Apostila A - Administração PDF - Gilvan
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PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Luiz Inácio Lula da Silva
MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Fernando Haddad
GOVERNADOR DO ESTADO
Wellington Dias
DIRETOR DO CENTRO
Helder Nunes da Cunha
CHEFE DO DEPARTAMENTO
Jurandir de Oliveira Lopes
DIAGRAMAÇÃO
Emanuel Alcântara da Silva
Ezequiel Vieira Lima Júnior
João Paulo Barros Bem
Joaquim Carvalho de Aguiar Neto
Josimária da Silva Macedo
Copyright © 2008. Todos os direitos desta edição estão reservados à Universidade Federal do
Piauí (UFPI). Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer
meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, do autor.
XXXX OLIVEIRA, G. L.
Matemática para Administração/Gilvan Lima de Oliveira – Teresina:
UFPI/UAPI
2008.
140p.
Incluir bibliografia
1 – xx
CDU: 32
2
APRESENTAÇÃO
1.1 Introdução 8
1.2 Função 9
1.2.1. A Noção de Função 9
1.2.2. Funções Polinomiais 15
1.2.2.1. Função Afim 19
1.2.2.2. Função Quadrática 22
1.2.3. Funções Exponenciais 30
1.2.3.1. Potenciação 31
1.2.4. Funções Logarítmicas 33
1.2.4.1. Logaritmo 33
1.2.5. Funções Trigonométricas 37
1.2.5.1. Ciclo Trigonométrico 37
1.2.5.2. Função Seno 38
1.2.5.3. Função Cosseno 44
1.2.5.4. Função Tangente 49
Exercícios 52
2.1. Introdução 57
4
2.3.2. Pontos de Desconhecimento de uma Função 67
2.3.2. Propriedades Operatórias entre Funções Contínuas 68
UNIDADE 3: Derivadas
3.1. Introdução 74
3.2. Derivadas 74
3.2.1. Definição 74
3.2.2. Interpretação Geométrica 78
3.2.3. Propriedades Operatórias 79
3.2.4. Derivada da Função Inversa 81
3.2.5. Derivadas Sucessivas 86
3.2.6. Máximos e Mínimos 88
3.2.6.1. Localização dos Pontos de Máximos ou Mínimos 89
3.3.7. Regra de L’Hospital 92
4.1. Introdução 99
5
6
SUMÁRIO
1.1 Introdução 8
1.2 Função 9
1.2.1. A Noção de Função 9
1.2.2. Funções Polinomiais 15
1.2.2.1. Função Afim 19
1.2.2.2. Função Quadrática 22
1.2.3. Funções Exponenciais 30
1.2.3.1. Potenciação 31
1.2.4. Funções Logarítmicas 33
1.2.4.1. Logaritmo 33
1.2.5. Funções Trigonométricas 37
1.2.5.1. Ciclo Trigonométrico 37
1.2.5.2. Função Seno 38
1.2.5.3. Função Cosseno 44
1.2.5.4. Função Tangente 49
Exercícios 52
7
1. FUNÇÕES E GRÁFICOS
1.1 Introdução
8
1.2. Função
9
Aqui vale citar que A e B denotam o conjunto de saída,
(domínio) e o conjunto de chegada (contradomínio) da
Não devemos
função, respectivamente. A notação
confundir a
função f com o x a f (x )
seu valor no
ponto x, a saber, indica que, por meio de f , cada elemento x ∈ A , é associado o
f(x). elemento f ( x) ∈ B .
Exemplos:
1. Sejam T o conjunto dos triângulos do plano e ℜ∗+ o
10
3. Sejam ℜ o conjunto dos números reais e f : ℜ → ℜ a
correspondência que associa cada número real x um
número real f ( x) , tal que x ⋅ f ( x) = 1 . Do jeito que foi
definida f , esta regra não representa uma função, pois
para o número real x = 0 não existe f ( x) tal que
0 ⋅ f (0) = 1 .
Figura 1
11
f ( X ) ⊆ B formado pelos valores f ( x) assumidos por f nos
pontos x ∈ X . Comumente, nos livros de ensino médio,
costuma-se indicar f ( X ) pela notação Im( f ) . Portanto,
simbolicamente:
f ( X ) = Im( f ) = { f ( x); x ∈ X } ,
de outra forma:
f ( X ) = Im( f ) = {y ∈ B; y = f ( x), x ∈ X } .
No caso em que X = A , diremos que o conjunto f ( A) é a
imagem da função f .
Exemplos:
5. Para a função f : ℜ → ℜ dada pela lei f ( x) = x 2 , a
imagem de f é o conjunto ℜ + .
6. A imagem da função definida no Exemplo 4 acima é o
1
conjunto ℜ∗ ; de fato, dado y ∈ ℜ∗ , considerando x = ,
y
temos que f ( x) = y .
12
sentido perguntarmos se determinada função f é sobrejetora,
ou não, se antes não especificarmos seu contradomínio.
Exemplos:
7. A função, f : ℜ → ℜ dada pela lei f ( x) = x 2 , não é
sobrejetora, uma vez que a imagem f (ℜ) = ℜ + é
diferente do contradomínio ℜ . Agora, se definirmos f
13
Exemplos:
8. A função f : ℜ → ℜ definida por f ( x) = x 2 não é injetiva,
uma vez que f (−2) = f (2) = 4 e, no entanto, − 2 ≠ 2 .
A noção de
sobrejetividade e 9. A função f : ℜ → ℜ dada por f ( x) = x 3 é injetiva, de
14
bijetiva. O leitor não terá dificuldades para comprovar tal
fato.
x ∈ ℜ , tem-se
p( x) = an x n + an−1 x n−1 + ⋅ ⋅ ⋅ + a1 x + a0 .
p(α ) = 0 .
15
Exemplos:
12. O número real α = 2 é raiz da função polinomial
p ( x) = x 2 − 3 x + 5 .
16
Exemplo:
15. A função polinomial p( x) = 2 x 3 − 3x 2 + 2 x − 3 é divisível
por d ( x) = 2 x − 3 ; de fato,
p( x) = ( x 2 + 1) ⋅ (2 x − 3) .
divisível por x − α .
Demonstração:
Se p(x) é divisível por x − α segue-se que p( x) = ( x − α ) ⋅ q( x) .
Portanto, p(α ) = (α − α ) ⋅ q(α ) = 0 ⋅ q (α ) = 0 . Essa é a parte fácil
da proposição. Suponhamos, por outro lado, que α seja raíz
da função polinomial p( x) = an x n + an−1 x n−1 + ⋅ ⋅ ⋅ + a1 x + a0 .
17
toda função polinomial p(x) de grau n , não possui mais do
que n raízes.
18
Dentre as funções polinomiais, há duas que devemos
dar uma importância maior devido às suas inúmeras aplicações
Do ponto de
em situações práticas, a saber, a função afim e a função
vista
quadrática.
matemático,
existe uma
1.2.2.1. Função Afim diferença sutil
entre função
Uma função polinomial p : ℜ → ℜ é dita afim quando existem polinomial e
constantes a, b ∈ ℜ tais que p ( x) = ax + b , para todo x ∈ ℜ . polinômio. Em
nosso contexto,
Como dizemos anteriormente, caso a ≠ 0 tal função será dita não faremos
de grau 1 . São casos particulares de funções afins: a função distinção, mas o
identidade p : ℜ → ℜ , definida por p( x) = x ; as funções leitor interessado
19
Existem várias maneiras de se mostrar esse fato, mas há uma
demonstração que, sob nosso ponto de vista, é bastante
simples, geométrica e que utiliza apenas a noção de distância
entre pontos. O leitor interessado pode consultar [3].
20
FIGURA 2
Exemplos:
18. A taxa de inscrição num clube de natação é de
R$ 150,00 para o curso de 12 semanas. Se uma pessoa
se inscreve após o início das aulas, a taxa é reduzida
linearmente. Nessas condições, expressar a taxa de
inscrição como função do número de semanas
transcorridas desde o início do curso. Para uma pessoa
que se inscreveu 5 semanas após o início do curso,
quanto irá pagar?
Solução: Nas condições do problema se chamarmos
P(x) o valor da taxa de inscrição a ser pago após x
semanas do início do curso, temos que P(0) = 150 . Uma
vez que esta função é linear, segue-se que esta será
dada pela fórmula: P ( x) = mx + 150 . Para determinarmos
o coeficiente angular, observemos que o mesmo é
negativo, pois se refere à diminuição do valor a ser pago
e observemos, também, que este nos dá o valor a ser
deduzido em cada semana após o início do curso,
150
portanto, será: m = − = −12,50 . Portanto a função
12
obtida será: P ( x) = −12,5 x + 150 . Daí, após 5 semanas do
início do curso uma pessoa deverá pagar:
P(5) = −12,5 ⋅ x + 150 = 87,50
ou seja, R$ 87,50.
