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História e Origem Da Literatura

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Histria e Origem da Literatura Por Cristiana Gomes A histria da literatura procura entender todas as modificaes que a produo literria

passou ao longo da evoluo da sociedade. Para este estudo, a anlise e compreenso dos textos literrios so muito importantes, pois nos ajudam a entender melhor o contexto histrico em que o texto foi escrito. Quando estudamos a histria ou origem da literatura deparamos com um conceito: o de estilos literrios ou estilos de poca. - Estilos de poca: o nome dado conjunto de obras escritas em uma determinada poca. O critrio usado para dividir os estilos de poca varia muito: s vezes, o autor publica uma obra revolucionria e ela acaba se tornando o marco inicial de um determinado perodo, outras vezes um fato histrico influencia uma infinidade de obras que daro origem a um determinado movimento literrio. importante ressaltar que as datas estabelecidas para um determinado perodo no so to rigorosas quanto parecem, so apenas recursos didticos usados para facilitar o estudo, j que quase impossvel estabelecer precisamente quando iniciou ou terminou um perodo.

Tambm bom sabermos que um estilo de poca no morre por completo e que a passagem de um estilo para outro no to rpida assim. Muitas idias adotadas em um perodo podem ser aproveitadas por outros estilos literrios que fazem uma releitura ou uma reinterpretao de textos j escritos. A Literatura busca influncia nela mesma para sempre ter a possibilidade de abrir novos caminhos e novas idias. por esta razo que o entendimento correto sobre cada estilo to importante, pois atravs dessa compreenso temos uma viso geral da Literatura e da sociedade que a produziu.

Perodos Literrios no Brasil


Dividido em dois momentos: - Literatura do perodo colonial (Literatura Informao, Barroco e Arcadismo 1500 at 1822) de

Nesse perodo ocorreram vrias manifestaes literrias de um grupo composto por alguns escritores que copiavam os padres e tendncias de Portugal. - Literatura do perodo nacional ( Romantismo, Realismo Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, PrModernismo,Modernismo, Ps-Modernismo da Independncia at os dias de hoje).

Todos os acontecimentos histricos e marcantes da histria do Brasil contriburam para fortalecer os movimentos literrios. O pblico cresceu e com isso estimulou os escritores a melhorar cada vez mais suas obras.

Perodos Literrios em Portugal


- Era Medieval (Trovadorismo e Humanismo) - Trovadorismo: poemas feitos para serem cantados, so as cantigas (de amor, amigo, escrnio e maldizer) - Amor (eu-lrico masculino) -Exaltao das qualidades da dama -Sofrimento amoroso - Ambiente aristocrtico - Amigo (eu-lrico feminino) -Ambientao rural -Linguagem e estrutura simples - Fala do amor da mulher pelo seu amigo - Escrnio e Maldizer -Crtica aos membros da sociedade -Jogos de palavras e ironias - Abordavam temas como escndalos, sexo, falsa religiosidade Obs: Na cantiga de escrnio o nome da pessoa era ocultado, na de maldizer a crtica era direta e a vtima tinha seu nome revelado. Humanismo: Valorizao do homem. - Era Clssica (Classicismo, Barroco e Arcadismo) Classicismo: Teve em Cames o seu maior representante.

Barroco: Textos ricos com profunda elaborao formal. Arcadismo: -Textos buclicos, -Valorizao do homem, -Linguagem simples, - Imitao dos modelos da literatura da Antigidade Clssica e do Renascimento. - Era Moderna (Romantismo, Realismo-Naturalismo, Simbolismo, Modernismo) Romantismo: liberdade de expresso e de pensamento, tentativa de buscar solues para os problemas sociais etc. Realismo: O Crime do Padre Amaro e O Primo Baslio de Ea de Queirs foram duas obras importantes que ajudaram a divulgar o realismo no Brasil. Simbolismo: Marco inicial do Simbolismo em Portugal foi a publicao do livro de poesias Oaristos de Eugnio de Castro, em 1890 Os primeiros escritos brasileiros, na verdade, constituem-se de documentos informativos. A prpria carta de Pero Vaz de Caminha faz parte destes primeiros escritos, em que so relatadas as caractersticas do pas tal e qual foi encontrado pelos primeiros colonizadores. A carta mostra o olhar do colonizador sobre a nova terra, prenhe de promessas, assim como contm observaes valiosas sobre os ndios, informaes estas que nos trazem um ideia de como o portugus encarava os costumes dos nativos.

Tal documento insere-se no gnero da literatura de viagens, gnero muito comum no sculo XVI, em que a expanso martima punha o europeu em contato com os povos de alm-mar. Outros documentos de grande importncia so os escritos dos jesutas, entre eles, o Dilogo sobre a Converso do Gentio (1549), de Pe. Manoel da Nbrega, e o Tratado da Terra e da Gente do Brasil, de Ferno Cardim (publicado apenas em 1925). Pero de Magalhes Gndavo escreveu a Histria da Provncia de Santa Cruz (Lisboa 1576 ) e o Tratado da Terra do Brasil (Lisboa 1826). Mas os mais importantes escritos se devem ao Pe. Jos de Anchieta; as Cartas, Informaes, Fragmentos Histricos e Sermes, alm dos primeiros textos propriamente literrios, como os seus autos e seus poemas, estes ltimos apresentando-se como estruturas literrias autnomas. Os autos de Anchieta, destinados catequizao dos indgenas atravs de sua representao cnica, possuam, ao lado de estruturas literrias fundamentalmente europeias, um contedo religioso adaptado aos padres culturais do ndio. Tal adaptao foi fundamentada no didatismo, atravs da transposio dos valores religiosos cristos para os valores culturais do indgena. Portanto, j se apresenta nestes textos alguma cor local do pas, pois constituem os primeiros textos de configurao literria escritos para brasileiros. Ainda neste fase inicial Bento Teixeira escreveu no Recife um poema pico, de 94 oitavas inspiradas em Cames: a Prosopopia (Lisboa 1601), narrando a conquista de

Pernambuco. O Historiador Frei Vicente do Salvador, primeiro prosador nascido no Brasil, compilou aHistria da Custdia do Brasil (Rio 1889). Na Literatura deste perodo predominou, portanto, o contexto histrico e informativo sobre o homem e a natureza do Brasil primitivo.

