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Camões 2

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LITERATURA / ALESSANDRA

2021
2
GÊNERO: ÉPICO (Epopeia é um poema do gênero
épico)

 ÉPICO é o gênero literário mais antigo, nasce na antiguidade por volta do século
VII A.C;
 Destaque era Clássica: Homero e Virgílio;
 Na Idade Média Dante Alighieri;
 Tempo verbal sempre passado;
 Presença do sobrenatural;
 Narrativas longas em versos;
 Narra as ações, os feitos memoráveis de um herói histórico ou lendário que
representa uma coletividade.
3
Camões: Os Lusíadas
organização geral do poema
O momento é o Renascimento e corresponde à chegada
da Idade Moderna (e o Classicismo é o nome dado à literatura do
Renascimento) uma época fervilhante, de expansão das fronteiras do
mundo conhecido — expansão no espaço, iniciou-se a investigação
científica do mundo.

O assunto é um grande episódio da conquista dos mares


e avanço sobre terras distantes e desconhecidas: o descobrimento do
caminho marítimo para as Índias
Datadas do ano de 1572, há duas edições de Os Lusíadas,
praticamente idênticas. Não se sabe se as duas foram feitas pelo 4
poeta naquele ano ou se uma delas é falsificação posterior, feita
para iludir a Inquisição (que fora tolerante quando da primeira
edição do poema, mas exigiu alterações em edição posterior).

Organização geral de Os Lusíadas


O poema consta de 10 cantos (cantos são grandes divisões, como capítulos),
cada um com cerca de 100 estrofes de 8 versos cada. A estrofe de 8 versos
decassílabos, com uma ordem especial de rimas, chama-se oitava-rima ou
oitava real. Nela, o primeiro verso rima com o terceiro e o quinto (rima A), o
segundo com o quarto e o sexto (rima B) e o sétimo com o oitavo (rima C).
As cinco partes de Os Lusíadas são: Proposição, Invocação, Dedicatória,
Narração e Epílogo
Texto para as questões de 1 a 7
As armas e os barões assinalados 5
Essa estrofe apresenta oito Que, da Ocidental praia Lusitana,
versos decassílabos, com Por mares nunca dantes navegados
esquema de rimas ABABABCC. Passaram ainda além da Taprobana,
Esse esquema é mantido em Os Em perigos e guerras esforçados
Lusíadas. Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;

E também as memórias gloriosas


Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas valorosas
Se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

(CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas.


Porto: Porto Editora, 2006. p. 71.)
2- As estrofes são um 6
O sujeito das duas primeiras estrofes encontra-se
extenso período que, no oculto (eu), mas
caso, apresenta acentuada pode ser percebido pela desinência de primeira
inversão sintática da ordem pessoa do singular da forma verbal espalharei, no
verso 15.
convencional dos termos da
oração. Tendo isso em
mente:
Cantando espalharei por toda a parte

a) Identifique, nos dois


versos finais da segunda
estrofe, o
sujeito que enuncia o texto.
7
b) Localize o verbo
transitivo direto e os
versos que
O verbo transitivo objetos diretos estão
apresentam a direto é espalhar contidos nos versos de 1 a 14
sequência de objetos
diretos desse verbo.

Cantando espalharei as memórias gloriosas!


VTD OD
O poeta diz que cantará e divulgará os
8
feitos dos soldados e navegadores
ilustres que, partindo das praias de
3- A partir da análise contida Portugal, enfrentaram mares
na questão anterior, resuma desconhecidos e, vencendo perigos e
o guerras, foram além do Ceilão,
que o poeta propõe
fundaram o Império Português do
desenvolver em seu canto,
Oriente e, como consequência, se
ou seja, em
imortalizaram (se libertaram da “lei da
seu poema.
Morte”)
a) à defesa do Cristianismo, que possibilitou a vitória
do Ocidente contra a invasão moura.
9
4- (MODELO ENEM) – b) às grandes navegações, que tiveram como
Os versos “por mares nunca consequência a criação do Império Português.
dantes c) à adoção do paganismo, o que facilitou o equilíbrio
navegados” e “passaram entre a cultura clássica e a católica.
ainda além da Taprobana”
d) às guerras religiosas, que foram resultado das disputas
são por novas terras e novos mercados.

b
referências ao grande fato
heroico narrado em Os e) à incorporação da cultura oriental, que permitiu o
Lusíadas. enriquecimento econômico e cultural europeu.
Esse acontecimento diz
respeito
Os deuses retratados na pintura representam os dois
impulsos que marcam a poesia de Camões: Vênus 10
representa a vertente amorosa (lírica) e Marte, a vertente
bélica (épica).

5-Que relação os versos “e aqueles que por obras


valerosas / se vão da lei da Morte libertando” estabelecem
com o ideal clássico da busca da imortalidade pela fama?