21
19. Um fabricante adquiriu uma máquina por R$ 2.000,00,
valor este que sofre uma depreciação linear até
R$ 100,00 após 10 anos. Calcule o valor da máquina
após 4 anos de uso.
Solução: Por se tratar de um modelo linear, temos que
a função que melhor modela essa situação é a função
afim. Sendo V (x) o valor após x anos de uso, temos
que: V ( x) = mx + 2000 , onde 0 ≤ x ≤ 10 . O valor do
coeficiente angular pode ser obtido através do quociente:
V (10) − V (0)
m=
10 − 0
isto é,
100 − 2000
m= = −190
10
Portanto, V ( x) = −190 x + 2000 e, conseqüentemente,
V (4) = −190 ⋅ 4 + 2000 = −760 + 2000 = −1240
ou seja, R$ 1.240,00 será o valor da máquina após 4
anos de uso.
Exemplos:
20. A função p : ℜ → ℜ , dada pela lei p ( x) = 2 x 2 − x + 1 ;
nesse caso, a = 2, b = −1 e c = 1 .
22
x2
22. Já para a função p : ℜ → ℜ , dada por p ( x) = , tem-se
3
1
que a = e b = c = 0.
3
23
Por exemplo, para a função dada por p ( x) = − x 2 + 3x + 1 , o
ponto que corta o eixo dos y ' s é o ponto P = (0,1) .
( 2 ax + b ) + 4 ac = b 2
ou equivalentemente,
(2ax + b) 2 = b 2 − 4ac
−b− ∆ −b+ ∆
x1 = e x2 =
2a 2a
Finalmente, se ∆ = 0 , a solução da equação acima será dita
b
raiz real dupla da função quadrática e será dada por x = − .
2a
−b− ∆ −b+ ∆
pontos de abscissas x1 = e x2 = . Finalmente,
2a 2a
se ∆ = 0 , então o gráfico da função quadrática “toca” somente
24
uma vez no eixo das abscissas, exatamente no ponto
b
P = − , 0 .
2a
FIGURA 3
25
qual deve ser o novo preço de cada objeto para se obter
o maior lucro possível nas vendas?
Solução: Para esse problema o que queremos é maximizar
a função-lucro. O lucro pode ser expresso da seguinte
maneira:
Lucro = (número de objetos vendidos ) ⋅ (lucro por objeto )
Seja x o novo preço de venda de cada objeto e L(x) o
lucro correspondente. De acordo com os dados do
problema, o número de objetos vendidos é dado através da
diferença:
5000 − 500( x − 5)
onde x − 5 representa o número de aumentos de R$ 1,00.
Como o custo de produção de cada objeto é R$ 3,00, temos
que o lucro por cada objeto é dado pela diferença x − 2 .
Portanto, o lucro será dado como:
L( x) = [5000 − 500( x − 5)] ⋅ ( x − 3)
Ou seja,
L( x) = 500(15 − x )(x − 3)
Abaixo, está o gráfico da função-lucro obtida acima na
forma fatorada, restrito a seu domínio de importância prática.
Figura 4
26
O valor que fornece o valor máximo desta da função-lucro
corresponde à abscissa do vértice dessa função que é:
18
xV = =9
2
Ou seja, o novo preço de cada objeto para obtermos o
maior lucro possível deve ser R$ 9,00. E, de acordo com
nossos dados, o lucro máximo é obtido determinando a
imagem de x = 9 . Portanto temos
L(9) = 500 ⋅ (15 − 9 ) ⋅ (9 − 3) = 500 ⋅ 6 ⋅ 6 = 18000
Ou seja, o lucro máximo é R$ 18.000,00.
27
Figura 5
p − 2x p − 2x
uma vez que y = , resulta que: A = x ⋅ , ou
2 2
seja,
p
A( x) = − x 2 + x
2
Portanto, para que A = A(x) seja máxima, devemos
determinar o ponto de máximo de tal função, o qual é dado
p
pela abscissa do vértice da parábola A( x) = − x 2 + x , pois
2
tal função é uma parábola com a concavidade voltada para
baixo. Logo:
p
b p
xv = − =− 2 =
2a 2 ⋅ (−1) 4
Portanto, a outra dimensão do retângulo é dada por
28
p
p − 2⋅
y= 4 = p
2 4
Logo, tal retângulo de área máxima é um quadrado de
p
lado .
4
26. Um ônibus de 60 lugares foi fretado para uma excursão
em Parnaíba (PI). A empresa exigiu de cada passageiro
R$ 40,00 mais R$ 5,00 por cada lugar desocupado. Para
que a rentabilidade da empresa seja máxima determine
o número de passageiros necessários.
Solução: Chamando de x o número de passageiros
presentes, temos que o número de lugares vagos é dado
por 60 − x . Sendo R(x) a rentabilidade obtida em função
de x , segue-se que:
R ( x) = 60 x + 5(60 − x )x
Isto é,
R ( x) = −5 x 2 + 360 x
Portanto a função rentabilidade é uma função polinomial
quadrática com a concavidade voltada para baixo.
Sendo assim R(x) possui um ponto de máximo, a saber,
dado pela abscissa de seu vértice:
360 360
xv = − = = 36
2 ⋅ (−5) 10
Assim serão precisos 36 passageiros presentes para
que a rentabilidade seja a maior possível.
27. Tio João possui uma fábrica de sorvetes. Mensalmente
são vendidos, em média, 400 caixas de picolés pelo
preço R$ 25,00 cada. Com o objetivo de incentivar o
aumento da venda do número de caixas de sorvetes, Tio
João observa que a cada R$ 1,00 diminuído no preço da
caixa, ele vende 40 caixas a mais. Sendo assim, quanto
Tio João deveria cobrar pela caixa para que sua receita
fosse máxima?
29
Solução: Sendo x o número de R$ 1,00 deduzido no preço
de cada caixa, temos que o novo preço da caixa será 25 − x
e 400 + 40 x será o número de caixas vendidas. Portanto a
receita total recebida por Tio João será dada pela
expressão:
R ( x) = (25 − x ) ⋅ (400 + 40 x )
Ou seja,
R ( x) = −40 x 2 + 600 x + 10000
O ponto de máximo desta função quadrática é dado pela
abscissa do vértice, isto é:
600 600
xv = − = = 7,5
2 ⋅ (− 40) 80
Não esqueçamos que x é o número de R$ 1,00 deduzido
de R$ 25,00. Logo, o preço ótimo será fornecido pela
diferença
R$ 25,00 − R$ 7,50 = R$17,50
30
1.2.3.1. Potenciação
1424 43
n vezes
4
Por exemplo, ( 3 ) = ( 3 )⋅ ( 3 )⋅ ( 3 ) =
3
9 ⋅ 3 = 3⋅ 3 . Como
vemos, a potenciação nada mais é do que uma operação
criada para sintetizar a idéia de um produto de fatores iguais.
Esta notação se presta muito bem a algumas manipulações
algébricas utilizadas em cálculos que envolvam modelos
exponenciais. Como veremos, a mesma tornar-se-á prática e
muito trabalhável.
31
E como se define a potência 5 2 ? Nesse caso, o que se faz é
considerar uma seqüência de números racionais ( xn )
5 2
= lim 5 x n
n → +∞
32
FIGURA 6
Exemplos:
28. f : ℜ → ℜ , dada por f ( x) = 3x ;
x
1
29. f : ℜ → ℜ , dada por f ( x) = ;
2
30. f : ℜ → ℜ , dada por f ( x) = π x ;
log a b = c ⇔ b = a c
2. log a a = 1 ;
b
4. log a = log a b − log a c ;
c
( )
5. log a b c = c ⋅ log a b ;
1
6. log (ac ) b = ⋅ log a b ;
c
34
log c b
7. log a b = . (Mudança de Base)
log c a
Prova: A título de exemplificação, mostremos a propriedade 4;
b
fazendo, log a = x , log a b = y e log a c = z , por definição,
c
b
segue-se que: = a x , b = a y e c = a z . Portanto, substituindo
c
estas duas últimas igualdades na primeira, temos:
ay
ax = z
⇒ a x = a y−z ⇒ x = y − z ,
a
b
ou seja, log a = log a b − log a c , como queríamos. ■
c
x
34. f : ℜ*+ → ℜ , dada por f ( x) = log 3 .
5
35
domínio da função logarítmica dada. Por exemplo, para a
função logarítmica dada pela regra f ( x) = log 3 (3x − 1) , devemos
1
impor que 3 x − 1 > 0 , ou seja, x > . Nesse caso, o domínio da
3
1
função dada será o conjunto D = x ∈ ℜ; x > . Vejamos mais
3
alguns exemplos.
Exemplos:
1
35. f : x ∈ ℜ; x > − → ℜ , f ( x) = log 0,5 (2 x + 1) ;
2
3
36. f : x ∈ ℜ; x < → ℜ , f ( x) = log1,5 (3 − 2 x ) ;
2
37. f : ℜ* → ℜ , f ( x) = ln x ;
3
38. f : ℜ − − → ℜ , f ( x) = ln 2 x + 3 .