Literatura Brasileira Histria da literatura brasileira, Escolas Literrias do Brasil, Quinhentismo, Barroco, Arcadismo, Romantismo, Realismo, Parnasianismo, Simbolismo, Modernismo, Neo-realismo

Padre Jos de Anchieta: representante do incio da literatura brasileira Quinhentismo (sculo XVI) Representa a fase inicial da literatura brasileira, pois ocorreu no comeo da colonizao. Representante da Literatura Jesuta ou de Catequese, destaca-se Padre Jos de Anchieta com seus poemas, autos,

sermes cartas e hinos. O objetivo principal deste padre jesuta, com sua produo literria, era catequizar os ndios brasileiros. Nesta poca, destaca-se ainda Pero Vaz de Caminha, o escrivo da frota de Pedro lvares Cabral. Atravs de suas cartas e seu dirio, elaborou uma literatura de Informao ( de viagem ) sobre o Brasil. O objetivo de Caminha era informar o rei de Portugal sobre as caractersticas geogrficas, vegetais e sociais da nova terra.

Primeira pgina e transcrio da Carta Vaz de Caminha ao rei de Portugal sobre a descoberta do Brasil.

de

Pero

O Quinhentismo, fase da literatura brasileira do sculo XVI, tem este nome pelo fato das manifestaes literrias se iniciarem no ano de 1.500, poca da colonizao portuguesa no Brasil. A literatura brasileira, na verdade, ainda no tinha sua identidade, a qual foi

sendo formada sob a influncia da literatura portuguesa e europeia em geral. Logo, no havia produo literria ligada diretamente ao povo brasileiro, mas sim obras no Brasil que davam significao aos europeus. No entanto, com o passar dos anos, as literaturas informativa e dos jesutas, foi dando lugar a denotaes da viso dos artistas brasileiros. Na poca da colonizao brasileira, a Europa vivia seu apogeu no Renascimento, o comrcio se despontava, enquanto o xodo rural provocava um surto de urbanizao. Enquanto o homem europeu se dividia entre a conquista material e a espiritual (Contrarreforma), o cidado brasileiro encontrava no quinhentismo semelhante dicotomia: a literatura informativa, que se voltava para assuntos de natureza material (ouro, prata, ferro, madeira) feita atravs de cartas dos viajantes ou dos cronistas e a literatura dos jesutas, que tentavam inserir a catequese. A carta de Pero Vaz de Caminha traz a referida dicotomia claramente expressa, pois valoriza as conquistas e aventuras martimas (literatura informativa) ao mesmo tempo que a expanso do cristianismo (literatura jesuta). A literatura dos jesutas tinha como objetivo principal o da catequese. Este trabalho de catequizar norteou as produes literrias na poesia de devoo e no teatro inspirado nas passagens bblicas. Jos de Anchieta o principal autor jesuta da poca do Quinhentismo, viveu entre os ndios, pelos quais era chamado de piahy, que significa supremo paj branco. Foi o autor da

primeira gramtica do tupi-guarani e tambm de vrias poesias de devoo.


Por Sabrina Vilarinho Graduada em Letras Equipe Brasil Escola

Barroco ( sculo XVII ) Essa poca foi marcada pelas oposies e pelos conflitos espirituais. Esse contexto histrico acabou influenciando na produo literria, gerando o fenmeno do barroco. As obras so marcadas pela angstia e pela oposio entre o mundo material e o espiritual. Metforas, antteses e hiprboles so as figuras de linguagem mais usadas neste perodo. Podemos citar como principais representantes desta poca: Bento Teixeira, autor de Prosopopia; Gregrio de Matos Guerra ( Boca do Inferno ), autor de vrias poesias crticas e satricas; e padre Antnio Vieira, autor de Sermo de Santo Antnio ou dos Peixes.

Barroco

Brasileiro

Histrico O estilo barroco chega ao Brasil pelas mos dos colonizadores, sobretudo portugueses, leigos e religiosos. Seu desenvolvimento pleno se d no sculo XVIII, 100 anos aps o surgimento do Barroco na Europa, estendendo-se at as duas primeiras dcadas do sculo XIX. Como estilo, constitui um amlgama de diversas tendncias barrocas, tanto portuguesas quanto francesas, italianas e espanholas. Tal mistura acentuada nas oficinas laicas, multiplicadas no decorrer do sculo, em que mestres portugueses se unem aos filhos de europeus nascidos no Brasil e seus descendentes caboclos e mulatos para realizar algumas das mais belas obras do barroco brasileiro. Pode-se dizer que o amlgama de elementos populares e eruditos produzido nas confrarias artesanais ajuda a rejuvenescer entre ns diversos estilos, ressuscitando, por exemplo, formas do gticotardio alemo na obra de Aleijadinho (1730-1814). O movimento atinge o auge artstico a partir de 1760, principalmente com a variao rococ do barroco mineiro. Durante o sculo XVII a Igreja teve um importante papel como mecenas na arte colonial. As diversas ordens religiosas (beneditinos, carmelitas, franciscanos e jesutas) que se instalam no Brasil desde meados do sculo XVI desenvolvem uma arquitetura religiosa sbria e muitas vezes monumental, com fachadas e plantas retilneas de grande simplicidade ornamental, bem ao gosto maneirista europeu. somente quando as associaes leigas (confrarias, irmandades e ordens terceiras) tomam a dianteira no patrocnio da produo artstica no sculo XVIII, momento em que as ordens religiosas vem seu poder enfraquecido, que o barroco se frutifica em escolas

