Disjuntores Pvo, Gvo e Outros
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Disjuntores Pvo, Gvo e Outros
Desenvolvimento de Software para Medio dos Tempos de Operao Durante Ensaios em Disjuntores de Alta Tenso
Dissertao submetida ao Programa de PsGraduao em Engenharia Eltrica como parte dos requisitos para a obteno do Ttulo de Mestre em Cincias em Engenharia Eltrica. rea de concentrao: Sistemas Eltricos de Potncia Orientador: Prof. Dr. Manuel Lus Barreira Martinez
Aos meus pais, Jos e Neuza pelos ensinamentos, dedicao, esforos e por tudo que me ensinaram e o quanto me incentivaram para que eu pudesse chegar at aqui. minha esposa Telma pelo apoio, compreenso e pacincia durante todo este tempo. Aos meus filhos Gabriel e Elias, presentes de Deus na minha vida. A Deus, pois sem ele nada seria possvel.
Agradecimentos
Ao Prof. Dr. Manuel Lus Barreira Martinez pelos ensinamentos e orientao; pela sua amizade e por tudo em que me ajudou, permitindo-me realizar um bom trabalho. Ao superintendente da EM.O, Eng Ricardo Medeiros, o qual possibilitou esta conquista, dando-me a oportunidade de cursar este mestrado. Ao Gerente do Departamento CTE.O, Eng Luiz Antonio Gouva de Albuquerque, que sempre me incentivou e acreditou no meu trabalho. Ao Gerente da Diviso LAME.O, Eng Juarez Neves Cardoso, pela compreenso em me liberar do Laboratrio todos estes dias em que estive presente na UNIFEI. Ao Me Laerte dos Santos, sem o qual esta conquista no teria sido possvel. Aos companheiros do setor de Metrologia Eng Luiz Henrique Pereira Junqueira, Marzano Carlos Lacerda, Walter Venturini da Silva, Maria do Carmo Faria e Ma Denize Azevedo da Silva. Aos companheiros do setor de Desenvolvimento Eng Walter Latt Junior, Eng Ulisses de Vasconcelos Ordones, Marco Antonio Abi Ramia, Roberto Obvioslo, Carlos Augusto Pardini e rica Patrcia de Oliveira Silveira. Ao Eng Adolfo Ribeiro Junior pelas informaes sempre fornecidas. Ao amigo Alisson Maria da Silva por todo apoio prestado. A todos os companheiros de trabalho que me prestaram grandes ajudas. Aos grandes amigos: Danilo Vaz Figueiredo, Gleisson Carlos da Silva, Marcelo Assis de Faria Ribeiro e Ailton de Lima Ribeiro pela amizade e companheirismo sempre presentes. Aos Engenheiros Jos Morvan Faria Brasileiro e Roberto Teixeira Siniscalchi, companheiros de jornada em FURNAS. Obrigado a todos aqueles que de forma direta ou indireta me ajudaram.
"Um pouco de cincia nos afasta de Deus. Muito nos aproxima." Louis Pasteur
Resumo
Os Disjuntores de Alta Tenso so equipamentos de proteo de extrema importncia nos circuitos eltricos de usinas, subestaes e indstrias. Na presena de falhas, estes devem operar no tempo devido protegendo equipamentos e linhas de transmisso, dentro da sua rea de atuao. Dentre os ensaios realizados periodicamente para garantir uma operao confivel destes equipamentos esto os ensaios de medio dos tempos de operao de abertura e fechamento dos seus contatos aps energizao das respectivas bobinas de acionamento. Este ensaio visa verificar se todos os contatos esto abrindo e fechando dentro do tempo estipulado pelo fabricante e se os dispositivos associados proteo do disjuntor (bobinas de abertura e fechamento e rels de proteo) esto operando corretamente. Para a realizao desta medida de tempo h no mercado alguns equipamentos projetados para esta tarefa. Seus custos so altos e a assistncia tcnica prestada pelos representantes muitas vezes no atende por completo as necessidades dos clientes. Pensando nisso, a empresa FURNAS Centrais Eltricas S.A, empresa de energia do Sistema ELETROBRAS, resolveu desenvolver seu prprio equipamento para realizar o ensaio de medio dos tempos de operao dos seus disjuntores. A este equipamento foi dado o nome de IMTD24 (Interface para Medir Tempos de Disjuntores 24 canais, onde 20 canais monitoram o estado dos contatos do disjuntor e 4 canais, o estado das bobinas de acionamento). Esta dissertao tem o propsito de apresentar os passos do desenvolvimento de um software para Microsoft Windows, capaz de se comunicar com a IMTD24 pela porta paralela do computador. Ser mostrado tambm o estado atual do hardware/software, e as novas implementaes que esto sendo desenvolvidas.
Palavras-chave: Disjuntores, Interface IMTD24, Microsoft Windows, tempos de operao de disjuntores, Alta Tenso, usinas, subestaes.
Abstract
The high voltage circuit breakers are protective devices of extreme importance in electrical circuits of power plants, substations and industries. In the presence of failures, they must operate in due time to protect equipment and transmission lines within its area of operation. Among the tests carried out periodically to ensure reliable operation of these equipments, are the measuring the operation times of opening and closing of its contacts after energization of their drive coils. This test is to verify that all contacts are opening and closing within the time stipulated by the manufacturer, and that the devices associated with the protection circuit is operating properly, such as coils of opening and closing and protective relays. For carrying out this test, there is some equipment on the market designed to accomplish this task. Their costs are high and technical assistance provided by representatives often does not meet customer needs. With this in mind, the company FURNAS Centrais Eltricas S.A, energy company of ELETROBRAS system, decided to develop its own equipment to perform these tests, measuring the times of operation of the its circuit breakers. This equipment received the name IMTD24 ("Interface para Medir Tempos de Disjuntores - 24 canais"). With 20 channels to monitor the state of the breaker's contacts, and 4 channels to monitor the state of the coil drive. This volume aims to present the steps of development of a software for Microsoft Windows, able to communicate with the IMTD24 through computer's parallel port. Will also be shown the current state of hardware and software, and the new implementations being developed.
Keywords: Circuit breakers, Interface IMTD24, Microsoft Windows, operating times of circuit breakers, high voltage, power plants, substations.
SUMRIO
NOMENCLATURAS E SIMBOLOGIAS .......................................................................... IV LISTA DE TABELAS ........................................................................................................... VI LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................... VII 1. INTRODUO ................................................................................................................ 1 1.1 1.2 1.3 1.4 2. APRESENTAO ......................................................................................................... 1 HISTRIA DE FURNAS CENTRAIS ELTRICAS S.A ................................................. 2 HISTRICO DO DESENVOLVIMENTO DA APLICAO ................................................. 3 ESTRUTURA DA DISSERTAO ................................................................................... 5
INTRODUO AOS DISJUNTORES DE ALTA TENSO ................................................... 8 ASPECTOS BSICOS E CONSTRUTIVOS ..................................................................... 10
Introduo .................................................................................................................................... 10 Tcnicas de interrupo ............................................................................................................... 12
Histrico ................................................................................................................................................... 12
2.2.2.1
2.2.3
2.2.3.1 2.2.3.2
2.2.4 2.2.5
2.2.6
2.2.6.1 2.2.6.2
2.2.7
2.3 2.4
2.4.1 2.4.2
3.
INTRODUO ............................................................................................................ 39 ENSAIOS DE TIPO ..................................................................................................... 39 ENSAIOS DE PROTTIPO .......................................................................................... 40 ENSAIOS DE ROTINA................................................................................................. 40 METODOLOGIA DE ALGUNS ENSAIOS EM DISJUNTORES .......................................... 41
Ensaio de isolao (medio do fator de potncia) .................................................................... 41
Montagem do ensaio utilizando Doble M2H de 10 kV ............................................................................. 43 Clculo do fator de potncia percentual utilizando Doble M2H ............................................................... 43
3.5.1.1 3.5.1.2
3.5.2
3.5.2.1
Ensaio de resistncia de contatos ................................................................................................ 46 Ensaio de estanqueidade do SF6.................................................................................................. 48 Ensaio dos resistores dos contatos auxiliares ............................................................................. 49 Ensaios de Termografia Infravermelha e deteco de corona por UV.................................... 51 Ensaio de oscilografia .................................................................................................................. 53
4.
II
4.2.1.4
4.2.2
4.2.2.1
4.2.3
5.
6. 7.
ENSAIOS REALIZADOS PARA VERIFICAR A EFICCIA DO SOFTWARE ... 87 NOVAS IMPLEMENTAES EM ANDAMENTO ................................................. 92 7.1 7.2 7.3 MUDANA DO MODO DE COMUNICAO ENTRE SOFTWARE/HARDWARE .............. 92 AQUISIO DAS LEITURAS VIA SISTEMA MICROCONTROLADO .............................. 92
CAPACIDADE DE MEDIR CONTATOS AUXILIARES SEM NECESSIDADE DE DESCONEXO DOS LINKS ...................................................................................................... 93 8. CONCLUSES ............................................................................................................... 97
III
Nomenclaturas e Simbologias
A API BIOS C CO Cos CPL CPU CS CTE.O DMA ECP EFLAGS EM.O EPP f F FIFO FP GDT GVO I/O IMTD IN IOPL IOPM LAME.O m MCC MSDN Corrente eltrica (Ampre) Application Programming Interface Basic Input Output System Capacitncia Close-Open Cosseno Current Privilege Level Computer Processor Unit Registrador Code Segment Centro Tcnico de Ensaios e Medies FURNAS Direct Access Memory Enhanced Capabilities Port Registrador de Status nos microprocessadores Intel 80x86 Superintendncia de Engenharia de Manuteno FURNAS Enhanced Parallel Port Freqncia em Hertz Faraday Algoritmo First In First Out (primeiro a entrar primeiro a sair) Fator de Potncia Global Descriptor Table Grande Volume de leo Entrada e sada Interface para Medir Tempos de Disjuntores Instruo de hardware (entrada) I/O Privilege Level I/O Permission bitMap Laboratrio de Medidas Eltricas e Eletrnicas FURNAS Mili Manuteno Centrada na Confiabilidade Microsoft Developer Network
IV
MSDOS MTC NT OUT PC PIC PPM PVO S Sen SF6 SO SPE SSP Tan TR TRT TSS UG UNIFEI UV V VA W WDK Xc
Microsoft Disk Operating System Manual Tcnico de Campo FURNAS New tecnology Instruo de hardware (sada) Personal Computer Programmable Interface Controller Parte Por Milho Pequeno Volume de leo Potncia aparente Seno Hexafluoreto de enxofre Sistema Operacional Sociedade de propsito especfico Standard Parallel Port Tangente Task Register Tenso de Restabelecimento Transitria Task State Segment Unidade Geradora Universidade Federal de Itajub Ultravioleta Volt Volt-Ampre Potncia em Watt Windows Driver Kit Reatncia Capacitiva Ohm Micro Phi Delta Pi
Lista de Tabelas