2
FIGURA 7
36
1.2.5. Funções Trigonométricas
esse arco fica subtendido um ângulo central que mede x como sendo o
y , satisfazem à equação x 2 + y 2 = 1 .
FIGURA 8
37
construído da maneira descrita acima. E dado um ponto P do
ciclo trigonométrico, a medida do arco OP , representa o
número real x determinado por tal ponto.
A correspondência obtida acima é sobrejetora, porém não é
injetora; de fato, suponhamos que o ponto P do ciclo
trigonométrico esteja associado a um certo número real x , o
mesmo ocorrerá com os números reais expressos pela
igualdade y = x + 2kπ , onde k é um número inteiro positivo.
Essa observação é imediata, basta o leitor observar que o
inteiro positivo k indicará o número de voltas percorridas no
sentido positivo ao sairmos de O até chegarmos ao ponto final
P.
1.2.5.2. Função Seno
38
FIGURA 9
3π π
sen = −1 sen (2π ) = 0 sen − = −1
2 2
39
Para obtermos o seno de alguns outros ângulos elementares
podemos recorrer à trigonometria no triângulo retângulo. Para
isso devemos utilizar as razões trigonométricas seno e cosseno.
Mas também podemos utilizar o círculo trigonométrico, que traz
em si uma geometrização muito interessante. Por exemplo,
vamos obter o seno dos seguintes ângulos, expressos em
π π π π
radianos, , e . Para o cálculo do seno do ângulo ,
6 3 4 6
observemos a figura abaixo:
Figura 10
π
O valor do seno do ângulo , corresponde à medida do
6
π
segmento PR , ou seja, simbolicamente, sen = PR . Mas
6
observemos que o triângulo ∆OQP é eqüilátero; de fato, tal
40
π 1
sen = .
6 2
π
Para calcularmos o valor do seno de recorreremos, mais
4
uma vez, ao círculo trigonométrico. Observando a figura abaixo,
Figura 11
2
Como OQ = QP , resulta: 2.QP 2 = 1 , ou seja, QP = . Da
2
definição, temos que:
π 2
sen = .
4 2
π
Finalmente, para o cálculo do seno de , recorremos mais
3
uma vez ao círculo trigonométrico. Observe a figura abaixo.
Figura 12
41
Por construção, os triângulos ∆ORS e ∆OQP são retângulos
em S e Q , respectivamente e, além disso, são congruentes.
A curva obtida
ao construirmos
o gráfico da
função sendo, é Figura 13
denominada 42
senóide.
os triângulos ∆ORP e ∆ORQ são congruentes e,
correspondentemente, RP = RQ . Mas, por definição sabemos
que sen x = RP e sen(− x ) = − RQ ; portanto, segue-se que
sen x = − sen(− x ) , como queríamos.
Figura 14
43
Figura 15
Figura 16
44
O cosseno de um número real x é definido de maneira
inteiramente análoga à dada para o seno de x . O cosseno de
x é a abscissa do ponto P do círculo trigonométrico associado
ao número real x , tal como está representado na figura abaixo.
FIGURA 17
45
Figura 18
π
OQ = OS ⇒ cos x = sen − x .
2
Agora, o número real x que trabalhamos no parágrafo anterior
está relacionado com um ponto P do círculo trigonométrico
situado no primeiro quadrante. Mas este mesmo raciocínio
estende-se de forma bastante natural para os demais
quadrantes, de forma que:
π
cos x = sen − x , ∀x ∈ ℜ .
2
Esta igualdade permite-nos calcular o valor do cosseno de
alguns ângulos elementares nos quais sabemos calcular o
respectivo valor do seno, senão vejamos:
π π
• cos 0 = sen − 0 = sen = 1
2 2
π π π π 3
• cos = sen − = sen =
6 2 6 3 2
π π π π 2
• cos = sen − = sen =
4 2 4 4 2
46
π π π π 1
• cos = sen − = sen =
3 2 3 6 2
π π π
• cos π = sen − π = sen − = − sen = −1
2 2 2
3π π 3π
• cos = sen − = sen(− π ) = − senπ = 0
2 2 2
π 3π 3π
• cos(2π ) = sen − 2π = sen − = − sen = −(− 1) = 1
2 2 2
π
A igualdade cos x = sen − x , mostra que o gráfico da função
2
cosseno pode ser obtido a partir do gráfico da função seno
π
transladando-o para a esquerda unidades. Veja o gráfico da
2
função cosseno a seguir:
47
Figura 19
48
Consideremos agora a equação do tipo: cos x = sen x , para todo
x ∈ ℜ . A idéia é transformarmos toda a equação em função
somente de seno ou cosseno. Uma vez que
π
sen x = cos − x ,
2
logo,
π
cos x = cos − x ,
2
ou seja,
π π
x = − x + 2kπ ou x = − − x + 2kπ
2 2
A segunda equação é impossível, portanto, obrigatoriamente
temos que:
π π
x = − x + 2kπ ⇒ x = + kπ , ∀k ∈ Z .
2 4
49
Geometricamente, a tangente de um número real x
π
pertencente ao intervalo 0, , possui uma interpretação muito
2
simples no círculo trigonométrico, o qual encontra-se
representado no gráfico abaixo:
Figura 20
π
Para x ∈ 0, , como o círculo trigonométrico possui raio
2
medindo 1 unidade de comprimento, temos que o comprimento
do arco SP é igual à medida (em radianos) do ângulo ao
π
centro, ou seja, x . Concluímos assim que, para todo x ∈ 0,
2
, se tem sen x ≤ x . Retornando ao triângulo ∆OSR no círculo
anterior, temos que a área desse triângulo é maior que a área
do setor circular OSP . Por outro lado, como o raio do círculo
trigonométrico mede 1 unidade de comprimento, sabemos que
50
1
a área do setor circular OSP é dada por x e, a área do
2
1
triângulo ∆OSR é dada por ⋅ OS ⋅ SR ; portanto, segue-se que:
2
1 1
⋅ x ≤ ⋅ OS ⋅ SR
2 2
Uma vez que, OS = 1 e SR = tg x , segue-se que:
x ≤ tg x
π
Concluindo, para todo x ∈ 0, , temos que:
2
sen x ≤ x ≤ tg x
51
EXERCÍCIOS
pela lei f ( x) = x 2 − 1 .
6. Determine o conjunto dos números reais x tais que:
2x2 + x −1
.
2x − x2
52
7. Com um lápis cuja ponta tem 0,02 mm de espessura,
53
12. Determinar o conjunto dos números reais x tais que:
π
tan 2 x −
3
1
13. Para que valores de x tem-se sen x > ?
2
14. Para que valores reais de m existe x tal que
sen x = 3m − 2 ?
54
55
SUMÁRIO
2.1. Introdução 57
56
2 LIMITE E CONTINUIDADE
2.1. Introdução
57
2.2. Limites
58
2.2.2. Definição de Limite Importante:
Não é necessário
Definição: Sejam que f : D f ⊆ ℜ → ℜ e a um ponto que pode que a pertença
ser aproximado por pontos x ∈ D f , diremos que o limite de ao domínio da
função. A
f ( x ) existe, e é igual a L , se, e somente se:
exigência que se
para x ∈ D f “próximo” de a ⇒ f ( x ) esteja “próximo” de L
faz sobre o
Simbolicamente, a representação será:
número a é que o
lim f ( x) = L
x→a mesmo possa ser
aproximado por
Exemplos: pontos do
1. lim x 3 = 2 3 = 8 domínio de f .
x→2
x +1 − 3 +1 1
2. lim
x → −3 x − 3
= =
−3−3 3
π π 3π
3. lim cos 2 x − = cos 2π − = cos =0
x →π
2 2 2
2 2
4. lim 2 3 x = 2 3.2 = 2048
x→2
π π π π
5. lim tan 2 x − = tan 2. − = tan = 1
π 4
x→
4
4 4 4
Teorema:
Sejam f,g :D ⊆ ℜ → ℜ funções e a ∈ ℜ tais que
existam os limites:
lim f ( x) = L e lim g ( x ) = M
x→a x→a
59
f
Então as funções f + g , f − g , f ⋅ g e admitem limite no
g
ponto a ∈ ℜ e, além disso, vale:
• lim( f + g )( x) = lim f ( x ) + lim g ( x ) = L + M ;
x→a x→a x→a
f lim f ( x) L
• lim ( x) = x →a = , ( M ≠ 0) .
x→a g lim g ( x) M
x→a
Exemplos:
( )
6. lim x 2 + 2 x + 1 = 2 2 + 2.2 + 1 = 9
x→2
( )
7. lim x 3 − 3x + 1 = (− 2) − 3(− 2) + 1 = −8 + 6 + 1 = −1
x → −2
3
( ) ( )
8. lim x 2 − 1 (1 − 3x ) = 2 2 − 1 (1 − 3.2) = 3.(− 5) = −15
x→2
60
2.2.4.1. Limite Trigonométrico Fundamental
sen x
Proposição: lim =1
x →0 x
Mais uma vez, a demonstração desse fato pode ser
encontrado em [3]. Aqui o nosso objetivo é usar tal limite na
resolução dos problemas que envolvam cálculo de limites de
outras funções trigonométricas.
