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Aula 8 - Ensaio de Materiais US

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Ensaios de Materiais – Ultra Som

Ensaio por Ultra Som


OBJETIVO

Método não destrutivo no qual um feixe sônico de alta


freqüência é aplicado no material a ser inspecionado
com objetivo de detectar descontinuidades internas,
porém, em alguns casos detectam-se também as
descontinuidades superficiais.

Inspeção por
ultra-som da
chapa de um
tubo
Ensaio por Ultra Som
PRINCÍPIO BÁSICO DO ENSAIO ULTRA-SÔNICO

Aparelho de Ultra Som Transdutor

Peça

Descontinuidade
Ensaio por Ultra Som
APLICAÇÕES

• Detecção e avaliação de descontinuidades internas;


• Detecção de descontinuidades superficiais
• Medição de espessuras;
• Controle da taxa de corrosão;
• Determinação de certas propriedades físicas,
características da micro e macroestrutura e estimativa
tamanho de grão.
Ensaio por Ultra Som
VANTAGENS

• Alta sensibilidade;
• Rapidez na elaboração de laudos;
• Não requer cuidados específicos quanto a segurança
operacional;
• Grandes espessuras não são limitantes para o ensaio;
• Permite definir a profundidade e o tamanho da
descontinuidade.
Ensaio por Ultra Som
LIMITAÇÕES

• Requer grande conhecimento teórico e experiência


por parte do inspetor;
• O registro permanente não é facilmente obtido;
• Faixas de espessuras muito finas, constituem uma
dificuldade para a aplicação do método
• Requer o preparo da superfície, e em alguns casos
existe a necessidade de remover o reforço de solda.
Ensaio por Ultra Som
ONDAS MECÂNICAS

Denomina-se por onda mecânica a perturbação que se


propaga em um meio material.
Ensaio por Ultra Som
ONDAS MECÂNICAS

As ondas mecânicas são originadas pela deformação de


uma região de um meio elástico, que é perturbado por
esta deformação, e então, dá-se origem a uma onda.
Ensaio por Ultra Som
ONDAS MECÂNICAS

Uma onda mecânica


transfere energia de um
ponto a outro do meio
em que se propaga, sem
contudo, transportar
massa entre esses
locais.
Ensaio por Ultra Som
ONDAS MECÂNICAS PERIÓDICAS

 - COMPRIMENTO DE ONDA
Ensaio por Ultra Som
PROPRIEDADES DAS ONDAS MECÂNICAS

- PERÍODO (P)
- FREQUENCIA (f) 1
P
- AMPLITUDE (A) f
- COMPRIMENTO DE ONDA ()
- VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO (v)
- IMPEDÂNCIA ACÚSTICA (Z)
Ensaio por Ultra Som
VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DE UMA ONDA
MECÂNICA

• Definimos velocidade de propagação como sendo


a distância percorrida pela onda na unidade de
tempo (m/s)
• É uma característica do meio, sendo constante
independente da freqüência
Ensaio por Ultra Som
RELAÇÃO ENTRE AMPLITUDE E INTENSIDADE
SONORA DE ONDA MECÂNICA
Ensaio por Ultra Som
RELAÇÃO ENTRE AMPLITUDE E INTENSIDADE
SONORA DE ONDA MECÂNICA
Ensaio por Ultra Som
TIPOS DE ONDAS ULTRA SÔNICAS (ULTRA-SOM
TRADICIONAL)

Ondas Longitudinais ou ondas de compressão: se


propagam nos sólidos, líquidos e gases. É a onda de
maior velocidade de propagação.

