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Contestação - Fraude

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EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO 6 VARA DO JUIZADO ESPECIAL CVEL DO FRUM DESEMBARGADOR MRIO VEROSA DA COMARCA DE MANAUS/AM

Auto do Processo n 0701957-79.2011.8.04.0015

BANCO IBI S.A. BANCO MLTIPLO, sociedade annima de capital fechado, com sede na cidade de Barueri, Estado de So Paulo, situada na Alameda Rio Negro, 585 4 Andar, Alphaville C. I. E., CEP 06454-000, inscrito no CNPJ/MF sob o n. 04.184.779/0001-01, por seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente presena de Vossa Excelncia, nos autos da ao em epgrafe, que lhe move ALONCIO MARTINS MORAES, apresentar sua CONTESTAO, o que faz com fundamento no artigo 297 e seguintes do Cdigo de Processo Civil c/c artigo 30 da Lei n. 9.099/95, consubstanciada nos motivos de fato e fundamentos de direito que passa a aduzir.

1 - BREVE SNTESE DA INICIAL

Cinge-se a presente em ao indenizatria que move o Autor em face do Banco IBI, em razo da suposta incluso indevida de seus dados junto aos rgos de Proteo de Crditos.

Afirma ainda que nunca manteve qualquer relao com o Banco Contestante, alegando ainda que supostamente que foi vtima de fraude. Por fim requer a baixa nas restries do seu nome e condenao do Banco IBI ao pagamento de indenizao por danos morais.

Contudo, em que pesem os fatos expostos em sua pea exordial, razo alguma assiste ao Autor, como se passa a demonstrar pelos fundamentos de fato e direito abaixo aduzidos. Seno vejamos.

AV. GETLIO VARGAS, N 3-03, VILA GUEDES DE AZEVEDO - BAURU-SP - CEP 17.017-000 - FONE/FAX (14) 3235-0800 1 BAURU/SP - CAMPINAS/SP - RIBEIRO PRETO/SP - BRASLIA/DF - SALVADOR/BA BELO HORIZONTE/MG - CURITIBA/PR - RECIFE/PE - SO LUS/MA - PALMAS/TO PORTO ALEGRE/RS - PORTO VELHO/RO - FORTALEZA/CE - RIO DE JANEIRO/RJ

Este documento foi assinado digitalmente por KARINA DE ALMEIDA BATISTUCI. Protocolado em 07/02/2012 s 07:34:31. Se impresso, para conferncia acesse o site http://consultasaj.tjam.jus.br/esaj, informe o processo 0701957-79.2011.8.04.0015 e o cdigo 96BC4C.

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2. PRELIMINARMENTE

2.1. DA INCOMPETNCIA ABSOLUTA DO JUZO

Este processo ser levado a cabo sem resoluo do mrito, pois, em conformidade com o que dispe o artigo 3 da Lei 9.099/95, em aes que necessitarem de percias tcnicas para seu deslinde, no poder ser utilizado o rito desta Justia Especial, uma vez que este no dispe de meios para sanar a controvrsia, devendo a mesma ser extinta sem julgamento
Este documento foi assinado digitalmente por KARINA DE ALMEIDA BATISTUCI. Protocolado em 07/02/2012 s 07:34:31. Se impresso, para conferncia acesse o site http://consultasaj.tjam.jus.br/esaj, informe o processo 0701957-79.2011.8.04.0015 e o cdigo 96BC4C.

do mrito.

Dos fatos trazidos aos autos pelo Autor, nada indica que as alegaes iniciais sejam plausveis em virtude da relao juridico-contratual existente entre as partes. Somente fatores alheios ao conhecimento do Banco Ru poderiam embasar os fatos aduzidos pelo Autor.

O Douto Juzo certamente no poder concluir por meras alegaes, se o Autor ou no titular da assinatura constante no contrato firmado, ensejador da negativao em comento.

Havendo uma relao jurdica existente entre as partes, a suposta alegao do Autor de no ter firmado contrato com o Banco Ru, s poder ser corroborada atravs de prova pericial.

Poucas no sero s vezes em que o Juiz ter que se valer de verdadeira prova pericial, o que inadmissvel nos Juizados Especiais.

Corrobora com esse entendimento Joel Dias Figueira Junior, em artigo publicado na Revista dos Tribunais, pg. 20, 1996:

"Nestes casos, para que mantenhamos fiis ao requisito constitucional da menor complexidade da causa e do princpio da simplicidade que ostentar todo o processo, parece-nos que a soluo est em o Juiz declarar-se incompetente (de ofcio ou mediante requerimento da parte) e remeter as partes s vias ordinrias, extinguindo o processo, sem julgamento de mrito (artigo 51, inciso II), em razo da inadmissibilidade procedimental especfica, diante da complexidade assumida pela demanda aps a audincia infrutfera de conciliao." Pelo exposto, a R requer a extino do processo sem julgamento do mrito pela flagrante incompetncia deste Juizado para julgar aes que necessitem de complexas percias tcnicas.
AV. GETLIO VARGAS, N 3-03, VILA GUEDES DE AZEVEDO - BAURU-SP - CEP 17.017-000 - FONE/FAX (14) 3235-0800 2 BAURU/SP - CAMPINAS/SP - RIBEIRO PRETO/SP - BRASLIA/DF - SALVADOR/BA BELO HORIZONTE/MG - CURITIBA/PR - RECIFE/PE - SO LUS/MA - PALMAS/TO PORTO ALEGRE/RS - PORTO VELHO/RO - FORTALEZA/CE - RIO DE JANEIRO/RJ

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2. MRITO 2.1 DA REALIDADE DOS FATOS

O Autor faz diversas alegaes na tentativa de culpar o Ru, de alguma forma, pelos fatos que ocorreram. No entanto, em momento algum, agiu-se de m-f.

Cumpre esclarecer, que de fato o Ru efetuou a cobrana nos termos contratados e aceitos pelo Autor, no lhe cabendo discutir no atual momento as disposies do contrato
Este documento foi assinado digitalmente por KARINA DE ALMEIDA BATISTUCI. Protocolado em 07/02/2012 s 07:34:31. Se impresso, para conferncia acesse o site http://consultasaj.tjam.jus.br/esaj, informe o processo 0701957-79.2011.8.04.0015 e o cdigo 96BC4C.

firmado com o Ru.