Exemplos:
sen(3x )
9. Calcular o valor do seguinte limite: lim .
x →0 x
Solução: Para calcular o valor desse limite, basta fazermos
a seguinte mudança de variável y = 3 x . Daí temos:
sen(3x ) sen y sen y
= = 3⋅
x y y
3
Agora, observemos que se x → 0 , temos que y → 0 .
Portanto, segue-se que:
sen(3x ) sen y sen y
lim = lim 3 ⋅ = 3 ⋅ lim = 3 ⋅1 = 3
x →0 x y → 0 y y → 0 y
π
sen 2 x −
3
10. Calcular o limite: limπ .
π
x→
6 x−
6
π
Solução: Aqui fazendo a mudança de variável y = 2 x − ,
3
π y π
temos que x − = . E, observando que se x → resulta
6 2 6
que y → 0 , segue-se que:
π
sen 2 x −
3 sen y sen y sen y
lim = lim = lim 2 ⋅ = 2 ⋅ lim = 2 ⋅1 = 2
π π y →0 y y →0
y y →0 y
x→
6 x−
6 2
1 − cos x
11. Calcule o limite: lim
x →0 x
61
Solução: Esse limite, aparentemente, não decorre do limite
trigonométrico fundamental. Mas, como havíamos dito antes,
qualquer limite que envolva funções trigonométricas
devemos pensar, a priori, no limite trigonométrico
fundamental. Sendo assim, observe que:
1 − cos x (1 − cos x )(1 + cos x ) 1 − cos 2 x
= =
x x(1 + cos x ) x(1 + cos x )
Agora recordando a relação trigonométrica fundamental,
sen 2 x + cos 2 x = 1 ,
temos que sen 2 x = 1 − cos 2 x , portanto voltando à igualdade
1 − cos x
anterior envolvendo , resulta que:
x
1 − cos x sen 2 x sen x sen x
= = ⋅
x x(1 + cos x ) x 1 + cos x
Logo, calculando o limite teremos:
1 − cos x sen x sen x
lim = lim ⋅
x →0 x x →0
x 1 + cos x
Pelas propriedades operatórias de limite, segue-se que:
1 − cos x sen x sen x
lim = lim ⋅ lim = 1.0 = 0
x →0 x x → 0
x x → 0
1 + cos x
x
1
Proposição: lim 1 + = e , onde 2 < e < 3 , é um número
x → +∞
x
irracional, denominado constante de Euler.
Na verdade, no limite dessa proposição, podemos substituir
x → +∞ , por x → −∞ que o resultado será o mesmo. Ou seja,
x
1
lim 1 + = e
x → ±∞
x
Vamos nesse momento calcular o valor de alguns limites
que envolvem o limite exponencial descrito acima. É bom
ressaltar que nesse ponto seria muito importante que o leitor,
caso necessário, faça uma revisão sobre potenciação.
62
Exemplos:
y 6 3
1 1
2 x −1
x +1
lim = lim 1 + ⋅ 1 + = e 6 ⋅ 1 = e 6
x → +∞ x − 2 y y
y → +∞
63
Uma outra forma de olharmos para o limite exponencial
1
fundamental é através da mudança de variável y = .
x
Nesse contexto, temos que se x → ±∞ , então y → 0 .
Portanto, o limite exponencial reduzir-se-á:
1
e = lim = lim(1 + y ) y
x → ±∞ y →0
[ ]
3y 3 3
−
lim(1 − 2 x ) = lim(1 + y ) = lim (1 + y )
3x − y −2
2 =e 2
x →0 y →0 y →0
Sobre a
Usaremos, para nossos propósitos, o resultado a seguir,
definição do
sem nos preocupar com demonstrações, uma vez que isso
limite de uma
foge aos objetivos desse livro.
função
composta,
Proposição:
podemos
Sejam f e g funções reais de variável real tais que:
encontrar uma
lim f ( x) = b e g seja contínua em b , isto é, lim g ( x ) = g (b) .
argumentação x→a x →b
2x − π 2x − π π 1
16. lim cos = cos lim = cos =
x →π
3 x →π 3 3 2
64
( )
= 3 (1 −1+1) = 3
2
− x +1 lim x 2 − x +1 2
17. lim 3 x = 3 x →1
x →1
2.3. Continuidade
lim f ( x) = f ( a )
x→a
contínua em todo a ∈ D f .
65
h = x − a se aproxima de zero. Portanto, o limite lim f ( x) = f (a) ,
x→a
Figura 2 1
Figura 22
Exemplos:
18. Mostremos que a função f ( x) = x 2 é contínua para todo
a ∈ℜ.
Solução: De fato,
66
[ ] [
lim[ f (a + h) − f (a)] = lim (a + h ) − a 2 = lim 2ah + h 2 = 0
h →0 h→0
2
h →0
]
19. Agora, verifiquemos que a função y = sen x é contínua.
Solução: De fato, usando a fórmula identidade
trigonométrica:
h h
sen(a + h ) − sen a = 2 sen cos a + ,
2 2
temos que:
h
sen
sen(a + h ) − sen a = 2 ⋅ cos a + h ⋅ h
h 2
2
Uma vez que, para todo x ∈ ℜ , temos:
cos x ≤ 1,
segue-se que:
h h
sen sen
0≤ 2 ⋅ cos a + h 2 ⋅ h
⋅h ≤
h 2 h
2 2
2
segue-se que:
lim[sen(a + h) − sen(a )] = 0
h→0
ou seja,
lim sen(a + h ) = sen a
h →0
67
f ( x) = x 2 , se x ≤ 0 e f ( x) = x − 1 , se x > 0 , é descontínua no
ponto x = 0 ; de fato, os limites laterais à esquerda e à direita,
valem respectivamente, 0 e − 1 . Como esses limites laterais
são distintos, segue-se que a condição (2), da definição de
continuidade, é violada. Um outro exemplo é a função definida
1
pela lei f ( x) = , se x ≠ 1 e f (1) = 0 ; aqui, a condição (2)
(x − 1)2
também é violada, pois o limite da função no ponto x = 1 não é
finito.
Teorema 1:
Sejam f , g : D ⊆ ℜ → ℜ funções contínuas num ponto
f
a ∈ D . Então as funções f + g , f − g , f ⋅ g e , também são
g
contínuas no mesmo ponto a ∈ D e, além disso, vale:
• lim( f + g )( x ) = lim f ( x ) + lim g ( x ) = f ( a ) + g ( a );
x→a x→a x→a
f lim f ( x) f (a )
• lim ( x) = x→ a = , ( g ( a ) ≠ 0) .
x→a g lim g ( x) g (a )
x→a
68
compostas. Como sempre, evitaremos as demonstrações
desses fatos, pois os mesmos fogem aos objetivos desse livro,
numa primeira instância.
Exemplos:
20. Uma vez que a função x a x é contínua em toda a reta
real, isto é, para todo x ∈ ℜ , pelo Teorema 1, o mesmo
ocorre com a função x a x n , para todo número natural
n.
21. Ainda com o uso do Teorema 1, temos que todo
polinômio p : ℜ → ℜ , dado por:
p ( x) = a n x n + a n −1 x n −1 + ⋅ ⋅ ⋅ + a 2 x 2 + a1 x + a 0
x
f ( x) = , se x ≠ 0 e f (0) = 0 . Nesse caso, f ( x) = −1
x
para x < 0 e f ( x) = 1 para x > 0 . Portanto, a função f é
contínua para todo x ≠ 0 , mas não o é para x = 0 , uma
vez que não existe o limite lim f ( x) .
x→ 0
69
EXERCÍCIOS
1 − cos x
c) lim
x →0 x2
3) Calcular o limite abaixo:
x2
x +1
a) lim
x →+∞ 2 x + 1
ln (1 + x )
b) lim
x →0 x
4) Determine o valor da constante k ∈ ℜ que torne
contínua a função abaixo:
x 2 − 1, x ≤ 2
f ( x) =
2 x + k , x > 2
5) Dê exemplo de duas funções cuja soma é contínua, mas
tais funções não sejam contínuas.
6) Dê exemplo de duas funções cujo produto é uma função
contínua, porém tais funções são descontínuas.
7) A função f : ℜ → ℜ definida pela lei:
1+ x − 1− x
, x≠0
f ( x) = x
1 , x = 0
2
70
é contínua em todo o seu domínio? Justifique sua
resposta.
