Infecções e Desinfecções
Infecções e Desinfecções
Infecções e Desinfecções
Andréia Paula
Infecção Comunitária
Infecção constatada ou em incubação na
internação do paciente, desde que não relacionada
com internação anterior no mesmo hospital.
São também consideradas comunitárias:
◦ infecção associada a complicação ou extensão de
infecção já presente na admissão do paciente;
◦ infecção em paciente proveniente de outro hospital, a
menos que haja troca de germe ou forte indicação de
aquisição de nova infecção.
◦ Infecção congênita em recém nascido
◦ infecção em recém nascido de mãe com bolsa rota há
mais de 24 horas.
Infecção Hospitalar
Infecção adquirida após a internação, ou mesmo após a
alta, quando puder ser relacionada com a internação ou
procedimentos hospitalares.
São também consideradas hospitalares:
◦ infecção manifestada após 72 horas da internação, quando
não se conhecer o período de incubação do germe ou não
houver evidência clínica e/ou laboratorial de infecção no
momento da admissão.
◦ Infecção manifestada antes de 72 horas da internação, quando
associada a procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos
realizados depois da internação.
PRINCIPAIS CONCEITOS EM INFECÇÃO HOSPITALAR
CONTAMINAÇÃO
Presença transitória de microrganismos em superfície sem invasão tecidual ou relação de
parasitismo. Pode ocorrer em objetos inanimados ou em hospedeiros.
Ex: Flora transitória das mãos.
COLONIZAÇÃO
Crescimento e multiplicação de um microrganismo em superfícies epiteliais do
hospedeiro, sem expressão clínica ou imunológica.
Ex: Microbiota humana normal.
INFECÇÃO
Danos decorrentes da invasão, multiplicação e ação de produtos tóxicos de agentes
infecciosos no hospedeiro, ocorrendo interação imunológica.
INTOXICAÇÃO
Danos decorrentes da ação de produtos tóxicos que também podem ser de origem
microbiana.
Ex: Toxinfecção alimentar.
PORTADOR
Indivíduo que alberga um microrganismo específico, sem apresentar quadro clínico atribuído ao
agente e que serve como fonte potencial de infecção.
DISSEMINADOR
É o indivíduo que elimina o microrganismo para o meio ambiente. Pode se tornar um
disseminador perigoso quando passa a ser fonte de surtos de infecção. Sendo um profissional de
saúde, deve ser afastado das atividades de risco até que se reverta a eliminação do agente.
INFECÇÃO PREVENÍVEL
◦ É aquela em que a alteração de algum evento relacionado pode implicar na prevenção
da infecção. Ex: Infecção cruzada.
INFECÇÃO NÃO PREVENÍVEL
É aquela que acontece a despeito de todas as precauções tomadas.
INFECÇÃO ENDÓGENA
É a infecçào causada pela microbiota do paciente.
INFECÇÃO EXÓGENA
É a infecção que resulta da transmissão a partir de fontes externas ao paciente.
SUPER INFECÇÃO
Quando há troca do agente etiológico na mesma topografia. Não deve ser confundida a
colonização que ocorre em pacientes graves hospitalizados com super infecção.
INFECÇÃO METASTÁTICA
É a expansão do agente etiológico para novos sítos de infecção.
CLASSIFICAÇÀO DAS CIRURGIAS
QUANTO AO POTENCIAL DE
CONTAMINAÇÀO
POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO
Número de microrganismos presentes no tecido a ser operado.
CIRURGIA LIMPA
- Não ocorre penetração no trato digestivo, respiratório ou urinário.
- É realizada em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação.
- Ausência de processo infeccioso e inflamatório local ou de falhas técnicas grosseiras.
CIRURGIA INFECTADA
É toda intervenção cirúrgica realizada em qualquer tecido ou órgão em
presença de processo infeccioso (supuração) e/ou tecido necrótico.
PROGRAMA DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (PCIH)
Conjunto de ações desenvolvidas -> redução máxima da incidência e da
gravidade das IH.
Porque racionalizar?
Como racionalizar?
Uso Racional de Medicamentos
Indicação apropriada
Droga apropriada
Administração adequada
Dose adequada
Duração adequada
Menor custo ao paciente e à comunidade
Escolha empírica adequada
Ajuste após cultura
Causas:
Falta de
Mal uso pela Falta de Políticas Falta dados
conscientização
comunidade ou seu exatos e
dos Profissionais
cumprimento completos
de Saúde
Efeitos Adversos
Inativação do ATB
◦ Produção de enzimas inativadoras (Beta-
lactamases: ESBL – enterobactérias, AmpC -
Enterobacter spp e Citrobacter freundii)
plasmidial
Mutação Genética
Transposons:
segmentos de DNA
com grande
mobilidade
Resistência Bacteriana no Brasil
• S. aureus
OXACILINA
• SCN
• Klebsiella
CEFALOSPORINAS
• E. coli
• B. cepacia
• P.aeruginosa
• S.malthophilia CARBAPENÊMICOS
• Acinetobacter
• Perfil de sensibilidade de
antimicrobianos no CTQ-IJF (2004-
2006):
–Oxacilina(45,10%) –Cefepime(64%)
–Gentamicina(52,83%) –Quinolona(69,84%)
–Amicacina(54,25%) –Imipenem(63,71)
–Ceftazidima(45,45%) –Vancomicina (100%)
SILVA,M.C.C.;MATOS FILHO,J.C.;FURTADO,F.V.S.;PACHECO,J.S.