O Autor tenta falta de melhores argumentos, distorcer os fatos afirmando simplesmente que o Ru inclui seus dados nos cadastros de inadimplentes pela utilizao de carto de crdito que aduz desconhecer.

Desta forma, diante de um quadro de inadimplncia do Autor, o Ru apenas iniciou o seu processo de cobrana, o qual tambm inclui a negativao dos dados do Autor nos cadastros do servio de proteo ao crdito.

E, se no restam dvidas sobre o inadimplemento contratual, conseqentemente, no h o que se falar em ato ilcito ou falha na prestao de servios, capaz de proporcionar ao Autor almejada verba indenizatria.

Como demonstrado, a incluso nos rgos de proteo ao crdito ocorreu devido existncia de dbitos de carto de crdito vencidos e no quitados, sendo totalmente lcita e devida, consistindo em exerccio regular do direito cobrar aquilo que lhe devido.

De igual modo, qualquer alegao do Autor quanto manuteno indevida dos seus dados perante cadastros restritivos de crdito pelo Ru descabida, pois houve a efetiva incluso em razo do inadimplemento das faturas.

Desta forma, no se pode admitir a condenao do Ru ao absurdo pleito indenizatrio, pois restou evidente que no houve falha na prestao de servio por parte do Ru, que sempre agiu em estrita consonncia com o que foi contratado entre as partes e de acordo com os ditames legais aplicveis ao caso.

2.2.

O SISTEMA DOS CARTES DE CRDITO NO BRASIL

oportuno lembrar que no Brasil, a concepo de carto de crdito, de servio de


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intermediao que permite ao consumidor adquirir bens e servios em estabelecimentos comerciais previamente credenciados mediante a comprovao de sua condio de usurio.

Periodicamente, o Banco Ru emite e apresenta a fatura ao usurio-consumidor, com a relao e o valor das despesas efetuadas, efetuando dbitos em conta ou aguardando o pagamento pelo titular, de acordo com o contrato vigente entre as partes.

Assim, estritamente adstrito ao contrato em sobejo, o Banco Ru simplesmente agiu


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de forma a proteger o seu patrimnio ante a inadimplncia da Autora.

Conforme pode se verificar no caso em tela, o Autor no se ateve s disposies do contrato entabulado com o Banco Ru para utilizao do carto de crdito, no podendo ser beneficiada atravs da presente demanda por sua prpria desdia, ao deixar de realizar o pagamento das parcelas em aberto.

2.3.

DA INEXISTNCIA DE DEFEITO NA PRESTAO DO SERVIO

Nos termos do artigo 14, 3, I, do Cdigo de Defesa do Consumidor, a inexistncia de defeito na prestao do servio exclui a responsabilidade objetiva do fornecedor.

Assim, verificando-se que o servio foi prestado pelo fornecedor com observncia de todas as regras legais e contratuais existentes no bojo da relao com o consumidor, no haver defeito na prestao do mesmo, na medida em que haver o fornecimento da segurana que o consumidor dele pode esperar, no havendo que se falar em dever de indenizar eventual dano causado. Cumpre ressaltar porm que, at o presente momento, a Autora no teve que suportar dano algum.

Assim, no houve falha na prestao de servio por parte do Banco Ru, na medida em que os valores cobrados sempre foram legtimos, ou seja, havendo inadimplncia, direito do credor em buscar os meios disponveis para receber o que lhe devido. Nesse caso, o dbito totalmente devido e as cobranas, absolutamente corretas e dentro das normas estabelecidas e acordadas pela Autora.

E, inexistindo defeito na prestao do servio, no h que se falar em dever de indenizar atribuvel ao Banco Ru, consoante estatuto consumerista, devendo a ao ser julgada totalmente improcedente.

2.4. DA POSSIBILIDADE DE FRAUDE CONTRATUAL


AV. GETLIO VARGAS, N 3-03, VILA GUEDES DE AZEVEDO - BAURU-SP - CEP 17.017-000 - FONE/FAX (14) 3235-0800 4 BAURU/SP - CAMPINAS/SP - RIBEIRO PRETO/SP - BRASLIA/DF - SALVADOR/BA BELO HORIZONTE/MG - CURITIBA/PR - RECIFE/PE - SO LUS/MA - PALMAS/TO PORTO ALEGRE/RS - PORTO VELHO/RO - FORTALEZA/CE - RIO DE JANEIRO/RJ

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At prova em contrrio, a instituio bancria reitera a relao contratual existente entre as partes, pois a mesma foi firmada aps o cumprimento de todas as exigncias legais e documentais para elaborao de um contrato bancrio.

A instituio R, muito embora tenha se utilizado dos mecanismos disponveis para a concesso de emprstimo, ou mesmo para formao do contrato, pode tambm ter sido vtima de uma fraude, caso realmente fique demonstrado que o autor no foi o real
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responsvel pela assinatura do contrato em voga.

Saliente-se que a empresa R toma todas as cautelas possveis para evitar a ocorrncia de fraude, o que no se vislumbra no caso em tela, haja vista que todos os documentos necessrios para a contratao lhe foram entregues regularmente. Todavia, apenas por amor ao debate, cumpre esclarecer que, na remota hiptese da existncia de fraude, a empresa R tambm ser vtima do engodo, sendo invivel sua condenao reparao de danos morais, uma vez que diariamente se utiliza de todos os mecanismos disponveis para a averiguao de fraude.

notrio que a prtica de estelionato se aperfeioa mais a cada dia e, infelizmente, diante da modernizao da indstria criminosa, a anlise de documentos falsificados tarefa rdua e de difcil constatao at para profissionais especializados. Logo, inexiste culpa do contestante passvel de reparao. E, no havendo culpa, no h falar-se em responsabilidade civil.

A realizao do contrato junto ao Ru obedeceu todas as formalidades legais. Agiu a empresa r com a plena convico de que se tratava de mais um contrato a ser firmado pelo interessado, haja vista toda a documentao que lhe fora apresentada, sem constar quaisquer indcios de falsidade.