Aqueles que realizaram grandes atos, grandes feitos (“obras


valerosas”), obtêm fama que vai além da própria vida, ou
seja, não são esquecidos após a morte (“se vão da lei da
Morte libertando”). Assim, Camões mantém no seu texto uma
relação de convergência, de concordância com o ideal
Marte e Vênus Unidos pelo Amor (c. 1570), de clássico da busca da imortalidade pela fama.
Paolo Veronese (1528-1588). Óleo sobre tela, 205,7
x 161 cm, Museu Metropolitano de Arte, Nova York.
– Foto grafia: Metropolitan Museum of Art, NY /
Album / Fotoarena.
6- (MODELO ENEM) – Uma das características de uma obra literária é a
ligação que estabelece com o espírito de seu tempo. Esse fenômeno pode ser
percebido na primeira metade da segunda estrofe, pois nela Camões tematiza 11
a) o espírito das Cruzadas reencarnado na Expansão Marítima, que consistia na conciliação da expansão do
Cristianismo com a conquista de territórios de povos seguidores de outras religiões.

b) o estabelecimento do Absolutismo, fruto do Estado português, que impôs o controle necessário para a
glorificação do monarca como indivíduo capaz de engrandecer a nação.
Por favor, traga para a aula
todos os diasde um Estado de base religiosa, vinculado às propostas da Contrarreforma, que se fortaleceram por
c) a criação
meio da obsessão pela luta contra os avanços dos povos muçulmanos no território europeu.

d) o surgimento da Renascença, engrandecida pela riqueza comercial europeia, que possibilitou aos artistas a
liberdade criativa, afastando-se de paradigmas greco-romanos.

e) a invenção da Imprensa, ocorrida poucos anos antes da publicação do poema, o que permitiu que os grandes
feitos heroicos de um rei e de seu povo fossem registrados e lidos pelo povo.
12
d) narração dos grandes feitos heroicos de um povo.

7-(MODELO ENEM) – Coerente com o espírito do Classicismo, Camões faz de Os Lusíadas a manifestação,
na era Moderna, do gênero épico, mais precisamente da epopeia. Tal vinculação a esse gênero literário já é
percebida nas estrofes acima pelo fato de anunciarem a

a) dramatização dos conflitos de uma dinastia.

b) atualização de postura e ideologia religiosa.

c) conciliação do universo pagão com a ideologia cristã.

d) narração dos grandes feitos heroicos de um povo.

e) confissão do sentimento de orgulho individual.


13
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram; 8- (MODELO ENEM) – O
Cale-se de Alexandro e de Trajano Renascimento, movimento do qual Os
A fama das vitórias que tiveram; Lusíadas fazem parte, retomou os ideais
Que eu canto o peito ilustre Lusitano, dos povos da
A quem Netuno e Marte obedeceram. Antiguidade Clássica. No entanto, essa
Cesse tudo o que a Musa antiga canta, busca não se
Que outro valor mais alto se alevanta. manifestou como mera cópia da arte dos
gregos e dos romanos, mas como um
esforço de superação desse modelo,
o que se percebe na estrofe acima
quando o eu poemático
afirma que
(CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas.
Porto: Porto Editora, 2006. p. 71.)
14
a) Os Lusíadas igualaram os feitos literários encontrados
na Odisseia e na Eneida.

b) os portugueses foram mais obedientes a Netuno e


d) os feitos de Portugal Marte do que os povos clássicos.
superam os de Ulisses, os
c) os lusitanos são mais civilizados que os gregos, por
de Eneas e os de controlarem o impulso guerreiro.
Alexandre.
d) os feitos de Portugal superam os de Ulisses, os de
Eneas e os de Alexandre.

e) os valores do Cristianismo são mais fortes e perenes


que os da mitologia clássica.
15
9-(MODELO ENEM) – Os versos acima são de Virgílio
(70-19 a.C.) e fazem parte de uma das maiores obras da
literatura da Roma Antiga. A leitura desses versos permite
Canto as armas e o varão que, perceber que existe entre a obra épica de Virgílio e a de
impelido pelo Destino, Veio Camões
primeiro das plagas de Troia
para a Itália. a) elogio ao mesmo herói.

b) homenagem ao Reino Português.


(Virgílio, Eneida) c) relação de intertextualidade.

d) utilização de métrica semelhante.

c) relação de e) compartilhamento do contexto histórico.


intertextualidade.
16
Retrato de D. Sebastião (1571-74), de Cristóvão de Morais
(1539-1580). Óleo sobre tela, 100 x 85 cm, Museu Nacional de
Arte Antiga, Lisboa. – Fotografia: Bridgeman Images /
Fotoarena.