regionais, sobretudo no Nordeste e Sudeste do pas. Contudo a primeira manifestao de traos barrocos, se bem que misturado ao estilo gtico e romnico, pode ser encontrada na arte missionria dos Sete Povos das Misses na regio da Bacia do Prata. Ali se desenvolveu, durante um sculo e meio, um processo de sntese artstica pelas mos dos ndios guaranis com base em modelos europeus ensinados pelos padres missionrios. As construes desses povos foram quase totalmente destrudas. As runas mais importantes so as da misso de So Miguel, no Estado do Rio Grande do Sul. As primeiras manifestaes do esprito barroco no resto do pas esto presentes em fachadas e frontes, mas principalmente na decorao de algumas igrejas, tambm em meados do sculo XVII. A talha barroca dourada em ouro, de estilo portugus, espalha-se pela Igreja e Mosteiro de So Bento do Rio de Janeiro, construda entre 1633 e 1691. Os motivos folheares, a multido de anjinhos e pssaros, a figura dinmica da Virgem no retbulo-mor, projetam um ambiente barroco no interior de uma arquitetura clssica. A vegetao barroca introduzida na Bahia no fim do sc. XVII na decorao, por exemplo, da antiga Igreja dos Jesutas, atual Igreja Catedral Baslica, cuja construo da capela-mor, com seus cachos de uva, pssaros, flores tropicais e anjos-meninos, data de 1665-1670. No Recife destaca-se a chamada Capela Dourada ou Capela dos Novios da Ordem Terceira de So Francisco de Assis, idealizada no apogeu econmico de Pernambuco, em 1696, e finalizada em 1724.

Entre os anos de 1700 e 1730 uma vegetao de pedra esculpida tende a se espalhar nas fachadas, como imitao dos retbulos, seguindo a lgica da ornamentao barroca. Em 1703 o dinamismo conquista o exterior pela primeira vez de forma ostensiva na fachada em estilo plateresco da Igreja da Ordem Terceira de So Francisco da Penitncia, em Salvador. No entanto, vale notar que tal exuberncia representa uma exceo no barroco brasileiro, pois mesmo em seu perodo ureo as igrejas barrocas nacionais, tal como as portuguesas, so marcadas por um contraste entre a relativa simplicidade de seus exteriores e as ricas decoraes interiores, simbolizando dessa forma a virtude do recolhimento, requisito necessrio alma crist. Esses primeiros 30 anos marcam a difuso no Brasil do estilo "nacional portugus", sem grandes variaes nas diversas regies . Surge ento um novo ciclo de desenvolvimento do barroco entre meados de 1730 e 1760, com predominncia do estilo portugus "joanino", cuja origem remonta ao barroco romano. H uma significativa barroquizao da arquitetura com a construo de naves poligonais e plantas em elipses entrelaadas. Destaca-se no perodo, com ressonncias posteriores, a atuao dos artistas portugueses Manuel de Brito e Francisco Xavier de Brito. Nota-se que, em meados do sculo XVIII, a perda da fora econmica e poltica inicia um perodo de certa estagnao no Nordeste, com exceo de Pernambuco, que conhece o estilo rococ na segunda metade do sculo. O foco volta-se para o Rio de Janeiro, transformada em capital da colnia em 1763, e a regio de

Minas Gerais, desenvolvida custa da descoberta de minas de ouro (1695) e diamante (ca.1730). No por acaso, dois dos maiores artistas barrocos brasileiros trabalham exatamente nesse perodo: Mestre Valentim (ca.1745-1813), no Rio de Janeiro, e o Aleijadinho, em Ouro Preto e adjacncias. na suavidade do estilo rococ mineiro (a partir de 1760) que se encontra a expresso mais original do barroco brasileiro. A extrema religiosidade popular, sob o patrocnio exclusivo das associaes laicas, se expressa em um esprito contido e elegante, gerando templos harmnicos e dinmicos de arquitetura em planos circulares, com graciosa decorao em pedra-sabo. As construes monumentais so definitivamente substitudas por templos intimistas de dimenses singelas e decorao requintada, mais apropriados espiritualidade e s condies materiais do povo da regio. Um dos exemplos mais bem-acabados desse estilo pode ser contemplado na Igreja da Ordem Terceira de So Francisco de Assis da Penitncia (1767), cujo risco, frontispcio, retbulos laterais e do altar-mor, plpitos e lavabo so de autoria de Aleijadinho. A pintura ilusionista do teto da nave (1802) de um dos mais talentosos pintores barrocos, Manoel da Costa Athaide (1762-1830). Destaca-se ainda a parceria dos dois artistas nas esculturas de madeira policromada (1796-1799) representando os Passos da Paixo de Cristo para o Santurio do Bom Jesus dos Matozinhos, em Congonhas do Campo. No adro desse santurio, Aleijadinho deixa o testemunho mais eloqente de seu talento artstico: seus 12 Profetas de pedra-sabo (1800-1805).