O Douto Juzo certamente no poder concluir por meras alegaes, se a Autor ou no titular da assinatura constante no contrato firmado, sendo necessria a realizao de percia grafotcnica, onde o expert poder analisar pormenorizadamente o contrato celebrado, bem como os documentos pessoais da Autor.

A responsabilidade civil para ser caracterizada, requer a existncia de certos elementos, quais sejam DANO, CULPA DO AGENTE e o NEXO DE CAUSALIDADE entre a leso e a conduta ilcita. (Washington de Barros Monteiro, Curso de Direito Civil, Parte Geral, 22 edio, pg. 277).
AV. GETLIO VARGAS, N 3-03, VILA GUEDES DE AZEVEDO - BAURU-SP - CEP 17.017-000 - FONE/FAX (14) 3235-0800 5 BAURU/SP - CAMPINAS/SP - RIBEIRO PRETO/SP - BRASLIA/DF - SALVADOR/BA BELO HORIZONTE/MG - CURITIBA/PR - RECIFE/PE - SO LUS/MA - PALMAS/TO PORTO ALEGRE/RS - PORTO VELHO/RO - FORTALEZA/CE - RIO DE JANEIRO/RJ

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Cabe primeiramente estabelecer que a empresa R NO agiu culposamente, e, ainda que seja constada a fraude, foram adotadas todas as cautelas necessrias para a verificao de qualquer falsidade documental para a contratao com o interessado. Logo, no h de se falar em qualquer responsabilizao da R, haja vista a inexistncia de culpa, como tambm de atos contrrios ao direito e da inteno de lesar a Autor.

Sem a existncia de prejuzo causado por ato ilcito praticado pela R, no h falarEste documento foi assinado digitalmente por KARINA DE ALMEIDA BATISTUCI. Protocolado em 07/02/2012 s 07:34:31. Se impresso, para conferncia acesse o site http://consultasaj.tjam.jus.br/esaj, informe o processo 0701957-79.2011.8.04.0015 e o cdigo 96BC4C.

se em responsabilidade civil, pois, segundo o art. 927 do Cdigo Civil, "aquele que, por ato ilcito, causar dano a outrem, fica obrigado a repar-lo".

Como j acima exposto, no se vislumbra no caso em tela, qualquer prejuzo causado Autor, SENDO ABUSIVO O PEDIDO DE INDENIZAO POR DANOS MORAIS, uma vez que ele efetuou contrato com a empresa R, optando em no realizar o pagamento da dvida, fato que determinou a incluso de seu nome nos cadastros restritivos por exerccio regular de direito do Banco Ru.

Portanto, NO h falar-se em CULPA, ATO ILCITO ou PREJUZO da Autor, suficientes para ensejar o pagamento de tamanha parcela a ttulo de indenizao, mesmo porque, ainda que seja verificada a ocorrncia de fraude, o fato de existirem documentos apresentados regularmente com o seu nome para a contratao junto ao Ru; a utilizao dos mecanismos existentes e a adoo dos cuidados necessrios para a averiguao de qualquer falsidade; bem como o engodo que envolveria a empresa R juntamente com a Autor, retiram-lhe a responsabilidade de indenizar, haja vista o fato de tornar-se vtima do ocorrido.

Segundo Humberto Theodoro Jnior, o dano depende da existncia de conduta ilcita, em que se manifesta a culpa como fonte da responsabilidade, ou seja, o mago da responsabilidade est na pessoa do agente e em seu comportamento.

Logo, verifica-se que, para cogitar do ato ilcito e da conseqente responsabilidade reparatria, deve-se considerar o agente como autor de uma conduta indevida, contra o direito, que viola norma preexistente e causando dano a outrem.

Diante da remota hiptese de ser admitida a existncia de fraude, como poderia o Ru prever a existncia de falsidade ideolgica? Sem dvida alguma, o fato seria completamente imprevisvel, haja vista as atitudes por ele tomadas no sentido de evitar qualquer ato irregular, ainda porque seria igualmente prejudicado, pois no poderia efetuar cobranas de pessoa idnea que no contribuiu para os atos praticados.
AV. GETLIO VARGAS, N 3-03, VILA GUEDES DE AZEVEDO - BAURU-SP - CEP 17.017-000 - FONE/FAX (14) 3235-0800 6 BAURU/SP - CAMPINAS/SP - RIBEIRO PRETO/SP - BRASLIA/DF - SALVADOR/BA BELO HORIZONTE/MG - CURITIBA/PR - RECIFE/PE - SO LUS/MA - PALMAS/TO PORTO ALEGRE/RS - PORTO VELHO/RO - FORTALEZA/CE - RIO DE JANEIRO/RJ

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Destarte, o Ru no tem qualquer culpa no evento ocorrido, cingindo-se sua atuao apenas e to somente em efetuar o contrato com o Autor e inserir seu nome nos cadastros restritivos em funo do inadimplemento. Sendo que, na hiptese da ocorrncia de fraude, foi mero instrumento de um crime premeditado, executado por terceiro intencionado em lesar a Empresa R e o Autor.

2.5. DA INVIABILIDADE DE RESPONSABILIZAO CIVIL DO BANCO RU. EXCLUDENTE DE


Este documento foi assinado digitalmente por KARINA DE ALMEIDA BATISTUCI. Protocolado em 07/02/2012 s 07:34:31. Se impresso, para conferncia acesse o site http://consultasaj.tjam.jus.br/esaj, informe o processo 0701957-79.2011.8.04.0015 e o cdigo 96BC4C.

RESPONSABILIDADE. SISTEMTICA DO CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. FATO DE TERCEIRO.

O Cdigo de Defesa do Consumidor, mesmo tendo acolhido os postulados da responsabilidade objetiva, contempla taxativamente hipteses que excluem a

responsabilidade do prestador de servio, atenuando a sistemtica adotada.

