1

SU
BD
OM
SINAIS E ONDAS
ÍNI
O

SUMÁRIO:
• Propagação de sinais: sinais, ondas.
• Classificação das ondas: ondas transversais, longitudinais, eletromagnéticas e
mecânicas.
• Periodicidade temporal e periodicidade espacial das ondas.
• Ondas harmónicas e ondas complexas.
• Ondas sonoras.
• Som puro e som complexo.
• Altura, intensidade e timbre de uma fonte sonora.
Mesmo afastados uns dos outros, os seres humanos
sempre sentiram necessidade de comunicar.
A comunicação a longas distâncias começou,
provavelmente, com os sinais de fumo.
O aproveitamento de sinais de fumo para enviar mensagens e o recurso a
sinais elétricos para o envio de informações codificadas em Morse por
telégrafos são exemplos de utilizações de diferentes sinais com uma
finalidade idêntica: comunicar.
Os meios de transmissão de informação ajustam-se:

• à distância (comunica-se a curtas ou a longas distâncias);

• ao tipo de informação a comunicar;
• às características do recetor.

Comunicar significa enviar um sinal.

O sinal é enviado do emissor para o recetor.

Estabelecido o código de comunicação,
é possível ao recetor descodificar os sinais enviados
pelo emissor.
 Enviar um sinal obriga à alteração
de uma dada propriedade física do meio
onde se encontra o emissor.

Um sinal é uma perturbação

local do meio.
Ondas

Propagação de uma perturbação numa corda.

O sinal gerado corresponde à distorção da forma da corda (deformação

local da corda), normalmente designada por pulso.
Um pulso corresponde a um sinal de curta duração, enquanto uma
sequência de pulsos corresponde a um sinal de longa duração.
A perturbação gerada propaga-se ao longo da corda, afastando-se do local
onde foi originada. O movimento do pulso ao longo da corda constitui uma
onda.
Uma onda é um sinal que se propaga num meio.
Para melhor compreender como se propaga uma onda, observe
a propagação de uma perturbação ao longo de uma corda:

Ao elevar-se muito rapidamente uma das extremidades

da corda, gerou-se uma perturbação.

A propagação inicial progride através da corda

e é transmitida às porções vizinhas da corda.
P Vamos assinalar na corda
um ponto — o ponto P.

P A perturbação gerada propaga-se até

ao outro extremo da corda.

P
Quando a perturbação atinge P, este
sobe e desce com a corda.

P Quando a perturbação se afasta, P

regressa à posição inicial.
P P move-se apenas na vertical,
pelo que se pode concluir que
não há transporte de matéria.
P

É transferida energia às porções da

corda vizinhas, à medida que
P
a perturbação se propaga.

A zona atingida pela perturbação

P adquire energia cinética
e energia potencial elástica.
Designa-se por onda uma perturbação que se propaga em
qualquer direção num dado meio,
transportando energia mas não matéria.

A onda que se propagou na corda consistiu apenas

num único pulso, denominando-se onda solitária.

Propagação de onda solitária

numa corda.
 Designa-se por onda uma perturbação que se propaga em
qualquer direção num dado meio, transportando energia mas
não matéria.

O mais frequente é uma onda ser gerada a partir da emissão de

perturbações sucessivas (sinal de longa duração), denominando-se
onda persistente.

Propagação de onda persistente

numa corda.
 Designa-se por onda uma perturbação que se propaga em
qualquer direção num dado meio, transportando energia mas
não matéria.

A propagação de uma
perturbação à superfície de
um lago também é uma
onda persistente.
 A velocidade (v) de propagação de uma onda
numa dada direção depende...

... da distância (d) a que

a onda se propagou; d

... do intervalo de tempo t1 Δt = t2 – t1 t2

necessário para a onda se

propagar a essa distância.

distância (d)
Velocidade (v) =
intervalo de tempo (Δt)
Classificação das ondas
As ondas podem classificar-se atendendo à sua natureza e ao modo como
estas se propagam.
Uma onda cuja direção de vibração Uma onda cuja direção de vibração
é perpendicular à sua direção de é paralela à sua direção de
propagação designa-se propagação denomina-se
onda transversal. onda longitudinal.