Ondas Transversais ou de cizalhamento: se propagam


somente nos sólidos. Sua velocidade é
aproximadamente 50% da onda Longitudinal.
Ensaio por Ultra Som
ONDAS LONGITUDINAIS
Ensaio por Ultra Som
ONDAS TRANSVERSAIS
Ensaio por Ultra Som
CLASSIFICAÇÃO DAS FREQUÊNCIAS

- Abaixo 20 Hz (Infra-Som)
- De 20 a 20.000 Hz (Som)
- Acima de 20.000 Hz (Ultra-Som)
Ensaio por Ultra Som
FREQUÊNCIAS USUAIS APLICADAS PELOS
APARELHOS DE ULTRA-SOM INDUSTRIAIS:

- Faixa utilizada: de 0,5 a 25 MHz

- Freqüências mais utilizadas: 2, 4 e 5 MHz


Ensaio por Ultra Som
PRINCÍPIO FÍSICO FUNDAMENTAL PARA O ESTUDO
DAS ONDAS
Ensaio por Ultra Som
EXEMPLO: Uma onda Longitudinal, com freqüência de 2
MHz, no aço apresentará um comprimento de onda de ?

 = V / F   = 5920 / 2 x 10 6 (metros)
 = 2950 x 10 -6 ou 2,95 mm
Ensaio por Ultra Som

IMPORTANTE:
Em geral, o menor tamanho de uma descontinuidade
que pode ser detectada pelo ensaio de ultra-som é da
ordem de /2.
Ensaio por Ultra Som
Exemplo: Se inspecionarmos uma peça de aço carbono
comum (v = 5900 m/s) com um transdutor de freqüência
2 MHz para uma onda longitudinal, qual será o menor
tamanho de descontinuidade que será detectada?

V  f
V 5900
   0,0029m  2,9mm
f 2000000
Menor tamanho de descontinuidade   2,9  1,45mm
será aproximadamente de 2 2
Ensaio por Ultra Som
IMPEDÂNCIA ACÚSTICA (z)

É definida como o produto da massa pela velocidade


sônica do material e é utilizado no ensaio por ultra-som
para calcular as quantidades de energia refletida e
transmitida quando ocorre a incidência de um feixe
ultra-sônico em uma interface.
Ensaio por Ultra Som
IMPEDÂNCIA ACÚSTICA (z)
Ensaio por Ultra Som
Na prática, quanto maior for a diferença entre as
impedâncias acústicas de dois meios, menor é
probabilidade de uma onda ser transmitida ou refratada.

Onda Onda refletida


incidente

Meio 1

Meio 2

Onda transmitida ou
refratada
Ensaio por Ultra Som
Para estimar o percentual de energia que será refletida
ou transmitida, aplicam-se as seguintes relações:

Percentual de energia Percentual de energia


refletida (R) transmitida (T)
 Z 2  Z1 2
4  Z 2  Z1
R  100% T  100%
 Z 2  Z1  2
 Z 2  Z1  2

Lembrando que:

R  T  100%
Ensaio por Ultra Som
Exemplo: Determinar a parcela de energia refletida e
refratada, numa condição tal que, um transdutor emite
ondas longitudinais sobre uma lamina de água que está
sob uma peça de aço?
O aço e a água possuem impedâncias 46,0x10 6 e 1,48x106 kg/m2s, respectivamente.

R
 Z 2  Z1 
2
100% R  T  100%
 Z 2  Z1  2
88%  T  100%
R
 46  1,48
2
100% T  12%
 46  1,48 2

R  88%
Ensaio por Ultra Som
TRANSDUTORES Aparelho tradicional
A função de um transdutor
é tanto de emitir pulsos
ultra-sônicos quanto
recebê-los.

O principal elemento de
um transdutor é o cristal
piezelétrico.

transdutor
Ensaio por Ultra Som
Classificação dos transdutores ultra-sônicos com
relação a:

emissor normal
 b) Tipo de

a) Função receptor
emissor / receptor
incidência angular

d) Tipo de direto
c) Número de  Monocristal 
 contato imersão
cristais  Duplocristal
Ensaio por Ultra Som
CABEÇOTE NORMAL
Um cabeçote ou transdutor normal somente emite
ondas mecânicas longitudinais.
Ensaio por Ultra Som
CABEÇOTE NORMAL: INCIDÊNCIA NORMAL
Ensaio por Ultra Som
CABEÇOTE NORMAL: INCIDÊNCIA NORMAL

• A quantidade de energia refletida ou transmitida


depende da diferença entre as impedâncias do
meio 1 e meio 2;

• quanto maior a diferença menor a transmissão.