TABELA 2.1 APLICAES ESPECIAIS COM DISJUNTORES ...................................................................................... 11 TABELA 2.2 PRINCIPAIS VANTAGENS DO DISJUNTOR PVO SOBRE O GVO ........................................................... 17 TABELA 3.1 VALORES TPICOS DE RESISTNCIA DE CONTATOS DE DISJUNTORES DE ALTA TENSO...................... 47 TABELA 4.1 ENDEREOS DAS PORTAS PARALELAS .............................................................................................. 59 TABELA 4.2 REGISTRADOR DE DADOS DA PORTA PARALELA ............................................................................... 61 TABELA 4.3 REGISTRADOR DE STATUS DA PORTA PARALELA .............................................................................. 61 TABELA 4.4 REGISTRADOR DE CONTROLE DA PORTA PARALELA ......................................................................... 61 TABELA 4.5 TABELA DE PRIORIDADES DA PLATAFORMA NT ............................................................................... 74 TABELA 6.1 RESULTADOS DO ENSAIO COM TEMPO DE DURAO DE 2 CICLOS ..................................................... 87 TABELA 6.2 RESULTADOS DO ENSAIO COM TEMPO DE DURAO DE 5 CICLOS ..................................................... 87 TABELA 6.3 RESULTADOS DO ENSAIO COM TEMPO DE DURAO DE 10 CICLOS ................................................... 88 TABELA 6.4 RESULTADOS DO ENSAIO COM TEMPO DE DURAO DE 20 CICLOS ................................................... 88 TABELA 6.5 RESULTADOS DO ENSAIO COM TEMPO DE DURAO DE 30 CICLOS ................................................... 88 TABELA 6.6 RESULTADOS DO ENSAIO COM TEMPO DE DURAO DE 40 CICLOS ................................................... 89 TABELA 6.7 RESULTADOS DO ENSAIO COM TEMPO DE DURAO DE 50 CICLOS ................................................... 89 TABELA 6.8 RESULTADOS DO ENSAIO COM TEMPO DE DURAO DE 55 CICLOS ................................................... 89
VI
Lista de Figuras
FIGURA 1.1 OSCILGRAFO DE PAPEL YOKOGAWA MOD. 2932 .......................................................................... 4 FIGURA 2.1 CLASSIFICAO DOS DISJUNTORES ................................................................................................... 10 FIGURA 2.2 REPRESENTAO DE DISJUNTORES A LEO COM "LIVE TANK" E "DEAD TANK" ................................. 13 FIGURA 2.3 TIPOS DE DISJUNTORES A LEO MINERAL (LIVE TANK E DEAD TANK) ................................................ 14 FIGURA 2.4 TIPOS DE CMARAS DE EXTINO DE DISJUNTORES A LEO.............................................................. 14 FIGURA 2.5 CORTE DE UM PLO DE DISJUNTOR GVO GE FK 145/37000 (GENERAL ELECTRIC) ......................... 15 FIGURA 2.6 DISJUNTOR A PEQUENO VOLUME DE LEO ........................................................................................ 16 FIGURA 2.7 CORTE DISJUNTOR PVO ALTA TENSO ASEA HLC (ABB) ............................................................. 16 FIGURA 2.8 CMARA DE DISJUNTOR A AR COMPRIMIDO TIPO MONOBLAST .......................................................... 18 FIGURA 2.9 CMARA DE DISJUNTOR A AR COMPRIMIDO TIPO DUO-BLAST ........................................................... 18 FIGURA 2.10 COMPARAO DE RIGIDEZ DIELTRICA ENTRE LEO MINERAL, AR E GS SF6. .............................. 21 FIGURA 2.11 CORTE DA UNIDADE DE INTERRUPO DE UM DISJUNTOR SF6 DE PRESSO DUPLA (SIEMENS) ........ 22 FIGURA 2.12 DISJUNTOR SF6 DE PRESSO NICA - OPERAO DE ABERTURA E EXTINO DO ARCO (SIEMENS) . 23 FIGURA 2.13 CORTE DE UMA CMARA DE DISJUNTOR A VCUO .......................................................................... 25 FIGURA 2.14 CIRCUITO EQUIVALENTE COM RESISTOR DE ABERTURA PARA AMORTECIMENTO ............................ 27 FIGURA 2.15 EFEITO DO RESISTOR DE ABERTURA NO AMORTECIMENTO DA TRT FALTA TERMINAL ................. 29 FIGURA 2.16 EFEITO DO RESISTOR DE ABERTURA NA REDUO DA TRT - FALTA TERMINAL .............................. 29 FIGURA 2.17 INTERRUPO DE CORRENTE CAPACITIVA COM USO DE RESISTOR DE ABERTURA............................ 30 FIGURA 2.18 JANELA AUTORIZADA PARA ABERTURA DE BANCOS DE REATORES UTILIZANDO CONTROLADOR DE ABERTURA..................................................................................................................................................... 33 FIGURA 2.19 EXEMPLO MONOFSICO DE ABERTURA DE BANCO DE REATORES UTILIZANDO CONTROLADOR DE ABERTURA..................................................................................................................................................... 33 FIGURA 2.20 INSTANTE IDEAL PARA FECHAMENTO DE DISJUNTOR EM BANCOS DE CAPACITORES ........................ 34 FIGURA 2.21 EXEMPLO MONOFSICO DE FECHAMENTO DE BANCO DE CAPACITORES UTILIZANDO CONTROLADOR DE FECHAMENTO ........................................................................................................................................... 35 FIGURA 2.22 CONFIGURAO DOS PARMETROS DO CONTROLADOR .................................................................. 36 FIGURA 2.23 DEMONSTRAO DA OPERAO DO DISJUNTOR VIA COMANDO CONTROLADO................................ 37 FIGURA 3.1 REPRESENTAO DE UM SISTEMA DE ISOLAO REAL ...................................................................... 42
VII
FIGURA 3.2 ENSAIO DE ISOLAO EM CMARA DE DISJUNTOR DELLE PK4 UTILIZANDO DOBLE M2H DE 10 KV 43 FIGURA 3.3 ENSAIO DE CAPACITORES EM DISJUNTORES DE ALTA TENSO UTILIZANDO DOBLE M2H ................. 45 FIGURA 3.4 MEDIO DE RESISTNCIA DE CONTATOS EM DISJUNTORES DE ALTA TENSO .................................. 47 FIGURA 3.5 MEDIO DE ESTANQUEIDADE DE SF6 USANDO O MTODO DE ACUMULAO.................................. 48 FIGURA 3.6 MODELO DE DISJUNTOR SEM ACESSO AO CIRCUITO RESISTIVO .......................................................... 50 FIGURA 3.7 MODELO DE DISJUNTOR COM ACESSO AO CIRCUITO RESISTIVO ......................................................... 50 FIGURA 3.8 ESPECTRO ELETROMAGNTICO ......................................................................................................... 51 FIGURA 3.9 ENSAIO DE TERMOGRAFIA INFRAVERMELHA NA COLUNA DE ISOLADORES DO DISJUNTOR ANTES E DEPOIS DA LIMPEZA ....................................................................................................................................... 52 FIGURA 3.10 ENSAIO DE DETECO DE CORONA POR UV NA COLUNA DE ISOLADORES DO DISJUNTOR ANTES E DEPOIS DA LIMPEZA ....................................................................................................................................... 53 FIGURA 3.11 MODELO SIMPLIFICADO DO CIRCUITO MEDIDOR DE CONTATOS DO DISJUNTOR ............................... 54 FIGURA 3.12 MODELO SIMPLIFICADO DO CIRCUITO MEDIDOR DAS BOBINAS DO DISJUNTOR ................................ 55 FIGURA 4.1 ASSOCIAO ENTRE REGISTRADORES E PINOS DA PORTA PARALELA ................................................ 60 FIGURA 4.2 ENTRADAS E SADAS DA IMTD24 ..................................................................................................... 63 FIGURA 4.3 NVEIS DE PRIVILGIOS DA ARQUITETURA INTEL 80X86 ................................................................. 64 FIGURA 4.4 REGISTRADOR EFLAGS INTEL 80X86 ........................................................................................... 65 FIGURA 4.5 MODELO DE ENDEREAMENTO PARA A REA IOPM NO TSS ............................................................ 66 FIGURA 4.6 VISUALIZAO DA TSS ATRAVS DE UM DEBUGGER ........................................................................ 67 FIGURA 4.7 CHAVE DO SERVIO DO DRIVER ADICIONADA AO REGISTRO DO WINDOWS..................................... 71 FIGURA 4.8 ALGORITMO DE ESCALONAMENTO ROUND-ROBIN COM 4 CLASSES .................................................. 75 FIGURA 4.9 ESCALONAMENTO ROUND-ROBIN..................................................................................................... 76 FIGURA 5.1 INTERFACE PARA MEDIR TEMPOS DE DISJUNTORES DE 24 CANAIS (IMTD24) .................................. 78 FIGURA 5.2 FILOSOFIA DO ENSAIO UTILIZANDO A IMTD24 ................................................................................. 79 FIGURA 5.3 TELA INICIAL DO SOFTWARE ............................................................................................................. 80 FIGURA 5.4 TELA DE CONFIGURAO DE NOVO TESTE ......................................................................................... 81 FIGURA 5.5 TELA DE VERIFICAO ...................................................................................................................... 82 FIGURA 5.6 LEGENDAS DOS ESTADOS DOS CANAIS .............................................................................................. 82 FIGURA 5.7 TELA PARA ESCOLHA DO CANAL DE DISPARO DO ENSAIO .................................................................. 83
VIII
FIGURA 5.8 GRFICO DO ENSAIO ......................................................................................................................... 84 FIGURA 5.9 EXEMPLO DE UM RELATRIO COMPLETO DE ENSAIO DE MEDIO DE TEMPOS DE OPERAO DE DISJUNTORES ................................................................................................................................................. 85 FIGURA 7.1 PLACA MICROCONTROLADA POR PIC 16F877A PARA COMUNICAO COM A IMTD24 .................... 93 FIGURA 7.2 MODELO DO CIRCUITO DE MEDIO ORIGINAL DA IMTD24 ............................................................. 94 FIGURA 7.3 MODELO DO NOVO CIRCUITO DE MEDIO DA IMTD24 ................................................................... 95
IX
1. Introduo
1.1 Apresentao
Este trabalho visa apresentar o desenvolvimento de um software para medio dos tempos de operao de disjuntores de alta tenso da empresa FURNAS Centrais Eltricas S.A, empresa de energia do grupo ELETROBRAS. O software foi escrito para se comunicar com a IMTD24 Interface para Medir Tempos de Disjuntores 24 canais. Esta Interface foi desenvolvida por FURNAS nos anos 90 para suprir a carncia de oscilgrafos da poca. A Interface IMTD24 possui 24 canais. Destes, 20 monitoram o estado dos contatos principais e auxiliares (abertura e/ou fechamento) e 4 monitoram a energizao e desenergizao das bobinas de comando do disjuntor. Este monitoramento realizado a cada 100 microssegundos para garantir uma boa exatido das leituras, uma vez que os tempos de operao de disjuntores de alta tenso so da ordem de milissegundos (1 ciclo 16,7 milissegundos). O software para se comunicar com a IMTD24 foi escrito em linguagem C, e se comunica com a Interface pela porta paralela em modo unidirecional (SSP Standard Parallel Port), enviando comandos porta e recebendo de volta as respostas contendo as leituras dos 24 canais. Nas plataformas Windows 9x e Me, a comunicao com a Interface realizada atravs do uso das instrues IN e OUT (funes _inp() e _outp() da linguagem C) em modo nativo. Nos sistemas operacionais Windows NT, 2000, XP e Vista, baseados na tecnologia NT (New Tecnology), doravante tratados simplesmente como plataformas NT, a execuo destas rotinas causa uma exceo "Privileged Instruction", informando a no autorizao do acesso porta. Isto acontece porque as plataformas NT trabalham com dois nveis de privilgio: 0 e 3. As aplicaes de usurio rodam, por definio, no nvel de privilgio mais baixo, nvel 3. Enquanto que para acessar as portas do computador a aplicao deve rodar no nvel de privilgio mais alto (nvel 0). Isto implementando pelo Sistema Operacional para aumentar a segurana e estabilidade.
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Para permitir que o software desenvolvido possa ter privilgio suficiente para executar as instrues IN e OUT na porta paralela, foi desenvolvido um driver ("IMTD24.SYS") que carregado na memria para realizar a comutao entre os nveis de privilgio da aplicao, mudando do nvel 3 para 0. Como o software foi desenvolvido para suprir as necessidades de FURNAS Centrais Eltricas S.A, o tpico 1.2 mostra a histria da Empresa com seu papel scio-econmico no pas, e o tpico 1.3, o histrico do desenvolvimento da IMTD24 com o aplicativo apresentado neste trabalho. No tpico 1.4 demonstrada a estrutura da dissertao, mostrando a abrangncia de cada captulo.
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garantindo o fornecimento de energia eltrica em uma regio onde esto situados 51% dos domiclios brasileiros, e que responde por 65% do PIB brasileiro.