Propagação de uma onda transversal Propagação de uma onda longitudinal

numa mola helicoidal numa mola helicoidal
Classificação das ondas
As ondas podem classificar-se atendendo à sua natureza e ao modo como
estas se propagam.
Uma perturbação que apenas se Perturbações que se podem propagar
propaga num meio material elástico no vazio e em determinados meios
designa-se onda mecânica. materiais designam-se ondas
Este tipo de ondas não se propaga eletromagnéticas.
no vazio e são caracterizadas A propagação da luz no vazio explica-
por transportarem energia se pela existência de perturbações
mecânica através de vibrações locais elétricas e magnéticas.
das partículas do meio.

Danos resultantes de um sismo no Nepal em A luz visível emitida por uma lanterna, as ondas
abril de 2015 (A); sismógrafo registando num de rádio ou de televisão e as micro-ondas são
gráfico a chegada das ondas sísmicas (B). exemplos de ondas eletromagnéticas.
A velocidade a que se propaga uma
onda mecânica depende:
• da elasticidade do meio;

• da inércia das partículas do meio;

• do tipo de onda (transversal ou longitudinal).

Onda Meio Velocidade/m s–1

Sonora ar (25 ºC, 1 atm) 340
(longitudinal)
cortiça (25 ºC) 300-500
água (25 ºC) 1497
ferro (barra longa) 5200

Sísmica ferro 3240

(transversal)
 A natureza de propagação
da luz é diferente da das ondas
sonoras ou sísmicas.

A luz propaga-se como onda

através do espaço vazio.

A luz não necessita de meio

material para se propagar.
 Denominam-se ondas eletromagnéticas todas
as ondas que não necessitam de um meio material
para se propagarem.

As ondas eletromagnéticas atingem a velocidade máxima

de propagação no vazio (~3 ⨉ 108 m s–1).

Meio Velocidade/m s–1

vazio 3,00 ⨉ 108
ar 2,99 ⨉ 108
água 2,25 ⨉ 108
diamante 1,24 ⨉ 108
Exercício resolvido
A figura seguinte mostra a onda provocada pela
queda de uma gota de água num pequeno charco.
1. Que designação se atribui à onda apresentada, atendendo ao modo de
vibração? Justifique.
2. Indique, justificando, como se classifica a onda relativamente à sua
natureza.

Proposta de resolução
1. Designa-se onda transversal, uma vez que as partículas de água
oscilam verticalmente mas a onda propaga-se horizontalmente, ou
seja, a oscilação faz-se numa direção perpendicular à propagação.
2. Trata-se de uma onda mecânica uma vez que necessita de um meio
material para se propagar.
Exercício proposto
Duas molas, A e B, apresentam uma sequência de pulsos que se
propagam ao longo das molas de acordo com a figura seguinte.

1. Classifique cada uma das ondas atendendo ao seu modo de vibração.

2. Indique, justificando, se as ondas apresentadas são mecânicas ou
eletromagnéticas.

Proposta de resolução
1. A onda A é transversal e a B longitudinal.
2. São ondas mecânicas uma vez que o sinal se propaga ao longo da
mola, ou seja, necessitou de um meio material para se propagar.
ONDA PERIÓDICA
Onda que resulta da emissão repetida de um sinal em intervalos de tempo
regulares.

Eletrocardiograma: o batimento cardíaco resulta da emissão repetida de um sinal elétrico

em intervalos de tempo regulares.
Se uma pessoa movimentar uma corda repetidamente e em intervalos de tempo
iguais, para cima e para baixo em relação à posição de equilíbrio, gera uma onda
periódica.

