Artigo VIII ALFAeEJA II (Osvaldo)
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PRESÍDIOS BRASILEIROS.
Autor ¹; Autor2
Mestrando em Educação de Jovens e Adultos pela Universidade do Estado da Bahia
(UNEB); E-mail: osvaldovalenca@hotmail.com, atual vínculo profissional (caso haja),
grupo de pesquisa ao qual está vinculado. E-mail;
RESUMO:
O Sistema Penitenciário Brasileiro traz consigo a incumbência institucional de
ressocializar as pessoas privadas de liberdade no país. Dessa forma o cumprimento das
medidas restritivas de liberdade que se fazem presentes no Código Penal Brasileiro deve
ter o necessário cumprimento por parte do Estado. Na Lei brasileira temos garantidos
direitos e garantias fundamentais inerentes a pessoa humana que são por vezes violadas
pelo próprio Estado. O que nos remete a pensar sobre o sistema prisional no país, sobre
as violações de direitos e a forma continuado como esses detentos se comportam mesmo
estando no cárcere. Ainda convêm lembrar que apesar da tentativa de o sistema reverter
o quadro atual nas penitenciárias brasileiras, ainda vemos noticiados nos principais
meios de comunicação, recentes rebeliões, com muitas mortes e a briga incessante pelo
poder pelo crime organizado, através de suas facções sobre o controle de dentro e fora
das prisões. As penitenciárias mostram o caos pelo qual passam os apenados, onde
delinquentes de menor potencial ofensivo se misturam com criminosos de alta
periculosidade, o que reverte à missão estatal de ressocializar o indivíduo, tornando
esses ‘’pequenos delinquentes’’ em criminosos ‘’profissionais’’, ou seja, se
transformando em soldados do crime organizado. O Estado sendo ineficaz no mínimo
dessas garantias faz com que o sistema criminoso atue mesmo dentro das prisões, por
isso temos dentro delas muitas armas artesanais e, até mesmo armas de fogo, muitas
drogas e farras garantidas pelo crime organizado e muitas das vezes com a corrupção de
agentes públicos. É necessário frisar também que a corrupção de agentes públicos
contribui relevantemente para detentos continuarem a comandar o crime de dentro das
cadeias. Outro fator relevante é a falta de equipamentos para as revistas o que deixam a
desejar na triagem dos visitantes e faz com que vários tipos de ilícitos ingressem para
dentro das celas. Um dos principais problemas mundiais de hoje é a incapacidade de
controlar o uso de drogas ilegais, mas principalmente do mundo criminal sinistro que se
desenvolveu para fazê-las circular por toda parte com uma logística que impressiona
pela sua eficácia. Diz-se que o mercado ilegal de drogas é hoje um dos maiores setores
econômicos do mundo. Todavia, é apenas uma parte do sistema de funcionamento do
crime-negócio, mais ou menos organizado, que funciona em diversos setores, utilizando
redes e mecanismos similares para parecer operações limpas e legais. (ZALUAR, 2007,
p. 2). Por outro lado, Damaceno, (2007) A sociedade e as autoridades devem
conscientizar-se de que a principal solução para o problema da reincidência passa pela
adoção de uma política de apoio ao sujeito que deixa o sistema prisional após pagar sua
dívida com a sociedade. Este deve ser acolhido e reintegrado à sociedade como homem
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livre e digno de respeito, fazendo com que seja efetivado o que está previsto na LEP,
pois, caso não seja acolhido este permanecer da forma atual, ou seja, o desassistido de
hoje continuará sendo o criminoso reincidente de amanhã. A História da Educação nos
presídios remonta ao século XIX, com a inserção de programas educacionais para os
detentos, com o objetivo de reduzir a reincidência criminosa. Nesta época, os presídios
começaram a oferecer cursos profissionalizantes para os detentos, como corte e costura,
carpintaria, mecânica e outras habilidades. Estes programas foram criados com o
objetivo de preparar os detentos para o retorno à vida extramuros. No Brasil, no ano de
1983, foi aprovado o projeto de lei do então Ministro da Justiça Ibrahim Abi-Ackel, o
qual se converteu na Lei nº 7.210 de 11 de julho de 1984, a atual e vigente Lei de
Execução Penal - LEP, considerada uma das mais modernas do mundo, na qual,
encontramos uma seção que trata especificamente da Assistência Educacional. A
Constituição Federal de 1988 garante aos presos privados de liberdade o direito de
acesso à educação e à cultura, preservando o princípio da Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão, e estabelece, no Capítulo II, dos Direitos Sociais, a Educação
como sendo um deles, além de garantir no art. 205, que a educação é direito de todos e
dever do Estado e da família, e que será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando o desenvolvimento do sujeito, para o exercício da cidadania e sua
