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Relatório Condução Transiente

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHO

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA QUMICA








TRANFERNCIA DE CALOR
EM ESTADO NO ESTACIONRIO




Felipe Gabriel Santos Furtado Cutrim
Mrio Eduardo Mariz Fonseca
Paulo Fernando de Oliveira Leal







So Lus
Outubro/2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHO
CENTRO DE CINCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA QUMICA
ENGENHARIA QUMICA





LABORATRIO DE ENGENHARIA QUMICA III
Transferncia de Calor em Estado no Estacionrio



Felipe Gabriel S. F. Cutrim EQ08103-83
Mrio Eduardo M. Fonseca EQ08102-82
Paulo Fernando de O. Leal EQ09106-90







So Lus
Outubro/2011


1 INTRODUO
Se a temperatura da face de um corpo slido for alterada repentinamente, a temperatura
no interior do slido principia a variar com o tempo. Passa-se algum tempo antes que
seja atingida a distribuio de temperatura estacionria. A determinao da distribuio
de temperatura assunto complicado, pois a temperatura varia tanto com a posio
como com o tempo. Em muitas aplicaes prticas, a variao da temperatura com a
posio desprezvel durante o estado transiente e, por isso, considera-se a temperatura
funo exclusiva do tempo. A anlise da transferncia de calor com esta hiptese a
anlise global do sistema; por ser a temperatura funo exclusiva do tempo.
Outra forma de realizar anlise de conduo transiente atravs do emprego de cartas
de temperatura ilustrado para resolver a conduo de calor transiente, simples, numa
placa, num cilindro ou numa esfera, nas quais a temperatura varia com o tempo e com a
posio.

2 OBJETIVO
2.1 Objetivo Geral
Realizar uma anlise da conduo em regime transiente em slidos esfricos.
2.2 Objetivo Especfico
1 - Construir um grfico adimensional em funo do numero de Fourier
2) Estimar o numero de Biot por meio das curvas
3) Determinar o coeficiente de transferncia de calor convectiva
4) Comparar diferentes mtodos de determinao do coeficiente de calor convectivo.

3 FUNDAMENTAO TERICA
Vrios problemas de transferncia de calor transiente aparecem tipicamente, por
exemplo, quando as condies de contorno de um determinado sistema so alteradas, as
variaes temperatura ocorrero at a distribuio de temperatura alcanar o regime
estacionrio. A natureza da abordagem depende das consideraes que podem se feitas
para o processo, conforme descrito abaixo:
Mtodo da capacidade concentrada - gradiente de temperatura no interior do
slido desprezvel
Slidos finitos ou semi-infinitos gradientes de temperatura no desprezvel e
transferncia de calor unidimensional (Paredes planas, cilindros longos e esferas)
Mtodo numrico Soluo bi-dimensional e tridimensional transiente com
geometrias complexas
Neste trabalho trataremos do mtodo da capacidade concentrada e do uso de diagramas
os quais sero descritos nos prximos itens.
3.1 Mtodo da capacidade concentrada
Um problema de conduo transiente simples, mas comum, aquele para o qual um
slido sofre uma rpida alterao em sua temperatura ambiente, um exemplo tpico
um metal quente forjado que se encontra a uma temperatura uniforme e resfriado ao
ser imerso em um lquido de menor temperatura. Esta abordagem conhecida como
mtodo da capacidade concentrada e admitisse que o resfriamento rpido o suficiente
para produzir gradientes desprezveis no interior do slido. Esta ausncia de gradiente
de temperatura implica na existncia de uma condutividade trmica infinita.
Ao desprezar os gradientes de temperatura no interior do slido, no pode-se considerar
o problema enquadrado na equao de calor. Desta forma, a resposta transiente da
temperatura determinada pela formulao de um balano global de energia no slido,
dado por:

s ar
E E = Eq(1)
Ou seja
( )
s p
dT
h A T T V c
dt

= Eq(2)
Integrando e trabalhando em termo da diferena de temperatura, tem-se:
exp
s
i i p
h A T T
t
T T V c
u
u

( | |

= = ( |
|

(
\ .
Eq(3)
A equao indica que a diferena de temperatura entre o fluido e slido decai
exponencialmente e que a grandeza
p
s
V c
h A

pode ser interpretada com uma constante


de tempo trmico, dada na forma:
( )
1
i p
s
V c
h A
t
| |
=
|

\ .