Os pontos mais altos da onda designam-se cristas e

os pontos mais baixos denominam-se vales.
 Periodicidade temporal e periodicidade espacial

Considere uma onda numa corda.

Onda numa corda

Se a mão repetir periodicamente a oscilação na extremidade da corda, para cima e

para baixo, cria-se uma sequência de pulsos iguais em intervalos de tempo iguais.

Produz-se um sinal periódico, cuja propagação origina uma onda periódica.

Uma onda periódica tem características que

se repetem no espaço e no tempo.
 Periodicidade temporal e periodicidade espacial

A fonte emissora da onda é onde se cria a perturbação, ou seja, o sinal cuja propagação
origina a onda.

Fonte emissora: mão

Onda numa corda

A mão, ao oscilar, transfere energia para a corda, cuja ponta passa a ter igual oscilação.

A seguir, as outras partes da corda entram também em oscilação, mas com atrasos em
relação às primeiras.
 Periocidade temporal e periocidade espacial

O tempo de uma oscilação completa da mão, ou seja, da fonte

emissora, é chamado período de oscilação, T.

T
A Um gráfico y(t), descreve o
sinal que originou a onda e

T evidencia a periodicidade
temporal da onda: repetição
T em intervalos de tempo
-A
iguais a um período.
Gráfico posição-tempo

O máximo afastamento da mão relativamente à posição de

equilíbrio é a amplitude de oscilação (símbolo A).
 Periodicidade temporal e periodicidade espacial

A fonte emissora pode oscilar mais ou menos rapidamente, o

que define a sua frequência, f:
número de oscilações por unidade de tempo.

A frequência da onda é uma característica que depende apenas da fonte

emissora e é igual ao inverso do período:
1
𝑓=
Hz 𝑇
s
 Periodicidade temporal e periodicidade espacial

A periodicidade da onda revela-se tanto no tempo como no espaço:

- a fonte emissora e cada ponto da corda têm oscilações que se repetem no
tempo, correspondendo cada ciclo a um período;
- por seu lado, o perfil da onda também se repete no espaço em distâncias que
são múltiplas de um comprimento de onda.

O comprimento de onda é a distância a que se propaga uma onda num período.

A


-A

Periocidade espacial de uma onda
 Periodicidade temporal e periodicidade espacial

Periocidade espacial de uma onda

A distância entre dois pontos consecutivos do gráfico no mesmo estado de vibração, é

um comprimento de onda, grandeza que traduz a periodicidade espacial de uma
onda.
 Periodicidade temporal e periodicidade espacial

É possível visualizar a periodicidade espacial numa onda longitudinal.

Numa mola onde foi produzida uma onda longitudinal a partir de um sinal harmónico:
criam-se zonas de maior densidade de espiras – zonas de compressão – e zonas com
menor densidade de espiras – zonas de rarefação –, que vão alternando ao longo do
tempo.

Zona de Zona de
rarefação compressão

Onda numa mola

 Periodicidade temporal e periodicidade espacial

No gráfico y(x), y representa a densidade de espiras, ou seja, o número de espiras por

unidade de comprimento.
Zona de Zona de
Densidade

compressão compressão

Zona de Zona de
rarefação rarefação
 Periodicidade temporal e periodicidade espacial

O comprimento de onda, a frequência e a velocidade de propagação estão relacionados.

𝑠 𝜆
𝑣= = =𝜆 𝑓
Δ𝑡 𝑇

O módulo da velocidade de propagação de uma onda:

depende das características do meio e pode depender da frequência.

se for constante num determinado meio, o comprimento de onda e a frequência

serão inversamente proporcionais.
o módulo da velocidade máxima de propagação de um sinal é o da velocidade
da luz no vazio: 3,00 × 108 m s−1.
Ondas harmónicas

Os sinais ondulatórios cujas características se

repetem no tempo e no espaço podem ser
descritos a partir de funções matemáticas
periódicas.