Ensaio por Ultra Som
CABEÇOTE DUPLO CRISTAL OU SE
Ensaio por Ultra Som
CABEÇOTE DUPLO CRISTAL: INCIDÊNCIA LEVEMENTE
OBLÍQUA

transdutor
Para os transdutores
duplo cristal, as ondas
emitidas são do tipo
longitudinal.
emissor receptor

peça
Ensaio por Ultra Som
CABEÇOTE ANGULAR
Ensaio por Ultra Som
CABEÇOTE ANGULAR: INCIDÊNCIA OBLÍQUA

Nos cabeçotes ou transdutores


angulares, os fabricantes
posicionam o cristal em um
ângulo crítico tal que as ondas
longitudinais se tornem
superficiais, minimizando assim
as interferências na recepção
do sinal. Portanto, um cabeçote
angular somente emite ondas
transversais.
Ensaio por Ultra Som
EFEITO PIEZOELÉTRICO

Efeito Piezelétrico é caracterizado pela


propriedade de certos cristais de transformar
energia elétrica em mecânica ou vice–versa.

ENERGIA ENERGIA
MECÂNICA ELÉTRICA
Ensaio por Ultra Som
EFEITO PIEZOELÉTRICO

Esquema
mostrando efeito
piezelétrico sob
ação aplicação
de voltagens
características.

Observação: os cristais com o uso e os efeitos do tempo


envelhecem, ou seja, estes elementos perdem sua
capacidade piezelétrica.
Ensaio por Ultra Som
MATERIAIS PARA CONFECÇÃO DE CRISTAIS PIEZOELÉTRICOS

Materiais Piezelétricos comuns são:

- Quartzo (cristal natural)


- Sulfato de Lítio (hidratado)
- Titanato de Bário (sintetizado)
- Metaniobato de Chumbo (sintetizado)
- Titanato Zirconato de Chumbo (sintetizado)
Ensaio por Ultra Som
EFEITO PIEZELÉTRICO DIRETO E INDIRETO
Ensaio por Ultra Som
CAPACIDADE DE DETECÇÃO

Para se avaliar a capacidade de detecção de um


transdutor é conveniente analisarem-se as seguintes
características:

- Sensibilidade

- Resolução

- Eficiência
Ensaio por Ultra Som
PROPAGAÇÃO DAS ONDAS SONORAS NOS MATERIAIS

- Um feixe sônico não apresenta uma forma uniforme


quando se propaga num meio material. Ele é divergente
e sua intensidade varia conforme a distância do
transdutor.

- A velocidade de propagação das ondas e sua


freqüência não são alteradas com o aumento da
distância ao cristal;

- Quanto mais distante do transdutor, menor será a sua


intensidade do feixe sônico.
Ensaio por Ultra Som
PROPAGAÇÃO DAS ONDAS SONORAS NOS MATERIAIS
Ensaio por Ultra Som
PROPAGAÇÃO DAS ONDAS SONORAS NOS MATERIAIS
Ensaio por Ultra Som
EFEITOS DA DIVERGÊNCIA SOBRE A DETECÇÃO
Ensaio por Ultra Som
ZONA DE FRESNEL OU CAMPO PRÓXIMO
Ensaio por Ultra Som
COMPRIMENTO DA ZONA DE FRESNEL OU DO CAMPO
PRÓXIMO

2 f
N  DEF 
4V
Ensaio por Ultra Som
Exemplo: Calcule o comprimento do campo próximo de
um transdutor normal com diâmetro 10 mm e freqüência
de 4 MHz, quando inspecionando aço.

2 f
N  DEF 
4V
4 10 6
N  (0,97 10)  2
 16mm
4  5900 10 3
Ensaio por Ultra Som
CLASSIFICAÇÃO DAS ZONAS SÔNICAS

- Região (1) , onde pequenas descontinuidades são difíceis de serem


detectadas (campo próximo);
- Região (2), as descontinuidades maiores que o comprimento de onda
podem ser detectadas (zona de transição);
- Região (3), onde qualquer descontinuidade compatível com a metade do
valor do comprimento de onda pode ser detectada (campo distante).
Ensaio por Ultra Som
ATENUAÇÃO SÔNICA