8) Expresse a área de um campo retangular cujo perímetro
é de 320 metros como função do comprimento de um
dos lados. Construa o gráfico correspondente e calcule
as dimensões do campo de área máxima.
9) Mostre que a função f : ℜ → ℜ , dada por f ( x) = cos x é
contínua. Faça o mesmo para a função dada por
f ( x) = sen x .
71
72
SUMÁRIO
UNIDADE 3: Derivadas
3.1. Introdução 74
3.2. Derivadas 74
3.2.1. Definição 74
3.2.2. Interpretação Geométrica 78
3.2.3. Propriedades Operatórias 79
3.2.4. Derivada da Função Inversa 81
3.2.5. Derivadas Sucessivas 86
3.2.6. Máximos e Mínimos 88
3.2.6.1. Localização dos Pontos de Máximos ou Mínimos 89
3.3.7. Regra de L’Hospital 92
Exercícios 96
73
3 DERIVADAS
3.1. Introdução
conceito muito
importante nas Vamos, a partir de agora, aprofundar um pouco mais
áreas de sobre a noção de derivada. Mas, evitaremos demonstrações
Administração e matemáticas da maioria das afirmações que faremos, uma vez
Economia. que tais demonstrações são dispensáveis ao profissional da
área de Administração.
3.2. Derivadas
f ( x) − f (a)
lim
x→a
x−a
74
O limite acima, quando existe, é chamado a derivada da
função f no ponto x = a e, denotaremos o valor desse limite
df
pelo símbolo f ' ( a ) ou pelo símbolo (a ) . Ou seja,
dx
f ( x) − f (a )
f ' (a ) = lim
x→a
x−a
xn − an
O quociente pode ser obtido por um processo
x−a
elementar utilizado na divisão de polinômios. Esse processo
nos leva à seguinte identidade:
x n − a n = ( x − a )(x n −1 + ax n − 2 + a 2 x n −3 + ⋅ ⋅ ⋅ + a n − 2 x + a n −1 )
Portanto, temos:
( )
f ' (a) = lim x n−1 + ax n − 2 + a 2 x n−3 + ⋅ ⋅ ⋅ + a n− 2 x + a n −1 = na n −1
x→a
75
25. Obter a derivada da função f ( x ) = sen x , para todo x ∈ ℜ .
Solução:
Usando a definição, teremos:
x−a x+a
2 sen cos
sen x − sen a 2 2
f ' (a ) = lim = lim
x→a x−a x→a x−a
Ou seja,
x−a
sen 2
f ' (a ) = lim ⋅ cos x + a
x→a x−a 2
2
Agora lembremos, via limite trigonométrico fundamental,
que
x−a
sen
2
lim = 1,
x→a x−a
2
Logo segue-se que: f ' ( a ) = cos a .
76
27. Determine a derivada da função f ( x) = a x , onde
0 < a ≠ 1.
Solução:
Usando a segunda versão para a definição de derivada,
temos que:
a x+h − a x a x (a h − 1) ah −1
f ' (a) = lim = lim = a x ⋅ lim
h →0 h h →0 h h →0 h
Uma vez que,
ah −1
lim = ln a
h →0 h
Portanto, segue-se que: f ' ( x) = a x ln a .
Solução:
Usando a definição temos:
log a ( x + h ) − log a x
f ' ( x) = lim
h →0 h
Usando as propriedades de logaritmos para simplificar o
quociente temos que:
1
x+h h h
ln ln1 +
log a ( x + h ) − log a x 1 x+h 1 x = x
= ⋅ log a = ⋅
h h x h ln a ln a
Observando que
1
h h 1
lim1 + =
h →0
x x
Sendo assim, segue-se que
1
h h
ln1 +
x 1
f ' ( x) = lim =
h →0 ln a x ⋅ ln a
77
3.2.2. Interpretação Geométrica
FIGURA 23
78
3.2.3. Propriedades Operatórias
Teorema:
Sejam f , g : I ⊆ ℜ → ℜ funções deriváveis no ponto
a ∈ I . Então vale:
a) (f + g )' (a) = f ' (a) + g ' (a);
b) ( f − g )' (a) = f ' (a) − g ' (a);
c) (k. f )' (a) = k. f ' (a) , onde k ∈ ℜ ;
d) ( f .g )' (a) = f ' (a).g (a) + f (a).g ' (a) ;
Aplicações:
2x + 1
29. Derive a função f ( x) = .
x−2
Solução:
Aplicando a regra para a derivada do quociente que
consta no teorema acima, resulta:
2 x + 1 2.(x − 2) − (2 x + 1).1
'
−3
f ' ( x) = = =
x−2 (x − 2) 2
( x − 2 )2
79
30. Obtenha a derivada da função dada pela lei
f ( x) = ln(x 2 − 3x + 1) .
Solução:
Aplicando a regra para a derivada da função composta,
temos:
1 2x − 3
f ' ( x) = ⋅ (2 x − 3) = 2
x − 3x + 1
2
x − 3x + 1
π π 1
f ' = cos =
3 3 2
Assim, a equação da reta em questão reduz-se a:
1
T ( x) = x+b
2
onde a constante b representa o coeficiente linear da
referida reta. Para determinarmos essa constante, basta
observarmos que tal reta passa pelo ponto de coordenadas
π 3
,
3 2 . Dessa forma, segue-se que:
3 1 π 3 3 −π
= ⋅ +b⇒b =
2 2 3 6
Portanto, a equação da reta tangente solicitada, na forma
reduzida, é dada pela equação:
1 3 3 −π
T ( x) = x+
2 6
80
32. Determine a equação da reta normal ao gráfico da
função definida por f ( x) = x 2 , no ponto de abscissa
x = 1.
Solução:
A idéia é que determinemos, inicialmente, o coeficiente
angular da reta tangente ao gráfico de f e, em seguida,
usando perpendicularidade entre retas, determinar a
equação da reta normal.
Para a obtenção do coeficiente angular da reta tangente
ao gráfico de f , no ponto de abscissa x = 1 , basta que
81
mas se prestam perfeitamente a resolver equações que
envolvam funções trigonométricas. Aqui, temos mais uma
brilhante aplicação da derivada para funções compostas
(conhecida como Regra da Cadeia).
Começaremos esta seção relembrando uma definição
muita utilizada no ensino médio, que é a de função inversa.
Definição:
Sejam f : A → B e g : B → C funções. Diz-se que a
−1
função g é a inversa da função f , e denotaremos g = f , se,
e somente se, para todo x ∈ A , tivermos que:
( f o g )( x) = (g o f )( x) = x
Observe que dessa igualdade, podemos obter facilmente
a derivada da função inversa. De fato, derivando ambos os
lados dessa última igualdade segue-se que:
(g o f )' ( x) = g ( f ( x))' = 1
Pela Regra da Cadeia, temos:
g ' ( f ( x )) ⋅ f ' ( x ) = 1 ,
Logo, supondo g ' ( x) ≠ 0 , teremos:
1
g ' ( f ( x)) = .
f ' ( x)
Essa é a fórmula que nos permitirá obter a derivada das
funções arco-seno, arco-cosseno e arco-tangente. As outras
funções são obtidas aplicando-se o mesmo procedimento com
as devidas adaptações.
82
Exemplos:
π 2 π 2
33. sen = ⇔ = arc sen ;
4 2 4 2
π 3 π 3
34. sen = ⇔ = arc sen ;
3 2 3 2
π 1 π 1
35. sen = ⇔ = arc sen
6 2 6 2
Exemplo:
36. Assim, para derivar a função dada pela lei de formação:
f ( x) = arc sen (3x − 1)
usando a Regra da Cadeia seguir-se-á:
1 3
f ' ( x) = ⋅ (3x − 1)' =
1 − (3x − 1) 1 − (3 x − 1)
2 2
Simplificando, resulta:
83
3
f ' ( x) =
6x − 9x 2
3.2.4.2. Derivada da Função Arco-Cosseno:
Exemplos:
π 2 π 2
37. cos = ⇔ = arc cos ;
4 2 4 2
π 3 π 3
38. cos = ⇔ = arc cos ;
6 2 6 2
π 1 π 1
39. sen = ⇔ = arc cos .
