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Filosofia - Aula 02

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FILOSOFIA

Prof. LUCAS MATTOS


E-mail: lucasbmattos@hotmail.com
Antes do Surgimento da Filosofia
• Contexto Histórico Grego
• Período Homérico (Séculos XII a VIII a.c.) – Era dos mitos em que
foram escritos e difundidos na sociedade grega.
• Poemas como Ilíada e Odisseia – expressam os modos da civilização
grega da época (costumes, agricultura, estrutura social etc.)
• Organizações em grandes famílias (Genos), sob a autoridade do
Patriarca (Páter Familia).
• Com o crescimento dos Genos e a falta do desenvolvimento de
métodos mais modernos de agricultura houve fome e guerra entre
Genos, que daria lugar futuramente a aglomerações maiores e de poder
mais difuso denominadas de Pólis.
Os Mitos nas Poesias Gregas
Contornos Essenciais dos Mitos Gregos

oExplicação fantasiosa, narração, recurso aos deuses.


oO mito não tem racionalidade em si.
oEle recorre a uma autoridade de origem do poeta-rapsodo (ex: Homero e Hesíodo)
- é mais importante quem fala do que o argumento ou explicação em si.
oIdeal do homem – Guerreiro belo e bom (virtuoso), que não teme a morte, que tem
o dom da palavra.
oIntervenção divina nos êxitos e derrotas dos homens.
oCaracterísticas: limitados, incoerentes, contraditórios, inquestionáveis.
oEstrutura: Forças Divinas, Alianças e Rivalidades, Recompensas e Castigos.
oNa busca de um princípio fundante e ordenador de todas as coisas, como ocorre na
mitologia grega, a narrativa mítica justifica as bases de legitimação de organização
política e de coesão social.
Mito x Filosofia
• Escrita Alfabética  O fato de os grandes mitos estarem registrados em poesias
escritas possibilitava que houvesse debate acerca dos mesmos, o que era uma
situação completamente nova.

• Os primeiros filósofos gregos criticavam a narrativa feita por Homero porque os


deuses eram muito parecidos com os homens, e porque eles eram tão egoístas ou
rudes como nós. Pela primeira vez alguém disse que os mitos talvez não
passassem de histórias humanas.

