Síntese e Semi-Síntese de Fármacos
Síntese e Semi-Síntese de Fármacos
Síntese e Semi-Síntese de Fármacos
Fármacos
Síntese de Fármacos
A síntese orgânica é uma área da química orgânica que pode ser
definida como aquela em que se constroem, em laboratório,
substâncias, presentes ou não na natureza por meio de átomos ou
substâncias mais simples, utilizando as reações químicas de maneira
racional e planejada
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Introdução à Síntese de Fármacos
Aplicações da síntese orgânica:
• Medicamentos; Fertilizantes;
• Alimentos; Conservantes;
• Vitaminas; Explosivos;
Combustíveis;
• Suplementos; Materiais plásticos;
• Cosméticos; Corantes;
• Materiais de higiene; Papel;
• Agroquímicos; Tintas;
Etc.
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Introdução à Síntese de Fármacos
A sínteseorgânica também é uma ferramenta importante para
o avanço da química moderna nas áreas:
• Novas metodologias;
• Catalisadores;
O
H
C N O aquec.
H2 N NH2
H H
N
Cianato de amônio U réia
H
• “Teoria da Força Vital” que postulava que somente seres vivos eram
capazes de preparar ou produzir compostos orgânicos, já que era
necessária uma força inerente às células vivas (força vital) que o homem
não dispunha e nem era capaz de produzir em um laboratório. 5
Históric
o
• Síntese dos corantes, 1856
Alizarina
6
Históric
o
• A cor púrpura e os corantes de um modo geral, que só eram obtidos a
partir de fontes naturais começaram a ser sintetizados a partir de
1856.
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Históric
o
NH2 NH2
R2
K2Cr2O7 H3 C N R3
+
CH3
H2 N N NH
Anilina o,m,p-Toluidina
R1
ONa
Salvarsan
OH
Atoxil
• 1946, síntese da penicilina John Clark O
H
HN
S
Segunda Guerra Mundial N
CH3
O CH3
Penicilina G CO2 H
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Históric
o
Robert Burns Woodward
• Quinina (1944)
• Cortisona (1952)
• Estricnina, ácido lisérgico e lanosterol (1954)
• Reserpina (1954)
• Clorofila (1962)
• Cefalosporina C (1966)
• Prostaglandinas (1973)
• Eritromicina A (1981), sua última síntese. Vitamina B12
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Considerações
Iniciais
• Reações de escolha dependem da estrutura do composto-alvo
13
Considerações na escolha de vias sintéticas
• Alto rendimento
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Considerações
Gerais
• Fácil isolamento, purificação e identificação
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Considerações
Gerais
• Reações Estereoespecíficas
16
Considerações
Gerais
• Métodos adaptáveis a larga escala
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Síntese de Fármacos
• Linear
A B C D
18
Síntese
Linear
• Ex: Síntese da Pirazinamida:
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Síntese de Fármacos
• Convergente
A+B
C+D
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Síntese Convergente
• Ex: Síntese do ansiolítico Buspirona: junção de quatro fragmentos
obtidos separadamente e reunidos
CO2H N
+ NH3 + Br HN NH Cl
CO2H Cl + +
N
O
N
N (CH2)4 N N
N
O Buspirona
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Síntese Convergente
R
O Et O Et N O Et N H
C N
c N H
a NH 2
N H O CH 3
2
H H
Fragmento A OEt N N
R= O H
b N
R = H f N O Pr
O O
NH 2 Pr N H O
d H N Pr e
g
CO 2 H O Et
C O 2H
O
O
H
Fragmento B OEt N
N
N
N
Pr
O O
H H
OEt N OEt N
N N
N N
N i N
Pr Pr
O S O
SO 3 H
N
N
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Et
Outras estratégias de síntese
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Rendimento
Global
• Rendimento total obtido pela síntese de uma molécula-alvo
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Rendimento
Global
• Na síntese convergente:
A B C 80%
80%
F (Molécula-alvo)
G H I 80%
Rendimento total : 51,2%
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Síntese
Ideal
• Modificação fácil da estrutura do composto-protótipo
• Diretamente
• No curso de sua síntese
↑Análogos
↑ Econômica
↑ Descoberta de compostos ativos
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Síntese
Ideal
• Síntese linear possui controle dos centros estereogênicos
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Grupamentos • Muito importantes para grande número
de sínteses.