A onda sônica ao percorrer um material qualquer sofre


perdas de energia ou intensidade sonora em função da:
- Dispersão do feixe sônico: ocorre em razão do desvio
de partes do feixe por pequenos refletores existentes no
interior dos materiais tais como grãos, vazios,
inclusões, etc.
- Absorção: uma parte da energia ultra-sônica é perdida
por atrito, transformando-se em calor. Esse "atrito
interno" aumenta com o aumento da freqüência da
onda.
Ensaio por Ultra Som
ATENUAÇÃO SÔNICA

A ATENUAÇÃO SÔNICA É A
PRINCIPAL RESPONSÁVEL
PELAS PERDAS DE ENERGIA
QUE OBSERVAMOS NA TELA
DE UM APARELHO DE
ULTRA-SOM, OS ECOS DE
RETORNO SÃO CHAMADOS
DE GANHO.

GANHO DE 50% GANHO DE 20%


Ensaio por Ultra Som
CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE DIVERGÊNCIA E
ATENUAÇÃO
- Quanto menor o diâmetro do cristal, maior será a
divergência;

- Os transdutores de baixa freqüência possuem menor


capacidade de detectar descontinuidades que os de
alta freqüência, e ainda apresentam maior divergência;

- Os transdutores de alta freqüência normalmente


apresentam maiores atenuações sônicas e
interferências nos sinais de retorno.
Ensaio por Ultra Som
MEDIÇÃO DE ESPESSURA

Espessura = Tempo do pulso sônico x Velocidade do som

2
Ensaio por Ultra Som
BLOCO DE CALIBRAÇÃO PARA MEDIÇÃO DE
ESPESSURA
Ensaio por Ultra Som
ULTRA-SOM CONVENCIONAL
Ensaio por Ultra Som
ULTRA-SOM CONVENCIONAL: TÉCNICA PULSO - ECO
Ensaio por Ultra Som
ULTRA-SOM CONVENCIONAL: TÉCNICA DA TRANSPARÊNCIA
Ensaio por Ultra Som
TRANSPARÊNCIA VERSUS PULSO ECO

• Pulso Eco - permite avaliar a morfologia e localização


da descontinuidade (tipo, profundidade e tamanho)

• Transparência - só é possível monitorar a existência


de uma descontinuidade pelo comportamento do eco
de fundo, não sendo possível localizar ou avaliar a
descontinuidade. Para se manter a correta posição
dos transdutores é necessário um sistema de
varredura mecanizado.
Ensaio por Ultra Som
ULTRA-SOM CONVENCIONAL: TÉCNICA DO IMPULSO-ECO POR
IMERSÃO

A - Eco da interface Água-peça


B - Eco da descontinuidade
C - Eco de fundo da peça
Ensaio por Ultra Som
ULTRA-SOM CONVENCIONAL: TELA A-SCAN
Ensaio por Ultra Som
ULTRA-SOM CONVENCIONAL: TELA A-SCAN
Ensaio por Ultra Som
ULTRA-SOM: TELA B-SCAN
B-Scan - É muito útil para análise de corrosão em peças
e tubos e chapas pois o perfil da espessura é vista
diretamente na tela.
Ensaio por Ultra Som
ULTRA-SOM: TELA C-SCAN
C-Scan - neste tipo de
apresentação a tela do
aparelho mostra a peça no
sentido "planta" ou seja a
vista de cima da peça. A
varredura do transdutor,
geralmente mecanizada,
mostra as indicações na tela
do aparelho visualizadas por
cima, no entanto o software
permite que seja obtido mais
informações sobre cada uma
das indicações, tal como
profundidade, amplitude, etc...
Ensaio por Ultra Som
ULTRA-SOM: TELA S-SCAN

A varredura é efetuada
sem movimento do
transdutor. O feixe
sonico é produzido
angularmente pelo
transdutor mostrando
na tela a posição das
indicações a partir do
centro do transdutor.
Ensaio por Ultra Som
CALIBRAÇÃO: BLOCO PADRÃO V1
Ensaio por Ultra Som
CALIBRAÇÃO: BLOCO PADRÃO V2
Ensaio por Ultra Som

IFES – Campus Aracruz – 2009/2

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