• Xenófanes em 570 a.C. disse: “Os homens criaram os deuses à sua própria
semelhança. Eles acham que os deuses nascem, possuem uma forma idêntica,
vestem-se e falam uma língua semelhante à nossa. Os negros dizem que seus
deuses são igualmente negros, enquanto os trácios acham que eles têm olhos
azuis e são loiros. Sim, se bois, cavalos e leões soubessem desenhar, seus deuses
seriam representados como bois, cavalos e leões!”
Democracia Ateniense
•Todo conhecimento é contextual  não se cria no vazio ou de forma apriorística,
mas em um dado momento histórico e contexto econômico/social.
•Por volta dos séculos VI e V a.C. os gregos fundam colônias no sul da Itália e na
Ásia Menor. Os escravos faziam todo o trabalho pesado, e os cidadãos livres
dedicavam seu tempo à vida política e à cultura.
•O ócio e o ambiente urbano possibilitou um salto na maneira de pensar. Cada
indivíduo podia questionar a organização da sociedade.
•Portanto, estava em poder de todos elaborar questões filosóficas e buscar as
respostas sem precisar recorrer aos mitos.
•Pode-se dizer que houve uma evolução do pensamento mítico para um pensamento
embasado na experiência e na razão.
Democracia Ateniense
•Outros fatores históricos:
oCalendário  Observações acerca da Mudança de Estações
oNavegações do povo grego – contato com povos e culturas diversas. Ampliação da
sua visão de mundo.
oMoeda e Comércio – Abstração do valor. Estrutura social e econômica mais
complexa. Demandando espaço para novas classes sociais.
oO desenvolvimento da complexidade da sociedade torna os mitos obsoletos.
oCriação da Política – Pólis ética (debate público sobre o modo de ser da pólis –
cidade) – Debate Público na Ágora – A Palavra pode ser questionada e avaliada
para além da autoridade de quem fala.
oA Filosofia é uma criação social que se estrutura como produto gestado durante
séculos de transformação da realidade social grega.
Democracia Ateniense
“A derrocada do sistema micênico ultrapassa, largamente, em suas consequências, o
domínio da história política e social. Ela repercute no próprio homem grego;
modifica seu universo espiritual, transforma algumas de suas atitudes
psicológicas. A Grécia se reconhece numa certa forma de vida social, num tipo de
reflexão que definem a seus próprios olhos sua originalidade, sua superioridade
sobre o mundo bárbaro: no lugar do Rei cuja onipotência se exerce sem controle,
sem limite, no recesso de seu palácio, a vida política grega pretende ser o objeto
de um debate público, em plena luz do Sol, na Ágora, da parte de cidadãos
definidos como iguais e de quem o Estado é a questão comum; no lugar das
antigas cosmogonias associadas a rituais reais e a mitos de soberania, um
pensamento novo procura estabelecer a ordem do mundo em relações de
simetria, de equilíbrio, de igualdade entre os diversos elementos que compõem o
cosmos”. (VERNANT, J. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 1996.)
Os Filósofos da Natureza
•Segundo o que aponta Aristóteles (Metafísica), os primeiros filósofos foram Tales
e seus discípulos: Anaximandro e Anaxímenes.
•Tales e os discípulos vieram da cidade de Mileto, localizada na atual Turquia (entre
624-525 a.c.)
•São conhecidos por Filósofos da Natureza, pois seus projetos se ligavam à natureza
e os processos naturais.
•Os gregos costumavam ter a crença mítica de que algo sempre existiu. Ou seja, o
conceito de que em um dado momento as coisas surgiram do nada era algo estranho.
•As transformações da natureza tornavam as substâncias, seres vivos e tudo mais
que os rodeava em coisas diferentes.
•Esses primeiros filósofos passam, então, a desenvolver a ideia de que tudo a sua
volta deveria ser redutível a um elemento comum passado do qual derivam todas as
coisas. Mas qual elemento seria esse?
Os Filósofos da Natureza
•Pergunta Principal: Qual a origem do Mundo? Existe um principio primordial do
qual derivam todas as coisas?
•“Existiria alguma substância primordial, da qual são feitas todas as outras?”
•“Como da terra e da água pode surgir uma rã viva?”
•Os estudos e escritos desses filósofos em sua maioria perderam-se no tempo, sendo
que muito do que conhecemos deles advém de Aristóteles que viveu 200 anos
depois
•A importância do estudo dessa fase da filosofia consiste não em analisar as
respostas específicas desses filósofos, mas de entender as estruturas de pensamento
que levaram a esse tipo de indagação acerca de leis naturais e eternas
•A ideia de observar a natureza para obter as respostas acerca de seu funcionamento
e seus processos naturais era revolucionária, pois é o primeiro momento na histórica
em que se pode falar de um método.
Os Filósofos da Natureza
Tales de Mileto
•Viajava bastante o mundo e dizem ter medido uma das pirâmides do Egito pela sua
sombra e previsto a ocorrência de um Eclipse.
•É em sua viagem pelo Egito que observa o Rio Nilo e que durante a sua cheia toda
a vida em volta parece surgir no campo verde e as rãs pulando do rio.
•Para Tales a água era a origem de todas as coisas de modo que tudo se originava da
água e à água retornaria um dia – A Origem, a Foz e último termo, a sustentação de
todas as coisas.
•Esse princípio a volta de tudo que compõe uma realidade primeira e fundamental
que persiste em oposição a tudo que é secundário, derivado ou transitório, consiste
no conceito filosófico grego da Physis.
Anaximandro de Mileto
•Discípulo de Tales. O escreveu o primeiro tratado filosófico (sem poesia).
•A origem de tudo é o infinito, uma natureza primordial (Physis) originária.
•É aquilo que não tem limites quantitativos e qualitativos do qual tudo deriva.
Os Filósofos da Natureza
Anaxímenes de Mileto
•Discípulo de Tales e de Anaxímenes tentou desenvolver o as ideias dos mesmos.
•“Como a nossa alma, que é ar, nos mantém juntos, assim o sopro e o ar mantêm
unido o mundo[...]. O ar é próximo àquilo que é incorpóreo, e visto que nascemos
por causa do seu efluxo, é necessário que seja infinito e superabundante para jamais
cessar.”
Heráclito
•Desenvolve a ideia dos filósofos de Mileto a partir da ideia de fluidez do princípio
primordial. Tudo se move, transmuda e flui, nada fica imóvel e fixo.
•“Não se pode descer duas vezes ao mesmo rio e não se pode tocar duas vezes uma
substância no mesmo estado. Por toda a impetuosidade e velocidade da mudança,
tudo se dispersa e de novo se recolhe, vai e vem. Nós descemos e não descemos ao
mesmo rio, nós próprios somos e não somos”. (Devir)
•“Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa, tudo sempre
passará. A vida vem em ondas como um mar, num indo e vindo infinito. (Lulu
Santos – Como uma Onda).
Os Sofistas
O termo Sofista e seu significado
•Significa originalmente como “Sábio” ou “Sapiente”. O termo ganhou acepção
negativa decorrente das polêmicas apresentadas por Platão e Aristóteles que
diminuíam os sofistas por “venderem seu conhecimento”.
•Durante muito tempo o pensamento dos sofistas foi deixado de lado por conta de
tais preconceitos expressados por outros filósofos.
•Atualmente, ocorre um resgate do pensamento dos sofistas que os coloca no
patamar de um degrau necessário e concreto entre o pensamento dos filósofos da
natureza e o que viria a ser concretizado com o pensamento de Sócrates, Platão e
Aristóteles.