ZELMO DENARI assevera:

"Muito embora tenha acolhido os postulados da responsabilidade objetiva, que desconsideram os aspectos subjetivos da conduta do fornecedor, o Cdigo no deixou de estabelecer um elenco de hipteses que mitigam aquela responsabilidade, denominadas causas excludentes (Cdigo brasileiro de defesa do consumidor: comentado pelos autores do anteprojeto, 7ed., Rio de Janeiro: Forense Universitria, 2001, p. 167)." Nestes termos, a dico do 3, inciso II, do art. 14 do Cdigo de Defesa do Consumidor:

Art. 14. O fornecedor de servios responde, independentemente da existncia de culpa, pela reparao dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos prestao de servios, bem como por informaes insuficientes ou inadequadas sobre sua fruio e riscos. (...) 3. O fornecedor de servios s no ser responsabilizado quando provar: II a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. O Emrito Professor, ao comentar as hipteses de excluso de responsabilidade no microssistema do Cdigo de Defesa do Consumidor, ensina que:

Terceiro, in casu, qualquer pessoa que no se identifique com os partcipes da relao de consumo descrita no art. 12 e que envolve, de um lado, o fabricante, produtor, construtor ou importador e, de outro, o consumidor. (Cdigo de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto, 7 ed., Rio de Janeiro: Forense Universitria, 2001, p. 169).

AV. GETLIO VARGAS, N 3-03, VILA GUEDES DE AZEVEDO - BAURU-SP - CEP 17.017-000 - FONE/FAX (14) 3235-0800 7 BAURU/SP - CAMPINAS/SP - RIBEIRO PRETO/SP - BRASLIA/DF - SALVADOR/BA BELO HORIZONTE/MG - CURITIBA/PR - RECIFE/PE - SO LUS/MA - PALMAS/TO PORTO ALEGRE/RS - PORTO VELHO/RO - FORTALEZA/CE - RIO DE JANEIRO/RJ

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Segundo SRGIO CAVALIERI FILHO, para quem o envolvimento em determinando evento danoso no gera o dever de indenizar, caso no tenha dado causa:

possvel que algum se envolva em determinado evento sem que lhe tenha dado causa, hiptese que no haver o dever de reparar o dano. Isso pode ocorrer pelo menos em trs hipteses: culpa exclusiva da vtima, fato de terceiro e caso fortuito ou de fora maior (Programa de Responsabilidade Civil, 2 ed., Malheiros, So Paulo, 2000, p. 64-65). Como j exposto acima, o evento que a Autor aponta como fato causador dos danos
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atribuvel a um terceiro que agiu de m-f. SRGIO CAVALIERI FILHO ressalta que:

Terceiro, ainda na definio de Aguiar Dias (ob. cit., v. II/299), qualquer pessoa alm da vtima e o responsvel, algum que no tem nenhuma ligao com o causador aparente do dano e o lesado. Pois, no raro, acontece que o ato de terceiro a causa exclusiva do evento, afastando qualquer relao de causalidade entre a condita do autor aparente e a vtima (ob. cit., p. 65). O presente caso enquadra-se no excerto transcrito, pois o ato ilcito de um terceiro causou danos a ambas as partes, inexistindo nexo de causalidade entre o dano alegado pela Autor e qualquer ato do Ru. . No havendo nexo de causalidade no se h de falar em dever de indenizar, como orienta SILVIO DE SALVO VENOSA na seguinte preleo:

Para que surja o dever de indenizar, tambm deve existir a relao de causalidade ou nexo causal. Pode ter ocorrido ato ilcito, pode ter ocorrido um dano, mas pode no ter havido nexo de causalidade entre esse dano e a conduta do agente. [...] Dever ser considerada como causa aquela condio sem a qual o evento no teria ocorrido.(Silvio de Salvo Venosa, Direito Civil: Responsabilidade civil, p. 594). Desta forma, se os fatos ocorridos so conseqncias da culpa de terceiro, impossvel fixar a responsabilidade civil do Banco Ru, que tambm foi vtima.

2.6. DA AUSNCIA DE VIOLAO DE DIREITOS DE PERSONALIDADE DA PARTE AUTORA

Atravs da vaga narrativa encetada na inicial, vislumbra-se a total ausncia de violao a direito de personalidade da parte Autora, como requisito fundamental para a caracterizao do instituto do dano moral.

Os fatos, em questo, tipificam situao elencada pela doutrina e jurisprudncia como aborrecimento limitado indignao da pessoa, sem nenhuma repercusso na esfera
AV. GETLIO VARGAS, N 3-03, VILA GUEDES DE AZEVEDO - BAURU-SP - CEP 17.017-000 - FONE/FAX (14) 3235-0800 8 BAURU/SP - CAMPINAS/SP - RIBEIRO PRETO/SP - BRASLIA/DF - SALVADOR/BA BELO HORIZONTE/MG - CURITIBA/PR - RECIFE/PE - SO LUS/MA - PALMAS/TO PORTO ALEGRE/RS - PORTO VELHO/RO - FORTALEZA/CE - RIO DE JANEIRO/RJ

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exterior da parte Requerente, que pudesse ensejar violao grave a seus direitos de personalidade e, portanto, discusso respeito de eventual direito indenizatrio.

A personalidade, assim entendida como a esfera ntima do indivduo, exteriorizvel no meio social e que o especializa diante dos demais, encontra-se tutelada pelo nosso ordenamento jurdico atravs dos artigos 11 e seguintes do Cdigo Civil. Salienta-se que somente em casos especficos as pessoas jurdicas podero ter direito de personalidade violado, mais comumente no tocante imagem.
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Tratam-se de direitos entendidos como extrapatrimoniais, em razo de no apresentarem valorao de cunho econmico. Uma vez violados, a compensao pecuniria traduzida por verba indenizatria. Frise-se que se trata de situaes extremas, verificvel a cada caso em concreto.

nesse contexto que o dano moral estudado. A indenizao por violao decorrente de danos morais passvel de cabimento em situaes de clara e inequvoca violao dos direitos de personalidade do indivduo, o que de plano exclui dissabores e constrangimentos de pouca monta, infelizmente comuns na sociedade moderna. No tocante s pessoas jurdicas, equivale danos imagem.