No Rio de Janeiro a presena lusitana se faz sentir mais fortemente. Distingue-se das outras cidades pela tendncia sobriedade neoclssica, reforada pelas influncias no Brasil da reforma pombalina. Na arte civil (por exemplo: Passeio Pblico, de 1779-1785 eChafariz da Pirmide, de 1789) e sacra de Mestre Valentim o perfeito equilbrio entre os postulados racionais do classicismo, a dinmica e grandiloqncia do barroco e um certo sentido de preciosismo e delicadeza da esttica rococ, sintetiza brilhantemente o esprito da arte carioca da segunda metade do sculo XVIII. O movimento brasileiro, influenciado pelo barroco portugus, apresentou suas prprias caractersticas, pois diferente da realidade portuguesa de luxo e pompa da aristocracia, o Brasil vivia uma realidade de violncia, em que se perseguiam os ndios e escravizavam os negros. No Brasil, o barroco ganhou impulso entre 1720 e 1750, momento em que vrias academias literrias foram fundadas por todo o pas. A obra Prosopopeia, de Bento Teixeira, marca o incio do barroco no Brasil. O centro de riqueza da poca era Minas Gerais, e foi l que a produo artstica, ligada igreja, concentrou-se. O arquiteto, entalhador e escultor Antnio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, foi o grande representante dessa tendncia nas artes plsticas, o estilo rococ predominava em suas esculturas de materiais tpicos

nacionais, como a madeira e pedra-sabo. Os escritores que mais se destacaram foram: Na poesia: - Gregrio de Matos - Bento Teixeira - Botelho de Oliveira -Frei Itaparica Na prosa: - Pe. Antnio Vieira - Sebastio da Rocha Pita - Nuno Marques Pereira. Por Marina Cabral Especialista em Lngua Portuguesa e Literatura

Neoclassicismo ou Arcadismo ( sculo XVIII ) O sculo XVIII marcado pela ascenso da burguesia e de seus valores. Esse fato influenciou na produo da obras desta poca.

Enquanto as preocupaes e conflitos do barroco so deixados de lado, entra em cena o objetivismo e a razo. A linguagem complexa trocada por uma linguagem mais fcil. Os ideais de vida no campo so retomados ( fugere urbem = fuga das cidades ) e a vida buclica passa a ser valorizada, assim como a idealizao da natureza e da mulher amada. As principais obras desta poca so: Obra Potica de Cludio Manoel da Costa, O Uraguai de Baslio da Gama, Cartas Chilenas e Marlia de Dirceu de Toms Antonio Gonzaga, Caramuru de Frei Jos de Santa Rita Duro. O Arcadismo no Brasil teve incio no ano de 1768, com a publicao do livro Obras de Cludio Manuel da Costa. Nesse perodo Portugal explorava suas colnias a fim de conseguir suprir seu dficit econmico. A economia brasileira estava voltada para a era do ouro, da minerao e, portanto, ao estado de Minas Gerais, campo de extrao contnua de minrios. No entanto, os minrios comearam a ficar escassos e os impostos cobrados por Portugal aos colonos ficaram exorbitantes. Surgiu, ento, a necessidade do Brasil de buscar uma forma de se desvincular do seu explorador. Logo, os ideais revolucionrios comearam a se desenvolver no Brasil, sob influncias das Revolues Industrial e Francesa, ocorridas na Europa, bem como

do exemplo da independncia das 13 colnias inglesas. Enquanto na Europa surgia o trabalho assalariado, o Brasil ainda vivia o tempo de escravido. H um processo de revoltas no Brasil, contudo, a mais eloquente durante o perodo rcade a Inconfidncia Mineira, movimento que teve envolvimentos dos escritores rcades, como Toms Antnio Gonzaga, Alvarenga Peixoto e Cludio Manuel da Costa, alm do dentista prtico Tiradentes. Como a tendncia do eixo cultural seguir o econmico, os escritores rcades so, na maioria, mineiros e algumas de suas produes literrias so voltadas ao ambiente das cidades histricas mineiras, principalmente Vila Rica. O Arcadismo tem como caractersticas: a busca por uma vida simples, pastoril, a valorizao da natureza e do viver o presente (pensamentos causados por inspirao a frases de Horcio fugere urbem fugir da cidade e carpe diem- aproveite o dia). Os principais autores rcades so: Cludio Manoel da Costa, Toms Antonio Gonzaga, Baslio da Gama, Silva Alvarenga e Frei Jos de Santa Rita Duro. Por Sabrina Vilarinho Graduada em Letras

Romantismo ( sculo XIX ) A modernizao ocorrida no Brasil, com a chegada da famlia real portuguesa em 1808, e a Independncia do Brasil em 1822 so dois fatos histricos que influenciaram na literatura do perodo. Como caractersticas principais do romantismo, podemos citar : individualismo, nacionalismo, retomada dos fatos histricos importantes, idealizao da mulher, esprito criativo e sonhador, valorizao da liberdade e o uso de metforas. As principais obras romnticas que podemos citar : O Guarani de Jos de Alencar, Suspiros Poticos e Saudades de Gonalves de Magalhes, Espumas Flutuantes deCastro Alves, Primeiros Cantos de Gonalves Dias. Outros importantes escritores e poetas do perodo: Casimiro de Abreu, lvares de Azevedo, Junqueira Freire e Teixeira e Souza. O Romantismo proclama a liberdade de criao e de expresso. So caractersticas do Romantismo: Liberdade de criao e de expresso