Das questões da Natureza às questões do Homem (Período Humanístico)


•Com os sofistas ocorre a transição dos questionamentos que antes se centravam na
natureza (physis) e no cosmos e agora passarão ao homem e à sociedade.
•O fluxo de estrangeiros e crescimento nas cidades gregas permite o vislumbre de
costumes, tradições e estruturas sociais diversas que passam a ser questionadas.
Os Sofistas
Os primeiros professores
•A difusão da cultura era um meio de vida para os sofistas. O problema educacional
e o empenho pedagógico passam a surgir.
•A virtude não depende da nobreza de sangue e do nascimento, mas se fundamenta
no saber.
•A ideia ocidental de educação baseada na difusão de saberes tem sua origem.
•O modo de vida nômade dos sofistas, indo de cidade em cidade difundindo seus
ensinamentos, representava algo que confrontava as crenças e o modo de vida dos
gregos, enraizados em suas cidades.
•A notável liberdade de espírito em relação às tradições, normas e comportamento
sociais, demonstravam a confiança ilimitada dos sofistas nas possibilidades da razão
humana, o que lhes rendeu o apelido de “Iluministas Gregos”.
Os Sofistas
Os primeiros humanistas
•Tentativa de através da crítica e da contestação da estrutura social posta.
•Sócrates considerava os sofistas mercenários, pois o conhecimento deveria ser
difundido sem interesse.
•É Hegel que no século XIX busca salvar e reconstruir a visão acerca dos sofistas,
passando a considerar os mesmos um passo fundamental
•Sistematização do ensino: Gramática, retórica, Dialética. Aritmética, Geometria,
Astronomia, Música.
•A teorização moral e política representa um avanço no desenvolvimento do ideal
democrático. Serviu muito à elite comerciante.
•Ocorre a transição do Ideal de homem do Guerreiro para o Orador.
Os Sofistas
Os vários grupos de sofistas

•Os sofistas de modo algum podem ser tidos como um grupo compacto de
pensadores, como eram os Milésios, pois diferem em suas ideias e questionamentos,
centrando-se sua semelhança mais em seus métodos e conduta.
•São Comumente relacionados quatro grupos de Sofistas:

I. Os mestres da Primeira Geração – Protágoras, Górgias e Pródico.


II. Os Eristas – Caracterizados pela atenção ao aspecto formal do método,
mas que pelo conteúdo em si.
III. Sofistas Políticos – Utilizaram-se da ideias sofistas em sentido
“ideológico” e para fins políticos.
IV. Sofistas Naturalistas
Os Sofistas
Protágoras  O Homem é a medida de todas as coisas (Relativismo)
•É a base do relativismo ocidental – O ser/não ser e o verdadeiro/falso dependem do
seu observador, o homem passa a ser o critério das coisas.
•Para este filósofo nada é absoluto e não existe nada absoluto.
•Ensinou, também, a retórica e teoria da argumentação, de forma que pudesse, em
uma discussão, fortalecer um argumento fraco.

