Cartografia Social
Cartografia Social
Cartografia Social
• No mundo actual que reina sistema capitalista selvagem em que poucos são escolhidos e muitos são
excluídos ou ainda por ser eleitos para a fruição das maravilhas que a Terra nos dispõe, ainda carece
grandemente, da efectivação da tal dita Democracia em que os povos detém o poder de decidir/escolher a
maneira de concretizar as suas aspirações enquanto pessoas com todos Direitos Humanos declarados
universalmente.
• As desigualdades entre as pessoas, comunidades ou povos são prevalecem bem nítidas e multifacetadas
no âmbito político, socioeconómico, cultural e ambiental.
Necessidade de envolvimento nos riscos ambientais
• Sócrates: “O conhecimento realiza-se por meio da razão e/ou da experiência.” Talmude: “A coisa
principal da vida não é o conhecimento, mas o uso que dele se faz.”
• O seu papel é, de preferência, escutar as pessoas, debruçar-se sobre as suas aspirações, fazer o inventário da
sua diversidade e ver como esta pode desenvolver-se sem criar choques nem tensões.
• A Geografia explicativa procura compreender como os homens estruturam espaço para permitir às
sociedades funcionar eficazmente.
• No mundo de hoje, esta etapa deve ser percebida de uma investigação sobre a maneira como os homens
concebem a vida, a natureza, a sociedade e suas finalidades.
• A abordagem humanista é indispensável para perceber as diferentes dinâmicas em curso nas sociedades que
partilham a Terra.
Espaco:
Forma, função, estrutura e processo
• Forma é o aspecto visível de uma coisa. Ao arranjo ordenado de objetos,
a um padrão. Tomada isoladamente, temos uma mera descrição de
fenômenos ou de um de seus aspectos num dado instante do tempo.
• Função, de acordo com o Dicionário Webster, sugere uma tarefa ou
atividade esperada de uma forma, pessoa, instituição ou coisa.
• Estrutura implica a inter-relação de todas as partes de um todo; modo
de organização ou construção.
• Processo pode ser definido como uma ação contínua desenvolvendo-se
em direção a um resultado qualquer, implicando conceitos de tempo
(continuidade) e mudança (SANTOS, 2008, p. 69).
2023-08-08 7
Forma, função, estrutura e processo
2023-08-08 8
Geografia humanística
• embasada na fenomenologia, procura valorizar a experiência do individuo ou do grupo, visando
compreender o comportamento e as maneiras de sentir das pessoas em relação aos seus lugares
(CHRISTOFOLETTI, 1985).
• Para cada individuo existe uma visão de mundo, que se expressa através das suas atitudes e
valores com relação ao meio ambiente.
• As noções de espaço e lugar surgem como conceitos chaves na geografia humanística.
• O lugar é aquele em que o indivíduo se encontra ambientado, no qual está integrado.
• O lugar não é toda e qualquer localidade, mas aquele que tem significância afetiva para uma
pessoa ou grupo de pessoas (CAVALCANTI, 1998).
• Um dos principais geógrafos que discutem o conceito sobre a ótica da percepção é Yi-Fu Tuan, na
obra “Topofilia”.
• Conforme Tuan (1980), o termo topofilia é definido como o elo afetivo entre a pessoa e o lugar, é
um termo concreto como experiência pessoal vivida.
• O autor considera a percepção, as atitudes e os valores envolvidos na relação entre os seres
humanos
2023-08-08 e o meio ambiente. 9
Geografia cultural
• Inserida na vertente humanística, tem origem nos estudos sobre paisagem
de Otto Schlüter e August Meitzen no final do século XIX e inicio do XX, e de
Carl Sauer a partir da década de 1920, sendo retomados posteriormente
com o movimento de renovação da geografia na década de 1970.
• Atualmente tem em Paul Claval seu principal expoente.
• Estuda as relações entre a cultura e a vida social, a transmissão dos
conhecimentos e regras de conduta, a relação do indivíduo com a
sociedade e também as articulações e relações entre cultura e poder.
• Insistindo sobre o sentido dos lugares, sobre a importância do vivido, sobre
o peso das representações religiosas, torna indispensável um estudo
aprofundado das realidades culturais.
• É necessário conhecer a lógica profunda das ideias, das ideologias ou das
religiões para ver como elas modelam a experiência que as pessoas têm
do mundo e como influem sobre sua ação (CLAVAL, 2001, p. 53).
2023-08-08 10
Geografia idealista - O idealismo
2023-08-08 11
Fase Paradigmas Autores
Determinismo Alexander von Humboldt, Karl
Final do séc.
Ambiental Ritter e Friedrich Ratzel
até de 1950
Possibilismo geográfico
Vidal de La Blache
XIX
• Globalização
• Planeamento participativo: da base ao topo
• Curriculo local: saberes locais
• Conteudo local
• Orcamento participativo
• Mao de obra local
Mapas Sociais - Pesquisas e métodos participativos
• Segundo Herlihy e Knapp (2003), uma delas é voltada para ações sociais e a outra para pesquisa.
• A primeira delas é denominada Participatory Action Research Mapping (PARM) e utiliza os
resultados do mapeamento com as demandas sociais.