Protetores
• O papel do grupo protetor é tornar funções
químicas presentes na molécula
temporariamente inativas, podendo-se fazê-la
seletivamente e, em seguida, ou em um
determinado momento, remover os grupos
protetores (desproteção).
Não vai
Estável reagir nas
Facilmente Grupamento Protetor mesmas
removível condições
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Redução da função éster em presença da função
cetona no composto I
O • Como a função éster requer
H3 LiAlH4
H3
O redutores
reagentes mais drásticos, o grupo
OCH3
C C
OH H funcional cetona também seria reduzido,
1
O
Dio obtendo-se o diol 2.
2
H+
l • Para resolver esse problema,
O O necessário
é tornar a função cetona
H H inativa temporariamente, assim o grupo
O cetona será transformado, pela reação com
H3
OC
etilenoglicol, em meio ácido, no grupo
C O 3 H
3
protetor (cetal) 3.
O LiAlH4
• Após a redução da função 3, o grupo cetona
H3
H3
O
é regenerado (desproteção) em meio ácido,
H3
O O+
C
5 H obtendo-se a substância desejada 5.
C O
O H
4
O 30
Requisitos de um bom grupo protetor
• Baixo custo e ampla disponibilidade
• Fácil caracterização
• Ser seletivo e eficientemente removido sob condições específicas com bons rendimentos
• Apresentar subprodutos da reação de desproteção facilmente separados do substrato,
devendo ser preferencialmente voláteis
• Não ser tóxico
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Reações de síntese
Não
Estereoespecíficas
estereoespecífica
s
32
Reações Não-
Estereoespecíficas
• Produzem mistura de diasteroisômeros
• Separação
33
Estereoisômeros
Diásteroisômeros
34
Reações Não-
Estereoespecíficas
• Separação (Resolução) de mistura racêmica
• Conversão a diasteroisômeros
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Reações Não-
Estereoespecíficas
Dois isômeros: [(+)A(+)B] e
Mistura racêmica Enantiômero puro [(-)A (+)B]
consistindo em
enantiômeros (+) A e (-) Ex: Isômero
Diasteroisômeros
(+)B
(+)B
36
(+)B
Reações Não-
Estereoespecíficas
37
Reações Não-
Estereoespecíficas
• Diasteroisômeros separados pelas propriedades físicas
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Reações Não-
Estereoespecíficas
Grupamento Funcional Enantiômeros usados Diasteroisômeros Regeneração
(agentes de resolução)
Ácidos carboxílicos e Uma base apropriada, ex: Sais Tratamento com ácido
outros (-)-Brucina apropriado ex: HCl
(-)-Estricnina
(-)-Morfina
Aminas e outras bases Um ácido apropriadp, ex: Sais Tratamento com uma
(+)-Ácido tartárico base apropriada ex: NaOH
(+)-Ácido málico
(+)-Ácido sulfônico
canforado
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Reações Estereoespecíficas
• Resultam na produção seletiva de dos estereoisômeros do
um produto.
• Extensão da seletividade
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Reações Estereoespecíficas
𝑒. 𝑒 𝑜𝑢
𝑑. 𝑒 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙 𝑒𝑠𝑡𝑒𝑟𝑒𝑜𝑖𝑠ô𝑚𝑒𝑟𝑜 − 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑒𝑟𝑒𝑜𝑖𝑠ô𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑥 100
=
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙 𝑒𝑠𝑡𝑒𝑟𝑒𝑜𝑖𝑠ô𝑚𝑒𝑟𝑜 + 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑒𝑟𝑒𝑜𝑖𝑠ô𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑚𝑖𝑛𝑜𝑟𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜
Um valor de e.e ou de d.e. de 0% significa que ambos são produzidos em quantidades iguais
Inversamente um valor de 100% significa que apenas um é formado (raro)
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Reações Estereoespecíficas
• Fatores que influenciam a estereoquímica de uma reação:
Natureza do reagente
Mecanismo da reação
Catalisador usado
Energias de ativação
relativas das vias de 42
Reações Estereoespecíficas
43
Conformação da molécula do substrato
Solução
Impedimento
Estérico Mistura de enantiômeros
44
Conformação da molécula do substrato
45
Natureza do Reagente
46
Mecanismo da Reação
Catalisador
Usado
• Enzimas são geralmente estereoespecíficas