Górgias  O Niilismo
•Sustenta que não há como provar que nada definitivamente é ou nada existe.
•Não há verdade absoluta e tudo é falso. A palavra é meio de convencimento.

Pródico  A Sinonímica
•Cria técnica retórica de explorar sinônimos e similaridades entre palavras como
método argumentativo.
•Visão dos deuses como versão absoluta do útil e do vantajoso
Os Sofistas
Os Eristas
•Desenvolveram métodos retóricos com raciocínios capciosos e enganadores.
•Deles vem a ideia de “Sofisma” – Argumento que tem estrutura lógica interna, mas
que não se sustenta externamente em relação aos fatos ou premissas.

Os sofistas Políticos
•Aplicaram os métodos retóricos sofísticos à política.
•Exaltavam a força do que tem o poder de convencer sobre o fraco que é
convencido.

Os sofistas Naturalistas
•Fazem a primeira distinção entre leis do homem e leis da natureza (Hípias)
•A natureza é a verdade e a lei positiva é uma opinião.
•Sustentam a igualdade entre os homens, pois todos tem origem comum na
natureza.
Revisão dos Conceitos Importantes
•A filosofia surge como uma forma de oferecer respostas às questões humanas
utilizando-se da razão em contraponto à estrutura fantástica dos mitos.
•Nascida na Grécia antiga, a filosofia é um produto das condições históricas, sociais
e econômicas daquela sociedade que possibilitaram o desenvolvimento deste modo
de pensar.
•Todo esse contexto pode se resumir na Democracia Ateniense e nas reuniões dos
cidadãos na Ágora para a discussão da vida da cidade (Pólis), que da surgimento ao
termo “Política”.
•Os Filósofos da Natureza foram os primeiros a se fazer a pergunta mais central da
filosofia: “De onde veio tudo? Para onde vamos todos?”. Tentaram se questionar
acerca da natureza à sua volta utilizando apenas do seu intelecto.
Revisão dos Conceitos Importantes
•Os Filósofos da Natureza buscavam identificar o princípio primordial de onde
vieram todas as coisas (água, ar, infinito, fogo etc.)
•A essência de todas as coisas persiste, mas tudo que está a nossa volta, assim como
nós mesmos, está em constante alteração.
•Os Sofistas podem ser considerados os primeiros professores e são responsáveis
pela transição histórica das questões filosóficas da natureza para o ser humano,
abrindo o caminho para a filosofia moral.
• A posição questionadora, crítica e cética dos sofistas abriu grande espaço para
questionamento das estruturas sociais postas e possibilitou o crescimento das teorias
filosóficas que viriam depois.
Atividade verificadora da aprendizagem
O professor, escritor e filósofo Mário Sergio Cortella ressalta a importância da
filosofia no dia a dia e conta que, a rigor, não é papel desta área do conhecimento
ensinar a pensar, pois pensar é uma atribuição que todo ser humano possui. A
filosofia serve para nos fazer crescer, inovar, avançar e, com isso, buscar a verdade.
É saber colocar ponto de interrogação naquilo que parece óbvio problematizar.

Com base em tais ideias, acesse e assista o vídeo: Filosofia no dia a dia com Mário
Sergio Cortella, disponível no Youtube e realize as seguintes tarefas:

1.Pesquise e traga um exemplo da contribuição da Filosofia que possa reforçar a


opinião do Professor Cortella de que a Filosofia é um modo de ser.

2. Segundo o filósofo Cortella, o que podemos entender por movimento filosófico?


Estudo de Caso
O NEGACIONISMO.

O negacionismo é uma tendência em larga escala, um movimento político que visa a negação
tanto de fatos históricos quanto de evidências científicas. Tem como objetivo produzir nas
pessoas uma espécie de ignorância, em uma situação social que inspira cuidado, tratamento e
combate. Para sair dessa lógica emotiva, é preciso treinar a mente para se tornar racional,
uma tarefa difícil para os seres humanos. Uma prova disso é quando há um choque emocional
ao entrar em contato com evidências que contradizem suas crenças. Ao invés de repensar
essas noções, o indivíduo segue o chamado viés confirmatório, de sustentar as posições já
existentes e ignorar as comprovações apresentadas.

Elabore em cinco linhas, no mínimo, argumentos filosóficos que se contraponham ao


negacionismo da ciência na contemporaneidade.

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