Sinais periódicos que podem ser descritos por

uma só função seno ou cosseno podem Onda periódica na superfície da
denominar-se sinais harmónicos ou sinusoidais. água criada pelo toque da régua
em intervalos de tempo regulares.

Onda sinusoidal obtida da aplicação

da função seno a diferentes ângulos
medidos no círculo trigonométrico.
Um sinal harmónico ou sinusoidal é um sinal
periódico que se propaga no espaço como uma
onda harmónica e é descrito matematicamente
por uma função seno ou cosseno:
y = A sen( t)
Na expressão anterior:
• y - elongação no instante t (posição de uma partícula da onda em relação à
posição de equilíbrio num dado instante t; SI: m)
• A - amplitude da onda (SI: m)
•  - frequência angular da onda (rapidez com que ocorrem as oscilações na onda)
SI: rad s-1

A frequência angular de uma onda é diretamente 2

proporcional à sua frequência e inversamente  2 f
proporcional ao seu período. 
Ondas complexas
Um onda que não é traduzida por uma função sinusoidal é considerada uma
onda complexa. Pode ser descrita como a sobreposição de ondas
harmónicas.

Onda (periódica) complexa (A) resultante da sobreposição das ondas harmónicas 1, 2 e 3 (B).
 Questões (Resolução)

Considere uma onda descrita pela função:

(m)

1. Indique, justificando, se se trata de uma onda harmónica ou de uma onda complexa.

É uma onda harmónica pois é descrita por apenas uma função sinusoidal.
2. Qual a amplitude de oscilação do sinal?
m
3. Calcule o período da onda. s

4. Calcule a frequência de onda. Hz

5. Sabendo que a velocidade de propagação da onda é 0,60 m s -1, calcule o seu
comprimento de onda. m
Exercício resolvido
A extremidade de uma corda foi presa à placa de vibração de uma
campainha, de acordo com a figura que se segue.
Ao ligar a campainha, verifica-se que
a placa de vibração realiza doze
oscilações em cada segundo,
provocando uma perturbação na
corda que se propaga com uma velocidade de módulo 4,0 m s-1.
1. Determine o intervalo de tempo que decorre entre o momento em
que a campainha é ligada e o instante em que a onda atinge um ponto
que dista 8,0 m da extremidade da corda presa à placa de vibração.
2. Calcule a frequência de oscilação do ponto referido na alínea anterior.
3. Qual é a distância entre duas cristas consecutivas, medidas
paralelamente à direção de propagação da onda?
Proposta de resolução
1. Utilizando a expressão da velocidade de propagação de uma onda
obtém-se:
d 8,0
v  4,0   Δt  2,0 s
Δt Δt
2. Todos os pontos da corda oscilam com a mesma frequência da onda na
corda, que apenas depende da frequência de vibração da campainha.
Assim, como esta efetua 12 oscilações em cada segundo, também o
ponto em causa oscila 12 vezes em cada segundo, ou seja, a sua
frequência é 12 Hz.
3. A distância em questão corresponde ao comprimento de onda, logo:
v 4 ,0
      0,33 m
f 12
Exercício proposto
Um dado mecanismo gera uma onda, com um comprimento de onda de
15 cm, que se propaga na horizontal. O movimento oscilatório contínuo
na vertical da onda é repetido a cada 2,0 s.
1. Apresente um esboço da propagação da onda no espaço num
determinado instante, representando dois pontos no mesmo estado
de vibração.
2. Indique, justificando, se a onda gerada se pode considerar periódica.
3. Determine o módulo da velocidade de propagação da onda.
4. Se o movimento oscilatório passar a repetir-se a cada segundo, o que
acontecerá aos módulos da velocidade de propagação e do
comprimento de onda?
Proposta de resolução
1.

