem.

A base de cálculo do IPTU é baseada no valor de venda do imóvel, e


este valor venal é baseado na área construída do imóvel, de acordo
com o estado de conservação, no valor do metro quadrado daquela
região, e outros critérios de avaliação que são determinados pela
Prefeitura Municipal.

A base de cálculo do IPTU é definida através de um grupo de pessoas,


encontrando assim o valor venal do bem. Para encontrar este valor,
temos representantes de diversos órgãos, dentre eles representantes da
Câmara Municipal, da Secretaria Municipal de Finanças e Sindicato de
Corretores de Imóvel e outros.

A alíquota aplicada do IPTU é estabelecida através da localização e


uso do imóvel, assim diferenciando as alíquotas entre imóveis edificados
de uso residencial ou não e também de imóveis vagos ou não
edificados. Os imóveis edificados de uso residencial variam entre uma
alíquota de 0,20% e 0,55%; para os imóveis edificados de uso não
residencial, a alíquota fica entre 0,50% e 1%; já os imóveis vagos ou não
edificados, a alíquota aplicada é de 1% a 4%.

O pagamento do IPTU é realizado mediante prazos estabelecidos pela


Secretaria Municipal de Finanças, e esse imposto pode ser dividido em
até 12 parcelas. Se o contribuinte optar pelo pagamento em parcela
única, terá um desconto de 10% sobre o valor total do imposto.

No IPTU, temos imóveis que são isentos, dentre vários exemplos que
temos no art. 11 do Código Tributário Municipal – CTM, do município de
Goiânia, citaremos alguns:
1. Imóveis pertencentes ao próprio município;
2. Imóveis pertencentes ao Patrimônio do Governo Estrangeiro,
utilizado para sede de seus consulados;
3. Imóveis pertencentes a associações representativas dos servidores
municipais, dentre outros.

Agora que você conhece o IPTU, partiremos para outro imposto da


esfera municipal, o Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza –
ISSQN.

Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza


O ISSQN, como é conhecido, é um imposto de competência Municipal,
e o contribuinte deste imposto é o prestador de serviço. O prestador de
serviço é uma empresa ou pessoa física que presta serviço, seja este
para empresas ou para pessoa física.

A prestação de serviço é cobrada no município do estabelecimento


prestador ou caso este não possua o estabelecimento fixo, será
considerado o local do domicílio do prestador.

Em alguns casos o ISSQN será cobrado no local da prestação do


serviço, ou seja, no local onde está sendo realizado determinado
serviço. Exemplificaremos alguns dos que constam na Lei
Complementar 116/2003. Veja:

1. instalação dos andaimes, palcos, coberturas;


2. edificações em geral, estradas, pontes;
3. execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e
logradouros públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins
e congêneres;
4. florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e
congêneres;
5. execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de
árvores.

Na Lei Complementar Nº116/2003, temos uma relação de quais


atividades são consideradas prestações de serviços. Citaremos
algumas. Observe:

1. Serviços de informática e congêneres;


2. Análise e desenvolvimento de sistemas;
3. Elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos
eletrônicos;
4. Serviços de saúde, assistência médica e congênere;
5. Análises clínicas, patologia, eletricidade médica, radioterapia,
quimioterapia, ultrassonografia, ressonância magnética,
radiologia, tomografia e congêneres;
6. Enfermagem, inclusive serviços auxiliares;
7. Odontologia;
8. Psicologia;
9. Casas de repouso e de recuperação, creches, asilos e
congêneres;
10. Hospitais, clínicas, ambulatórios, prontos-socorros e congêneres,
na área veterinária;
11. Serviços de cuidados pessoais, estética, atividades físicas e
congêneres;
12. Barbearia, cabeleireiros, manicuros, pedicuros e congêneres;
13. Engenharia, agronomia, agrimensura, arquitetura, geologia,
urbanismo, paisagismo e congêneres;
14. Serviços de educação, ensino, orientação pedagógica e
educacional, instrução, treinamento e avaliação pessoal de
qualquer grau ou natureza;
15. Advocacia;
16. Contabilidade, inclusive serviços técnicos e auxiliares;
17. Planejamento, coordenação, programação ou organização
técnica, financeira ou administrativa.

Da não incidência de ISSQN


É importante você saber que no ISSQN também existe a não incidência,
que é definida pelo município que concede o benefício. Como
exemplo, podemos citar as exportações de serviços para o exterior.

Da alíquota
A alíquota do ISSQN é definida por cada município, sendo a mínima
permitida de 2% e a máxima de 5%.

Muitas vezes, as cidades do interior que aplicam uma alíquota menor


do que a nos grandes centros recebem empresas que, na verdade, irão
atuar no grande centro, mas o registro da empresa é feito nas
pequenas cidades a fim de diminuir a carga tributária, pois a diferença
do imposto é muito grande.

Exemplo:

Uma empresa presta serviço no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil


reais).

Sendo que, no grande centro cobra-se 5% de ISSQN e nas cidades do


interior 2%. Perceba que a diferença é muito grande. Veja.
R$ 300.000,00 x 2% = R$ 6.000,00

R$ 300.000,00 x 5% = R$ 15.000,00

Nota-se que a diferença é enorme, passando dos 100%, e isso é o


grande motivo de as empresas prestadoras de serviços migrarem de um
município para outros a fim de economizarem nesses impostos.

Da mesma forma que lhe demonstramos o ISSQN, veremos neste


momento outro imposto municipal, o ITBI.

Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis – ITBI


Esse imposto é cobrado quando da transferência de um imóvel, ou seja,
mudança de proprietário. São cobrados em transações que envolvem
casas, apartamentos, dentre outros. O ITBI não é cobrado na
transmissão, no caso de herança ou doação.

Agora que você já está com diversas informações, vamos avançar um


pouco e, para finalizar os tributos e taxas municipais, abordaremos
algumas taxa municipais.

Taxas Municipais
Sobre as taxas municipais, abordaremos a taxa de licença para
funcionamento, taxa de alvará sanitário e taxa de expediente, que são
as mais conhecidas.

As taxas de funcionamento são recolhidas pela empresa com base na


quantidade de empregados que existem na empresa e também de
acordo com a atividade. Essa taxa é cobrada anualmente e é
obrigatória para todos os contribuintes inscritos no município.

A outra taxa é a de expediente. Ela é recolhida na emissão de guias de


pagamento pela prefeitura e também quando da emissão de carnês
do município.

A taxa de Alvará Sanitário é emitida na renovação do Alvará da


Vigilância Sanitária e tem como meta identificar a regularidade dos
estabelecimentos quanto à higienização. Podemos citar como exemplo
de uso do Alvará Sanitário os estabelecimentos de Saúde e
Alimentação.

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