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Por causa dos problemas e restries mostrados acima, nos anos 90 foi desenvolvido no Laboratrio de Medidas Eletroeletrnicas LAME.O (centro tecnolgico de FURNAS Centrais Eltricas S.A) um equipamento moderno para realizar o ensaio de medio de tempos de operao de disjuntores, chamado IMTD24 ("Interface para Medir Tempos de Disjuntores 24 canais"). O equipamento realiza o ensaio no disjuntor e transfere em tempo real as leituras a um computador atravs da porta paralela. Na ocasio, foi desenvolvido um software, rodando em MSDOS, para tratar os dados obtidos e dar ao tcnico a possibilidade de verificar se os tempos encontrados estavam dentro do esperado. Em Sistemas Operacionais tais como Windows 95 e 98 a aplicao desenvolvida na poca funcionava corretamente. Quando a Empresa optou por utilizar Sistemas Operacionais da plataforma NT, o software desenvolvido em MSDOS j no funcionava corretamente devido s incompatibilidades entre os sistemas de processamentos. Para dar continuidade ao uso da IMTD24, foi necessrio dar incio ao desenvolvimento do cdigo de um novo programa que permitisse o uso da Interface nos novos sistemas operacionais da tecnologia NT. No ano de 2003, o cdigo foi testado e aprovado, e a empresa o disponibilizou para uso.
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O captulo 5 mostra a metodologia do ensaio de medio de tempos operao de disjuntores de alta tenso usando o software aqui apresentado em conjunto com a IMTD24.
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No captulo 6 so apresentados os resultados dos testes aos quais o programa foi submetido, de modo a declarar sua exatido. O captulo 7 trata das novas implementaes que esto sendo desenvolvidas para que o conjunto software/hardware se adqem s novas necessidades da Empresa no quesito "medio de tempos de operao de disjuntores de alta tenso". E por fim, no captulo 8 so levantadas algumas concluses sobre este trabalho.
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"Nossas dvidas so traidoras e nos fazem perder o que, com freqncia, poderamos ganhar, por simples medo de arriscar" William Shakespeare
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caractersticas fsicas da rede onde so instalados. Um mau dimensionamento pode acarretar srios danos ao disjuntor e ao circuito protegido pelo mesmo. Com o crescimento da demanda da energia eltrica, associada idia de levar eletricidade a toda populao para que todos tenham acesso s tecnologias disponveis, os sistemas tendem a ficar cada vez mais complexos. Isso deve exigir um estudo mais profundo no momento do dimensionamento da mxima corrente de curto-circuito e menores tempos de abertura e fechamento dos contatos dos equipamentos a serem instalados em novas usinas e subestaes. Este crescimento tambm faz com que a maioria dos equipamentos instalados h mais tempo tenham que ser substitudos por outros que sejam adequados s necessidades do sistema. A idia de interconectar os sistemas eltricos faz com os nveis de corrente de curtocircuito aumentem consideravelmente. Linhas de transmisso muito longas e que conduzem nveis muito altos de potncia exigem nveis de tenso maiores para se obter menos perdas na transmisso, e com isso, disjuntores mais robustos e com capacidades de interrupo cada vez maiores. O desenvolvimento de tcnicas de limitao de corrente de curto e a exigncia de extino de falhas com tempos cada vez menores (em torno de 1 ciclo) so critrios importantes no desenvolvimento dos disjuntores no presente momento. O design dos disjuntores deve contemplar as funes de controlar a corrente que passa no circuito em regime permanente e em condies de falta. Em condies normais, deve ser visto pelo sistema como um canal livre para a conduo de corrente com uma impedncia da ordem de , e em condies de falta, deve interromper o circuito em um tempo dentro do seu ajuste, extinguir o arco desenvolvido e ter uma impedncia muito elevada para garantir a isolao do circuito. Os disjuntores podem ser classificados em relao tenso de trabalho, localizao, design externo e o meio de extino [4], como demonstrado na Figura 2.1.
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Na ocorrncia de um determinado cliente necessitar de um disjuntor para aplicaes especiais, com valores limites especficos, ou onde os ensaios no estejam ainda previstos pelas normas vigentes, os fabricantes devem decidir se: Pequenas alteraes no projeto bsico (parte ativa ou mecanismo de operao) permitem que o disjuntor possa operar com os novos valores especificados; necessrio acrescentar elementos ao equipamento para que este possa atuar devidamente quando instalado na rede; Um novo projeto de disjuntor deve ser desenvolvido para atender s exigncias do cliente, pois o projeto bsico no atende aos critrios da aplicao. A Tabela 2.1 demonstra alguns exemplos de aplicaes que requerem estudos especiais por parte do fabricante do disjuntor.
Aplicaes especiais com disjuntores 1 Aplicao em manobras de banco de capacitores: Abertura e fechamento de um nico banco de capacitores; Fechamento de banco de capacitores em paralelo com outro j energizado (back-to-back). 2 Manobra de motores; 3 Manobra de fornos eltricos; 4 Manobra de reatores.
Tabela 2.1 Aplicaes especiais com disjuntores
Para aplicaes especiais, o fabricante pode modificar o projeto, ou usar artifcios adicionais que permitam um funcionamento adequado nas condies exigidas [5]. Alguns exemplos dessas aplicaes so mostrados abaixo: Em projetos com energizao de bancos de capacitores em paralelo (back-to-back) o fabricante pode solicitar a colocao de impedncias indutivas em srie com o disjuntor para limitar a corrente e a freqncia de energizao transitria; Para aumentar a capacidade de interrupo no caso de faltas na linha pode ser necessrio adicionar um capacitor em paralelo ao contato principal; Para reduzir as sobretenses no momento das manobras, podem ser colocados contatos auxiliares de fechamento e/ou abertura com resistores de pr-insero. Isso reduz os esforos sofridos pelos contatos principais.
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Mais raramente, o fabricante pode aumentar as exigncias com relao quantidade de manobras entre uma manuteno e outra, ou reduzir a quantidade de manobras permitidas dentro da vida til do disjuntor [5].
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Vale lembrar que a vida til dos disjuntores so de vrias dcadas, e assim, uma tcnica caracterizada como inferior em relao s tcnicas presentes no momento, pode continuar vigente por longos anos. Mesmo com os acidentes registrados pelo uso dos GVO's, no implica necessariamente que os equipamentos sero trocados, j que esta substituio demanda tempo, indisponibilidade do sistema e altos custos em adquirir um novo disjuntor. O que acontece muitas vezes um aumento da ateno com o equipamento no sentido de realizar manutenes peridicas mais freqentes de modo a evitar tais problemas.
Figura 2.2 Representao de disjuntores a leo com "live tank" e "dead tank"
Dependendo da classe de tenso na qual o disjuntor instalado, definem-se a quantidade de interruptores instalados no equipamento. A Figura 2.3 demonstra quatro tipos de disjuntores a leo: live tank com um nico interruptor, dead tank com dois interruptores, live tank com quatro interruptores e dead tank tambm com quatro interruptores, respectivamente.
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Figura 2.3 Tipos de disjuntores a leo mineral (live tank e dead tank)
Para extinguir o arco eltrico em disjuntores a leo, dois tipos de cmaras so empregadas: cmaras de sopro transversal (cross blast) e cmaras de sopro axial (axial blast), mostradas na Figura 2.4.
Tanto nas cmaras de sopro axial, quanto nas de sopro transversal, a presso dos gases gerados pelo arco provoca um fluxo de leo passante pelas paredes frias da cmara. Este fluxo retira os gases ionizados da regio entre os contatos, causando assim, o alongamento do arco at ser completamente extinto. A cmara de sopro axial foi desenvolvida como um upgrade da tcnica de sopro transversal para melhorar caractersticas como qualidade de extino e resfriamento dos contatos, sendo portanto, mais amplamente utilizadas [5].
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Existem dois tipos de disjuntores a leo: disjuntores a grande volume de leo e disjuntores a pequeno volume de leo. 2.2.3.1 Disjuntores a Grande Volume de leo (GVO) So disjuntores que possuem uma alta capacidade de interrupo, compostos basicamente por um grande tanque metlico conectado ao potencial de terra. Dentro deste tanque esto instalados os contatos principais, o mecanismo de acionamento e a cmara de extino. Disjuntores GVO de alta tenso possuem unidades individuais por fase, conectadas mecanicamente pelo mecanismo de operao de abertura e fechamento. Cada fase constituda por um tanque contendo duas buchas externas com a funo de isolar a parte metlica do potencial, duas cmaras de extino conectadas na parte inferior das buchas, os contatos mveis que fazem a ligao eltrica entre as cmaras, o mecanismo de acionamento dos contatos mveis, e quando necessrio, transformadores de corrente conectados na parte inferior das buchas. A Figura 2.5 esboa um corte de um plo de disjuntor GVO.
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2.2.3.2 Disjuntores a Pequeno Volume de leo (PVO) A grande quantidade de leo utilizada nos disjuntores a GVO requer do tcnico uma manuteno peridica, realizando a filtragem devido carbonizao gerada durante as interrupes de corrente. Por causa disso, os fabricantes comearam a pesquisar uma forma de utilizar menos leo no equipamento. Essas pesquisas resultaram em avanos que trouxeram grandes modificaes, tais como: reduo da quantidade de leo utilizado, melhoramento das caractersticas dieltricas e melhoramento do desempenho desses novos disjuntores, chamados "disjuntores a Pequeno Volume de leo", Figura 2.6.
Figura 2.7 Corte disjuntor PVO Alta tenso ASEA HLC (ABB)
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As principais vantagens dos disjuntores PVO em relao ao GVO so mostradas na Tabela 2.2.
Vantagens dos Disjuntores PVO em relao ao GVO Reduo da quantidade de leo isolante utilizado Necessita cerca de 20% do leo utilizado em um GVO O isolamento para a terra garantido por isoladores de porcelana So encontrados em todas as classes de tenso
Tabela 2.2 Principais vantagens do disjuntor PVO sobre o GVO
1 2 3 4
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Com o sistema mostrado na Figura 2.8 fica difcil alcanar os valores timos para extenso do arco, condies de fluxo de ar, dimetro das passagens, entre outros. Por isso, muitas vezes necessrio instalar resistores de abertura no equipamento para diminuir as taxas de crescimento da TRT (Tenso de Restabelecimento Transitria), para no exceder a suportabilidade dieltrica do equipamento. O melhoramento destes quesitos foi conseguido ao se desenvolver cmaras com sopro em duas direes (Figura 2.9), j que os gases ionizados so soprados agora em duas direes opostas para fora da regio dos contatos. O sopro em duas direes aumenta a suportabilidade dieltrica do disjuntor, de forma que muitas vezes possvel dispensar o uso dos resistores de abertura para a interrupo de faltas a longas distncias e outras faltas caracterizadas por altas taxas de crescimento de TRT [6].
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Para manter os reservatrios destes disjuntores pressurizados, utiliza-se muitas vezes, uma central de ar comprimido, onde alguns compressores se encarregam da tarefa de manter tanto os reservatrios centrais, quanto os reservatrios individuais de cada disjuntor com a presso nominal de trabalho. No entanto, algumas vezes encontra-se disjuntores possuindo seu prprio compressor. A grande desvantagem deste modelo que se este compressor apresentar problemas e tiver que ser parado para manuteno, o disjuntor fica limitado a operar algumas vezes at que o limite mnimo de ar do seu reservatrio seja atingido. Este limite, prtica usual exigida por muitos clientes, a capacidade do disjuntor realizar o ciclo completo O-CO-CO [6]. Ao utilizar um reservatrio central, este deve ser capaz de suprir ar para todos os reservatrios individuais aps uma operao O-CO simultnea, em um tempo geralmente estipulado em 2 minutos [6].
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O SF6 um gs no txico, no combustvel, inodoro e extremamente estvel e inerte at temperaturas em torno de 5000C devido sua estrutura molecular simtrica, comportando-se como um gs nobre. Este gs possui peso especfico de 6.14 g/l, em torno de cinco vezes mais pesado que o ar (1.2 g/l). Esta propriedade, ligada ao fato de ser inodoro e incolor, requer cuidados ao se trabalhar com grandes quantidades em instalaes fechadas, como por exemplo, subestaes blindadas. Caso ocorra vazamento num local assim, o gs se acomoda em frestas e lugares baixos, devido seu peso, causando o deslocamento de todo o ar oxignio, podendo causar acidentes fatais por asfixia. Outro aspecto importante a ser observado sua decomposio perante descargas eltricas. As descargas eltricas ocasionadas nos momentos das operaes tendem a decompor o gs SF6 em intensidades proporcionais s energias geradas.