Nacionalismo Historicismo Medievalismo Tradies populares Individualismo, egocentrismo Pessimismo Escapismo Crtica social Essas so caractersticas predominantes do movimento, mas suas tendncias foram diversas. Veja algumas tendncias e seus principais temas: * Nacionalismo, historicismo e medievalismo: Exaltao dos valores e os heris nacionais, ambientando seu passado histrico, principalmente o perodo medieval. * Valorizao das fontes populares o folclore: Os autores buscavam inspirao nas narrativas orais e nas canes populares, manifestao do nacionalismo romntico. * Confessionalismo Os sentimentos pessoais do autor em dado momento de sua vida so

expressos nas obras. * Pessimismo A melancolia do poeta ingls Lord Byron se faz presente em todas as literaturas, portanto h a presena do individualismo e do egocentrismo adquirem traos doentios de adaptao. O mal do sculo ou tdio de viver conduz: - ambiente extico ou passado misterioso. - narrativas fantsticas (envolvendo o sobrenatural) - morte (como ltima soluo) * Crtica Social O Romantismo pode assumir um carter combativo de oposio e crtica social, observamos sua ocorrncia na sua ltima fase. As geraes romnticas H uma ntida evoluo atravs de trs geraes de autores, cada gerao marcada por certos traos e temas.
*

Primeira gerao romntica

Os primeiros autores conservavam caractersticas clssicas (apego s

regras da produo literria). Principais temas: Em Portugal - nacionalismo - romance histrico - medievalismo No Brasil - indianismo
*

Segunda gerao

Perodo do Ultrarromantismo: exagero pelo subjetivismo e emocionalismo (o tdio, devaneio, sonho, desejo da morte esto sempre presentes)
*

Terceira gerao

Essa fase antecipa caractersticas da Escola Realista, que substituir o Romantismo. O subjetivismo e o emocionalismo cedero lugar para uma literatura de tom exaltado, baseada nos grandes debates sociais e polticos da poca. Por Marina Cabral Graduada em Letras

Realismo - Naturalismo ( metade do sculo XIX )

segunda

Na segunda metade do sculo XIX, a literatura romntica entrou em declnio, juntos com seus ideais. Os escritores e poetas realistas comeam a falar da realidade social e dos principais problemas e conflitos do ser humano. Como caractersticas desta fase, podemos citar : objetivismo, linguagem popular, trama psicolgica, valorizao de personagens inspirados na realidade, uso de cenas cotidianas, crtica social, viso irnica da realidade. O principal representante desta fase foi Machado de Assis com as obras : Memrias Pstumas de Brs Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro e O Alienista. Podemos citar ainda como escritores realistas Aluisio de Azedo autor de O Mulato e O Cortio e Raul Pompia autor de O Ateneu. Parnasianismo ( final do sculo XIX e incio do sculo XX ) O parnasianismo buscou os temas clssicos, valorizando o rigor formal e a poesia descritiva.

Os autores parnasianos usavam uma linguagem rebuscada, vocabulrio culto, temas mitolgicos e descries detalhadas. Diziam que faziam a arte pela arte. Graas a esta postura foram chamados de criadores de uma literatura alienada, pois no retratavam os problemas sociais que ocorriam naquela poca. Os principais autores parnasianos so: Olavo Bilac, Raimundo Correa, Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho. Simbolismo ( fins do sculo XIX ) Esta fase literria inicia-se com a publicao de Missal e Broquis de Joo da Cruz e Souza. Os poetas simbolistas usavam uma linguagem abstrata e sugestiva, enchendo suas obras de misticismo e religiosidade. Valorizavam muito os mistrios da morte e dos sonhos, carregando os textos de subjetivismo. Os principais representantes do simbolismo foram: Cruz e Souza e Alphonsus de Guimaraens. Pr-Modernismo (1902 at 1922) Este perodo marcado pela transio, pois o modernismo s comeou em 1922 com a Semana de Arte Moderna. Est poca

marcada pelo regionalismo, positivismo, busca dos valores tradicionais, linguagem coloquial e valorizao dos problemas sociais. Os principais autores deste perodo so: Euclides da Cunha (autor de Os Sertes), Monteiro Lobato, Lima Barreto, autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma e Augusto dos Anjos. Modernismo (1922 a 1930) Este perodo comea com a Semana de Arte Moderna de 1922. As principais caractersticas da literatura modernista so : nacionalismo, temas do cotidiano (urbanos) , linguagem com humor, liberdade no uso de palavras e textos diretos. Principais escritores modernistas : Mario de Andrade,Oswald de Andrade, Cassiano Ricardo, Alcntara Machado e Manuel Bandeira. Neo-Realismo (1930 a 1945) Fase da literatura brasileira na qual os escritores retomam as crticas e as denncias aos grandes problemas sociais do Brasil. Os assuntos msticos, religiosos e urbanos tambm so retomados. Destacam-se as seguintes obras : Vidas Secas de Graciliano Ramos, Fogo Morto de Jos Lins do Rego, O Quinze de

Raquel de Queirz e O Pas do Carnaval de Jorge Amado. Os principais poetas desta poca so: Vincius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade e Cecilia Meireles. As figuras de linguagem so recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras de construo, figuras de pensamento e figuras de palavras. Figuras de som

a) aliterao: consiste na repetio ordenada de mesmos sons consonantais. Esperando, parada, pregada na pedra do porto. b) assonncia: consiste na repetio ordenada de sons voclicos idnticos. Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrtico do litoral. c) paronomsia: consiste na aproximao de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos. Eu que passo, penso e peo. Figuras de construo

a) elipse: consiste na omisso de um termo facilmente identificvel pelo contexto.