3 2 3 2
Então, consideremos a função f : [− 1,1] → ℜ , definida pela lei:
f ( x ) = arc cos x
Temos que:
f ( x) = arc cos x ⇔ cos ( f ( x) ) = x
Derivando esta última igualdade, segue-se que:
1
− sen( f ( x) ) ⋅ f ' ( x) = 1 ⇒ f ' ( x) = −
sen( f ( x) )
Pela Relação Trigonométrica Fundamental, temos que:
cos 2 ( f ( x) ) + sen 2 ( f ( x) ) = 1 ⇒ sen 2 ( f ( x) ) = 1 − cos 2 ( f ( x) )
Portanto, substituindo esta última igualdade na expressão de
f ' ( x ) , temos que:
1
f ' ( x) = − ,
1 − cos 2 ( f ( x) )
84
Exemplo:
40. Para derivar a função dada pela lei de formação:
f ( x) = arc cos (2 x 2 − 1)
via Regra da Cadeia segue-se:
f ' ( x) = −
1
( )
⋅ 2x 2 − 1 ' =
4x
(
1 − 2x 2 − 1 )2
(
1 − 2x 2 − 1 )
2
Simplificando, resulta:
4x
f ' ( x) =
4x − 4x 4
2
π π
Então, consideremos a função f : ℜ → − , , definida pela
2 2
lei:
f ( x ) = arc tan x
Temos que:
f ( x) = arc tan x ⇔ tan ( f ( x) ) = x
Derivando esta última igualdade, segue-se que:
1
sec 2 ( f ( x) ) ⋅ f ' ( x) = 1 ⇒ f ' ( x) =
sec ( f ( x) )
2
85
Uma identidade trigonométrica relacionando a função tangente
e a função secante é a seguinte:
sec 2 ( f ( x) ) = 1 + tan 2 ( f ( x) )
Portanto, substituindo esta última igualdade na expressão de
f ' ( x ) , temos que:
1
f ' ( x) = ,
1 + tan 2 ( f ( x) )
Exemplo:
44. Obtenha a derivada da função definida por:
f ( x) = arc tan (x − x 2 )
via Regra da Cadeia segue-se:
1 − 2x
⋅ (x − x 2 )' =
1
f ' ( x) =
1 + (x − x 2 2
) 1 + (x − x 2 )
2
86
De um modo geral, simbolicamente, dado n ∈ N * , a derivada
de ordem n da função f no ponto a será indicada com a
(n )
notação f (a ) e definida indutivamente:
[ ]
f ' ' (a ) = [ f ']' (a), f ' ' ' (a) = f (3) (a) = [ f ' ']' (a), ..., f (n ) (a) = f (n −1) ' (a )
f ( x) = 4 x 3 + 3x 2 + x − 1
teremos:
• f ' ( x) = 12 x 2 + 6 x + 1
• f '' ( x) = 24 x + 6
• f ''' ( x) = 24
• f (4 ) ( x) = ⋅ ⋅ ⋅ = f (n ) ( x) = 0, ∀n ≥ 4
f (n ) ( x) = e x ,
para todo n ∈ N .
• f ( x) = sen x
• f ' ( x ) = cos x
• f ''' ( x) = − cos x
• f (4 ) ( x) = sen x ,
• e assim sucessivamente.
87
3.2.6. Máximos e Mínimos
FIGURA 24
88
f ( x) = − x 2 + 1 , o ponto x0 = 0 é o ponto de máximo absoluto de
f ( x) = x 2 + 1 ≥ f (0) = 1, ∀x ∈ ℜ .
FIGURA 25
89
mínimos. Tais pontos são denominados de Pontos de
Inflexão.
f (n ) (a) > 0.
2º) Se n for ímpar, o ponto a não será de máximo nem
de mínimo.
Prova: Veja [3].
Exemplos:
2
45. A função definida pela lei f ( x) = e − x possui um ponto
de máximo local (de fato, máximo absoluto) no ponto
x = 0 ; com efeito, inicialmente a derivada de f é:
2
f ' ( x) = −2 xe − x ,
portanto,
2
f ' ( x) = −2 xe − x = 0 ⇔ x = 0 .
A derivada segunda de f é:
2 2
f ' ' ( x) = −2e − x + 4 x 2 e − x
90
Daí, f ' ' (0) = −2 < 0 e, pelo Teorema citado acima, x = 0
é ponto de máximo local.
2
Uma vez que f ' ' ( x) = e − x > 0 , para todo x ∈ ℜ , segue-
se que x = 0 é ponto de máximo absoluto da função f ,
cujo valor máximo é igual a f (0) = 1 .
f ' (0) = f ' ' (0) = f ' ' ' (0) = f (4 ) (0) = f (5 ) (0) = 0
91
49. Dentre os retângulos de perímetro igual a 24 cm ,
determine o de área máxima.
Solução: Sendo x e y a base e a altura, respectivamente,
do retângulo, temos que:
2 x + 2 y = 24 ⇒ x + y = 12
A área de tal retângulo é dada por: A = x ⋅ y , portanto
usando a relação entre x e y , segue-se que
A( x) = x ⋅ (12 − x) = − x 2 + 12 x
Derivando a função área, temos A' ( x ) = −2 x + 12 . Portanto o
único ponto crítico desta função é obtido fazendo A' ( x ) = 0 ,
ou seja, x = 6 . Este é um máximo local (de fato, máximo
absoluto), pois A' ' (6) − 2 < 0 . Logo, o retângulo de área
máxima solicitado é um quadrado de lado 6 cm .
92
Proposição (Regra de L’Hospital): Sejam f , g : I ⊆ ℜ → ℜ
funções n vezes deriváveis no ponto a ∈ I . Suponhamos que
f e g , juntamente com suas derivadas até ordem n − 1
f ( x)
• lim = +∞ , se g (n ) (a) = 0.
x→a g ( x)
93
Solução: Esse limite já foi calculado anteriormente, mas
agora calcularemos via Regra de L’Hospital, pois trata-se de
0
um limite que origina uma indeterminação do tipo :
0
xn − an
lim = lim n.x n −1 = n.a n −1
x→a x−a x→a
94
Mas como trata-se de um limite que nos leva a uma
0
indeterminação do tipo , podemos calcular tal limite
0
utilizando a Regra de L’Hospital, ou seja,
sen x − sen a
lim = lim cos x = cos a
x→a x−a x→a
95
EXERCÍCIOS
1 − cos x
c) lim
x →0 x2
2. Calcular o limite abaixo:
x2
x +1
a) lim
x →+∞ 2 x + 1
ln (1 + x )
b) lim
x →0 x
3. Determinar a equação da reta tangente ao gráfico da
função f : ℜ → ℜ , definida por f ( x) = x 3 − 3 x + 1 , no
ponto de coordenadas P = (1, − 1) .
4. Obtenha a equação da reta normal ao gráfico da função
1
dada pela lei f ( x) = ln(2 x − 1) , para x > , no ponto de
2
coordenadas P = (2, ln 3) .
5. Derive a função definida pela lei:
2x − 1
f ( x) = arc tan
x+2
x2
−
6. Demonstrar que a função y = xe 2
satisfaz a equação
(
diferencial xy' = 1 − x 2 y . )
7. Determinar os valores mínimo e máximo absolutos da
3 5
função f ( x) = x 3 − 3x + 3 , no segmento − ≤x≤ .
2 2
8. Torcer um fio de arame de comprimento l de maneira a
formar um retângulo, cuja área seja a maior possível.
96
97
SUMÁRIO
4.1. Introdução 99
98
4 NOÇÕES DE INTEGRAIS
4.1. Introdução
99
algumas aplicações deste magnífico resultado para o cálculo
de áreas de regiões planas.
∫ f ( x)dx = F ( x) + c,
onde c ∈ ℜ é uma constante arbitrária.
100
2x d 2x
3. ∫ 2 dx =
x
+ c ; pois + c = 2 x ;
ln 2 dx ln 2
∫ f ( x)dx = F ( x) + c, c∈ℜ ;
∫ f (u )du = F (u ) + c, c∈ℜ.
101
Suponha que x = g (t ) , onde t é uma nova variável e g
uma função contínua derivável, na qual g ' (t ) ≠ 0 . Então,
teremos
∫ f ( x) dx = ∫ f (g (t ))g ' (t ) dt
A função g deve ser escolhida de tal maneira que o segundo
membro da fórmula integral acima tome uma forma mais
adequada para a integração. A seguir faremos alguns
exemplos para explicar melhor o que estamos dizendo.
Exemplo:
4. Achar a integral:
∫x 2 x + 1 dx
t 2 −1
x=
2
donde segue-se que: dx = t dt . Então a integral original tornar-
se-á:
t 2 −1
∫ x 2 x + 1 dx =
1 4 2
( )
∫ 2 ⋅ t ⋅ (t dt ) = 2 ∫ t − t dt
Daí obtemos:
1 t5 t3
t(
1 4 2
2∫
− t dt = ) − +c
2 5 3
102
onde u = ϕ (x) . Se a nova integral ∫ g (u) du é conhecida, ou
seja,
∫ g (u ) du = F (u) + c ,
então, segue-se que:
∫ f ( x) dx = F (ϕ ( x)) + c
Na maioria das vezes essa sistemática adotada torna o
processo de integração mais simples e mais rápido de se fazer.
Exemplos:
5. Achar a integral
x
∫ 1+ x2
dx
F ( x) = ∫ x 2 e x
3
+2
dx
3 3 3
Logo,
1 3
F ( x) = e x + 2 + c
3
Uma vez que F (0) = 2 , segue-se que:
1 1
F (0) = e 2 + c = 2 ⇒ c = 2 − e 2
3 3
103
Nessas condições, segue-se que;
1 x3 + 2 e2
F ( x) = e +2−
3 3
7. Ache a integral
dx
∫e x
+1
utilizando a substituição: x = − ln t .