(2.1)
Quando a temperatura comea abaixar, a reao se d opostamente causando a recomposio do gs. A recomposio no completa pelo fato de haver reaes secundrias entre o gs decomposto e metais vaporizados oriundos dos contatos e outras partes do disjuntor. Essas novas combinaes so geralmente fluoretos de cobre (CuF2), ou tungstnio (WF6), sendo estes compostos no condutores. Assim, a decomposio desses elementos nas paredes da cmara do disjuntor no causa problemas ao mesmo. Pode haver outras reaes liberando compostos secundrios de enxofre como SF4 e S2F2, tambm combinaes no condutoras. Se houver umidade no SF6, os produtos mencionados acima reagem com gua, liberando cido fluordrico, gs altamente corrosivo para materiais a base de silcio. + + + + (2.2) (2.3)
Nesses disjuntores a SF6, principalmente nos de presso nica, o gs encontra-se em um ambiente fechado e praticamente isolado de umidades por toda a vida til do disjuntor.
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Existindo tambm filtros com elementos desumidificadores para qualquer problema que venha ocorrer, garantindo que a umidade no gs praticamente inexista. As caractersticas isolantes do SF6 variam em funo da presso pela qual o gs est submetido, sendo bastante superior em relao aos meios extintores como leo mineral e ar comprimido, como mostrado na Figura 2.10.
2.2.5.3 Disjuntores a SF6 de dupla presso Estes fazem parte da 1 gerao de disjuntores a gs SF6. Incorporam em seu interior dois circuitos com presses distintas. Um circuito com alta presso (20 bar), e outro com baixa presso (2,5 bar). Esta diferena de presso necessria para que haja fluxo de gs do circuito de alta presso para o de baixa, passando por entre os contatos do disjuntor. Atravs das vlvulas de descarga, o gs injetado em um reservatrio intermedirio de presso, extinguindo o arco eltrico (Figura 2.11). Quem injeta o gs so os prprios mecanismos de transmisso do disjuntor que se movimentam no momento da operao. Aps a abertura dos contatos, o gs descarregado para o circuito de baixa presso, e assim, bombeado de volta ao circuito de alta presso por meio de um compressor.
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Neste tipo de disjuntores tambm so necessrios o uso de resistores de aquecimento em seus reservatrios de alta presso, com a finalidade de reduzir o risco de liquefao do gs quando submetidos a baixas temperaturas [5]. Por causa de sua construo complexa (dois circuitos de presso, o uso de compressor auxiliar e resistores de aquecimento), praticamente no so mais fabricados nos dias de hoje, dando lugar segunda gerao de disjuntores a SF6, os disjuntores de presso nica.
Figura 2.11 Corte da unidade de interrupo de um disjuntor SF6 de presso dupla (Siemens)
2.2.5.4 Disjuntores a SF6 de presso nica Esta a 2 gerao de disjuntores a SF6 e tiveram o incio do seu desenvolvimento em fins dos anos 60 com o intuito de simplificar o sistema de dupla presso. Nesses disjuntores o gs est pressurizado a uma presso nica dentro de um sistema fechado (6 a 8 bar) [8]. A diferena de presso, necessria para que ocorra o fluxo de gs conseguida criando-se uma sobrepresso transitria no momento da abertura dos contatos por meio de um pisto ligado haste do contato mvel, que ao movimentar-se, comprime o gs dentro de uma cmara [5]. O completo funcionamento da tcnica de extino descrito a seguir: Com o disjuntor na posio fechada, a corrente eltrica flui naturalmente pelas partes condutoras (Figura 2.12a). Ao comandar o disjuntor para abertura, o contato mvel e o cilindro comeam a se movimentarem, comprimindo o gs contra o mbolo fixo (Figura
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2.12b). A presso neste compartimento vai aumentando com a reduo do volume at o momento da separao dos contatos fixos e mveis. Neste momento h o aparecimento do arco eltrico e tambm a liberao da sobrepresso transitria sobre os contatos, extinguindose assim o arco (Figura 2.12c). E por fim, tem-se o disjuntor agora aberto, sendo isolado eletricamente pelo gs SF6 presso de trabalho (6 a 8 bar), como mostrado na Figura 2.12d. Com esta tcnica mais simples torna-se desnecessrio o uso de todos aqueles dispositivos do sistema de dupla presso: sistema de compressor, vlvulas, registros, mecanismos de vlvulas de sopro, reservatrios, resistores de aquecimento, etc.
Figura 2.12 Disjuntor SF6 de presso nica - Operao de abertura e extino do arco (Siemens)
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Dispensa o uso de capacitores e resistores de pr-insero para interromper faltas; Requerem uma baixa energia para o acionamento de seus comandos; So silenciosos em suas operaes.
A desvantagem desta tcnica est no alto custo no desenvolvimento do disjuntor, no entanto, com as tecnologias modernas este valor j comea a diminuir. O fato de ter uma manuteno praticamente inexistente faz com que o custo final possa ser comparado ao das outras tcnicas com o decorrer dos anos de trabalho dos equipamentos, j que muito dinheiro se gasta com horas trabalhadas e peas substitudas em disjuntores a leo, ar comprimido e gs SF6. A possibilidade de extinguir arcos eltricos no vcuo comeou a ser analisada j no sculo XIX, porm os primeiros estudos cientficos datam de 1923-26 por Sorensen e Mendenhall no Instituto de Tecnologia da Califrnia. Naquela poca eles conseguiram interromper uma corrente de 900A em 40 kV, mas este trabalho pioneiro no foi capaz de impulsionar o desenvolvimento de equipamentos a vcuo por causa da precariedade das tcnicas disponveis naquele momento. O critrio mais complicado de se atender nesta tcnica manter o vcuo em um ambiente totalmente fechado para no haver entrada de ar [3]. Aps este grande feito, vrios trabalhos e pesquisas foram realizados com o intuito de desenvolver equipamentos de extino a vcuo que tivessem uma boa confiabilidade. Nos anos 30 poucos equipamentos foram fabricados e conseguiam interromper baixas correntes a poucos quilovolts. At o final dos anos 40 havia muitas aplicaes utilizando a tcnica, mas ainda no aplicadas a disjuntores de potncia porque as correntes de falta tinham valores acima do suportado pelos interruptores, sendo aplicados geralmente em sistemas de transmissores de sinais de rdio, radares, etc. No incio dos anos 50 o conceito comeou a se concretizar quando Ross, colocando seis interruptores em srie conseguiu chavear uma carga em sistemas de 230 kV [10]. A companhia americana GE tambm estava trabalhando nesse processo, e em 1962 apresentou o desenvolvimento do primeiro disjuntor de potncia com extino a vcuo, com a capacidade de interrupo de 12,5 kA a 15,5 kV, trabalhando com corrente nominal de 600 A [3].
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2.2.6.2 Aplicaes dos disjuntores a vcuo Disjuntores a vcuo para baixa e mdia tenso so facilmente encontrados e seu uso est aumentando continuamente, porm para alta tenso sua aplicabilidade est limitada a 145 kV, e apenas um fabricante tem oferecido este equipamento [6]. Apresentam uma tendncia para aplicaes em mdia tenso at 38 kV [8]. As caractersticas que garantem a fora desta tendncia so: Por causa do reduzido curso dos contatos, pouca energia requerida para a operao do disjuntor, podendo-se assim ser construdo em tamanho reduzido, tornando-os bem apropriados para uso em cubculos; Por no usarem meios extintores gasosos ou lquidos, podem fazer religamentos automticos mltiplos (0-0,3s-CO-15s-CO-15s-CO-15s-CO). A Figura 2.13 demonstra uma cmara de disjuntor a vcuo.
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maiores ainda no possvel, sendo um bom campo de pesquisa na rea de extino de arcos eltricos nos sistemas de alta potncia.
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Trs equaes podem ser tiradas do circuito acima demonstrando a TRT que aparece atravs do disjuntor. A escolha da equao depende dos seguintes critrios: o valor de R (resistncia de abertura) ser maior, igual ou menor que o valor da resistncia de amortecimento crtico (Rd), dada pela equao 2.4 [3]: =
(2.4)
As equaes descrevendo as trs condies so dadas por Lackey (1951a). 1) Para R > Rd (underdamping) = Onde: =
(2.5)
2) Para R = Rd =
(2.6)
(2.7)
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A Figura 2.15 demonstra a comparao entre o valor de R (resistor de abertura adicionado ao disjuntor) com Rd (resistncia que produziria o amortecimento crtico):
A relao entre a taxa de crescimento da TRT no circuito com amortecimento e a taxa no circuito sem amortecimento demonstrada na Figura 2.16.
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Os cabos das linhas conectadas ao barramento em falta j so por si um fator importante no amortecimento, j que so considerados como resistncias no intervalo de tempo entre a abertura e a falta [6]. 2. Resistores de fechamento para chavear bancos de capacitores: Utilizados para limitar as correntes de alta freqncia decorrentes do fechamento de bancos de capacitores em manobra isolada, com valores tpicos de 100-200 [6]. 3. Resistores de abertura para reduo de TRT na abertura de correntes capacitivas: Para este tipo de aplicao, muitas vezes as concessionrias exigem do fabricante que seu disjuntor seja capaz de abrir circuitos de bancos de capacitores, ou linhas a vazio sem que haja reacendimento durante a ocorrncia de uma sobretenso da ordem de 1,5 pu [6]. Se o disjuntor no possuir capacidades equivalentes o fabricante pode optar por aumentar a quantidade de cmaras interruptoras, ou adicionar resistores de abertura ao equipamento, cujo valor tpico da ordem de 100 . Durante a insero dos resistores de abertura, o banco de capacitores ou linha a vazio descarrega parte da energia acumulada, garantindo a reduo da TRT, como mostra a Figura 2.17.
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a) Abertura controlada para bancos de reatores A possibilidade de ocorrncia de surtos de tenso em aberturas de bancos de reatores tem sido estudada exaustivamente nos ltimos anos por vrios grupos de estudos da rea. A ocorrncia de sobretenses pode ser causada tanto como resultado de excessivas correntes de chopping pelo disjuntor, quanto pelas reignies ocorridas durante a operao de abertura. Acredita-se que as sobretenses ocasionadas por corrente de chopping so significativamente menores em disjuntores a SF6 (provavelmente menor que 1,4 pu), no sendo to prejudiciais. As sobretenses por chopping podem conduzir a altas sobretenses devido s reignies, e estas reignies podem ocorrer em nveis altos de tenso como resultado de altas TRT's atravs do disjuntor. Assim, o chaveamento controlado resulta em um controlado tempo de arco de modo a no somente eliminar as reignies, mas tambm reduzir o tempo de arco para o mnimo necessrio para a interrupo, reduzindo-se assim, os nveis de chopping. A ocorrncia de reignio durante as manobras de circuitos no acontece para uma nica classe particular de dispositivos comutadores. Na verdade a reignio acontece sempre, variando somente o grau de amplitude, sendo alguns nveis esperados. A severidade da sobretenso, claro, depende da tenso na qual a reignio ocorreu e as caractersticas do circuito conectado em ambos os lados do disjuntor. Vrios estudos sugerem que a mxima tenso causada pela reignio no ultrapasse 2,0 pu, ou talvez 2,5 pu em dispositivos com tendncia para ocorrncia de correntes de chopping [14]. A Figura 2.18 demonstra a janela de tempo autorizada para abertura de bancos de reatores utilizando controlador de abertura. O espao denominado "Mnimo tempo de arco" um trecho no permitido para abertura, de modo que no haja reignies.
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Figura 2.18 Janela autorizada para abertura de bancos de reatores utilizando controlador de abertura
A Figura 2.19 demonstra um exemplo monofsico de abertura de banco de reatores utilizando controlador de abertura.