D. Sebastião (1554-1578) é representado neste retrato aos 17 anos.


Em seu reinado e sob sua proteção, Camões publicou Os Lusíadas. O
rei foi protagonista do desastre militar
de Alcácer-Quibir, em 1578, no norte da África
Os homens de pulmões martirizados
Que, de uma simples tosse renitente,
Por contínuos acessos torturados
17
Passaram inda além da febre ardente;
Em perigos de vida atormentados,
Mais de quanto é capaz um pobre doente,
Entre vários remédios encontraram
O Bromil que eles tanto sublimaram

II
E também as memórias gloriosas
Dos Doutores que o foram receitando,
Com fé no seu império e milagrosas
Curas foram nos clientes operando;
E os que o Bromil por formas misteriosas
Vive da lei da morte libertando,
Cantando espalharei por toda a parte
Se a tanto me ajudar engenho e arte.

(Revista Fon Fon, Rio de Janeiro, 15 de jun. 1918, p. 9.)


10- O texto acima é o início do poema “Bromilíadas”, composto por Bastos Tigre (1882-1957) para
fazer propaganda de uma marca de xarope. Nessas estrofes, percebe-se que o autor tornou sua
18
publicidade expressiva por meio da

a) exposição das limitações da arte brasileira.

b) retomada da grandiosidade dos feitos épicos.

c) denúncia da hipocrisia das relações comerciais.

d) imitação humorística do texto camoniano.

e) crítica ao materialismo das relações humanas

d) imitação
humorísica
do texto
camoniano.
19

Rigor formal:

Idealização da mulher

Valorização de elementos greco-


latinos:

Figuras de linguagem:

Antropocentrismo
20
Escultura alegórica do Gigante Adamastor (1927),
de Júlio Vaz Júnior (1877-1963). Escultura em
mármore azulino, Jardim do Alto de Santa Catarina,
Lisboa. – Fotografia: JB-2078 / Alamy / Fotoarena.

Figura monstruosa imaginada por Camões e descrita em Os


Lusíadas, o Gigante Adamastor é símbolo do Cabo das Tormentas.
Na alegoria acima, modelada como a reproduzir a erosão do mar, o
artista imprimiu
à obra um sentido próprio, uma leitura subjetiva, como se
comprova no subtítulo “A Visão do Estatuário”, ao colocar à
sombra do gigante uma pequena representação em bronze de um
homem (o próprio escultor), para expressar a fragilidade da vida
humana
Não acabava, quando hu˜ a figura
Se nos mostra no ar, robusta e válida,
De disforme e grandíssima estatura; 21
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má, e a cor terrena e pálida;
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos.
(...)
E disse: “Ó gente ousada, mais que quantas
No mundo cometeram grandes cousas,
Tu, que por guerras cruas, tais e tantas,
E por trabalhos vãos nunca repousas,
Pois os vedados términos quebrantas
E navegar meus longos mares ousas,
Que eu tanto tempo há já que guardo e tenho,
Nunca arados de estranho ou próprio lenho.

(CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas.


Porto: Porto Editora, 2006. p. 203.)
2- (MODELO ENEM) – O oitavo verso da segunda estrofe — “Nunca arados de estranho ou
próprio lenho” —, bem como o terceiro do texto anterior — “Os mares nunca de outrem
22
navegados” —, funcionam como um eco do terceiro verso da Proposição de Os Lusíadas —
“por mares nunca dantes navegados”. Assim, todos eles se assemelham a um refrão, que
destaca o grande feito histórico português narrado no poema épico camoniano, que diz respeito

a) à conquista das rotas comerciais dos venetos.

b) ao sucesso lusitano na invenção da navegação.

c) à colonização do Brasil no século XVI.

d) ao triunfo da Expansão Marítima Portuguesa.

e) à expulsão dos mouros de Lisboa.

Ao triunfo da Expansão Marítima Portuguesa


3- (MODELO ENEM) – Os Lusíadas, como epopeia, assumem a função de narrar de forma 23
enaltecedora os feitos de um povo, no caso o português. É por isso que até seu inimigo, o
Gigante Adamastor, engrandece essa nação, ao

a) elogiá-la, quando a chama de “gente ousada”, mais que todas.

b) reconhecer-lhe o direito aos territórios marítimos.

c) preveni-la da destruição à que está sujeita.

d) garantir-lhe a primazia diante dos demais povos.

e) oferecer-lhe submissão à política imperialista.

Elogiá-lo, quando a chama de “gente ousada”, mais que todas


Sabe que quantas naus esta viagem
Que tu fazes, fizerem, de atrevidas,
Inimiga terão esta paragem, 24
Com ventos e tormentas desmedidas!
E da primeira armada, que passagem
Fizer por estas ondas insofridas,
Eu farei de improviso tal castigo,
Que seja mor o dano que o perigo!