Análise das Infecções Hospitalares num Centro de Tratamento de
Queimados: um estudo retrospectivo. VI Congresso Pan-americano
e X Congresso Brasileiro de Controle de Infecção e Epidemiologia
Hospitalar (Poster)
Novos antibióticos aprovados pelo
FDA a partir de 1998
HOSPITAL
HOSPITAL
UTI
Disseminação de
bactérias Taxas elevadas de
multiresistentes IH e resistência
bacteriana
Bonn, 1998
Efeitos Adversos por Classe de
Drogas
Importação Exportação
Uso em humanos
CONTROLE
Paciente/Consumidor EDUCACIONAL
Uso Racional de Antimicrobianos no
Brasil
Ministério da Saúde (portaria 930, 1992)
Machado, 2002
Flora bacteriana por
topografia
TOPOGRAFIA MICROBIOTA ESPERADA
BOCA e DENTES Staphylococcus, Streptococcus, espiroquetas, actinomiceto, bacteróide,
fusobactéria, fungos.
SEIOS PARANASAIS Streptococcus, Haemophilus influenzae, actinomiceto, bacteróide,
fusobactéria, peptococo, Propionibacterium.
GARGANTA Staphylococcus, Streptococcus, Haemophilus, Corynebacterium,
Neisseriae, Fusobacterium, Bacteróides, Candida.
FLORA CUTÂNEA Staphylococcus, Streptococcus, Corynebacterium, Propionibacterium,
Micrococci, fungos.
INTESTINO DELGADO Enterobactérias, Enterococcus, fungos.
INTESTINO GROSSO Enterobactérias, enterococcus, fungos, actinomiceto, Bacteróides,
Clostridium, bifidobactéria.
FLORA VAGINAL Lactobacilo, Streptococcus, corinebactéria, micoplasma, peptococo,
actinomiceto, fungos.
PERÍNEO e URETRA Staphylococcus, Streptococcus, Corynebacterium, Propionibacterium,
fungos, micoplasma, actinomiceto, Bacteróides, Clostridium.
• Escolher o antimicrobiano:
– Restringir a cobertura antimicrobiana ao
agente etiológico mais provável
– Penetração e a concentração adequada no
sítio de infecção
– Menor toxicidade
– Menor indução de resistência
– Posologia mais cômoda
– Via de administração mais adequada
– Menor custo
Machado, 2002
Esquema inicial inapropriado
Terapia Empírica Mortalidade (%)
Inadequada
52
Adequada
• Risco relativo de mortalidade em
pacientes com terapia inadequada
12
= 4,3 (IC 95% 3,5–5,2)
• Análise multivariada: fator de risco
independente mais
importantemente relacionado ao
óbito
Kollef et al. Chest 1999;115:462–474
Técnicas de Racionalização
do uso de Antimicrobianos
Medidas educativas
◦ Aulas, conferências, treinamentos em grupo ou individuais,
impressos, elaboração de protocolos
◦ Consulta a especialista
Medidas restritivas
◦ Formulário de Restrição
◦ Antibióticos de uso restrito
◦ Justificativa por escrito
◦ Alertas e suspensão pelo computador
◦ Sistemas de suporte decisional
◦ Rodízio de antimicrobianos
◦ De-escalonamento de ATM de acordo com antibiograma
Formulário de restrição
Não pode prejudicar o paciente
Respaldo Ético
Parecer CFM 32/1999
“Não configura ilícito ético a exigência de
preenchimento de ficha de liberação de
antibiótico pela CCIH”
Modelos
◦ Ficha de restrição
◦ Controle em tempo real
1987- Woodward:
• Economia de $34.597,00/mês
• Uso inadequado de ATM: 37% 2%
Antiobióticos de uso restrito
Selecionados por cada Hospital: medicações de
amplo espectro, indutores de resistência e de alto
custo.
◦ Cefalosporinas de 2a Geração
◦ Cefalosporinas de 3a Geração
◦ Cefalosporinas de 4a Geração
◦ Vancomicina
◦ Teicoplanina
◦ Carbapenens
◦ Levofloxacina
◦ Aciclovir EV
◦ Fluconazol EV
◦ Polimixina B
◦ Ampicilina/Sulbactam
◦ Piperacilina/Tazobactam
◦ Linezolida
De-escalonamento
Sempre que
necessário pedir
cultura
Trocar ou
interromper ATM
após resultado do
antibiograma
◦ Dirigir o tto ao
patógeno evidenciado