Figura 2.19 Exemplo monofsico de abertura de banco de reatores utilizando controlador de abertura
b) Fechamento controlado para bancos de capacitores O fechamento de banco de capacitores, de um modo geral, produz transitrios de corrente e tenso devido ao fato de que um banco descarregado ao ser colocado no circuito atua, nos primeiros instantes, como um curto-circuito. Estes transitrios vo se extinguindo com o carregamento do banco, passando a acompanhar a tenso do barramento.
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Teoricamente, o instante de fechamento ideal seria no zero da tenso pelo fato do banco de capacitores, descarregado, se comportar como um curto-circuito, mas para cada circuito deve-se realizar um estudo para descobrir o momento de fechamento que menos transitrios sejam gerados no sistema. A Figura 2.20 mostra o instante ideal do fechamento do disjuntor em bancos de capacitores. Isso vale para a maioria dos casos. Para disjuntores com contatos auxiliares de fechamento, estes devem ser fechados no zero da onda, e o fechamento do contato principal deve, em alguns casos, ser ajustado para pontos da onda que causam menos impactos no circuito chaveado.
Na Figura 2.21 mostrado um exemplo monofsico de fechamento de banco de capacitores utilizando controlador de fechamento.
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Figura 2.21 Exemplo monofsico de fechamento de banco de capacitores utilizando controlador de fechamento
Esses parmetros afetam a velocidade da operao do disjuntor, portanto devem ser configurados criteriosamente. A Figura 2.22 uma tela do software de um determinado controlador. Nesta tela possvel analisar os parmetros dinmicos comentados acima. Alguns parmetros so obtidos por sensores instalados no disjuntor, outros so configurados manualmente.
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1) Ajustes da presso de comando hidrulico Este parmetro considerado em cada manobra do disjuntor, j que se a presso estiver alta, o disjuntor opera mais rpido e vice-versa. Para que o controlador corrija o tempo de operao perante este parmetro, a tabela de compensao deve ser configurada corretamente, conforme mostrado na tela acima. 2) Correo da temperatura Em locais onde h grande variao de temperatura, pode ser necessrio compensar os tempos de comando do controlador. Para isso, sensores instalados no disjuntor coletam esta informao e os valores medidos so avaliados pelo software do equipamento. 3) Tenso nas bobinas do disjuntor Nos comandos executados pelo controlador tambm so consideradas as tenses nas bobinas do disjuntor. Os nveis de tenso afetam a velocidade de operao do disjuntor. Nveis de tenso mais altos aceleram o comando, enquanto que nveis baixos o tornam mais lento. Assim, a tabela de configurao do software do controlador contm a
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informao desses nveis para efetuar a correo devida para que o disparo seja efetuado no momento correto. Outro fator que tambm interfere na velocidade do disjuntor seu envelhecimento. Para isso, o controlador possui o critrio de avaliar a mdia dos tempos de operao, ou se basear no ltimo comando realizado. Quando feita a troca ou instalao de um novo equipamento controlador de disparo, pode ser necessria a realizao de ensaios de oscilografia para verificar os tempos mdios do disjuntor em questo. A Figura 2.23 mostra a operao de um disjuntor via comando controlado:
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"Nenhuma grande descoberta foi feita jamais sem um palpite ousado" Isaac Newton
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3. Ensaios em disjuntores
3.1 Introduo
Ensaios realizados em disjuntores so determinados como "Ensaios de Tipo", "Ensaios de Rotina" e "Ensaios de Prottipo", sendo melhor classificados como a seguir: Ensaios de Tipo - Escolhe-se uma unidade especfica sobre cada lote de disjuntores idnticos para a realizao de ensaios de qualidade. Isto na verdade realizar ensaios por amostragem de lote; Ensaios de Prottipo - Este tipo de ensaio realizado pelo fabricante em unidades de prottipo, ou seja, so unidades que no so comercializadas. A finalidade deste ensaio demonstrar a eficincia e qualidade dos equipamentos a serem vendidos, baseando-se nos resultados obtidos nas unidades utilizadas para este fim; Ensaios de Rotina - So ensaios realizados periodicamente em todas as unidades adquiridas. Normas como IEC 56-4 e ANSI C37.09-1969 determinam alguns ensaios de rotina, sendo que a periodicidade muitas vezes determinada pelo prprio cliente.
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Ensaio de suportabilidade corrente de curta durao admissvel; Ensaio de abertura em linhas a vazio; Ensaio de manobra (abertura e fechamento de bancos de capacitores).
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Ensaios dos tempos de operao no fechamento e abertura (sendo este o foco principal deste trabalho).
Um sistema de isolao ideal comporta-se como um capacitor sem perdas, onde ligado a uma fonte alternada percorrido por uma corrente de carga IC adiantada da tenso em 90, no havendo a presena de correntes resistivas IR. Por outro lado, em um sistema de isolao real, a corrente resistiva tambm est presente. Esta corrente est em fase com a tenso aplicada, originando fuga de potncia e causando assim, aquecimento pelo efeito joule. O sistema demonstrado na Figura 3.1 a representao de um sistema real, submetido a uma tenso alternada. Em condies ideais de isolao, IR seria nulo e conseqentemente a relao IR/IC = 0. Na prtica, IR no nulo, portanto a relao IR/IC aparece em diferentes valores de acordo com a qualidade da isolao. Esta grandeza IR/IC denominada "Fator de Perdas Dieltricas" ou "Fator de Dissipao" [15].
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(3.1)
Considerando que um ngulo trigonometricamente pequeno, podemos dizer que sen tan . Isto quer dizer que o fator de potncia do isolamento equivale ao fator de perdas da isolao. Com isso, alm de se poder verificar a qualidade da isolao, pode-se tambm acompanhar o desempenho do equipamento durante sua vida til, atravs das variaes ocorridas em sua isolao. A considerao de equivalncia entre fator de perdas e fator de potncia vlida para um ngulo at 5 [15], onde os valores de sen tan so equivalentes: sen 5 = 0,0872 e tan 5 = 0,0875. Tendo em vista estes valores, pode-se dizer que para fatores de perdas percentuais de at 8,7%, perfeitamente aceitvel a utilizao do princpio de medio das perdas pela determinao de tan ou cos .
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3.5.1.1 Montagem do ensaio utilizando Doble M2H de 10 kV O circuito de medio de isolao de disjuntores de alta tenso utilizando o ensaiador Doble de 10 kV demonstrado na Figura 3.2.
Figura 3.2 Ensaio de isolao em cmara de disjuntor Delle PK4 utilizando Doble M2H de 10 kV
Este modelo M2H da Doble informa as amplitudes da corrente que circulou pelo circuito (A ou mA) e da potncia em Watt dissipada. O clculo do fator de potncia da isolao demonstrado abaixo, j que este modelo no fornece esta informao pronta. Vale lembrar que os valores aceitveis para o fator de potncia encontrado nos ensaios de isolao devem estar abaixo de 1% [15]. 3.5.1.2 Clculo do fator de potncia percentual utilizando Doble M2H % = = . % =
.
(3.4) (3.5)
(3.6)
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Onde: V = 10 kV e I = A ou mA Como a corrente mostrada no M2H em A ou mA, tem-se duas novas equaes para o clculo do fator de potncia percentual: Para I em mA tem-se: % = % =
(3.7) (3.8)
Para I em A tem-se: % = % =
(3.9) (3.10)
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Figura 3.3 Ensaio de capacitores em disjuntores de alta tenso utilizando Doble M2H
Para calcular o valor de capacitncia do capacitor sob ensaio, deve-se levar em considerao que a corrente encontrada pelo Doble M2H pode ser encontrada em A ou mA. 3.5.2.1 Clculo da capacitncia de capacitores utilizando Doble M2H = =
(3.11)
(3.12)
(3.13)
= =
(3.14) (3.15)
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Para I em A tem-se: =
(3.16)
= = ,
(3.17) (3.18)
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Valores tpicos de resistncia de contatos de disjuntores de Alta Tenso Fabricante Extino Modelo Valores esperados por contato Ar comprimido ATB-345 70-100 GE SF6 300-SFM-50 30-40 Mitsubishi Ar comprimido DHVF 20-25 Brown Boveri Ar comprimido DCVF 20-25 Brown Boveri Ar comprimido PK4 75 Delle Alsthom Ar comprimido PK6 75 Delle Alsthom Ar comprimido PK8 75 Delle Alsthom SF6 550-SFA-40 50 Westinghouse
Tabela 3.1 Valores tpicos de resistncia de contatos de disjuntores de alta tenso
Para se medir a resistncia dos contatos de um disjuntor, utiliza-se equipamentos trabalhando com o princpio da Lei de Ohm, onde injetando uma corrente eltrica conhecida, mede-se a queda de tenso em cima do contato do disjuntor. A resistncia pode ento ser encontrada atravs de um clculo simples, = .
O exemplo demonstrado na Figura 3.4 utiliza um Microommetro aplicando 300 A. Com a queda de tenso medida sobre o contato do disjuntor, calcula-se a resistncia hmica em . Supondo V = 0,0225 Volts, tem-se: =
(3.19)
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(3.20) (3.21)
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Breves consideraes sobre as duas tcnicas so relatadas aqui: A Termografia Infravermelha est em uso no Sistema Eltrico h mais de trs dcadas; A deteco de corona por Ultravioleta uma tcnica relativamente nova e seus resultados no setor eltrico vm crescendo com o aumento de estudos e pesquisas, demonstrando suas possibilidades; O uso combinado dessas duas tecnologias possibilita estender o espectro da viso humana e visualizar fenmenos, indicativos de defeito, que antes no podiam ser percebidos a olho nu; Amplia-se, assim, a gama dos defeitos que podem ser detectados e, por conseqncia, aumenta-se a confiabilidade do Sistema.
Abaixo so demonstrados, respectivamente, os ensaios reais de Termografia Infravermelha e deteco de corona por Ultravioleta em um disjuntor Delle da subestao de Campos (FURNAS Centrais Eltricas S.A), antes e depois da limpeza das colunas isoladoras do equipamento.
Figura 3.9 Ensaio de Termografia Infravermelha na coluna de isoladores do disjuntor antes e depois da limpeza
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Figura 3.10 Ensaio de deteco de corona por UV na coluna de isoladores do disjuntor antes e depois da limpeza
Cabe empresa realizar manutenes peridicas no disjuntor para verificar se estes tempos esto ocorrendo dentro do esperado, utilizando para isso, equipamentos capazes de realizar uma medio confivel. A periodicidade do ensaio geralmente estipulada pela empresa cliente. No caso de FURNAS, esta possui documentos como o Manual Tcnico de Campo (MTC) com critrios de Manuteno Centrada na Confiabilidade (MCC) para estipular quando um disjuntor deve ser ensaiado, ou seja, dois disjuntores exatamente iguais tero periodicidades diferentes dependendo do local de sua instalao e importncia no sistema.
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Basicamente, os equipamentos medidores destes tempos possuem canais sensveis s mudanas de nveis de tenso para monitorar a energizao e desenergizao das bobinas de comando, e canais de contatos secos para monitorar a mudana de estado dos contatos dos disjuntores. Os circuitos internos simplificados dos oscilgrafos so demonstrados na Figura 3.11 e Figura 3.12, demonstrando a filosofia do circuito medidor de contatos e bobinas, respectivamente. Os pontos principais a ressaltar so: Os circuitos de entrada e sada devem ser isolados opticamente para garantir que problemas ocorridos da entrada no venham a causar danos na sada, que geralmente esto conectados a uma porta do computador, ou conectados a controladores lgicos; No circuito que monitora a mudana de estado dos contatos do disjuntor h uma fonte de tenso ou corrente para haver sensibilizao na sada, onde o responsvel pela mudana de estado o prprio contato do disjuntor; No circuito que monitora as bobinas, a sada sensibilizada pelas tenses presentes nas prprias bobinas do disjuntor.
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H no mercado alguns equipamentos ("oscilgrafos") de determinados fabricantes com a finalidade de medir os tempos de operao de disjuntores. Seus custos so geralmente altos, e na maioria das vezes, possuem poucos canais. O fato de que a compra de novos oscilgrafos gera altos custos para a Empresa, muitas vezes no atende por completo suas necessidades, associados ao fato de uma assistncia tcnica que algumas vezes no satisfazem o real desejo da Empresa, levou FURNAS a desenvolver seu prprio equipamento para esta finalidade, cujo software desenvolvido o tema deste trabalho. No prximo captulo so demonstrados todos os aspectos motivadores para a elaborao do projeto, bem como o desenvolvimento da aplicao propriamente dita.