Por conseguinte, tendo em vista que a matria tratada na presente demanda corresponde a mero aborrecimento, o processo dever ser extinto com julgamento de mrito, nos termos do artigo 269, inciso I, do Cdigo de Processo Civil. 2.7. DA AUSNCIA DE DANOS MORAIS

Sendo o dano moral aquele consubstanciado pela dor ntima intensa, no sentimento de perda de auto-estima e credibilidade, sua existncia est subordinada comprovao de tais efeitos. A indenizao concedida a ttulo de danos morais tem carter meramente satisfativo, destinada exclusivamente a compensar os efeitos sofridos pelo ofendido, no podendo representar o enriquecimento ilcito do requerente. Da porque se faz necessria a devida comprovao do prejuzo sofrido, conforme frisa o mestre RUI STOCO:

A primeira premissa (para caracterizao do dever de indenizar) de que no pode haver responsabilidade sem a existncia de um dano efetivo. O dano que interessa ao estudo da responsabilidade civil o que constitui requisito da obrigao de indenizar. Desse modo, no se pode deixar de atentar para a diviso entre danos patrimoniais e danos morais, imateriais ou no patrimoniais, cabendo lembrar, conforme advertiu Minozzi, que a distino entre dano patrimonial e dano moral s diz respeito aos efeitos, no origem do dano, pois, neste aspecto, o dano uno e indivisvel (...).
AV. GETLIO VARGAS, N 3-03, VILA GUEDES DE AZEVEDO - BAURU-SP - CEP 17.017-000 - FONE/FAX (14) 3235-0800 9 BAURU/SP - CAMPINAS/SP - RIBEIRO PRETO/SP - BRASLIA/DF - SALVADOR/BA BELO HORIZONTE/MG - CURITIBA/PR - RECIFE/PE - SO LUS/MA - PALMAS/TO PORTO ALEGRE/RS - PORTO VELHO/RO - FORTALEZA/CE - RIO DE JANEIRO/RJ

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O prejuzo ser certo, regra essencial da reparao. Com isto se estabelece que o dano hipottico no justifica a reparao. (Tratado de Responsabilidade Civil 5 edio revista, atualizada e ampliada So Paulo: Revista dos Tribunais, p. 576) Considere-se que o instituto do dano moral no pode ser desvirtuado, para satisfazer intentos gananciosos, que vislumbram no expediente um meio de se transformar indenizaes judiciais em excelentes negcios queles que delas se aproveitam. O ilustre Ministro SLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA j afirmou que de repudiar-se a pretenso dos que postulam exorbitncias inadmissveis com arrimo no dano moral, que no tem por escopo favorecer o enriquecimento indevido.
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Da por que, hoje em dia, a jurisprudncia farta, no sentido de ser descabida a indenizao por danos morais, quando ausente a prova relativa ao sofrimento ou perda de credibilidade pela parte.

Danos morais Devoluo de cheque por suposta falta de fundos Inadmissibilidade Preenchimento incorreto de formulrio de depsito pelo cliente Ausncia, ademais, de prova da existncia do dano moral Recurso no provido. No caso em pauta, a Autor no junta documentos, tampouco requer a produo de provas que possam demonstrar a plausibilidade do alegado, fazendo jus indenizao por dano moral. Frise-se que a Autor nem ao menos narra ter suportado prejuzo tamanho capaz de ensejar a indenizao pleiteada. Limitou-se a narrar os fatos e pleitear a indenizao.

Se constatado que o dano sofrido pelo Autor foi causado por culpa exclusiva de terceiro em atividade criminosa, e no da parte do Banco Ru, no h como condenar este ltimo reparao por danos morais, sob pena de gerar um enriquecimento sem causa.

O Autor no indicou quais danos seriam causadores dos alegados danos morais, porque estes no existem. NO H DANO MORAL A SER INDENIZADO.

Em v. acrdo proferido pelo E. Tribunal de Justia do Estado de So Paulo, por intermdio de sua 1 Cmara Civil, tendo como Relator o Desembargador ROQUE KOMATSU, ficou assentado que sem a prova do prejuzo concreto a ao de indenizao deve ser rejeitada. Cabe transcrever trecho do citado acrdo:

"... lio comum de que a regra essencial reparao a de que o prejuzo deve ser certo. O dano hipottico no justifica a reparao. O dano indenizvel h de assentar-se na comprovao de sua existncia. Em suma, o prejuzo precisa ficar comprovado de modo escorreito, com
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segurana e inequivocadamente que o prejuzo que sofreu foi um resultado do ato" (Apelao Cvel n 116.953-1, v.u., em 27.3.90, cf. RTJESP, Lex 129/224). Tambm a E. 4 Cmara Cvel do 1 Tribunal de Alada Civil de So Paulo, em v. acrdo proferido pelo Des. JOS ROBERTO BEDRAN, nos autos dos Embargos Infringentes n 474.048-5/1, deixou assentado que:

A parte Autora pretende beneficiar-se buscando indenizao para um dano que nem ao menos foi caracterizado, aproveitando-se, pois, da tendncia atual de se recorrer ao Judicirio pleiteando indenizaes milionrias baseadas em micro traumas que no tm o condo de causar nenhum prejuzo aprecivel.

Os Tribunais, inclusive, esto voltando-se para esse fato e comeam a impedir que indenizaes sejam concedidas em tais casos, como se pode verificar abaixo:

RESPONSABILIDADE CIVIL. Dano Moral. Configurao. Princpio da Lgica do Razovel. Na tormentosa questo de saber o que configura o dano moral, cumpre ao juiz seguir a trilha da lgica do razovel, em busca da sensibilidade ticosocial normal. Deve tomar por paradigma o cidado que se coloca a igual distncia do homem frio, insensvel, e o homem de extremada sensibilidade. Nessa linha de princpio, s deve ser reputado como dano moral a dor, vexame, sofrimento ou humilhao que, fugindo normalidade, interfira intensamente no comportamento psicolgico do indivduo, causando-lhe aflio, angstia e desequilbrio em seu bemestar, no ,bastando mero dissabor, aborrecimento, mgoa, irritao ou sensibilidade exacerbada. (...) A matria de mrito cinge-se em saber o que configura e o que no configura dano moral. Na falta de critrios objetivos, essa questo vem se tornando tormentosa na doutrina e na jurisprudncia, levando o julgador a situao de perplexidade. Ultrapassadas as fases da irreparabilidade do dano moral e da sua inacumulabilidade com o dano material, corremos agora o risco de ingressarmos na fase da sua industrializao, onde o aborrecimento banal ou mera sensibilidade so apresentados como dano moral, em busca de indenizaes milionrias. (Acrdo proferido em 13/02/96 na Apelao Cvel n 8.218/95, da 2 Cmara Cvel do Egrgio Tribunal de Justia do Rio de Janeiro, Relator Des. Srgio Cavalieri Filho, doc. n 07).
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Este documento foi assinado digitalmente por KARINA DE ALMEIDA BATISTUCI. Protocolado em 07/02/2012 s 07:34:31. Se impresso, para conferncia acesse o site http://consultasaj.tjam.jus.br/esaj, informe o processo 0701957-79.2011.8.04.0015 e o cdigo 96BC4C.

