Graciliano Ramos
Graciliano Ramos
Graciliano Ramos
Seguindo a marca do Modernismo de 30, Graciliano mantinha uma postura crítica dos
problemas estruturais e sociais do Brasil.
Graciliano era pessimista em relação à humanidade e transmitia isso pelos seus contos. Ele
sempre colocava suas personagens em constante melancolia. Em sua narrativa ele também
mantém uma postura de análise psicológica do ser humano aliada ao seu tipo social.
Ele acreditava que o homem é construído pelo meio em que vive. Armado dessa filosofia,
Graciliano deixa claro que nunca é o protagonista que tem algo de errado, mas toda a
sociedade em que ele vive e todas as pessoas presentes ali.
Assim, se você encontrar um texto super pessimista, com altas reflexões sobre a psyché dos
personagens. Provavelmente retratando os problemas do interior nordestino de forma que
tudo parece estar errado de alguma forma e sem perspectivas de melhora. E além disso, tudo
relatado de forma direta e objetiva, provavelmente você está lendo um de seus contos.
CAETÉS
A trama se desenrola em Palmeira dos Índios; nesta pequena
cidade de Alagoas, gerida por Graciliano entre 1928 e 1930,
o adultério é logo descoberto pelo marido, através de uma
carta enviada por um remetente anônimo. Deprimido, Adrião
toma uma trágica decisão e dá fim à própria vida. João,
consumido pelo remorso, abandona sua amada, mas preserva
sua posição de sócio da empresa.
Graciliano escolhe o título de seu livro ao realizar uma
analogia metafórica entre o nativo caeté consumindo
antropofagicamente o Bispo Sardinha, no século XVII, e o
lado selvagem de João Valério ao tragar avidamente, no
amor, o adversário Adrião. O próprio protagonista, ao fazer
uma autoanálise, se vê como um ser dominado pelos
instintos.
O leitor, ao percorrer as páginas deste livro, poderá perceber
que o autor, nesta sua primeira tentativa literária, realiza, na
verdade, uma intencional preparação para as demais obras,
como Vidas Secas e Angústia, mais conhecidas e bem-
acabadas. Ele é elaborado com menos esmero, mais rapidez e
sem o cuidado com que as publicações posteriores serão
agraciadas.
Caetés é como um fruto tardio de uma árvore já consumida
pelo tempo, neste caso, o movimento naturalista em seus
últimos estertores. É possível encontrar, em seu enredo,
ingredientes típicos da literatura realista convencional, não só
na forma, mas também no conteúdo.
O escritor retrata, em suas páginas, o dia-a-dia da cidade que,
por um breve tempo, administrou. As características mais
triviais de sua rotina, nada sublimes e heroicas, são
representadas nesta história. Graciliano se preocupa em
refletir, na sua obra, as interações sociais que se estabelecem
no perímetro deste município.
As tintas que delineiam os personagens, com exceção do protagonista, são apenas
superficiais, destacando somente suas características externas. Mais que a maneira de agir de
cada um, destacam-se seus aspectos físicos e as virtudes corporais, tais como as feições,
tiques nervosos, o formato das mãos, entre outros sinais.
ANGÚSTIA
Angústia é um romance de
Graciliano Ramos lançado em
1936 que pertence à segunda fase
do modernismo brasileiro.
É uma das obras de destaque do
escritor alagoano e traz uma
narrativa em primeira pessoa que
consegue aliar romance
psicológico com críticas sociais.
RESUMO E ANÁLISE DA
OBRA
A partir daí, na parte final, o leitor mergulha ainda mais profundamente nos delírios
do protagonista, acompanhando seus pensamentos agitados e confusos, pois seu
grande temor era ser descoberto.
Em um primeiro momento, o desfecho da obra pode parecer confuso, mas pelo fato
desse ser um “romance circular”, ao voltar ao primeiro capítulo é possível entender
de fato o que aconteceu.
PERSONAGENS PRINCIPAIS
Luís da Silva: protagonista e narrador. Funcionário público que vive em uma pensão
e vem de uma família tradicional decadente.
Marina: moça jovem e deslumbrada por quem Luís se apaixona.
Julião Tavares: rapaz rico que trabalha no mesmo jornal de Luís e se envolve com
Marina.