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"A coragem a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras" Aristteles
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4. Desenvolvimento da aplicao
4.1 Aspectos motivadores para o desenvolvimento
O foco principal deste trabalho demonstrar que possvel desenvolver o hardware e software de um equipamento capaz de realizar o ensaio de oscilografia em disjuntores de alta tenso com 100% de eficincia nos resultados, com um custo em torno de 10 a 20% do valor dos oscilgrafos disponveis no mercado. A grande vantagem em desenvolver a prpria tecnologia est no fato de no ficar amarrado ao suporte externo, o qual muitas vezes no atendem por completo as necessidades da empresa. Com isso, pode-se inserir modificaes e melhorias futuras, bem como realizar manutenes dentro da prpria empresa. importante ressaltar que a abrangncia desta dissertao est em apresentar o desenvolvimento de um software para ser utilizado com um hardware (IMTD24) j implementado. No entanto, o conhecimento completo do circuito eletrnico da IMTD24 necessrio para se obter a comunicao entre as partes, e por isso, muitas vezes algumas caractersticas deste equipamento so demonstradas. Dentre os principais aspectos motivadores para o desenvolvimento da aplicao esto: Tecnologia prpria; Manuteno local; Possibilidade de implementar novas funcionalidades; Custos em torno de 10 a 20% em relao a outros equipamentos disponveis no mercado.
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Desenvolvimento de um driver ("IMTD24.SYS") para permitir o programa se comunicar com a IMTD24 (critrio necessrio nas plataformas NT para ganhar acesso s portas rodando aplicativos em modo usurio);
Escrita do cdigo do projeto; Testes realizados para verificar a eficcia do software (descrito no captulo 6).
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no entanto, um cabo especial necessrio. A comunicao entre a porta e o processador via 32 bits, e a comunicao entre perifricos de 8 bits; No modo ECP (Enhanced Capabilities Port) a porta trabalha com as mesmas caractersticas da EPP, porm, utilizando DMA (Direct Memory Access). Para tal, existe um buffer FIFO de 16 bytes. 4.2.1.2 Endereos da porta na memria Os endereos das portas paralelas presentes no computador no so fixos, na verdade, a BIOS tem um conjunto de instrues gravadas internamente para verificar a presena destas, descobrir seus endereos fsicos e gravar estas informaes em sua memria de dados [22]. Quando o PC ligado, uma rotina da BIOS verifica a existncia das portas nos endereos 0x3BC, 0x378 e 0x278, respectivamente. Para determinar a existncia destas, a BIOS escreve um certo dado nestes endereos e tenta ler um valor de retorno. Se obtiver sucesso na leitura, a porta existe. No necessrio que haja algum dispositivo conectado porta para a realizao desta verificao, pois na verdade, a BIOS simplesmente l o valor no seu buffer interno. Os endereos das portas encontradas sero armazenados numa seco de memria destinada a armazenar informaes do sistema, chamada BIOS Data Area, a partir do endereo 0x0408, comeando pela LPT1. Cada endereo usa dois bytes, necessrios para mapear todas as 65536 portas possveis (lgicas ou fsicas). O endereo 0x3BC era utilizado antigamente por placas de vdeo conectadas porta paralela. Nos computadores modernos que possuem portas paralelas, a LPT1 est conectada no endereo 0x378 e LPT2 (quando presente) em 0x278. A Tabela 4.1 demonstra os endereos associados s portas paralelas LPT1 e LPT2.
Nome da porta LPT1 LPT2 Endereo na memria 0000:0408 0000:040A Endereo fsico 0x378 0x278 Descrio Endereo base Endereo base
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4.2.1.3 Registradores da porta paralela Os registradores utilizados para controlar a entrada e sada de dados das portas paralelas so: Registrador de dados (Data Register); Registrador de Status (Status Register); Registrador de Controle (Control Register).
Estes registradores so um elo para transformar um comando lgico em fsico, ou seja, ao emitir um comando de controle, por exemplo, primeiro este comando alcana o registrador alvo, para depois ser colocado fisicamente nos pinos da porta. A Figura 4.1 apresenta o conector DB25 da porta paralela com a associao de cada pino aos seus bits dentro dos registradores citados. Esta a configurao da porta no modo SPP. Nos modos EPP e ECP, os bits de dados tem configurao bidirecional, sendo o bit 5 do registrador de controle o responsvel pela direo. Se este bit for configurado em 0, o registrador de dados funciona como sada, e vice-versa.
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As tabelas a seguir mostram a funo de cada bit nos registradores acima citados, relacionando estes com os pinos da porta, quando presentes.
Offset Nome IN/OUT Pino porta 2 3 4 5 6 7 8 9 Bit 0 1 2 3 4 5 6 7 Funo do bit Dado Dado Dado Dado Dado Dado Dado Dado
Base
Registrador de Dados
Offset
Nome
IN/OUT
Pino porta
Bit 0 1 2 3 4 5 6 7
Funo do bit Reservado Reservado IRQ Error Select In Paper Out Ack Busy
Base + 1
Registrador de Status
IN
15 10 11 12 13
Offset
Nome
IN/OUT
Pino porta 1 14 16 17
Bit 0 1 2 3 4 5 6 7
Funo do bit Strobe Auto Linefeed Inicializa impressora Seleciona impressora Habilita IRQ via Ack Line Habilita modo bidirecional No usado No usado
Base + 2
Registrador de Controle
OUT
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4.2.1.4 Comunicao entre software e hardware IMTD24 atravs da porta paralela A comunicao entre o software e o hardware realizada pela porta paralela no modo SPP (Standard Parallel Port). A porta no endereo 0x378 foi utilizada para habilitar os canais da IMTD24 em que deseja-se realizar a leitura, e em 0x379 receber a condio do estado de cada canal habilitado. A Figura 4.2 demonstra o circuito simplificado das entradas e sadas da IMTD24. A filosofia de funcionamento da IMTD24 se d da seguinte maneira: Uma base de tempo de 10 kHz conectada ao pino 15 da porta para a realizao da verificao do estado dos 24 canais a cada 100 microssegundos. Os pinos D0-D5 da porta 0x378 habilitam um grupo de quatro canais por vez, de modo a verificar seu estado no momento desejado. Por exemplo: configurar o pino 2 (D0) em 0, habilita os canais 01, 02, 03 e 04, o pino 3 (D1) em 0 habilita 05, 06, 07 e 08, e assim por diante. Para desabilitar os outros grupos de canais, coloca-se 1 no pino correspondente. As entradas marcadas como "Canal xx" esto conectadas fisicamente aos contatos e bobinas do disjuntor. Os canais 01 a 20 monitoram a condio dos contatos do disjuntor e os canais 21 a 24 monitoram os estados das bobinas de acionamento. Contatos fechados e bobinas energizadas colocam as sadas referentes em nvel baixo. Ao habilitar um grupo de canais, possvel capturar seus estados nos pinos S4-S7 da porta 0x379.
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inconsistente sem prejudicar a execuo de outros aplicativos que esto rodando paralelamente. Vrias aplicaes podem rodar concorrentemente sem afetar outras. Por outro lado, esta proteo no permite que o hardware seja acessado direta e rapidamente, na verdade, a aplicao passa a necessitar de um device driver para executar estas instrues protegidas, e estas chamadas ao driver gastam vrios ciclos de processamento, em torno de 30 ciclos, contra 10 no acesso direto [23]. 4.2.2.1 Acessando o espao de I/O pelo uso de um device driver Para acessar o espao de memria reservado para os endereos de I/O deve-se entender como funciona o mecanismo de proteo das plataformas NT. Primeiramente a arquitetura Intel 80x86 define quatro nveis de privilgio: 0 a 3, sendo 0 o nvel com maior privilgio e 3, com o menor. A CPU trabalha no nvel 0 e as demais aplicaes nos nveis devidos para suas necessidades. Os Sistemas Operacionais da Microsoft que rodam sob tecnologia NT utilizam somente os nveis 0 e 3. Aplicaes que podem ser executadas em nvel 0 so tratadas como "aplicaes kernel-mode", e aplicaes no nvel mais baixo de privilgio so tratadas como "aplicaes user-mode". A Figura 4.3 mostra os nveis de privilgios definidos na arquitetura Intel 80x86. Os nveis mais internos possuem maior privilgio.
Para entender como um programa rodando em user-mode ganha acesso s portas fsicas do computador necessrio entender como a proteo de I/O implementada nas plataformas NT. O que determina se um processo roda em kernel-mode ou user-mode seu nvel de
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privilgio corrente (CPL) armazenado nos dois bits menos significativos do registrador de segmento (CS) [23]. A CPU define o nvel de privilgio para acesso a I/O (IOPL) que comparado ao valor do CPL para determinar se o processo pode ou no acessar as entradas e sadas do computador. O IOPL armazenado nos bits 12 e 13 do registrador EFLAGS, conforme ilustrado na Figura 4.4 [24]. Se um processo possuir seu CPL maior que IOPL ele no pode executar as instrues de I/O. Nas plataformas NT, o valor do IOPL configurado em 0 e o CPL de cada processo inicialmente igual a 3. Assim, para um processo ter acesso s instrues de baixo nvel, seu CPL deve ser configurado em 0.
H ainda uma segunda proteo implementada pelo SO que determina quais portas esto liberadas para processos com CPL = 0. Na arquitetura Intel 80x86 existem 65536 portas de 8 bits, sendo cada porta mapeada por 1 bit contido em um array de 8192 posies de 8 bits (8192 x 8 = 65536 portas). Cada bit com valor igual a 0 d ao processo corrente o acesso porta correspondente. A este array dado o nome de I/O Permission bitMap (IOPM).
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Este mapa de bits armazenado no Task State Segment (TSS) na memria principal. O registro Segment Selector contido no Task Register (TR) do processador contm o endereo de um descritor localizado no Global Descriptor Table (GDT), que por sua vez contm o endereo e o tamanho da TSS. A localizao do IOPM dentro do TSS flexvel, sendo seu offset (IOPM Offset) armazenado nas posies 0x66 e 0x67. Veja Figura 4.5:
A arquitetura Intel 80x86 foi implementada de modo que cada tarefa possa ter sua prpria TSS. No entanto, o TR que aponta para o descritor de segmento da TSS nunca modificado nas plataformas NT. Assim, todos os processos utilizam a mesma cpia do IOPM carregado [23]. Nos SO's baseados na tecnologia NT, o IOPM Offset original aponta para alm do final da rea da TSS, e isto, efetivamente nega o acesso a todas as portas para as aplicaes rodando em modo usurio. Para garantir o acesso para estes processos deve-se modificar o IOPM Offset para apontar para dentro da TSS, ou estender a TSS para conter a rea ocupada pela IOPM. Simplesmente estender a TSS para que a estrutura IOPM seja includa no uma boa idia, j que isto permite acesso livre ao espao de I/O para qualquer aplicao rodando, perdendose assim a filosofia da proteo implementada pela tecnologia NT.
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Em NT, a rea reservada para o IOPM vai do endereo 0x88 at 0x2088. Modificar o offset para apontar para a posio 0x88 no resolve, pois o offset real carregado da estrutura do processo que ganha o controle. Utilizando um debugger possvel verificar um bloco contendo 0xFF's desde 0x88 at o final da TSS e verificar o valor do IOPM Offset, conforme Figura 4.6. Estes valores de 0xFF's demonstram inicialmente que o acesso a todas as portas esto negadas ao processo corrente.
A maneira de resolver este problema utilizar algumas funes de device drivers que se encarregam do trabalho de fazer com que o IOPM offset aponte para o endereo 0x88, e carregar um array de bits representando o mapeamento das portas. Ke386SetIoAccessMap(); Ke386QueryIoAccessMap(); Ke386IoSetAccessProcess().
Ke386SetIoAccessMap() faz a cpia do array de bits que representam as 65536 portas para o offset 0x88 da TSS.