2. Uma vez que o movimento do gerador da onda se repete em intervalos

de tempo regulares, a onda gerada apresenta oscilações que se
repetem regularmente pelo que se pode considerar tratar-se de uma
onda periódica.
3. Como a onda se repete a cada 2,0 s, o seu período será 2,0 s e a sua
frequência 0,50 Hz, logo:
v v
  0,15   v  0,075 m s -1 .
f 0,50
4. Uma vez que o meio de propagação se mantém, o módulo da
velocidade de propagação da onda mantém-se. No entanto, como a
frequência duplica, o comprimento de onda irá diminuir para metade:
v 0,075
    0,075 m.
f 1
Exercício resolvido
Uma onda propaga-se num determinado meio
com uma velocidade de módulo 5,0 cm s-1. A
figura ao lado representa a forma da onda num
dado instante.
Considere que cada divisão, quer na direção de
vibração quer na de propagação da onda (x)
corresponde a 1,0 cm.
1. Qual é o valor do comprimento de onda?
2. Calcule a frequência da onda.
3. Determine a frequência angular da onda e apresente a expressão da
função que traduz este sinal harmónico.
Proposta de resolução
1. Uma vez que a onda se repete no espaço a cada 4 divisões e cada
divisão corresponde a 1,0 cm, então o comprimento de onda é:
4,0 cm = 4,0  10-2 m.
v 5,0
2. Sendo:   , então: 4 ,0   f  1,2 Hz .
f f
3. A frequência angular pode determinar-se pela expressão:  = 2  f:
 = 2   1,2 = 7,5 rad s-1
Como a amplitude da onda é 3,0 cm = 3,0  10-2 m, a função que
traduz este sinal harmónico é: y = 3,0  10-2 sen(7,5 t) (m).
Exercício proposto
A figura que se segue representa uma imagem
captada no visor de um osciloscópio, um
aparelho que permite visualizar sinais elétricos.
O sinal está representado em função do tempo
de modo que cada divisão corresponde a 1,0 ms.
1. Indique, justificando, se o sinal apresentado
traduz um sinal harmónico simples.
2. Represente na figura dois pontos que se encontrem na mesma fase de
vibração.
3. Determine o período e a frequência do sinal.
Proposta de resolução
1. Ainda que se trate de um sinal periódico, ele não pode ser expresso
pela função sinusoidal: y(t) = A sen( t), logo, não traduz um sinal
harmónico simples. Trata-se sim de um sinal complexo.
2. Por exemplo:

3. Como o sinal se repete a cada duas divisões e cada divisão

corresponde a 1,0  10-3 s, então o período do sinal é 2,0  10-3 s.
Sendo a frequência do sinal o inverso do período, obtém-se:
1 1
f f 3
 f  5,0  102 Hz
 2,0  10
 Ondas
sonoras
Ondas sonoras
Uma onda sonora que se propaga no ar é uma onda de pressão, isto é, uma
onda mecânica longitudinal originada por qualquer fonte que provoque
um movimento vibratório de compressão e expansão no meio material
circundante (perturbação) que se propaga às partículas vizinhas com uma
determinada velocidade.

As ondas de pressão
no ar denominam-se
ondas sonoras porque
podem causar uma
sensação auditiva.
 A vibração das hastes do diapasão
faz vibrar as partículas do ar envolvente:

As partículas
OAsar
partículasdo
é umOmeio
som ar chocam
apresentam
elástico,
necessita sucessivamente
pois
um
de sofre
um
movimento
meio umassob
deformação
material com
repetitivo
para
aemaspropagar.
se
açãooutras,
torno datransmitindo
de uma posição
É,força,
por mas
de
equilíbrio. aforma
retoma a(Repare
sua vibração
isso, da por
designado
nasquando fonte
partículas sonora.
a mesma
onda
vermelhas
mecânica.
deixae de
amarelas.)
atuar.
 O som como onda de pressão

Maior pressão
Zona de compressão:
maior densidade do ar As camadas de ar em redor das hastes do diapasão
passam a vibrar em torno de uma posição de
equilíbrio. Esse movimento é comunicado às
camadas de ar vizinhas e assim sucessivamente,
devido à elasticidade do meio.