Solução: Fazendo x = − ln t , segue-se que:
1
t = e−x ⇒ e x =
t
1
além disso, dx = − dt . Fazendo as substituições na integral
t
original resulta:
1
− dt
1
∫ 1 = − ∫ 1 + t dt = − ln(1 + t ) + c
t
+1
t
Portanto, obtemos:
= − ln(1 + e − x ) + c, c ∈ ℜ
dx
∫e x
+1
∫ f ( x) g ( x) dx
Nem sempre essa integral é simples, porém quando um dos
fatores da função integrando é derivada de alguma outra
função, então esse cálculo pode tornar-se mais trabalhável
mediante o método de integração por partes.
Num certo sentido, essa técnica é uma reformulação da
regra do produto para derivação. Senão vejamos, da derivada
do produto de duas funções f e g sabemos que:
104
( f ( x) g ( x) )' = f ' ( x) g ( x) + f ( x) g ' ( x)
Nessa última equação, integrando ambos os membros, segue-
se que:
f ( x) g ( x) = ∫ f ' ( x) g ( x) dx + ∫ f ( x) g ' ( x) dx
∫ f ( x) g ' ( x) dx = f ( x) g ( x) − ∫ f ' ( x) g ( x) dx
Essa é a fórmula que utilizaremos para acharmos algumas
integrais onde a função integrando é um produto de funções.
Vamos aos exemplos para melhor entendermos essa
pequena teoria sobre integrais.
Exemplos:
8. Achar a integral
∫ x ln x dx
Solução: Aqui fazendo f ( x) = ln x e g ' ( x) = x , teremos:
1 x2
f ' ( x) = e g ( x) = . Portanto, segue-se que:
x 2
x2 1 x2 x2 x
∫ x ln x dx = 2
ln x − ∫
x 2
dx =
2
ln x − ∫ dx
2
Assim sendo, temos
x2 x2
∫ x ln x dx = 2 ln x − 4 + c
9. Achar a função F ( x) = ∫ ln x dx , tal que F (1) = 2 .
105
1
∫ ln x dx = x ln x − ∫ x x dx = x ln x − ∫ 1dx
ou seja,
∫ ln x dx = x ln x − x + c, c∈ℜ
C. ∫ sen x dx = cos x + c ;
D. ∫ cos x dx = − sen x + c ;
ax
E. ∫ a dx =
x
+ c , onde 0 < a ≠ 1 ;
ln a
F. ∫ ln x dx = (x − 1)ln x + c ;
106
dx 1 x
G. ∫x 2
+a 2
= arctg + c , onde a ≠ 0 ;
a a
dx 1 x−a
H. ∫x 2
−a 2
= ln
2a x + a
+ c , onde a ≠ 0 ;
dx 1 a+x
I. ∫a 2
−x 2
= ln
2a a − x
+ c , onde a ≠ 0 ;
dx 1 x
J. ∫ x(ax + b ) = b ln ax + b + c , onde b ≠ 0 ;
dx
K. ∫ x ±a2 2
= ln x + x 2 ± a 2 + c , onde a ≠ 0 ;
dx x
L. ∫ a −x2
= arcsen + c , onde a > 0 ;
a
2
dx
M. ∫ cos 2
x
= tg x + c ;
dx
N. ∫ sen 2
x
= − cot g x + c ;
dx x
O. ∫ sen x = ln tg 2 + c = ln cos ec x − ctg x + c ;
dx x π
P. ∫ cos x = ln tg 2 + 4 + c = ln sec x + tg x + c
Os exemplos a seguir ilustram a utilização destas fórmulas,
bem como os métodos de integração até aqui discutidos.
Exemplos:
10. Calcule a integral
dx
∫ x(3x + 5)
Solução: Fazendo uso da fórmula integral no ítem (J) da
tabela acima, com a = 3 e b = 5 , obtemos:
dx 1 x
∫ x(3x + 5) = 5 ln 3x + 5 + c , onde c ∈ ℜ
107
função dada, até porque o que queremos é acharmos uma
função cuja derivada é a função dada anteriormente.
Portanto, essa é uma meta que pode ser alcançada por
diversas formas. Senão vejamos, a função integrando do
item anterior
1
f ( x) =
x(3x + 5)
pode ser transformada numa soma de funções racionais
mais simples; de fato, tentemos achar constantes A e B
tais que:
1 A B
f ( x) = = +
x(3x + 5) x 3x + 5
Simplificando a soma do lado direito da expressão cima,
obteremos
1 A(3 x + 5) + Bx
f ( x) = =
x(3x + 5) x(3x + 5)
Logo, temos
f ( x) =
1
=
(3 A + B )x + 5 A
x(3x + 5) x(3x + 5)
Como estamos interessados achar A e B satisfazendo a
igualdade acima, devemos impor a igualdade:
(3 A + B )x + 5 A = 1
onde a igualdade acima é válida para todo x ∈ ℜ . Pela
igualdade entre polinômios, devemos, obrigatoriamente, ter
3 A + B = 0 e 5 A = 1 . Assim sendo, temos que:
1 3
A= e B=− .
5 5
Portanto, voltando à nossa integral original segue-se que:
dx 1 3 1 dx 3 dx
∫ x(3x + 5) = ∫ 5x − 5(3x + 5) dx = 5 ∫ − ∫
x 5 3x + 5
Dessa forma, obtém-se:
dx ln x 3 ln 3 x + 5
∫ x(3x + 5) = 5
−
5 3
+ c,
Ou seja,
108
∫ x(3x + 5) = 5 [ln x − ln 3x + 5 ] + c = 5 ln 3x + 5 + c
dx 1 1 x
109
Portanto, fazendo as simplificações necessárias, obtemos:
dx 1 3 + 2x
∫ 9 − 4x 2
= ln
12 3 − 2 x
+ c, c ∈ ℜ .
P(t ) = ∫ 4 + 5t dt
2
3
ou seja,
2 +1
t 3
P(t ) = 4t + 5 ⋅ + c, c ∈ ℜ
2 +1
3
isto é,
5
P (t ) = 4t + 3t 3
+ c, c ∈ ℜ
Uma vez que a população atual, P(0) , é igual a 10.000,
resulta c = 10.000 . Portanto, a função população é dada por:
5
P(t ) = 4t + 3t 3
+ 10.000
Logo, daqui a 8 meses a população será:
5
P (8) = 4 ⋅ 8 + 3 ⋅ 8 3
+ 10.000 = 10.128 pessoas.
110
13. O preço de revenda de certa máquina decresce a uma
taxa que varia com o tempo. Quando a máquina tiver t
anos de uso, a taxa de variação de seu valor será
220(t − 10 ) reais por ano. Se a máquina foi comprada por
R$ 12.000,00, quanto valerá daqui a 10 anos?
Solução: No contexto do problema, a função-preço dessa
máquina é interpretada como sendo a primitiva da função
220(t − 10 ) , isto é:
P (t ) = ∫ 220(t − 10)dt
111
s (2) − s(0) = 3 ⋅ 2 2 + 2 2 + 3 ⋅ 2 = 22
isto é, 22 metros.
ou seja,
C (q) = 3q 2 + q + k , k ∈ ℜ
Uma vez que o custo total de produção da 1ª unidade é de
R$ 130,00, temos que:
C (1) = 3 + 1 + k = 130
ou seja, k = 126 , portanto, a função custo-total é expressa
por: C (q) = 3q 2 + q + 126 . Nessas condições, o custo total de
produção das 10 primeiras unidades é dado por C (10) , isto
é,
C (10) = 3.10 2 + 10 + 126 = 436
Ou seja, o custo total é R$ 436,00.
16. Um fabricante estima que a receita marginal seja de
−1
100q 2
reais por unidade, ao produzir q unidades. O
custo marginal correspondente é de 0,4q reais por
unidade. Suponha que o fabricante lucre R$ 520,00, ao
produzir 16 unidades. Qual será o lucro do fabricante, ao
produzir 25 unidades?