Na sala, apenas quatro ou cinco convidados. (omisso de havia) b) zeugma: consiste na elipse de um termo que j apareceu antes. Ele prefere cinema; eu, teatro. (omisso de prefiro) c) polissndeto: consiste na repetio de conectivos ligando termos da orao ou elementos do perodo. E sob as ondas ritmadas e sob as nuvens e os ventos e sob as pontes e sob o sarcasmo e sob a gosma e sob o vmito (...) d) inverso: consiste na mudana da ordem natural dos termos na frase. De tudo ficou um pouco. Do meu medo. Do teu asco. e) silepse: consiste na concordncia no com o que vem expresso, mas com o que se subentende, com o que est implcito. A silepse pode ser: Vossa Os De Excelncia Lusadas De glorificou est nossa gnero preocupado. nmero literatura.

De pessoa O que me parece inexplicvel que os brasileiros persistamos em comer essa coisinha verde e mole que se derrete na boca. f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinada construo sinttica e depois se opta por outra. A vida, no sei realmente se ela vale alguma coisa. g) pleonasmo: consiste numa redundncia cuja finalidade reforar a mensagem. E rir meu riso e derramar meu pranto. h) anfora: consiste na repetio de uma mesma palavra no incio de versos ou frases. Amor um fogo que arde sem se ver; ferida que di e no se sente; um contentamento descontente; dor que desatina sem doer Figuras de pensamento

a) anttese: consiste na aproximao de termos contrrios, de palavras que se opem pelo sentido. Os jardins tm vida e morte. b) ironia: a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao

usual, obtendo-se, com isso, efeito crtico ou humorstico. A excelente Dona Incia era mestra na arte de judiar de crianas. c) eufemismo: consiste em substituir uma expresso por outra menos brusca; em sntese, procura-se suavizar alguma afirmao desagradvel. Ele enriqueceu por meios ilcitos. (em vez de ele roubou) d) hiprbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enftica. Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede) e) prosopopeia ou personificao: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que so prprios de seres animados. O jardim olhava as crianas sem dizer nada. f) gradao ou clmax: a apresentao de ideias em progresso ascendente (clmax) ou descendente (anticlmax) Um corao chagado de desejos Latejando, batendo, restrugindo. g) apstrofe: consiste na interpelao enftica a algum (ou alguma coisa personificada). Senhor Deus dos desgraados! Dizei-me vs, Senhor Deus! Figuras de palavras

a) metfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relao de similaridade entre o sentido prprio e o sentido figurado. A metfora implica, pois, uma comparao em que o conectivo comparativo fica subentendido. Meu pensamento um rio subterrneo. b) metonmia: como a metfora, consiste numa transposio de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transposio de significados no mais feita com base em traos de semelhana, como na metfora. A metonmia explora sempre alguma relao lgica entre os termos. Observe: No tinha teto em que se abrigasse. (teto em lugar de casa) c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo especfico para designar um conceito, torna-se outro por emprstimo. Entretanto, devido ao uso contnuo, no mais se percebe que ele est sendo empregado em sentido figurado. O p da mesa estava quebrado. d) antonomsia ou perfrase: consiste em substituir um nome por uma expresso que o identifique com facilidade: ...os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os Beatles) e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expresso, sensaes percebidas por diferentes rgos do sentido.

luz

crua

da

madrugada de

invadia

meu

quarto. linguagem

Vcios

A gramtica um conjunto de regras que estabelece um determinado uso da lngua, denominado norma culta ou lngua padro. Acontece que as normas estabelecidas pela gramtica normativa nem sempre so obedecidas, em se tratando da linguagem escrita. O ato de desviar-se da norma padro no intuito de alcanar uma maior expressividade, refere-se s figuras de linguagem. Quando o desvio se d pelo no conhecimento da norma culta, temos os chamados vcios de linguagem. a) barbarismo: consiste em grafar ou pronunciar uma palavra em desacordo com a norma culta. pesquiza (em vez de pesquisa) prototipo (em vez de prottipo) b) solecismo: consiste em desviar-se da norma culta na construo sinttica. Fazem dois meses que ele no aparece. (em vez de faz ; desvio na sintaxe de concordncia) c) ambiguidade ou anfibologia: trata-se de construir a frase de um modo tal que ela apresente mais de um sentido. O guarda deteve o suspeito em sua casa. (na casa de quem: do guarda ou do suspeito?)

d) cacfato: consiste no mau som produzido pela juno de palavras. Paguei cinco mil reais por cada. e) pleonasmo vicioso: consiste na repetio desnecessria de uma ideia. O pai ordenou que a menina entrasse para dentro imediatamente. Observao: Quando o uso do pleonasmo se d de modo enftico, este no considerado vicioso. f) eco: trata-se da repetio de palavras terminadas pelo mesmo som. O menino repetente mente alegremente. Por Marina Especialista em Lngua Portuguesa e Literatur Figuras de Linguagem Cabral

Figuras sonoras
Aliterao repetio de sons consonantais (consoantes). Cruz e Souza o melhor exemplo deste recurso. Uma das caractersticas marcantes do Simbolismo, assim como a sinestesia. Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volpias dos violes, vozes veladas / Vagam nos velhos vrtices velozes / Dos ventos,

vivas, vs, vulcanizadas." (fragmento de Violes que choram. Cruz e Souza) Assonncia repetio dos mesmos sons voclicos. Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrtico do litoral." (Caetano Veloso) (E, O) - "O que o vago e incngnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando Pessoa) Paranomsia o emprego de palavras parnimas (sons parecidos). Ex: "Com tais premissas ele sem dvida leva-nos s primcias" (Padre Antonio Vieira) Onomatopia criao de uma palavra para imitar um som Ex: A lngua do nhem "Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois dava a sua vida / Para falar com algum. / E estava sempre em casa / A boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." (Ceclia Meireles)