"...imprescindvel que a parte, na exordial, justifique a indenizao do dano moral, se no para que no fique ao arbtrio do julgador, ao menos para que possa o requerido contrariar a pretenso com objetividade e eficcia (Apelaes ns 416.767/5, 416.919/9, 416.925/7, 433.592/2, 471.259/6) (...) Embora aludindo indenizao por dano moral e postulando a correspondente indenizao, a Autor, na inicial, fundamentou sua pretenso de maneira vaga e imprecisa." (cf. RJE-1 - Jurisprudncia do 1 TAC/SP, pgs. 184 a 186).

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Destarte, quando o ato de terceiro a causa exclusiva do prejuzo desaparece a relao de causalidade entre a ao ou omisso do agente e o dano. Na hiptese dos autos, constata-se que uma terceira pessoa se faz passar pelo promovente, realizando negcios com a parte acionada.

O evento danoso no resultou de uma relao de consumo em que o prestador de servio tenha agido de m-f.

objetiva. Todo e qualquer risco decorrente desta deve ser integralmente imputado ao fornecedor/prestador de servios em decorrncia da teoria do risco de empreendimento.

Na condio de fornecedor de servios, responde, pois, a requerida, segundo preceitua o art. 14 do CDC "independentemente da existncia de culpa, pela reparao dos danos causados aos consumidores relativos prestao dos servios, bem como por informaes insuficientes ou inadequadas sobre sua fruio e riscos", apresentando, em seu pargrafo terceiro, as excludentes.

Portanto, estabeleceu o Cdigo de Defesa do Consumidor a inverso do nus da prova, impondo ao fornecedor de servios, diante da verossimilhana das alegaes do consumidor, a obrigao de demonstrar qualquer das causas excludentes de sua responsabilidade, ou seja, culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, inclusive a inexistncia de defeito na prestao de servios, para eximir-se do dever de indenizar.

No bastasse a absoluta ausncia de prova e at mesmo de alegao do Recorrido, fato suficiente a afastar a indenizao pretendida, dano moral representa dor interna, emoo torrencial, injria fsica ou moral que abala psicologicamente a vtima. Deve ser proveniente de fato realmente lesivo, que traga conseqncias irreparveis moral da pessoa que o sofre. Somente nestas hipteses, em que surge conflito e angstia interna, poder-se- falar em indenizao. So casos em que a reparao dos danos materiais no suficiente para restabelecer o status quo. A indenizao por dano moral faz-se necessria para amenizar os efeitos eternos do ato ou fato lesivo.

Nesse sentido, pode-se vislumbrar o dano moral na perda de um ente prximo, leso fsica permanente ou difamao da vtima. Porm, aborrecimentos ou imprevistos que todos esto sujeitos em seu dia a dia jamais podero configurar dano moral, sob pena de estar-se promovendo uma indstria de indenizaes por fatos corriqueiros e absurdos.

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A responsabilidade do fornecedor/prestador de servios nas relaes de consumo

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Acerca da discusso, destaque-se a verdadeira lio do eminente Desembargador do Tribunal de Justia do Estado do Rio de Janeiro, SRGIO CAVALLIERI FILHO, no julgamento da Apelao Cvel n. 821/95, o qual emitiu importante entendimento refutando a opinio de que quaisquer aborrecimentos configurariam danos dessa natureza:

CARLOS BITTAR ensina que:

"qualificam-se como morais os danos em razo da esfera da subjetividade, ou do plano valorativo da pessoa na sociedade, em que repercute o fato violador, havendo-se como tais aqueles que atingem os aspectos mais ntimos da personalidade humana (o da intimidade e da considerao pessoal), ou o da prpria valorao da pessoa no meio em que e atua (o da reputao ou da considerao social)". YUSSEF SAID CAHALI leciona que tudo aquilo que molesta gravemente a alma humana, ferindo-lhe gravemente os valores fundamentais inerentes sua personalidade ou reconhecidos pela sociedade em que est integrado, qualifica-se, em linha de princpio, como dano moral... Por tal razo nossas cortes so unnimes ao afastar pedidos de indenizao por danos morais, em casos que versem sobre meros aborrecimentos e transtornos de nosso dia-adia:

Indenizao - Responsabilidade civil - Mudana e atraso em escala de vo - Compra de novas passagens e gastos com hospedagem. - No h razo para indenizao por dano moral no caso sub judice. Com efeito, no cabem no rtulo de dano moral os transtornos, aborrecimentos ou contratempos que sofre o homem no seu dia a dia, absolutamente normais na vida de qualquer um. J proclamou a Primeira Cmara Cvel do Egrgio Tribunal de Justia do Rio de Janeiro, nos autos da Apelao Cvel n.
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"A matria de mrito cinge-se em saber o que configura e o que no configura o dano moral. Na falta de critrios objetivos, essa questo vem se tornando tormentosa na doutrina e na jurisprudncia, levando o julgador a situao de perplexidade. Ultrapassadas as fases da irreparabilidade do dano moral e da sua inacumulabilidade com o dano material, corremos agora o risco de ingressarmos na fase da sua industrializao, onde o aborrecimento banal ou mera sensibilidade so apresentados como dano moral, em busca de indenizaes milionrias. Nessa linha de princpio, s deve ser reputado como dano moral a dor, vexame, sofrimento ou humilhao que, fugindo da normalidade, interfira intensamente no comportamento psicolgico do indivduo, causando-lhe aflies, angstias e desequilbrio em seu bem-estar. Mero dissabor, aborrecimento, mgoa, irritao ou sensibilidade exacerbada esto fora da rbita do dano moral, porquanto, alm de fazerem parte da normalidade do nosso dia-a-dia, no trabalho, no trnsito, entre amigos e at no ambiente familiar, tais situaes no so intensas e duradouras a ponto de romper o equilbrio psicolgico do indivduo. Se assim no se entender, acabaremos por banalizar o dano moral, ensejando aes judiciais em busca de indenizaes pelos mais triviais aborrecimentos...