• Transformações estereosseletivas
47
Energia de ativação do processo
• Iguais se enantiômeros
48
Energia de ativação do processo
• Quanto maior a diferença de energia mais diasterosseletiva
𝐾1
= 𝑒 [−Δ𝐺 1+Δ𝐺 2]
𝐾2 𝑅𝑇
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Métodos Gerais de Síntese
Assimétrica
• Não existe método fixo
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Métodos que dependem do uso de Catalisador
Catalisadores Enzimáticos
Catalizadores Não-Enzimáticos
51
Usam Enzimas como
catalisador
• Podem alterar substratos e reagentes a enzima confere a
pois propriedade de estereoseletividade
52
Usam Enzimas como
catalisador
• Etapa única
• Etapas múltiplas
• Principais reações
Aminações
Oxidação Redução
Redutoras
Adição de
Hidratações
amônia
53
Usam Enzimas como
catalisador
• Agem em meios aquosos
• Temperatura ambiente
• pH em torno de 7
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Catalisadores Não-
Enzimáticos
• Complexos não-orgânicos
• Compostos organo-metálicos
• Complexos opticamente ativos com um ou mais ligantes quirais
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Métodos que não usam catalisadores
Unidades Substratos e
estruturai Auxiliar quiral reagentes
s quirais quirais
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Uso de Unidades estruturais quirais
• Unidades estruturais enantiomericamente puras
• Aminoácidos
• Álcoois aminados
• Alcalóides
• Terpenos
• Carboidratos
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Uso de auxiliar
quiral
Processo de 3 etapas:
58
Uso de auxiliar
quiral Reação
estereoespecífic
P*-A* P* A*
S (A*)
S-A* a
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Uso de substratos e Reagentes aquirais
60
Sínteses
Orgânicas
• A via sintética deve começar com materiais prontamente disponíveis
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Desconexão
Molecular
Análise e o planejamento para construção de uma molécula-alvo devem
ser feitos de trás para frente. Ou seja, deve-se partir da molécula-alvo que
se deseja construir até as primeiras etapas de sua síntese e não o
contrário:
Cl
H3 C O CH3
N
H3C
H 3C O
Molécula-alvo
Cl Cl
H3 C O CH3 H3 C OH
N N + Cl CH3
H3 C H3 C
H3C O H3 C O
C l o r e t o d e acetilcolina
H3 C OH
N + Cl
H3 C
H3 C 63
Desconexão
Molecular
• Sinton
• Equivalente sintético do reagente ou intermediário a ser utilizado em uma
determinada síntese.
N CH 3 N
H 3 C H 3 C O
H 3 C O H 3 C
Sinton S in to n
Cl Cl
H 3 C O H CH 3
N
CH 3
H3 C O
Equivalente sintético Equivalente sintético
do sinton do sinton
(Intermediário (Reagente)
sintético)
H 3 C O H
N
H 3 C
H 3 C S in to n
R e a g e n te
O H
Cl
Equivalente sintético
do sinton
(Reagente)
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Desconexão
Molecular
• Importante saber em que parte irá se ter a carga positiva (centro eletrofílico) e a
carga negativa (centro nucleofílico).
• Ex: A molécula 1 pode ser desconectada de 4 maneiras diferentes, no entanto,
somente 3 desses caminhos produzem reagentes capazes de sintetizar essa
molécula-alvo.
Desconexão 1 Desconexão 2
OH
OH OH
CH 3
CH 3 CH 3
+ H CH 3
Reagente de Grignard
Acetaldeíd6o6
Desconexão
Molecular
Desconexão 3
OH OH
O
CH 3 CH 3 H
+ CH 3 MgBr
Reagente de Grignard
Molécula-alvo 1
Benzaldeído
Desconexão 4
OH
CH3
+ H3 O +
Molécula-alvo 1 Estireno
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Síntese
Orgânica
O estudo da síntese orgânica necessita de uma série de pré-requisitos, sendo
essencial o conhecimento e domínio de certas reações, que são de fundamental
importância no planejamento e obtenção de uma desejada molécula-alvo:
Formação de Oxidações e Reduçãoes
ligação C - C
Funções nitrogenadas
e oxigenadas
A l g u m a s importantes classes
Rearranjos de reações e m síntese orgânica Substâncias carboniladas
Sistemas aromáticos
Substâncias contendo e heteroaromáticos
d up las o u triplas Síntese assimétrica
ligações 68