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Tanchagem

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Qumica dos Produtos Naturais

Tanchagem
(Plantago major)
Docente: Doutora Maria do Cu Costa
Trabalho elaborado por:
Nulita Pereira (2073599)
Magna Fernandes (2026599)
Tnia Sousa (2027599)
10 de Julho de 2003

RESUMO
Neste trabalho ir abordar-se os seguintes temas relativos
Tanchagem:
Histria;
Classificao;
Caractersticas botnicas;
Cultivo;
Composio qumica;
Propriedades farmacolgicas de alguns constituintes qumicos;
Propriedades medicinais;
Indicaes e preparaes populares;
Outras Aplicaes;
Caractersticas dos Flavonides;
Metabolismo do cido Xiqumico, cido Corsmico e Naringenina;
Mecanismo de biossntese de Flavonas Apigenina e Luteolina;
Concluso.

HISTRIA
A Tanchagem (Plantago Major)
uma das nove plantas
sagradas da antiga Lacnunga
Saxnica, sendo nativa da
Eursia.
De acordo com a lenda, esta
planta surgiu a partir do corpo
de uma donzela que esperava
sentada, beira da estrada, o
seu amor voltar.

CLASSIFICAO

Nome cientifico:
Plantago Major.
Nome popular:
Tanchagem maior;
Tanchagem; Tansagem ;
Plantagem; Transagem.
Famlia: Plantaginceas.
Origem e Ocorrncia:
Europa, Brasil, Oriente.

CARACTERSTICAS BOTNICAS

Planta herbcea, perene e erecta;


No apresenta caule aparente, atingindo mais de 40cm de altura.
Folhas:
saem directamente do solo medindo at 20 cm de comprimento;
dispostas em rosetas;
apresentam nervuras salientes na face dorsal inferior, com ou sem
plos.
Limbo:
comprimento maior que a largura;
longo pecolo;
colorao verde escura.
Flores:
pequenas, agrupando-se em espigas alongadas, contnuas ou no;
brancas, acastanhadas ou esverdeadas.
Frutos (sementes):
pequenos, escuros e achatados;
fruto capsulo cnico de deiscncia transversal, contendo at 30
sementes.
Razes:
curtas e fibrosas.

CULTIVO

Planta de clima temperado.


Desenvolve-se em locais frescos,
com boa iluminao, sendo
considerada por vezes, uma planta
daninha.
Solos: hmidos, arenosos ricos em
matria orgnica.
Curiosidade: A tanchagem pode
produzir at 14000 sementes, que
apresentam baixa taxa de
germinao, podendo permanecer
dormentes no solo por um perodo
de pelo menos 60 anos.

COMPOSIO QUMICA

Constituintes maioritrios:

Mucilagens (polissacardeos)
pectina;
Glicosdeos iridides
aucubina e catalpol;
Flavonides apigenina e
luteolina;
Taninos (5,7 %);
leo essencial (0,2 %);
Alcalides plantagonina,
indicana, noscapina.

Outros constituintes:

cidos: saliclico, fenlicos


carboxlicos, orgnicos
(clorognico e urslico), ferrlico,
cumarnico, oleonlico, linolico;
Resina;
Sorbitol;
Alantona;
Minerais: zinco, potssio (0,5
%), clcio, fsforo e ferro;
Vitaminas: K, A e C;
Anti-spticos vegetais;
Antraquinonas (nas sementes);
Enzimas: emulsionina e invertina

PROPRIEDADES FARMACOLGICAS DE
ALGUNS CONSTITUINTES
Constituinte

Descrio

Propriedades farmacolgicas

Mucilagens

Mistura amorfa de polissacardeos


servindo de reservatrio de gua na
planta

- aco protectora das mucosas inflamadas e das vias


respiratrias
- diminui o processo inflamatrio auxiliando a
expectorao

Substncias de composio qumica


varivel

- capacidade de coagulao das albuminas, metais


pesados e alcalides, reduzindo a dor
- adstringente
- importante nas inflamaes da cavidade bucal e
hemorragias locais

Compostos por duas partes, uma que


contm acar e outra que
determina o efeito teraputico

- cicatrizantes, estimulantes, regeneradoras


catalpol
-cicatrizantes, anestsicas, anti-spticas
alantona

Compostos, essencialmente, de terpenos


e produtos volteis em mistura com
outras substncias, com odor
caracterstico

- bactericidas, antivirticos, cicatrizantes, analgsicos,


relaxantes, expectorantes e antiespasmdicos

Compostos azotados complexos, de


natureza bsica, capazes de
produzir efeitos fisiolgicos sendo
considerados venenos vegetais
muito activos, dotados de aco
especfica