BOOL Ke386SetIoAccessMap ( Int nFunction, LPVOID lpBuffer );
// Deve ser 1, 0 preenche todo IOPM com 1, negando o acesso // Ponteiro para o mapa de bits
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Ke386QueryIoAccessMap() copia o IOPM atual da TSS para um buffer passado como parmetro.
BOOL Ke386QueryIoAccessMap ( Int nFunction, // Deve ser 1, 0 preenche todo IOPM com 1, negando o acesso LPVOID lpBuffer // Ponteiro para o buffer que receber os dados );
Ke386IoSetAccessProcess() habilita ou desabilita um processo de utilizar as portas. Se o parmetro nAccessRights for 0, o IOPM Offset aponta para alm do final da TSS, desabilitando o uso dos valores copiados do array. Sendo 1, o offset aponta para 0x88 e os direitos de acesso so obedecidos.
BOOL Ke386SetIoAccessProcess ( PEPROCESS pCurrentProcess, int nAccessRights );
// Ponteiro para o processo corrente retornado pela funo PsGetCurrentProcess() // 1 garante acesso, 0 nega o direito de acesso
Assim, estas trs funes para uso em device drivers so um meio de se modificar a proteo implementada pelas plataformas NT e permitir que um processo rodando em modo usurio tenha direitos de acesso ao hardware da mquina. O papel do driver fazer com que estas rotinas sejam executadas, liberando assim, o acesso ao programa que o chamou. Uma vez que o ponteiro para o incio do IOPM foi configurado a apontar para 0x88 e o mapa de bits foi carregado corretamente, o driver pode ser finalizado e o programa que o carregou continua tendo seu acesso liberado s instrues de baixo nvel que rodam em kernel-mode. Outras duas rotinas importantes que so implementadas no driver so DriverEntry() e CreateDispatch (), as quais so explicadas [25]: DriverEntry() uma rotina que chamada aps o carregamento do driver na memria para alocar tudo que necessrio operao do mesmo. Seu papel dentro do driver IMTD24.SYS alocar memria para o array IOPM e criar um handle que pode ser acessado por aplicaes rodando em modo usurio, permitindo a estas aplicaes acessar o driver por meio da notao \\.\IMTD24. CreateDispatch() cria um handle para a chamada CreateFile() implementada no programa rodando em user-mode. Tudo que o processo em modo usurio deve fazer invocar
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CreateFile(). Dentro de CreateDispatch() so implementadas as rotinas "Ke386xxx" que mudam o nvel de acesso ao processo corrente de 3 para 0. Para desenvolver o driver "IMTD24.SYS", trs arquivos foram necessrios: Imtd24.c MAKEFILE - Arquivo C contendo todas as rotinas necessrias ao driver. - Arquivo que contm a linha nica "!INCLUDE
$(NTMAKEENV)\makefile.def". Esta linha invoca o arquivo makefile.def necessrio criao de qualquer device driver. SOURCES - Arquivo que inclui todas as bibliotecas e arquivos necessrios
compilao do driver. A configurao mnima deste arquivo mostrada abaixo: o TARGETNAME=IMTD24 o TARGETPATH=. o TARGETTYPE=DRIVER DRIVER GDI_DRIVER MINIPORT LIBRARY DYNLINK para DLL's Inclui o caminho das bibliotecas - Nome do driver - Diretrio onde o driver criado - Tipo do produto final, podendo ser:
necessrias, neste caso, foi necessria a biblioteca "ntddk.h". - Arquivo fonte contendo todas as rotinas
Para compilar o driver, a Microsoft disponibiliza gratuitamente um pacote completo contendo todas as ferramentas e bibliotecas necessrias compilao. O pacote utilizado neste trabalho foi o Windows Driver Kit (WDK) verso 7.0.0, disponibilizado para download no site da Microsoft.
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O software foi escrito em linguagem C de modo a obter uma maior eficincia na aquisio dos dados. Em C, as chamadas s funes contidas na API do Windows so nativas, e isto d uma maior agilidade e confiabilidade ao processo. Os trechos do cdigo a destacar so: Comunicao com o driver via funes da API do Windows; Configurao da prioridade "Tempo Real" para o processo; Escrita e leitura na porta.
4.2.3.1 Comunicao com o driver via rotinas da API do Windows Uma vez compilado o arquivo "IMTD24.SYS", necessrio carreg-lo na memria para que o mesmo configure o CPL do processo do aplicativo para 0. As rotinas de manipulao do driver so mostradas a seguir [26]. Informaes completas sobre estas rotinas podem ser encontradas no MSDN da Microsoft. CreateFile() uma funo utilizada para manipular dispositivos de I/O (criar ou abrir), sejam eles arquivos, diretrios, pipes, drivers, etc. A funo retorna um handle para acessar o dispositivo, que neste caso o arquivo "IMTD24.SYS".
HANDLE CreateFile ( LPCTSTR lpFileName, DWORD dwDesiredAccess, DWORD dwSharedMod, LPSECURITY_ATTRIBUTES lpSecurityAttributess, DWORD dwCreationDisposition, DWORD dwFlagsAndAttributes, HANDLE hTemplateFile );
// Nome do driver // Leitura, escrita, ou ambos // Compartilhamento // Atributos de segurana // Modo de criao/abertura // Atributos do arquivo (oculto, sistema, etc) // Atributos adicionais
OpenSCManager() (Open Service Control Manager) Estabelece a conexo com o gerenciador de controle de servios da mquina. Se a funo tiver sucesso retorna um handle para a funo CreateService() e OpenService() para cria e abrir o servio do driver "IMTD24.SYS".
SC_HANDLE OpenSCManager ( LPCTSTR lpMachineName, LPCTSTR lpDatabaseName, DWORD dwDesiredAccess );
// Ponteiro para o nome da mquina (NULL = local) // NULL = Database Default // Tipo de acesso desejado
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CreateService() cria o objeto de servio e o adiciona no banco de dados do "gerenciador de controle de servios". Uma chave com o nome do servio adicionada no registro do Windows no caminho "HKEY_LOCAL_MACHINE\System\CurrentControlSet\Services", conforme mostra a Figura 4.7
//Ponteiro para o handle retornado pela funo OpenSCManager() // Nome do servio "IMTD24" // Nome a ser mostrado // Tipo de acesso desejado // Tipo do servio // Tipo inicializao (IMTD24 Inicia com o Windows) // Tipo de controle de erro // Caminho do arquivo ".SYS" // Grupo em que o servio faz parte // Tag's // Dependncias // Nome da conta do servio // Senha para acessar o servio
OpenService() abre um servio existente, que neste caso o servio do driver. Se a funo tiver sucesso ir retornar um handle para StartService().
SC_HANDLE OpenService ( SC_HANDLE hSCManager, LPCTSTR lpServiceName, DWORD dwDesiredAccess );
// Ponteiro para o handle retornado pela funo OpenSCManager() // Nome do servio "IMTD24" // Tipo de acesso desejado
// Ponteiro para o servio aberto por OpenService() // Nmero de argumentos // Ponteiro para argumentos
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4.2.3.2 Configurao da prioridade "Tempo Real" para o processo Nas plataformas NT, um thread programado para rodar sob uma "scheduling priority". O SO associa a cada thread um nvel de prioridade que vai de 0 a 31, onde 0 o nvel de menor privilgio e 31 o de maior. O sistema trata, de modo igual, todos os threads que possuem o mesmo nvel de prioridade, associando "Time Slices" (fatias de tempo) em um escalonamento Round-Robin, o qual demonstrado mais a frente. Enquanto os threads de mais altas prioridades estiverem sendo executados pelo processador, os de prioridades inferiores ficam aguardando sua vez. Quando um thread de nvel de prioridade mais alta fica disponvel para rodar, o SO suspende as tarefas atuais do processador e associa uma fatia de tempo completa para este, colocando-o em execuo. Os nveis de prioridades so determinados pelos dois critrios seguintes: A classe de prioridade do processo O nvel de prioridade do thread
Por padro, o sistema associa a classe NORMAL_PRIORITY_CLASS aos processos. A funo SetPriorityClass() permite modificar o nvel de prioridade da classe de um determinado processo. Processos que realizam rotinas peridicas, tais como protetores de tela, ou aplicaes que periodicamente atualizam o display devem usar nveis baixos da classe, de modo a no prejudicar o desempenho de outros que necessitam de mais tempo de processamento.
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O uso de HIGH_PRIORITY_CLASS deve ser implementado com cuidado, pois se um thread estiver rodando neste nvel por muito tempo, impede que outros threads de nvel mais baixo ganhem seu tempo de processamento. A classe de prioridade
HIGH_PRIORITY_CLASS deve ser reservada para tarefas de tempos crticos por tempos curtos, de modo a no atrapalhar a estabilidade do sistema. A classe de prioridade REALTIME_PRIORITY_CLASS praticamente no deve ser utilizada, j que interrompe threads que gerenciam mouse, teclado e flushing de disco. Esta classe, no entanto, apropriada para aplicaes que falam diretamente ao hardware e realizam tarefas rpidas.
Todos
THREAD_PRIORITY_NORMAL [28]. Aps criar um thread possvel modificar seu nvel de prioridade utilizando a funo SetThreadPriority().
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Nvel de prioridade do thread THREAD_PRIORITY_IDLE THREAD_PRIORITY_LOWEST THREAD_PRIORITY_BELOW_NORMAL THREAD_PRIORITY_NORMAL THREAD_PRIORITY_ABOVE_NORMAL THREAD_PRIORITY_HIGHEST THREAD_PRIORITY_TIME_CRITICAL THREAD_PRIORITY_IDLE THREAD_PRIORITY_LOWEST THREAD_PRIORITY_BELOW_NORMAL THREAD_PRIORITY_NORMAL THREAD_PRIORITY_ABOVE_NORMAL THREAD_PRIORITY_HIGHEST THREAD_PRIORITY_TIME_CRITICAL THREAD_PRIORITY_IDLE THREAD_PRIORITY_LOWEST THREAD_PRIORITY_BELOW_NORMAL THREAD_PRIORITY_NORMAL THREAD_PRIORITY_ABOVE_NORMAL THREAD_PRIORITY_HIGHEST THREAD_PRIORITY_TIME_CRITICAL THREAD_PRIORITY_IDLE THREAD_PRIORITY_LOWEST THREAD_PRIORITY_BELOW_NORMAL THREAD_PRIORITY_NORMAL THREAD_PRIORITY_ABOVE_NORMAL THREAD_PRIORITY_HIGHEST THREAD_PRIORITY_TIME_CRITICAL THREAD_PRIORITY_IDLE THREAD_PRIORITY_LOWEST THREAD_PRIORITY_BELOW_NORMAL THREAD_PRIORITY_NORMAL THREAD_PRIORITY_ABOVE_NORMAL THREAD_PRIORITY_HIGHEST THREAD_PRIORITY_TIME_CRITICAL THREAD_PRIORITY_IDLE THREAD_PRIORITY_LOWEST THREAD_PRIORITY_BELOW_NORMAL THREAD_PRIORITY_NORMAL THREAD_PRIORITY_ABOVE_NORMAL THREAD_PRIORITY_HIGHEST THREAD_PRIORITY_TIME_CRITICAL
IDLE_PRIORITY_CLASS
BELOW_NORMAL_PRIORITY_CLASS
NORMAL_PRIORITY_CLASS
ABOVE_NORMAL_PRIORITY_CLASS
HIGH_PRIORITY_CLASS
REALTIME_PRIORITY_CLASS
Prioridade base 1 2 3 4 5 6 15 1 4 5 6 7 8 15 1 6 7 8 9 10 15 1 8 9 10 11 12 15 1 11 12 13 14 15 15 16 22 23 24 25 26 31
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No software desenvolvido, aqui apresentado, utilizou-se o nvel de maior prioridade (REALTIME_PRIORITY_CLASS + THREAD_PRIORITY_TIME_CRITICAL = 31) no momento do ensaio no disjuntor, de modo a garantir a melhor exatido possvel na obteno das leituras.
No exemplo mostrado acima, os processos da classe de prioridade 3 ganham o tempo de processamento somente quando os processos da classe 4 forem terminados, e assim sucessivamente.