Eq(4)
O mtodo da capacidade concentrada somente valido se a razo entre o calor trocado
por conduo e conveco for desprezvel, ou seja, para o limite do regime estacionrio,
tem-se:
( ) ( )
1 2 2 , , , S s s
kA
T T h A T T
L

= Eq(5)
Ou seja:
( )
( )
1 2
2
1
, ,
,
S s
s
L
T T
h A h L
k A
Bi
k A
k T T
L h A

= = = =

Eq(6)
A grandeza
h L
k

um parmetro adimensional, denominado nmero de Biot, que


fornece uma medida de queda de temperatura entre a superfcie e o fluido. De posse do
nmero de Biot determina a validade do mtodo da capacidade concentrada:
0 1 ,
c
h L
Bi
k

= < Eq(7)
Onde
c
L o comprimento caracterstico que a razo entre o volume do slido e a rea
superficial,
c
s
V
L
A
= .
Trabalhando a definio da equao (7) no expoente da equao (3) temos:
2 2
s c c c
p p c c p c c
h A t L h L h L h t k k t t
c V c L k L k c L k L
o

| | | |
= = =
| |

\ .
\ .
Eq(8)
O termo
2
c
t
L
o
um parmetro adimensional de tempo conhecido como nmero de
Fourier
2
c
t
Fo
L
o
= e o termo
c
h L
k

o nmero de Biot. Estes dois parmetros


adimensionais caracterizam a conduo transiente:
( ) exp
i i
T T
Bi Fo
T T
u
u

= =

Eq(9)

3.2 Determinao do nmero de Biot por meio de diagramas
O mtodo da capacidade concentrada, citado na seo 3.1, s pode ser utilizado para
situaes em que o nmero de Biot menor que 0,1, logo em situao que esto fora
desse limite iremos fazer uso do diagrama mostrado na figura 1, onde a partir de valores
de Fo e /i podemos encontrar o nmero de Biot.
O diagrama da figura (1) foi desenvolvido para esferas condutoras, porm existem
outros diagramas anlogos para os casos de outras geometrias de aquecimento.

Figura 1-Diagrama para a determinao de Bi em funo de Fo e /i

4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
A figura (2) mostra o equipamento utilizado no experimento, tal equipamento consiste
em um banho termosttico (que nos permite controlar a temperatura da agua no mesmo)
e duas esferas, uma de porcelana e outra de alumnio, ambas com medidores de
temperatura em seus centros.

Figura 2-Equipamentos do experimento
4.1 Esfera de Alumnio
Inicialmente o banho foi aquecido de modo a obter uma temperatura de 54C, em
seguida foi media a temperatura inicial da esfera de alumnio, a qual resultou em 27C.
Aps a preparao do sistema a esfera de alumnio foi mergulhada no banho e foram
medidos os tempos necessrios para cada elevao de 3C na temperatura da mesma,
com isso foi possvel montar a tabela 1 que nos informa a temperatura da esfera em
funo do tempo.

Tabela 1-Dados de aquecimento da esfera de Alumnio
Temperatura (C) Tempo (s)
27 0
30 8,1
33 15,94
36 25,09
39 38,05
42 54,48
45 68,23
48 103,89
51 160,06
52 319,31




4.1 Esfera de Porcelana
O procedimento realizado com a esfera de porcelana foi anlogo ao da de alumnio
diferindo apenas na temperatura do banho (56C) e na temperatura inicial da esfera
(25C), a tabela (2) mostra os dados de aquecimento dessa esfera em funo do tempo.