Figuras de sintaxe
Elipse omisso de um termo ou expresso facilmente subentendida. Casos mais comuns: a) pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implcito: iremos depois, comprareis a casa? b) substantivo - a catedral, no lugar de a igreja catedral; Maracan, no ligar de o estdio Maracan c) preposio - estar bbado, a camisa rota, as calas rasgadas, no lugar de: estar bbado, com a camisa rota, com as calas rasgadas. d) conjuno - espero voc me entenda, no lugar de: espero que voc me entenda. e) verbo - queria mais ao filho que filha, no lugar de: queria mais o filho que queria filha. Em especial o verbo dizer em dilogos E o rapaz: - No sei de nada !, em vez de E o rapaz disse: Zeugma omisso (elipse) de um termo que j apareceu antes. Se for verbo, pode necessitar adaptaes de nmero e pessoa verbais. Utilizada, sobretudo, nas or. comparativas. Ex: Alguns estudam, outros no, por: alguns estudam, outros no estudam. / "O meu pai era paulista / Meu av, pernambucano / O meu bisav, mineiro / Meu tatarav, baiano." (Chico Buarque) - omisso de era

Hiprbato alterao ou inverso da ordem direta dos termos na orao, ou das oraes no perodo. So determinadas por nfase e podem at gerar anacolutos. Ex: Morreu o presidente, por: O presidente morreu. Obs1.: Bechara denomina esta figura antecipao. Obs2.: Se a inverso for violenta, comprometendo o sentido drasticamente, Rocha Lima e Celso Cunha denominam-na snquise Obs3.: RL considera anstrofe um tipo de hiprbato Anstrofe anteposio, em expresses nominais, do termo regido de preposio ao termo regente. Ex: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos.", por: O manto lutuoso da morte vos cobre a todos. Obs.: para Rocha Lima um tipo de hiprbato Pleonasmo repetio de um termo j expresso, com objetivo de enfatizar a idia. Ex: Vi com meus prprios olhos. "E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao seu pesar ou seu contentamento." (Vinicius de Moraes), Ao pobre no lhe devo (OI pleonstico)

Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro - decorre da ignorncia, perdendo o carter enftico (hemorragia de sangue, descer para baixo) Assndeto ausncia de conectivos de ligao, assim atribui maior rapidez ao texto. Ocorre muito nas or. coordenadas. Ex: "No sopra o vento; no gemem as vagas; no murmuram os rios." Polissndeto repetio de conectivos na ligao entre elementos da frase ou do perodo. Ex: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata. "E sob as ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e sob o sarcasmo / e sob a gosma e o vmito (...)" (Carlos Drummond de Andrade) Anacoluto termo solto na frase, quebrando a estruturao lgica. Normalmente, inicia-se uma determinada construo sinttica e depois se opta por outra. Eu, parece-me que vou desmaiar. / Minha vida, tudo no passa de alguns anos sem importncia (sujeito sem predicado) / Quem ama o

feio, bonito lhe parece (alteraram-se as relaes entre termos da orao) Anfora repetio de uma mesma palavra no incio de versos ou frases. Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que falta / Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico Buarque) Obs.: repetio em final de versos ou frases epstrofe; repetio no incio e no fim ser smploce. Classificaes propostas por Rocha Lima. Silepse a concordncia com a idia, e no com a palavra escrita. Existem trs tipos: a) de gnero (masc x fem): So Paulo continua poluda (= a cidade de So Paulo). V. S lisonjeiro b) de nmero (sing x pl): Os Sertes contra a Guerra de Canudos (= o livro de Euclides da Cunha). O casal no veio, estavam ocupados. c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3 pess - os brasileiros, mas quem fala ou escreve tambm participa do processo verbal)

Antecipao antecipao de termo ou expresso, como recurso enftico. Pode gerar anacoluto. Ex.: Joana creio que O tempo parece que vai piorar Obs.: Celso Cunha denomina-a prolepse. veio aqui hoje.

Figuras de palavras ou tropos


(Para Bechara alteraes semnticas) Metfora emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. um tipo de comparao implcita, sem termo comparativo. Ex: A Amaznia o pulmo do mundo. Encontrei a chave do problema. / "Veja bem, nosso caso / uma porta entreaberta." (Lus Gonzaga Junior) Obs1.: Rocha Lima define como modalidades de metfora: personificao (animismo), hiprbole, smbolo e sinestesia. ? Personificao - atribuio de aes, qualidades e sentimentos humanos a seres inanimados. (A lua sorri aos enamorados) ? Smbolo - nome de um ser ou coisa concreta assumindo valor convencional, abstrato. (balana = justia, D. Quixote = idealismo, co = fidelidade, alm do simbolismo universal das cores) Obs2.: esta figura foi muito utilizada pelos simbolistas

Catacrese uso imprprio de uma palavra ou expresso, por esquecimento ou na ausncia de termo especfico. Ex.: Espalhar dinheiro (espalhar = separar palha) / "Distrai-se um deles a enterrar o dedo no tornozelo inchado." - O verbo enterrar era usado primitivamente para significar apenas colocar na terra. Obs1.: Modernamente, casos como p de meia e boca de forno so considerados metforas viciadas. Perderam valor estilstico e se formaram graas semelhana de forma existente entre seres. Obs2.: Para Rocha Lima, um tipo de metfora Metonmia substituio de um nome por outro em virtude de haver entre eles associao de significado. Ex: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro) / Ir ao barbeiro (o possuidor pelo possudo, ou vice-versa - barbearia) / Bebi dois copos de leite (continente pelo contedo - leite) / Ser o Cristo da turma. (indivduo pala classe - culpado) / Completou dez primaveras (parte pelo todo - anos) / O brasileiro malandro (sing. pelo plural - brasileiros) / Brilham os cristais (matria pela obra - copos). Antonomsia, perfrase substituio de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma expresso que facilmente o identifique. Fuso entre nome e seu aposto.

Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = Paris, O rei das selvas = o leo, Escritor Maldito = Lima Barreto Obs.: Rocha Lima considera como uma variao da metonmia Sinestesia interpenetrao sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato, viso, audio, gustao e tato). Ex.: "Mais claro e fino do que as finas pratas / O som da tua voz deliciava ... / Na dolncia velada das sonatas / Como um perfume a tudo perfumava. / Era um som feito luz, eram volatas / Em lnguida espiral que iluminava / Brancas sonoridades de cascatas ... / Tanta harmonia melancolizava." (Cruz e Souza) Obs.: Para Rocha Lima, representa uma modalidade de metfora Anadiplose a repetio de palavra ou expresso de fim de um membro de frase no comeo de outro membro de frase. Ex: "Todo pranto um comentrio. Um comentrio que amargamente condena os motivos dados."

Figuras de pensamento
Anttese aproximao de termos ou frases que se opem pelo sentido.

Ex: "Neste momento todos os bares esto repletos de homens vazios" (Vinicius de Moraes) Obs.: Paradoxo - idias contraditrias num s pensamento, proposio de Rocha Lima ("dor que desatina sem doer" Cames) Eufemismo consiste em "suavizar" alguma idia desagradvel Ex: Ele enriqueceu por meios ilcitos. (roubou), Voc no foi feliz nos exames. (foi reprovado) Obs.: Rocha Lima prope uma variao chamada litote - afirma-se algo pela negao do contrrio. (Ele no v, em lugar de Ele cego; No sou moo, em vez de Sou velho). Para Bechara, alterao semntica. Hiprbole exagero de uma idia com finalidade expressiva Ex: Estou morrendo de sede (com muita sede), Ela louca pelos filhos (gosta muito dos filhos) Obs.: Para Rocha Lima, uma das modalidades de metfora. Ironia utilizao de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim, valor irnico.

Obs.: Rocha Lima designa como antfrase Ex: O ministro foi sutil como uma jamanta. Gradao apresentao de idias em progresso ascendente (clmax) ou descendente (anticlmax) Ex: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu no saiba, que eu no veja, que eu no conhea perfeitamente." Prosopopia, personificao, animismo a atribuio de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e inanimados. Ex: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de aluguel ..." (Jao Bosco / Aldir Blanc) Obs.: Para Rocha Lima, uma modalidade de metfora Romantismo no Brasill Logo aps a independncia poltica do Brasil (1822), nasce o Romantismo brasileiro. Os escritores Arajo Porto Alegre, Sales Torres Homem, Pereira da Silva e Domingos Jos Gonalves de Magalhes resolveram escrever uma revista com temas de interesse nacional. Nesse momento nasce a Niteri, Revista Brasiliense de Cincias, Letras e Artes, que trazia a epgrafe: Tudo pelo Brasil e para o Brasil.

O Romantismo assumiu em nossa literatura um significado secundrio, de um movimento anticolonialista e antilusitano, de rejeio literatura produzida na poca colonial, aos modelos culturais portugueses. Por isso, a primeira gerao romntica tinha a preocupao de garantir uma identidade nacional que nos separasse de Portugal, buscando no passado histrico elementos de origem nacional. So apontadas trs geraes de escritores romnticos: - Primeira gerao: nacionalista, indianista e religiosa. Os poetas que se destacam so: Gonalves Dias e Gonalves de Magalhes. - Segunda gerao: um perodo marcado pelo mal do sculo, apresenta egocentrismo irritado, pessimismo, satanismo e atrao pela morte. Os poetas que se destacam so: lvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire. - Terceira gerao: esse perodo desenvolve uma poesia com carter poltico e social, formada pelo grupo condoreiro. O maior representante dessa fase Castro Alves. Primeira gerao

Os primeiros romnticos so conhecidos como nativistas, pois seus

romances retratam ndios vivendo livremente na natureza, numa representao idealizada. O ndio transformado no smbolo do homem livre e incorruptvel. Nosso Romantismo apresenta como trao essencial o nacionalismo, destacando o indianismo, o regionalismo, a pesquisa histrica, folclrica e lingustica, e a crtica aos problemas nacionais. Segunda gerao

O tema que fascinou os escritores da segunda gerao romntica brasileira foi a morte. Nas obras dos escritores desse perodo est presente uma viso negativa do mundo e da sociedade, onde expressam seu pessimismo e sentimento de inadequao realidade, pois viviam uma vida desregrada, dividida entre os estudos acadmicos, o cio, os casos amorosos e a leitura de obras literrias, como as de Musset e Byron. A segunda gerao, tambm conhecida como ultrarromantismo, encontra no Brasil discpulos fervorosos, que diante do amor apresentam uma viso dualista, envolvendo atrao e medo, desejo e culpa. Em seus poemas, a imagem de perfeio feminina apresenta os traos de morte, condenando implicitamente qualquer forma de manifestao fsica do amor. Terceira gerao

A terceira gerao tambm conhecida como O condoreirismo, os poetas dessa gerao apresentam estilo grandioso ao tratarem de

temas sociais, eram comprometidos com a causa abolicionista e republicana desenvolvendo, assim, a poesia social. Castro Alves o poeta que mais se destaca. Inspirado nos princpios de Victor Hugo, ele comea a escrever poemas sobre a escravido. H, retratado em seus poemas, o lado feio e esquecido pelos primeiros romnticos: a escravido dos negros, a opresso e a ignorncia do povo brasileiro. Castro Alves ficou conhecido como o poeta dos escravos.

Por Sabrina Vilarinho

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