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1825/90, relatada pelo eminente Des. RENATO MANESCHY, que simplesmente sensao de desconforto e aborrecimento, ocasionado pela perda ou extravio de bagagem, no constitui dano moral, suscetvel de ser objeto de reparao civil. O dano moral tem origem no que POLACCO chama de leso da personalidade moral. (Apelao Cvel n. 217.320-2 TJSP - 16.06.94) Demonstrado est que o pleito indenizatrio em pauta no atende s regras vigentes no ordenamento jurdico, afigurando-se despropositado e, sem nenhum parmetro razovel que pudesse justificar a sua procedncia. Como embasamento para seus danos, a
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Autor no fornece dado algum, o que nos leva a pensar, com o genial RIPERT, que uma indenizao nesses moldes representaria um excelente negcio para quem dela se beneficia e um prejuzo injusto para o pretenso culpado.

Destarte, inexistente o alegado dano moral, no procede a pretenso indenizatria da parte Autora.

2.8.

DO QUANTUM INDENIZATRIO

Ainda que se fizesse tamanha construo cerebrina ao ponto de se entender devida pelo Banco Ru o pagamento de indenizao por dano moral, hiptese que se admite apenas por mero amor ao debate e por respeito ao princpio da eventualidade, fortuita indenizao dever ser fixada com moderao.

grande a preocupao do Superior Tribunal de Justia com os abusos e distores que esto se verificando em sede de arbitramento de indenizaes por dano moral. Com efeito, cristalizou-se no seu mbito jurisprudencial que proclama ser possvel:

rever o valor da indenizao em recurso especial. Assim, quando se mostra evidentemente exagerada, distanciando-se das finalidades da lei que no deseja o enriquecimento de quem sofreu a ofensa (REsp n 87.719-RJ, rel. Min. Eduardo Ribeiro, DJ de 25.05.98). No acrdo referido, merece destaque o expressivo voto proferido pelo Min. CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO:

Senhor Presidente, j enfrentamos essa matria, pelo menos em tese, sobre a possibilidade de reduzirmos o dano moral fixado, s vezes, de maneira exacerbada nas instncias ordinrias. Julgo necessrio que seja feito assim, porque a experincia tem mostrado que, muitas vezes, tanto o Juiz de Primeiro Grau, como os Tribunais locais tm ampliado excessivamente o valor das indenizaes por dano moral, com isso fragilizando o prprio instituto. Vale lembrar que nos Estados Unidos, onde essa matria julgada com muita freqncia, j est havendo uma
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reao para reduzir o valor das indenizaes. No possvel estabelecer comparao entre a realidade brasileira e a realidade norte-americana. Mas o fato concreto que, tambm, aqui j se estava caminhando para elevar, de modo exagerado, as indenizaes por dano moral. (...) Isso no gera, como conseqncia imediata, uma indenizao fora da realidade. Estou convencido de que a Corte deve intervir na matria, at mesmo pela funo pedaggica que exerce. A doutrina tambm se insurge contra a fixao de indenizaes que extrapolam os
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limites da razoabilidade. digna de nota, a respeito do assunto, a lio de ANTONIO LINDBERGH C. MONTENEGRO, Desembargador no Estado do Rio de Janeiro:

"Pensar que s uma grande soma em dinheiro pode restaurar pessoal e socialmente um indivduo que sofreu uma ofensa moral , no mnimo, julg-lo desonrado. A dor moral no tem preo. Da por que a doutrina de uma forma generalizada propugna por uma reparao in natura, j que a condenao do ofensor tem mais um efeito moral. O pagamento em dinheiro seria a derradeira forma para liquidar o dano moral, como j preconizava Wilson Melo da Silva, em sua clssica obra O Dano Moral e sua Reparao. A reparao monetria em termos mdicos encerra dois significados positivos. Primeiro, para mostrar que valores morais e valores econmicos no guardam similitude alguma. Depois, para desestimular aes de reparao de dano moral fundadas em falsas causas ou ttulos. Teme-se que um instituto to dignificante honra da pessoa humana se transforme em um negcio de espertalho. (Responsabilidade Civil, 2 edio revista e aumentada, Editora Lumen juris, 1996, Rio de Janeiro/RJ, p. 201). Compartilha da mesma preocupao o insigne civilista YUSSEF SAID CAHALI, para quem o desabrochar tardio da reparabilidade do dano moral em nosso direito fez desenfrear uma demanda reprimida, que por vezes tem degenerado em excessos inaceitveis, com exageros que podem comprometer a prpria dignidade do instituto (Dano Moral, 2a. ed., Editora Revista dos Tribunais, So Paulo, 1998, p. 18).

Colhe-se na jurisprudncia do STJ que a indenizao por danos morais est confiada ao prudente arbtrio do Juiz, em cujo exerccio ele deve orientar-se com moderao, segundo os critrios consagrados pela doutrina e pela jurisprudncia. Assim:

A indenizao por dano moral deve ser fixada em termos razoveis, no se justificando que a reparao venha a constituir-se em enriquecimento indevido, devendo operar-se com moderao, proporcionalmente ao grau de culpa, ao porte empresarial das partes, s suas atividades comerciais e, ainda, ao valor do negcio. H de orientar-se o juiz pelos critrios sugeridos pela doutrina e pela jurisprudncia, com razoabilidade, valendose de sua experincia e do bom senso, atento realidade da vida,
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notadamente situao econmica atual e s peculiaridades de cada caso (REsp n 205.268-SP, rel. Min. Slvio de Figueiredo Teixeira, DJ de 28.06.99) Portanto, caso Vossa Excelncia entenda ser devida indenizao por danos morais no caso em tela, urge que o montante seja arbitrado em valor compatvel com o dano efetivamente sofrido.