qualificação voltada para o trabalho. A Lei de Execução Penal – LEP, de nº 7.210/1984;
na Resolução CNE/CEB nº 02, de 19 de maio de 2010, dispõe sobre as Diretrizes
Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos em situação de privação de
liberdade nos estabelecimentos penais. Muitos estados brasileiros desenvolvem
programas educacionais para presos. Esses programas incluem cursos de formação
profissional, ensino de línguas estrangeiras, cursos de informática, oficinas de
artesanato, aulas de língua portuguesa e outras disciplinas como matemática, história,
geografia e ciências, que visam contribuir para a reinserção social dos presos. Para que
ocorra a inclusão social dos apenados é necessária à inserção de políticas públicas que
privilegiem a Educação nas unidades Prisionais, com o desenvolvimento e a ampliação
de políticas de integração. A EJA no sistema prisional tem a finalidade de proporcionar
escolarização aqueles que não tiveram a oportunidade de cursar na idade própria. É um
direito constitucional previsto em lei para aqueles que estão privados de liberdade,
jovens e adultos que estão em situação de cárcere. A modalidade de ensino EJA
proporciona a oportunidade de escolarização e inclusão social, além de formação
humana e formação para o trabalho. No entanto, é necessária uma política pública
contínua que proporcione não apenas a oferta de escolarização no interior do presídio,
mas também uma educação reflexiva e crítica, com capacitação constante dos
professores. A EJA ofertada nas unidades prisionais traz resultados transformadores. A
organização do ensino no cárcere compreende todas as etapas da educação básica, da
alfabetização ao ensino médio. Diante do contexto da oferta da Educação para Jovens e
Adultos em sistema prisional, Nóvoa (1992, p.21) reflete sobre os desafios da formação
do professor que atua em unidades prisionais, apontando que este apresenta a mesma
titulação do que o atuante no ensino regular, porém há uma necessidade ainda maior de
capacitar este profissional para lidar com a sua inserção no sistema, aderindo a um olhar
de segurança, postura, disciplina, matéria ou conteúdo a serem administrados, desde que
este esta reeducando para um novo retorno social. A ressocialização no modelo atual ela
se faz muito timidamente, então precisamos investir em educação de jovens e adultos
EJA, dentro das unidades prisionais e, trabalho para os detentos como forma de
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minimizar o ócio e ajuda-los a recuperar sua dignidade, inserindo-os no mercado de
trabalho quando eles cumprirem suas penas, tornando-os cidadãos de fato, podemos nos
inspirar em modelos como o Norte Americano, principalmente nos EUA, ou modelos
que já dão certo aqui no Brasil, como alguns já testados em Salvador/Ba e Minas
Gerais, que é baseado na educação de detentos e uso de tornozeleiras eletrônicas aos
cometem crimes de menor potencial ofensivo, esses são postos em liberdade e ficam
sendo monitorados pelo Estado, já o projeto de educação possibilita que os detentos
estudem e até mesmo tenham certificado podendo continuar os estudos quando saírem
da prisão. Estes podendo participar do Encceja PPL, o qual é destinado às pessoas
privadas de liberdade e aos jovens sob medida socioeducativa que não concluíram o
ensino fundamental ou médio na idade adequada. A participação na prova é voluntária e
as inscrições são gratuitas, as provas têm o mesmo nível de dificuldade do Encceja
regular.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ZALUAR, Alba. Democratização inacabada fracasso da segurança pública. Rio de
Janeiro, 2007.
ASSIS, Rafael Damaceno de. A realidade atual do sistema penitenciário brasileiro.
Revista CEJ. Brasília, out. / dez 2007. Ano XI, n. 39. P.74-78. Disponível em:
<https://revistacej.cjf.jus.br/cej/index.php/revcej/article/view/949>. Acesso em: 10 de
Setembro de 2023.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 35.
ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
NÓVOA, Antônio. Formação de professores e profissão docente. In:Os professores e
a sua formação. Nóvoa, A.(org.) 2ª ed. Portugal: Publicações Dom Quixote, 1995.
PEREIRA, Antônio. Pesquisa de Intervenção em Educação. Salvador: EDUNEB,
2019.
Revista Brasileira de Ciências Criminais. São Paulo, v. 1, n. 2, p. 56-63, abr./jun. 2006.
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-educacao-prisional-no-brasil.htm
Acesso em 15 Setembro 2023.
https://sigeduc.educacao.ba.gov.br/sigeduc/public/transparencia/pages/consulta/
relatorio_estudantes/relEstudantesSituacaoFinal.jsf. Acesso em 15 Setembro 2023.
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