Aqui espero tomar, se não me engano,


De quem me descobriu suma vingança.
E não se acabará só nisto o dano
De vossa pertinace confiança:
Antes, em vossas naus vereis, cada ano,
Se é verdade o que meu juízo alcança,
Naufrágios, perdições de toda sorte,
Que o menor mal de todos seja a morte!

(CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas.


Porto: Porto Editora, 2006. p. 203-204.)
4- No texto apresentado, o Gigante Adamastor, irado com o atrevimento de Vasco da Gama e
seus marinheiros, profetiza castigos aos portugueses. Na primeira estrofe, ele se refere a 25
Pedro Álvares Cabral, que, em 1500, depois de descobrir o Brasil, será exposto a muito
sofrimento em uma tempestade no Cabo das Tormentas. A segunda estrofe se refere a
Bartolomeu Dias, que desaparecerá nessa mesma região também em 1500. Tendo em mente o
processo de construção de Os Lusíadas, como se explica a veracidade das profecias de
Adamastor?

A viagem de Vasco da Gama ocorreu em 1497/1498, muitos anos


antes da publicação de Os Lusíadas, em 1572. Assim, as profecias
do Gigante Adamastor nada mais são do que relatos históricos já
acessíveis ao autor
O MOSTRENGO

O mostrengo que está no fim do mar 26


Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: “Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tetos negros do fim do mundo?”
E o homem do leme disse, tremendo:
“El-Rei D. João Segundo!”
(...)

Três vezes do leme as mãos ergueu,


Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
“Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um Povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!”
(PESSOA, Fernando. Mensagem.
In: Obra Poética. 3. ed. Rio de Janeiro:
Editora Nova Aguilar, 2001. p. 79-80.)
5-Mensagem (1934), de Fernando Pessoa, dialoga com Os Lusíadas, de Luís de Camões, como
atesta o poema apresentado, que mantém relação de intertextualidade com o episódio do
27
Gigante Adamastor. A resposta que a personagem pessoana dá ao Mostrengo retoma o caráter
da epopeia
camoniana porque apresenta

a) uma simbologia que expressa tendência mística.

b) um herói que representa uma coletividade.

c) uma arrogância que provém de espírito destemido.

d) um discurso que valoriza o diálogo entre iguais.

e) uma narrativa que revela apelo à mitologia clássica

Um herói que representa uma coletividade


(...) Fernando Pessoa levantou-se, entreabriu as portadas da janela, olhou para 28
fora, Imperdoável esquecimento, disse, não ter posto o Adamastor na Mensagem,
um gigante tão fácil, de tão clara lição simbólica, Vê-o daí, Vejo, pobre criatura,
serviu-se o Camões dele para queixumes de amor que provavelmente lhe
estavam na alma, e para profecias menos do que óbvias, anunciar naufrágios a
quem anda no mar, para isso não são precisos dons divinatórios particulares,
Profetizar desgraças sempre foi sinal de solidão, tivesse correspondido Tétis ao
amor do gigante e outro teria sido o discurso dele.

(SARAMAGO, José. O Ano da Morte de Ricardo Reis.


Rio de Janeiro: Record, 1984. p. 228-229.)
6- (MODELO ENEM) – Tanto a literatura moderna quanto a contemporânea costumam retomar
a tradição cultural, fazendo uma releitura. Esse processo pode ser percebido na obra O ano da
morte de Ricardo Reis, de José Saramago, na fala da personagem Fernando Pessoa que
29

a) desconsidera o platonismo amoroso que Camões desenvolveu nos episódios de Os


Lusíadas.

b) troca a simbologia heroica do episódio do Gigante Adamastor por um sentido de base


emotiva.

c) transforma a atitude bélica do épico camoniano em uma postura entre cômica e irônica.

d) elimina o caráter pagão típico do épico, introduzindo a ideologia cristã.

e) adapta os assuntos da narrativa mitológica clássica ao cotidiano urbano contemporâneo.

Troca a simbologia heroica do episódio do Gigante Adamasrtor por um sentido de base emotiva
30
Saturno Devorando um Filho (1819-1823),
De Francisco de Goya (1746-1828). Técnica mista sobre
reboco, transferido para tela, 143,5 x 81,4 cm, Museu do
Prado, Madri. – Fotografia: Interfoto / A. Koch / Fotoarena.

Por todos os tempos, o homem sempre transformou os


monstros em metáforas de seus medos profundos. Em
Camões, o titã Adamastor aparece como representação do
medo do desconhecido do mar, que estava sendo dominado
graças à Expansão Marítima Portuguesa. Em Goya (1746-
1828), Saturno representa o caráter destruidor. Em
Saramago (1922-2010), a monstruosidade surge no
reaproveitamento da personagem camoniana, agora
apequenada por meio de outra
significação: o tenebroso medo da solidão.

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