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A Figura 4.9 demonstra o modo de implementao do escalonamento Round-Robin. Quando o quantum de P0 terminar, P1 ganha o controle, depois P2, at que todos os processos sejam executados. Aps um ciclo de processamento, P0 volta a ganhar o processador caso ainda no tenha sido terminado.
4.2.3.3 Escrita e leitura na porta Aps escrever o driver "IMTD24.SYS", o qual garante o acesso do aplicativo s instrues de I/O, e dar ao processo a prioridade mxima no sistema, a escrita e leitura na porta paralela podem agora ser realizadas com sucesso. O captulo 5 apresenta a metodologia do ensaio de medio de tempos de operao dos disjuntores de alta tenso pelo uso da aplicao desenvolvida.
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"A mente que se abre a uma nova idia jamais voltar ao seu tamanho original" Albert Einstein
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5.1 Apresentao
A Interface para Medir Tempos de Disjuntores 24 canais (IMTD24) mostrada na Figura 5.1.
Conforme mostrado, este equipamento tem a capacidade de ensaiar 20 contatos, principais e auxiliares (fechamento e/ou abertura), e 4 bobinas ou rels auxiliares. A Figura 5.2 demonstra a filosofia do ensaio utilizando o programa desenvolvido para a IMTD24.
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Pressionando o boto "Efetuar teste!", o programa entra em um loop para aguardar a energizao do devido canal de disparo. Havendo a sensibilizao do canal, o software realiza o teste (durante 1 segundo) e monta um grfico com as leituras obtidas.
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Caso o usurio queira, possvel tanto salvar o ensaio em arquivos, quanto imprimir o relatrio do mesmo para guardar na pasta do equipamento como histrico da manuteno. A Figura 5.9 mostra o relatrio completo do ensaio do disjuntor com valores fictcios.
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Figura 5.9 Exemplo de um relatrio completo de ensaio de medio de tempos de operao de disjuntores
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"A matemtica o alfabeto com o qual Deus escreveu o universo" Galileu Galilei
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Leitura 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo esperado (ms) 83,3 83,3 83,3 83,3 83,3 83,3 83,3 83,3 83,3 83,3
Tempo medido (ms) 83,3 83,3 83,3 83,3 83,3 83,3 83,3 83,3 83,3 83,3
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10
Leitura 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo esperado (ms) 166,7 166,7 166,7 166,7 166,7 166,7 166,7 166,7 166,7 166,7
Tempo medido (ms) 166,7 166,7 166,7 166,7 166,7 166,7 166,7 166,7 166,7 166,7
20
Leitura 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo esperado (ms) 333,3 333,3 333,3 333,3 333,3 333,3 333,3 333,3 333,3 333,3
Tempo medido (ms) 333,3 333,3 333,3 333,3 333,3 333,3 333,3 333,3 333,3 333,3
30
Leitura 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo esperado (ms) 500,0 500,0 500,0 500,0 500,0 500,0 500,0 500,0 500,0 500,0
Tempo medido (ms) 500,0 500,0 500,0 500,0 500,0 500,0 500,0 500,0 500,0 500,0
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Leitura 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo esperado (ms) 666,7 666,7 666,7 666,7 666,7 666,7 666,7 666,7 666,7 666,7
Tempo medido (ms) 666,7 666,8 666,8 666,7 666,7 666,7 666,7 666,8 666,8 666,7
50
Leitura 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo esperado (ms) 833,3 833,3 833,3 833,3 833,3 833,3 833,3 833,3 833,3 833,3
Tempo medido (ms) 833,4 833,4 833,4 833,5 833,3 833,5 833,4 833,5 833,4 833,4
55
Leitura 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo esperado (ms) 916,7 916,7 916,7 916,7 916,7 916,7 916,7 916,7 916,7 916,7
Tempo medido (ms) 916,9 916,9 916,9 916,9 916,9 916,8 916,9 916,9 916,9 916,9
Os valores aqui demonstrados foram obtidos pelo aplicativo rodando em um computador com processador Intel Core 2 Duo de 2,54 GHz e memria RAM de 2 GB. Em computadores com 1 ncleo apenas, as leituras tiveram valores bem prximos a estes.
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A declarao real da exatido do software no possvel devido a dois fatores principais: Mesmo que um processo rode com a mxima prioridade, o algoritmo de escalonamento pode interromp-lo para garantir a integridade do sistema [29], evitando que um processo ganhe o processador por tempo infinito. Assim, no garantido que o processo seja executado no devido momento de escrever ou ler na porta, podendo assim, perder leituras; Se outro processo de mesma prioridade estiver rodando em paralelo com o software aqui apresentado, o algoritmo de escalonamento do processador deve trat-los de forma igual, executando cada um durante seu quantum permitido, colocando-o depois no final da fila, de modo a processar o prximo. Mesmo com estes dois problemas, possvel notar nas leituras obtidas que o erro mximo foi de 200 microssegundos. Este erro muito pequeno quando comparado com as tolerncias dos tempos de operao dos disjuntores, no gerando incertezas no ensaio. importante observar que at 30 ciclos no houve nenhuma variao nas leituras, e geralmente os tempos de operao dos disjuntores de alta tenso esto bem abaixo de 30 ciclos. Na verdade, os tempos de abertura e fechamento da maioria dos disjuntores esto abaixo de 100 milissegundos. Uma tima alternativa para colher as leituras com 100% de eficincia implementar um hardware com sistema microcontrolado dedicado a esta tarefa. Como o processamento dos microcontroladores monotarefa, possvel fazer com que as instrues de leitura e escrita sejam realizadas exatamente quando necessrias. O captulo 7 demonstra esta alternativa, e tambm outras novas implementaes que esto sendo desenvolvidas para melhorar o modo de medir tempos de operao dos disjuntores de FURNAS Centrais Eltricas S.A.
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"Aquele que persegue duas coisas de uma s vez no alcana uma delas e deixa a outra escapar" Benjamin Franklin
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Por estes e outros motivos, uma placa microcontrolada foi desenvolvida para aquisitar as leituras da Interface. Nesta placa h um microcontrolador PIC16F877A programado para enviar as instrues IMTD24, receber as leituras dos canais e salv-las numa memria RAM esttica WS62256 (32kB), Figura 7.1. Aps o ensaio, o PIC copia os dados da RAM e envia ao PC, via porta serial, para que o software monte o grfico do teste. Com este novo projeto a aquisio tem eficincia comprovada de 100%, j que o sistema consegue realizar todas as suas tarefas necessrias para cada leitura em 84 microssegundos, ficando ocioso por 16 microssegundos at o prximo evento. Estes tempos foram medidos utilizando o osciloscpio Fluke mod. 199C.
Figura 7.1 Placa microcontrolada por PIC 16F877A para comunicao com a IMTD24
7.3 Capacidade de medir contatos auxiliares sem necessidade de desconexo dos links
Quando a IMTD24 foi desenvolvida inicialmente, no foi implementada nesta a capacidade de medir os tempos de operao dos contatos auxiliares (fechamento e/ou abertura) sem a necessidade de desconectar os links que os interligam aos contatos principais do disjuntor. Levando em considerao que a desconexo e re-conexo destes links para o ensaio gastam em torno de 50% do tempo da manuteno, e isto associado aplicao da Parcela Varivel por indisponibilidade do equipamento [30], um novo circuito est sendo desenvolvido para dar
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IMTD24 a capacidade de medir contatos auxiliares e principais sem a necessidade da desconexo de ambos. No modo de construo original da IMTD24, a sada dos canais que medem contatos sensibilizada tanto para o fechamento dos contatos auxiliares, quanto para o fechamento dos contatos principais, ou seja, mesmo havendo uma resistncia no circuito auxiliar, a corrente que circula por este circuito capaz de sensibilizar a sada correspondente, veja Figura 7.2.
Como as intensidades das correntes I1 e I2 so diferentes, j que h no circuito auxiliar resistncias de insero e o contato principal possui uma resistncia de contato baixssima, possvel tratar as duas correntes (I1 e I2) com circuitos comparadores e colocar duas sadas distintas, conforme Figura 7.3.
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Com esta melhoria no modo de medio, a IMTD24 passa a apresentar a capacidade de medir um contato principal e seu(s) contato(s) auxiliar(s) (quando houver) em um nico canal, ou seja, 20 canais da Interface que monitoram o estado dos contatos do disjuntor tm agora a capacidade mxima de medir 60 contatos do disjuntor (20 contatos principais + 20 contatos auxiliares de fechamento + 20 contatos auxiliares de abertura).
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"Um aspecto essencial da criatividade no ter medo de fracassar" Dr. Edwin Land
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8. Concluses
Para realizar o ensaio de medio dos tempos de operao dos disjuntores de alta tenso, as empresas do setor eltrico, na maioria das vezes, compram equipamentos de determinados fabricantes para esta finalidade. Estes equipamentos geralmente so caros, a interface grfica do software , muitas vezes confusa, e em alguns casos o conjunto software/hardware no atende por completo as necessidades totais da empresa cliente. O propsito desta dissertao foi demonstrar o desenvolvimento de um aplicativo com a finalidade de medir, com eficincia, tempos de operao de disjuntores de alta tenso. Este aplicativo utiliza a IMTD24 (Interface para Medir Tempos de Disjuntores 24 canais) como meio de conexo para os contatos e bobinas dos disjuntores. A IMTD24 foi desenvolvida pela empresa de energia eltrica FURNAS Centrais Eltricas S.A nos anos 90 de modo a suprir a carncia por bons oscilgrafos da poca. No modo original, o software se comunica com a IMTD24 via porta paralela. Nas plataformas NT o acesso ao hardware negado para aplicaes rodando em modo usurio (mostrado no tpico 4.2.2.1), por isso, foi escrito um driver "IMTD24.SYS" para dar ao aplicativo o direito de executar as instrues IN e OUT (funes _inp() e _outp() da linguagem C) na porta. Uma vez que o software ganhou acesso porta paralela, implementou-se um nvel de prioridade "Tempo Real" ao seu processo para que as instrues IN e OUT pudessem ser executadas no momento exato em que o programa necessitasse. Depois, a aplicao foi submetida a ensaios de modo a verificar sua eficcia em medir tempos de operao de disjuntores. Para o ensaio, utilizou-se o sistema microprocessado Doble mod. F2253 para gerar nveis de tenso durante intervalos de tempos precisos. Os resultados obtidos nos ensaios podem ser visualizados no captulo 6. A dificuldade de implementar sistemas de tempo real nos sistemas operacionais Windows deu incio ao desenvolvimento de um novo circuito medidor para a IMTD24. Neste circuito, um microcontrolador PIC16F877A realiza o ensaio, grava as leituras em uma memria RAM esttica e somente depois do ensaio envia os dados ao PC para que o software monte o grfico do teste e permita ao usurio verificar a condio dos contatos do disjuntor ensaiado.
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Outro circuito foi desenvolvido para permitir a medio dos tempos de operao de contatos auxiliares sem que haja a necessidade de desconexo dos links que os interligam aos contatos principais do disjuntor. Com esta nova metodologia, o tempo total gasto para realizar o ensaio fica bastante reduzido quando comparado ao projeto original. O projeto final do desenvolvimento da aplicao apresentada neste trabalho, juntamente com as novas implementaes que esto sendo desenvolvidas, tem um valor real em torno de 10 a 20% do custo dos equipamentos similares disponveis no mercado. Tomando por base que a empresa FURNAS possui hoje 46 subestaes e 14 usinas, e cada uma destas entidades necessita de pelo menos 1 ensaiador de tempos de disjuntores, a economia real fica em torno de 3,5 milhes de reais. Este valor comea a aumentar quando levarmos em conta os custos com suporte tcnico, compras de peas e manutenes. Como concluso: Este trabalho mostrou que possvel desenvolver, com tecnologia nacional, equipamentos de qualidade e com custos reduzidos. Quando se desenvolve a prpria tecnologia fica-se livre para realizar melhorias futuras que se adqem s necessidades da empresa. Com o suporte e manuteno realizados internamente, dispensa-se a contratao de servio de outras empresas, agilizando o processo e reduzindo os custos.
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"A felicidade no depende do que nos falta, mas do bom uso que fazemos do que temos" Thomas Handy
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Bibliografia
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