Solução: Nessas condições, temos que o lucro marginal
(receita marginal – custo marginal) é dado, via integração,
por:
112
L(q) = ∫ 100q − 0,4q dq
−1
2
Portanto, segue-se que:
− 1 +1
q 2
L(q ) = 100 ⋅ − 0,2q 2 + k , k ∈ ℜ
− 1 +1
2
Isto é,
1
L(q) = 200q 2
− 0,2q 2 + k , k ∈ ℜ
Uma vez que o lucro do fabricante, ao produzir 16 unidades, é
R$ 520,00, temos que: L(16) = 520 , portanto
1
200 ⋅ 16 2
− 0,2 ⋅ 16 2 + k = 520 ⇒ k = 520 − 748,80 = −248,80
Logo, a função lucro-total é dada por:
1
L(q) = 200q 2
− 0,2q 2 − 248,80
Dessa forma, o lucro do fabricante, ao produzir 25 unidades
será:
1
L(25) = 200 ⋅ 25 2
− 0,2 ⋅ 25 2 − 248,80
ou seja,
L(25) = 626,20
Portanto, o lucro do fabricante, ao produzir 25 unidades será de
R$ 626,20.
onde,
xi ≤ ξ i ≤ xi +1 ; ∆xi = xi +1 − xi ; i = 0,1, 2, 3, ⋅ ⋅⋅, (n − 1) ,
113
recebe o nome de Soma Integral da função f = f ( x ) no
FIGURA 26
114
b
∫ f ( x) dx
a
FIGURA 27
115
b
∫ f ( x) dx = F (b) − F (a) .
a
26
Logo, a área solicitada é igual a: A = u. a.
3
2. Calcular a área da figura limitada pela curva
x = 2 − y − y 2 e pelo eixo das ordenadas.
116
Solução:
Neste caso, os eixos coordenadas estão invertidos e
devido a isso a área procurada é dada pela expressão
integral:
1
1
y2 y3
A = ∫ (2 − y − y )dy = 2 y −
9
2
− = u. a.
−2 2 3 −2 2
FIGURA 28
Então, teremos:
b
A = ∫ [ f 2 ( x) − f 1 ( x)]dx .
a
117
Exemplos:
3. Calcular a área da figura plana compreendida entre as
curvas
y = x e y = x2
Solução: Inicialmente observemos que as intersecções
dessas duas curvas ocorrem nos pontos de abscissas x = 0
e x = 1 . Ademais, no segmento 0 ≤ x ≤ 1 temos que
0 ≤ x 2 ≤ x . Portanto segue-se que:
1
1
x2 x3
A = ∫ (x − x )dx = − = − = u. a.
2 1 1 1
0 2 3 0 2 3 6
Figura 29
( ) 1
1 1
A=∫ x − x 2 dx = ∫ x 2 − x 2 dx
0 0
logo,
1
2 3 x3 2 1 1
A = x 2 − = − = u. a.
3 3
0
3 3 3
118
5. Você possui uma quantidade de dinheiro para aplicar em
um plano de investimentos escolhido entre dois planos
concorrentes. Após x anos, o primeiro plano produzirá
uma renda com taxa de R1 ( x) = 50 + 3 x 2 milhares de
reais por ano, enquanto que o segundo produzirá uma
renda com taxa constante de R2 ( x) = 200 milhares de
reais por ano. Se utilizar o segundo plano, que renda
você receberá a mais do que se utilizasse o primeiro
plano, após 5 anos?
Solução: As funções R1 ( x) e R2 ( x) representam as
taxas de variação do primeiro e do segundo planos de
investimentos, respectivamente e a diferença
R2 ( x) − R1 ( x) representa a taxa de variação entre o
segundo e o primeiro plano de investimento, nessa
ordem. Segue-se que a renda, a mais, recebida por
você ao se utilizar o segundo plano em detrimento do
primeiro, após 5 anos será dada através da integral
definida:
5
∫ (R
0
2 ( x) − R1 ( x) )dx
isto é,
0 0
119
(a) Por quantos anos o uso da máquina é lucrativo?
(b) Qual é o ganho total líquido gerado pela máquina
durante o período do item (a)?
Solução:
(a) Para sabermos por quantos anos o uso da máquina
é mais lucrativo, basta determinarmos todos os
valores reais de x para os quais se tenha:
R ( x) − C ( x) ≥ 0
ou seja,
(4575 − 5x ) − (1200 + 10 x ) ≥ 0
2 2
isto é,
15(225 − x 2 ) = 15(15 − x )(15 + x ) ≥ 0
Então, resolvendo esta inequação produto, levando
em consideração o contexto do problema, obtemos
como conjunto-solução:
S = {x ∈ ℜ; 0 ≤ x ≤ 15}
Portanto, até os 15 primeiros anos de uso a
utilização da máquina será lucrativa.
(b) O ganho total líquido gerado pela máquina durante
esses 15 anos será obtido através da utilização da
integral definida:
15 15
0 0
isto é,
15
120
4.3.4.2. Valor Médio de uma Função
121
a área da região do plano abaixo do gráfico de f , entre as
retas verticais x = a e x = b e, limitada inferiormente, pelo eixo
dos x' s , isto é, a reta y = 0 . No lado esquerdo dessa igualdade,
temos geometricamente a área de um retângulo cuja base
mede b − a e, cuja altura, é dada pelo valor médio de f , no
intervalo a ≤ x ≤ b . Assim sendo, o valor médio de f , no
intervalo a ≤ x ≤ b é igual à altura do retângulo cuja base é o
intervalo de comprimento b − a e cuja área é equivalente à área
abaixo do gráfico de y = f (x) entre x = a e x = b e, limitada
inferiormente, pelo eixo das abscissas, isto é, pela reta y = 0 .
Figura 30
Exemplos:
7. Estima-se que t horas após a meia-noite, a temperatura
de certo local seja dada pela regra f (t ) = −0,3t 2 + 4t + 10
graus centígrados. Qual era a temperatura média no
local entre 9 horas da manhã e meio-dia?
Solução: Pela fórmula do Valor Médio da função f ,
temos que:
12
VM ( f ) =
1
∫
12 − 9 9
(
− 0,3t 2 + 4t + 10 dt ,)
ou seja,
VM ( f ) =
1
3
(− 0,1t 3 + 2t 2 + 10t )
12
122
isto é,
1
VM ( f ) = ⋅ 56,1 = 18,7
3
Portanto, a temperatura média nes te local entre 9 horas
da manhã e meio-dia é 18,7°C.
8. Após t meses no emprego, um funcionário dos Correios
consegue classificar a correspondência a uma taxa de
Q(t ) = 700 − 400e −0,5t cartas por hora. Determine a taxa
média segundo a qual o funcionário classifica a
correspondência durante os 3 primeiros meses.
Solução: Nesse caso, utilizando a fórmula do valor
médio para a função Q = Q(t ) dada no enunciado do
problema, temos que:
3
1
(
VM (Q) = ∫ 700 − 400e −0,5t dt
30
)
Ou seja,
VM (Q) =
1
3
(700t + 800e −0,5t )
3
VM (Q) =
1
3
[(2100 + 800e −1,5 ) − 800 ]
logo,
1300 + 800e −1,5
VM (Q) = ≅ 492,83
3
Portanto, a taxa média segundo a qual o funcionário
classifica a correspondência durante os 3 primeiros
meses é de, aproximadamente, 492,83 cartas por hora.
9. Estima-se que daqui a t meses após o início do ano, o
preço de certo produto será dado pela expressão
matemática P (t ) = 0,06t 2 − 0,2t + 1,2 reais por quilograma.
Nessas condições, qual o preço médio do produto
durante o primeiro semestre do ano?
123
Solução: O valor médio solicitado será calculado como
segue:
6
VM ( P) =
1
6 ∫0
(
0,06t 2 − 0,2t + 1,2 dt)
portanto, temos
VM ( P ) =
1
6
(0,02t 3 − 0,1t 2 + 1,2t )
6
isto é,
VM ( P) =
1
6
(0,02 ⋅ 6 3 − 0,1 ⋅ 6 2 + 1,2 ⋅ 6 ) =
7,92
6
= 1,32
124
EXERCÍCIOS
2x + 3
c) ∫ 2 x + 1 dx
2) Determinar a primitiva da função f : ℜ → ℜ definida
π
pela lei f ( x) = sen (2 x ) que passa pelo ponto ; 2 .
4
3) O lucro marginal (receita marginal – custo marginal)
de uma certa fábrica é de 100 − 2q reais por unidade,
quando q unidades são produzidas. Se o lucro é de
R$ 700,00, produzindo-se 10 unidades, qual será o
lucro máximo da fábrica?
4) Um estudo do meio ambiente de certa comunidade
indica que, daqui a t anos, a taxa de monóxido de
carbono no ar estará variando de 0,1t + 0,1 partes por
milhão por ano. Se a taxa de monóxido de carbono
no ar é de 3,4 partes por milhão, qual será a taxa
daqui a 3 anos?
5) Uma árvore foi transplantada e, após x anos, está
1
crescendo a uma taxa de 1 + metros por ano.
(x + 1)2
Após 2 anos, alcançou 5 metros de altura. Qual era a
sua altura, quando foi transplantada?
6) Calcular a área da figura plana limitada pela curva
y = ln(x − 1) , pelas retas x = 2 e x = 9 e pelo eixo das
abscissas.
125
7) Determinar a área da figura limitada pela parábola
y = 2 x − x 2 e pela reta y = − x .
126
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127
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economia e administração. Harbra, São Paulo:
1988.
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Sobre o autor
130