Durante a propagação de um som existem zonas

Menor pressão
Zona de rarefação: onde o ar fica menos denso – zonas de rarefação –
menor densidade do ar
e zonas onde o ar fica mais denso – zonas de
compressão.
Quando se percute o
diapasão
 O som como onda de pressão

Num tubo pequeno (como os que existem em alguns instrumentos musicais de sopro)
com um êmbolo oscilante numa extremidade produz-se uma onda sonora com
amplitude praticamente constante.

Direção de oscilação Direção de propagação

Rarefação compressão
A distância entre duas p
zonas consecutivas de λ
compressão, ou de
rarefação, é igual ao
comprimento de onda. x

λ
 O som como onda de pressão

Diz-se que o som é uma onda de pressão porque a sua propagação origina
variações de pressão no espaço.
A função p(t), que descreve essa dependência temporal, representa a oscilação da
pressão em relação à pressão de referência.

• p: pressão num ponto, em relação a

p
uma pressão de referência (SI: Pa);
T
• p0: amplitude de pressão; 𝑝0
T
• ω : frequência angular. 𝑝0 t

A função p(t) evidencia a periodicidade temporal da onda sonora num dado ponto do meio.
 O som como onda de pressão

Som agudo ou alto

Maior frequência
•Altura
Está relacionada
com a variação da
frequência da
Som grave ou baixo
vibração (nº de Menor frequência
vibrações)

Som forte
Características
Maior amplitude
do som •Intensidade
Está relacionada
com a variação da Som fraco
amplitude da
vibração Menor amplitude

•Timbre Característica sonora da fonte que é

resultado da sobreposição das
diversas frequências produzidas
TIMBRE
Característica do som que permite distinguir sons com a mesma frequência
produzidos por diferentes fontes sonoras.
Depende da frequência do som fundamental e do número e intensidade
relativa dos harmónicos existentes.

Sons com a mesma frequência emitidos por uma guitarra (A) e por uma flauta (B).

O som associado a uma onda sonora complexa resultante da sobreposição

de várias ondas sonoras harmónicas designa-se som complexo.
 Sons puros e sons complexos

Tanto os animais como os instrumentos musicais produzem normalmente sons

complexos diferentes, o que lhes confere timbres diferentes que permitem a sua
identificação.

Som puro Diapasão

Violino

Sons complexos

Voz (ah)
Som complexo
Nos sons complexos, o som de menor frequência designa-se som
fundamental. O som fundamental e os restantes harmónicos, em conjunto,
constituem um som complexo com a frequência do som fundamental.

Cada onda sonora periódica complexa, a que corresponde um som complexo (A), resulta
da sobreposição de determinadas ondas harmónicas (B).
 O espetro sonoro (infrassons, sons, ultrassons)

O ser humano só é sensível a ondas sonoras de frequências entre cerca

de 20 e 20 000 Hz – Sons audíveis

Espetro sonoro
 Fatores de que depende a velocidade do som

A velocidade com que o som se propaga depende do meio de propagação e, no mesmo

meio, depende da temperatura: quanto mais facilmente se realizar a transferência de
energia no meio, mais rapidamente a onda se propaga.

Meio Material Temperatura / ˚C Velocidade / m s-1

Granito 6000
Aço 5790
20
Água do mar 1522
Água 1482
15 340
Ar
30 349

O som não se propaga no vazio, pois neste não há matéria que possa oscilar.
 O osciloscópio – visualizar ondas sonoras

A análise do som pode ser realizada

interpretando a respetiva onda sonora. Os
osciloscópios, por exemplo, permitem obter
imagens de estados de vibração em tempo
real sendo necessário converter o sinal
sonoro num sinal elétrico.