- actua no sistema nervoso central como: calmante,


sedativo, estimulante, anestsico e analgsico

Mais abundantes dos compostos fenlicos


e ocorrem nas sua forma livre como
glicosdeos na natureza

- anti-inflamatrio, fortalecedores dos vasos


sanguneos capilares, antiesclerticos
antiedematosos, espasmolticos colerticos e
antimicrobianos

Taninos

Glicosdeos
leo essencial
(essncias
naturais)
Alcalides

Flavonides

PROPRIEDADES MEDICINAIS
Outras indicaes:
Ferimentos abertos e infectados ou no;
Queimaduras;
Fissuras da mama (perodo de
amamentao);
Hemorridas;
Afeces da via respiratria (tosse,
bronquites) devido a aco do alcalide
noscapina;
Efeito uricosrico (promove o aumento
da excreo urinria do cido rico).
Contra indicaes:
Gravidez;
Pacientes com constipao intestinal;
Hipotenso arterial;
Diabticos.

PROPRIEDADES MEDICINAIS
Curiosidade:
A tanchagem a nica erva conhecida
que anti-tabgica
Para quem pretende usar esta planta
como meio de se libertar de vcios, h que
mudar a dieta alimentar e proceder a
tratamentos alternativos acupunctura,
massagens teraputicas.

INDICAES POPULARES
Folhas:
Servem como tnico;
Febrfugas;
Adstringentes;
Anti-hemorridais;
Anti-pruriginosa;
Expectorantes;
Purificadoras do sangue.

A planta indicada
essencialmente para:
Pele (picadas de
insectos), garganta e
gengivas sangrentas;
conjuntivites (teris);
Desinterias / diarreias;
Febres;
Dor de ouvido;
Fgado (inflamao);
lceras de estmago.

PREPARAES POPULARES
Folhas: uso externo e interno
Ch: 3 a 4 folhas por chvena de
gua fervida.
Tomar 1 chvena de ch,
3 vezes ao dia, antes das refeies.
Compressas: Compressas de
tanchagem, feitas com ch bem coado
3 compressas por dia

Suco fresco das folhas: Colocar as


folhas frescas amassadas sobre
feridas para favorecer a cicatrizao .
2 vezes por dia
Gargarejos: 1 chvena de ch de
folhas frescas picadas com litro de
gua e uma colher de sopa de sal de
cozinha .
gargarejar 3 vezes ao dia

Razes: uso externo


Suco: pisar as razes e
extrair o suco
(desinfectante)
2 vezes ao dia

OUTRAS APLICAES
Cosmtica
Acne: aplica-se o suco das folhas directamente sobre a zona da
pele afectada, ou as folhas como emplastro.
alivia a dor e combate a inflamao, ajudando a cicatrizar;
aco tonificante.
Culinria As folhas da tanchagem
Bolos;
Refogados de couve;
Acompanhamento de carnes;
Constitui o recheio de omeletes, pastis e rocambole;
Saladas.
Curiosidade: Os chineses fazem uso milenar da tanchagem na
alimentao, principalmente em sopas.

FLAVONIDES
Os flavonides podem ser identificados pelas seguintes classes:

+
O

HO

HO

HO

OH

OH

OH

HO
OH

OH

OH

Flavanona

Flavona
OH

OH
OH
Flavonol

HO

OH

Isoflavona

Antocianidina

OH
HO

OH

OH

OH
OH

HO

OH
HO

OH
OH

Dihidroflavonol

OH
Chalcona

OH

Aurona

Destacam-se as flavonas porque esto presentes na


tanchagem apigenina e a luteolina.
Flavonas incolores no fenlicas
Flavonas amarelas fenlicas
Os metabolitos ArC3(C2)n (flavonides) possuem estrutura
derivada do cido xiqumico (ArC3) e de cadeias de
poliacetato((C2)n)

METABOLISMO DO CIDO
XIQUMICO
HO2C

PEP

P O
PO

CO2H

Condensao
Aldlica
H

HO

OH

H
HO

H+

NAD +
OH

..

HO
OH

OH

Condensao
Aldlica

CO2H

CO2H

HO

OH
cido xiqumico

CO2H

- H2O

NADPH
OH

OH

DAHP

D-Eritrose-4-fosfato

HO

CO2H
O

- HOP

PO

OH
OH

cido 3-desidroxiqumico

OH
OH

cido 3-desidroqunico

METABOLISMO DO CIDO
CORSMICO
H

PEP

CO2H

CO2H

PO

ATP

HO

OH
OH

cido xiqumico

..