Tabela 2-Dados de aquecimento da esfera de Porcelana
Temperatura (C) Tempo (s)
25 0
28 415
31 648
34 845
37 1029
40 1189
43 1411
46 1669
49 1920

4 RESULTADOS E DISCUSSES
4.1 Esfera de Alumnio
Uma anlise da equao (9) nos leva a perceber que o numero de Fourier varia
linearmente com o cologartimo da temperatura adimensional do sistema, com isso foi
possvel a construo do grfico mostrado na figura (3).


Figura 3-Curva experimental da esfera de Alumnio para a determinao de Bi
y = 35.619x
R = 0.9986
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4 2.6
F
o

-Ln(i/)
Como os pontos acima se comportam como uma reta podemos determinar o nmero de
Biot como sendo o inverso do coeficiente angular da reta da figura (3) com isso temos:
Bi (Al) = 0,028081999
Uma vez munidos do nmero de Biot e dos dados fornecidos no apndice (A) deste
trabalho podemos calcular o valor da constante de conveco para o alumnio.
h = 511,95 W/m
2
.K
Como podemos perceber Bi < 0,1 o que torna nossa hiptese inicial de utilizar uma
abordagem a parmetros concentrados vlida.
4.1 Esfera de Porcelana
Na esfera de porcelana foi feito um grfico anlogo ao da esfera de alumnio o qual
mostrado na figura (4).

Figura 4-Curva experimental da esfera de Porcelana para a determinao de Bi
Como podemos perceber o comportamento da curva no foi linear, tal fato nos
impossibilitou de usar uma abordagem a parmetros concentrados, logo para determinar
o nmero de Biot para a porcelana foi utilizado o diagrama mostrado na figura (1), e
dessa forma foram obtidos os valores abaixo para Bi e h.
Bi (Por) = 0,167
h = 17 W/m
2
.K
Como Bi > 0,1, pode-se notar que o mtodo utilizado coerente.


y = 2.3484x
R = 0.874
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
F
o

-Ln(/i)
5 CONCLUSO
A partir do que foi exposto neste trabalho pode-se concluir que:
- O nmero de Biot uma ferramenta muito importante na transferncia de calor,
uma vez que o mesmo nos d diversas informaes a respeito das resistncias
dos materiais a transporte de calor.
- A abordagem a parmetros concentrados nos possibilita a resoluo de diversos
problemas em que Bi < 0,1.
- O uso de diagramas nos possibilita a resoluo de problemas de engenharia
complexos.

7 REFERNCIAS
Incropera, F.P. y DeWitt, D.P., "Fundamentals of heat and mass transferc', John
Wiley & Sons, 1990.

















Apndice A Propriedades fsicas do Alumnio e porcelana
Material k
Alumnio 237 9,71 10
-5
Porcelana 3,98 1,89 10
-6

Apndice B Tabelas de dados utilizados na construo dos grficos
Alumnio
Temperatura (C) Tempo (s) /i LN /i
27 0 -26 1 0
30 8,1 -23 0,88461538 -0,1226
33 15,94 -20 0,76923077 -0,26236
36 25,09 -17 0,65384615 -0,42488
39 38,05 -14 0,53846154 -0,61904
42 54,48 -11 0,42307692 -0,8602
45 68,23 -8 0,30769231 -1,17865
48 103,89 -5 0,19230769 -1,64866
51 160,06 -2 0,07692308 -2,56495
52 319,31 -1 0,03846154 -3,2581

Porcelana
Temperatura (C) Tempo (s) /i LN /i
25 0 -35 1 0
28 415 -32 0,91428571 -0,08961
31 648 -29 0,82857143 -0,18805
34 845 -26 0,74285714 -0,29725
37 1029 -23 0,65714286 -0,41985
40 1189 -20 0,57142857 -0,55962
43 1411 -17 0,48571429 -0,72213
46 1669 -14 0,4 -0,91629
49 1920 -11 0,31428571 -1,15745

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