O microfone é um instrumento que possui

uma membrana sensível às variações de
pressão das ondas sonoras permitindo
transformar um sinal sonoro (mecânico)
num sinal elétrico com as mesmas
características.
Um altifalante permite a conversão inversa,
ou seja, é o aparelho que transforma um
sinal elétrico num sinal sonoro com as
mesmas características.
Exercício resolvido
A figura traduz o movimento de partículas
de ar resultante da vibração de uma lâmina
metálica.
Considere que a onda se propaga no ar
com uma velocidade de módulo 343 m s-1
e que a distância entre duas zonas de
grande densidade de partículas é 0,779 m.

1. Classifique a onda apresentada na figura.

2. Indique, justificando, se a imagem pode corresponder a uma onda
sonora.
3. Como se designam as zonas de maior densidade de partículas e as
zonas de menor densidade de partículas?
4. Determine a frequência de vibração da lâmina.
5. Se a amplitude de pressão da onda for 5,0 Pa, apresente a expressão
que traduz a variação da pressão num ponto do meio para um dado
instante t.
Proposta de resolução
1. É uma onda mecânica longitudinal, pois é necessário um meio material
de propagação e a direção de propagação é paralela à direção de
vibração.
2. Sim, a imagem pode corresponder a uma onda sonora pois trata-se de
uma onda de pressão, com sucessão de zonas de compressão e de
rarefação do ar, que se propagam com uma determinada velocidade ao
longo do meio material.
3. As zonas de maior densidade de partículas são zonas de compressão e
as zonas de menor densidade de partículas são zonas de rarefação.
v 343
4. Sendo   f , então: 0,779  f  f  440 Hz.
5. A frequência angular da onda pode determinar-se pela expressão
 = 2  f, donde:  = 2   440 = 2,76  103 rad s-1. A função será:
P = 5,0 sen(2,76  103 t) (Pa).
Exercício resolvido
A imagem que se segue representa a variação de pressão numa posição
ao longo do tempo com a passagem de três ondas sonoras, A, B e C.

1. Qual é a onda que corresponde ao som mais alto?

2. Indique a onda que corresponde ao som mais forte. Justifique.
3. Qual é o período da onda A?
4. Determine a frequência da onda B.
Proposta de resolução
1. É a onda B, pois é a onda sonora de maior frequência.
2. A onda A é a que apresenta o som mais forte porque tem maior
amplitude de pressão.
3. O período da onda A é 4  0,60 = 2,4 s.

4. Neste caso, determinar o período de uma única oscilação completa

acarreta uma maior incerteza de leitura, por isso, pode optar-se por
determinar o tempo associado a 3 ou 6 oscilações completas e só
depois calcular o período da onda B.
Considerando apenas 3 oscilações t = 4  0,60 = 2,4 s, logo o período
2,4
será    0,80 s .
3
1
Sendo a frequência o inverso do período, obtém-se f  f  1,3 Hz .
0,80
Exercício proposto
Considere três sons puros A, B e C que se propagam no ar a 20 C, cujas
variações de pressão ao longo do tempo são expressas pelas funções
sinusoidais:
PA = 3  10-3 sen(6283 t) (SI)
PB = 3  10-1 sen(4398 t) (SI)
PC = 3  102 sen(5655 t) (SI)
1. Como se pode justificar que se trata de um som puro?
2. Identifique, justificando, o som mais alto e o som mais forte.
3. Determine o comprimento de onda do som B.
Proposta de resolução
1. Trata-se de um som puro porque as funções sinusoidais fornecidas
correspondem a uma onda sonora harmónica.
2. Como  = 2  f, quanto maior a frequência da onda sonora maior é a
frequência angular e, consequentemente, o som é mais alto, o que
corresponde ao som A. O som mais forte é o que apresenta maior
amplitude de pressão que é o som C.
3.  = 2  f  4398 = 2  f  f = 700,0 Hz
Sendo o módulo da velocidade do som no ar a 20 C, igual a 343 m s-1,
v 343
o comprimento de onda do som B é:   f    700,0  0,490 m .