3. DA INVERSO DO NUS DA PROVA


Este documento foi assinado digitalmente por KARINA DE ALMEIDA BATISTUCI. Protocolado em 07/02/2012 s 07:34:31. Se impresso, para conferncia acesse o site http://consultasaj.tjam.jus.br/esaj, informe o processo 0701957-79.2011.8.04.0015 e o cdigo 96BC4C.

Segundo dispe o Cdigo de Defesa do Consumidor, o juiz pode aplicar a inverso do nus da prova em favor do consumidor desde que preenchido os requisitos expostos no art. 6, VIII, quais sejam, a verossimilhana das alegaes e hipossuficincia do consumidor.

No tocante a hipossuficincia, retratada no Cdigo de Defesa do Consumidor, temos que esta no se evidencia pela fragilidade econmica do consumidor, mas pelo desconhecimento tcnico deste, o que no ocorre no presente caso.

RIZZATTO NUNES, na obra Comentrios ao Cdigo de Defesa do Consumidor, Editora Saraiva, So Paulo, 2 edio reformulada, 2005, p. 133, preleciona:

A vulnerabilidade, como vimos, o conceito que afirma a fragilidade econmica do consumidor e tambm tcnica. Mas a hipossuficincia, para fins da possibilidade de inverso do nus da prova, tem sentido de desconhecimento tcnico e informativo do produto e do servio, de suas propriedades, de seu funcionamento vital e/ou intrnseco, dos modos especiais de controle, dos aspectos que podem ter gerado o acidente de consumo e o dano, das caractersticas do vcio, etc. Por isso, o reconhecimento da hipossuficincia do consumidor para fins de inverso do nus da prova no pode ser visto como forma de proteo ao mais pobre. Ou, em outras palavras, no por ser pobre que deve ser beneficiado com a inverso do nus da prova, at porque a questo da produo da prova processual, e a condio econmica do consumidor diz respeito ao direito material. Portanto, nos termos do art. 333, I, do Cdigo de Processo Civil, cabe a Autora a prova de suas alegaes. E, como diz a mxima jurdica, o que no restar provado nos autos, para o Direito como se nunca houvesse existido.

4. DOS JUROS DE MORA

Em recente julgamento, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justia (STJ) sacramentou que os juros de mora referentes reparao de dano moral contam a partir da
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sentena que determinou o valor da indenizao (REsp 903.258, Rio Grande do Sul, Relatora Minsitra Maria Isabel Gallotti, julgado em: 21/06/2011).

Neste sentido, o STJ, por maioria, considerou que, como a indenizao por dano moral s passa a ter expresso em dinheiro a partir da deciso judicial que a arbitrou, no h como incidirem, antes desta data, juros de mora sobre a quantia que ainda no fora estabelecida em juzo.

satisfazer obrigao pecuniria no fixada por sentena judicial, arbitramento ou acordo entre as partes, no sendo imputvel ao devedor a omisso pelo no pagamento desta indenizao no momento do suposto ato ilcito, ou da data que tomou cincia deste, porque antes da sentena o dano moral no possui valor em dinheiro.

Desta forma, deve ser observado o novo posicionamento do Superior Tribunal de Justia no caso em apreo, devendo em caso de condenao ser determinando a incidncia de dos juros de mora apenas a partir do arbitramento da condenao.

5. DA APLICAO DA SMULA 362 DO STJ

Em obedincia ao Principio da Eventualidade, deve-se informar que recentemente, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justia (STJ) aprovou uma nova Smula sobre o tema. A Smula 362, originada pelo projeto 775, relatado pelo Ministro Fernando Gonalves, tem o seguinte texto:

Smula 362 - STJ: A correo monetria do valor da indenizao do dano moral incide desde a data do arbitramento. Entre os precedentes do novo resumo de entendimentos do Tribunal esto os Recursos Especiais (Resp) 657.026, 743.075 e o 974.965. No julgamento do REsp 675.026, o relator, Ministro Teori Albino Zavascki, aponta que o reajuste em indenizaes por dano moral deve ser da data em que o valor foi definido na sentena. Para o Ministro a ltima hiptese seria corrigir o que j havia sido corrigido anteriormente.

A nova smula faz uma exceo regra da Smula 43, que define que nas indenizaes de modo geral a correo da indenizao deve contar da data do efeito danoso.

Desta forma, imperiosa a aplicao desta Smula no caso em apreo, determinando a incidncia de correo monetria, bem como dos juros apenas partir do
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Doravante, no h como considerar em mora o devedor, se ele no tinha como

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arbitramento da condenao.

6. CONCLUSO

Diante do exposto, requer seja a preliminar acolhida com o fim de extinguir a presente sem resoluo do mrito, em virtude da incompetncia do juzo, caso ultrapassada, no mrito seja julgada integralmente improcedente, com fundamento nas razes de fato e de direito ora articuladas, ou, ainda, caso este no seja o entendimento de Vossa Excelncia, o
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que se admite apenas ad argumentandum, requer a fixao dos danos morais em patamares moderados, de acordo com o posicionamento supra aduzido.

Provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, especialmente pelo depoimento pessoal da parte Autora e demais que se fizerem necessrios.

Por derradeiro, requer que todas as publicaes vinculadas no Dirio Oficial, intimaes e qualquer ato de comunicao no presente processo sejam feitas

EXCLUSIVAMENTE em nome do patrono: KARINA DE ALMEIDA BATISTUCI, OAB/AM A685-AM, sob pena de nulidade dos atos que vierem a ser praticados, em consonncia com o disposto no pargrafo 1 do artigo 236 do Cdigo de Processo Civil.

Termos em que, Pede deferimento.

Manaus, 7 de fevereiro de 2012.

AV. GETLIO VARGAS, N 3-03, VILA GUEDES DE AZEVEDO - BAURU-SP - CEP 17.017-000 - FONE/FAX (14) 3235-0800 18 BAURU/SP - CAMPINAS/SP - RIBEIRO PRETO/SP - BRASLIA/DF - SALVADOR/BA BELO HORIZONTE/MG - CURITIBA/PR - RECIFE/PE - SO LUS/MA - PALMAS/TO PORTO ALEGRE/RS - PORTO VELHO/RO - FORTALEZA/CE - RIO DE JANEIRO/RJ

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