PO

OH

CO2H

CO2H

CO2H
H
- HOP

O OPCO2H

EPSP sintetase PO
OH

OH

PO

CO2H

OH
EPSP

cido xiqumico-3-fosfato

- HOP
O

CO2H

O
OH
Corismato

CO2H

OH
cido corsmico

O
Claisen

H+

O
O

OH

O
O
O

OH

OH

H+

Corismato

NH
3
NH2
O

NH

OH

OH

O
[H]

OH

HO
OH

cido cinmico
H-SCoA
-OH
O
SCoA
HO
4-hidroxicinamoil-CoA

H O
2

OH

METABOLISMO DA NARINGENINA
O
O

SCoA

OH

SCoA
O

HO
4-hidroxicinamoil-CoA

3 x malonil-CoA
O

O
Claisen
(chalcona sintetase)

OH
O

HO

OH

naringenina
(uma flavanona)

OH
OH
..

HO

OH

naringenina-chalcona
(uma chalcona)

MECANISMO BIOSSINTTICO DAS


FLAVONAS APIGENINA E LUTEOLINA
OH
O

HO

OH

OH

O2
O

HO

2-oxoglutarato

OH

R = H, naringenina
R = OH, eriodictiol
(flavanonas)

R = H, apigenina
R = OH, luteolina
(flavonas)

HO2C
O

CO2H

R H

HO2C

R OH

HO2C

cido 2-oxoglutarato

cido Succnico

OH

(desidrogenase)
OH
HO

O
H
..

OH
OH

HO

R
OH

Luteolina 3,4,5,7- tetrahidroxiflavona


Apigenina 4,5,7- trihidroxiflavona

CONCLUSO

A raa humana s no se extinguiu ainda, pelo facto,


das plantas medicinais no se terem extinguido. E
desde que comearam a aparecer as enfermidades, os
homens, como lgico, trataram de combat-las como
melhor sabiam. A Natureza foi sem dvida, o primeiro
mdico, o melhor remdio, a primeira farmcia, o
primeiro hospital a que o homem recorreu.
A tanchagem uma de muitas ervas medicinais de cura
famosa, desde a antiguidade at ao nosso quotidiano.
Esta planta tem poderes medicinais, pois na sua
constituio possui substncias qumicas activas no
nosso organismo, se bem que muitas delas funcionam
quando associadas a outras presentes na planta.

CONCLUSO

O uso das plantas medicinais, especialmente a


tanchagem, dadas as suas propriedades medicinais, no
prejudica o organismo, antes o beneficia, purificando-o,
e depende do seu uso prolongado e persistente,
atendendo a que se tratam de produtos naturais. Assim
sendo, as pessoas deviam entender todos os passos
desde o preparo at aplicao de remdios caseiros e
naturalmente a dosagem, de modo a evitar intoxicaes.
O estudo desta planta medicinal estimulou o nosso
interesse em conhecer melhor os seus poderes
medicinais, assim como de outras plantas. Reconhecese assim que a farmcia a horta e o jardim que
temos em nossas casas!

RECEITA Bolinhos de Tanchagem


Ingredientes :
5 folhas de tanchagem ( chvena de folhas picadas);
2 ovos;
3 colheres de sopa de farinha;
gua ou cerveja (suficiente para amolecer a massa);
sal q.b.;
leo para fritura.
Preparao :
Cortar a tanchagem bem fina e juntar os ovos previamente com a
farinha, adicionando a gua ou cerveja e o sal. Em seguida frite em
leo bem quente.
Bom apetite !!!

BIBLIOGRAFIA

www.apisflora.com.br/fitoterapia/tanchagem.htm (21 - 05 - 2003)


www.ervasesaude.hpg.ig.com.br/tanchagem.htm (21 - 05 - 2003)
www.cloudnet.com/~djeans/FlwPlant/CPlantain.htm (22 - 05 - 2003)
www.herbmed.org/Herbs/Herb12.htm (22 - 05 - 2003)
Linnaeus.nrm.se/flora/di/plantagina/plant/planmaj.html (23 05 2003)
www.cnmp.org.br/new/html/medicinal_jul.htm (24 - 05 - 2003)
www.herbario.com.br/atual03/2211subststvervmed.htm (24 - 05 - 2003)
www.dq.fct.unl.pt/qoa/biossin/3i.html (31 - 05 - 2003)
www.agridata.mg.gov.br/tanchagem.htm (31 - 05 - 2003)
Balbach, A., Boarin, D., As Plantas Curam, 1edio, Editora Missionria,
1993.
Dewick, Paul M., Medicinal Natural Products A Biosynthetic Approach,
second edition, John Wiley & Sons LTD, 2002.

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