• Nesse tipo de metodologia, o mapa é uma ferramenta utilizada conjuntamente com a pesquisa
participativa denominada Participatory Action Research (PAR).
• Os representantes comunitários trabalham conjuntamente com os pesquisadores e outros
profissionais para modelar as suas terras e as áreas circunvizinhas.
• Essas práticas estão inseridas num amplo processo de aprendizagem e transformação, com vistas a
um desenvolvimento rural.
• Os mapas são muito utilizados para compreender a geografia dos assentamentos humanos e dos
recursos naturais.
• Eles podem ser produzidos a partir de folhas em branco ou desenhos no chão.
• Esse mapeamento costuma ser bastante efêmero, todavia possui um viés educativo que contribui
para uma posterior introdução de práticas cartográficas elaboradas.
• A segunda variante denominada Participatory Research Mapping (PRM)
aplica a metodologia participativa para produzir mapas convencionais e
informações descritivas.
• O processo educativo, bem como o empoderamento e a ação social fazem
parte dos objetivos.
• Entretanto, o diálogo intercultural, a padronização e a exatidão do estilo
cartográfico ocidental são a essência dessa segunda variante metodológica.
• Ao envolver a dialética entre pesquisadores e representantes comunitários,
esse tipo de pesquisa procura transformar os conhecimentos cognitivos
espaciais em informações descritivas e mapas padrões.
• Através da combinação da cartografia com a etnografia, essa metodologia
centra-se mais nos aspectos técnicos do processo de mapeamento -
padronização, digitalização das informações, precisão, e etc. – do que no
contexto cultural onde é desenvolvida. (HERLIHY; KNAPP, 2003).
Mapas Sociais: propósitos
• Os mapeamentos sociais estão sendo construídos para dar palavra às comunidades de
base e grupos desfavorecidos, por meio da mudança na apropriação, na produção e no
uso da cartografia.
• o mapa está sendo utilizado por grupos marginalizados como instrumento para resistir
às distintas formas de dominação.
• No Brasil
• Para afirmação identitária e territorial, quanto à fundamentação cognitiva da gestão
nacional de recursos naturais.
• Para a explicitação de conflitos sócio-territoriais, ou a formas de antecipação dos
mesmos com a finalidade do controle estatal do território.
• para solicitar responsabilidades das instituições governamentais,
• para fortalecer os processos democráticos e promover a coesão das comunidades.
• Fornece elementos qualitativos e quantitativos necessários à elaboração de estratégias
conservacionistas, assim como políticas de Zoneamento Ecológico e Econômico (ZEE).
Mapas Sociais: propósitos
• Enquanto formas de conhecimento e poder, os mapas influenciam as políticas
públicas do governo estadual e são por elas influenciados.
• Ampliar essa interlocução, o mapeamento está sendo utilizado como subsídios
para negociações em andamento.
• “sensibilizar as autoridades que cada vez mais operam com informações visuais
• Ex: Ashaninka que apresentam o mapa de invasões para conseguir apoio na sua
luta contra as madeireiras peruanas
• As problemáticas que o mapeamento propõe solucionar não são comuns em todos os casos
• os mapeamentos não podem ser sustentados por uma metodologia única, devendo ser flexíveis a cada
situação.
• Os autores enfatizam que elaboração e opção metodológica do mapeamento devem buscar adequações
no decorrer do desenvolvimento da pesquisa e das oficinas participativas.
Mapas Sociais: propósitos e campos de atuação
• 1) documentar informações espaciais sobre a ocupação humana e uso
do solo;
• 2) delinear planos de conservação;
• 3) realizar levantamentos sobre a biodiversidade;
• 4) proteger e manejar unidades de conservação e terras indígenas;
• 5) delimitar e demarcar terras reivindicadas;
• 6) educar e empoderar comunidades;
• 7) construir consenso e promover a resolução de conflitos sobre
terras e recursos naturais.
Mapas Sociais: propósitos
• Autores como Chapin et al. (2005) concordam com Herlihy e Knapp ao afirmar
que a principal finalidade desse tipo de mapeamento é:
• auxiliar as comunidades a reivindicar e proteger o seu território e os recursos
nele contidos.
• fortalecimento da organização política das comunidades, a elaboração de
planos econômicos e de maneio dos recursos naturais,
• documentação da história e da cultura com o intuito de resguardar e reforçar
a identidade cultural.
• Os mapas sociais tratam os grupos humanos como sujeitos sociais, que
realizam atividades práticas e intelectuais para se apropriarem dos recursos
presentes na natureza.
Mapas Sociais: apontamentos, críticas e possíveis soluções
• De acordo com Chapin et al.. (2005), com exceção dos mapeamentos realizados com
indígenas no Canadá e no Alaska,
• as experiências participativas dos últimos dez anos foram produzidas através de
metodologias participativas aliadas com SIG, os chamados Public Participation GIS
(PPGIS).
• é crucial problematizar a adoção das modernas tecnologias nessas práticas de
mapeamento.
• Sobretudo, em casos onde, movidas pela fascinação tecnológica, as instituições
encarregadas de efetuá-las correm o risco de afastarem-se das prioridades dos
grupos sociais.
• Dessa forma, acabam transformando o processo de mapeamento em mais uma
forma administrativa.
inúmeras questões