Controles Internos
Controles Internos
Controles Internos
INTERNOS
Instrutor: João Paulo Landin Macedo
Auditor de Controle Externo
Abordagem histórica e conceitual dos controles internos
Contextualização:
Administração Científica (Taylor, Wilson, Weber), na virada do século XX – controle
formal de processos (exame de conformidade).
EXTERNO: todo aquele que não seja efetuado na estrutura do ente, poder ou
órgão controlado; possui componente político que envolve relação entre poderes;
Assim, auditores externos a uma organização não fazem parte da estrutura dessa
mesma organização, enquanto os auditores internos são reconhecidos como parte
do organograma e da estrutura da organização.
Abordagem histórica e conceitual dos controles internos
Esse controle (interno) zela pelo bom andamento da organização e dos cumprimentos
que vão além das metas, alcançando a ética e a transparência. Responsabilidade da
controladoria em “unir as áreas na busca de objetivos comuns, na forma de
transformá-los em resultados” (Mosimann e Fisch).
Art. 76. O Poder Executivo (controle interno) exercerá os três tipos de controle a que
se refere o artigo 75, sem prejuízo das atribuições do Tribunal de Contas ou órgão
equivalente (controle externo).
Abordagem histórica e conceitual dos controles internos
Constituição de 1988
Art. 74. Os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada,
sistema de controle interno com a finalidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos
programas de governo e dos orçamentos da União;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da
gestão orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos e entidades da
administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de
direito privado;
III – exercer o controle das operações de crédito e garantia, bem como dos direitos e
haveres da União;
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob
pena de responsabilidade solidária.
Abordagem histórica e conceitual dos controles internos
Abordagem histórica e conceitual dos controles internos
Não resta dúvida que o controle interno se estende aos três poderes.
Pironti Castro (2008): controle interno engloba uma unidade central e órgãos
descentralizados “que devem agir de forma harmoniosa, multidisciplinar, integrada e
sob a égide de uma norma comum que lhes confira segurança jurídica ”.
Sistema não se resume à unidade central (ex.: CGM), pois a atividade de controle
interno deve ser exercida por toda a administração (rotinas internas e processos de
trabalho), consoante o modelo das TRÊS LINHAS.
Sistema deve operar de forma integrada, ainda que cada Poder organize e
mantenha o seu próprio controle interno.
Nada impede, contudo, que os Poderes e órgãos, mediante ato normativo (lei
formal), para assegurar maior segurança jurídica, estabeleçam uma estrutura
administrativa, por exemplo, alocada na Prefeitura, para responder pelo SCI do
Município, com atuação em todos os Poderes e órgãos.
Solução econômica para entidades pequenas, a exemplo de Câmaras Municipais,
que contam com reduzido número de servidores que, se destacados para exercer a
função de controle interno, comprometem a segregação de atividades normais.
Princípios gerais do controle interno (ATRICON, 2014)
Princípio Descrição
Relação custo/benefício O custo de um controle não deve exceder os benefícios gerados por ele.
Qualificação adequada, Cuidadosa seleção e treinamento dos atores, rodízio de funções, programa
treinamento e rodízio de de férias obrigatórias.
funcionários.
Definição de responsabilidades As obrigações e as responsabilidades dos atores devem ser fixadas e
delimitadas de forma precisa.
Segregação de funções Separação das atividades de autorização, aprovação, execução, controle e
contabilização das operações.
Independência técnico- Corpo técnico próprio (autonomia técnica)
funcional
Instruções devidamente Os procedimentos e instruções devem ser disciplinados e formalizados por
formalizadas meio de instrumentos eficazes, claros e objetivos.
Controles sobre as transações Acompanhamento prévio, concomitante e subsequente dos atos e fatos.
Aderência a diretrizes e normas Análise dos atos e fatos da gestão em observância ao fiel cumprimento das
Organização das estruturas de controle interno
O gestor municipal deve muito se acautelar ante as várias exigências legais que
norteiam o emprego do dinheiro público (“ Direito Administrativo do Medo”). Razões
não faltam para regulamentar, em tempo breve e mediante lei, o esquema de controle
interno, conduzindo o processo de normatização de rotinas e procedimentos de
controle e valendo-se de funcionários concursados.
Dessa forma, controlador interno deve adotar as providências para que o gestor da
entidade institua controles internos nas diversas fases do processo administrativo.
Esses controles devem ser periodicamente avaliados pelo controlador interno por
meio de procedimentos de auditoria interna governamental (enfoque).
Controlador interno
Há ainda limitações de conflito de interesse e que ferem a autonomia que deve dispor o
controlador. Como exemplo, a recomendação para que o servidor responsável pelo controle
interno não faça parte de comissões de licitação, sindicância, processo administrativo,
inventário, atividades político-partidárias, entre outros.
STF (RE 1264676/SC): tampouco se apresenta legítima a designação de servidor efetivo, por
meio de função de confiança, para o exercício das atribuições de controle interno (desvio dos
critérios de direção, chefia e assessoramento) - seria uma forma de fazer face à escassez de
pessoal disponível em municípios menores.
Estabelecido o controle interno, cada secretaria deverá designar uma pessoa responsável
para atender o controlador com as informações que este solicitar.
Estrutura organizacional do controle interno
CONTROLADORIAS/
AUDITORIAS CORREGEDORIAS OUVIDORIAS ESTRUTURA DE
PREVENÇÃO À
Desempenham o Função de CORRUPÇÃO
papel clássico do intermediário entre
controle interno: Caráter disciplinar as aspirações e
verificações de de verificação da demandas legítimas Incremento de
legalidade, fidelidade das ações do cidadão e a mecanismos de
legitimidade e dos agentes públicos estrutura da transparência e
economicidade dos (correição) administração. governança.
atos do poder.
Estrutura organizacional do controle interno
Em todos os Estados, há
estruturas de auditorias ou
controladorias.
Estruturas centralizadas de
correição são menos
comuns, sendo indispensáveis
nas instituições policiais e
jurídica.
As ouvidorias se
disseminaram para incentivar
o controle social.
Sistemas de controle e
prevenção de corrupção são
incipientes.
Fragilidade institucional do controle interno
Itens que poderiam ser evitados por uma estrutura eficiente de controles internos:
1. PPA que não indica, por programa de governo, as metas físicas e os custos dos projetos;
2. LDO não se orienta pelos conteúdos exigidos pela CF e na LRF (ex.: falta de anexo de metas e
prioridades e de critérios para limitação de empenhos);
3. LOA não detalha até o elemento de despesa, além de permitir, de forma genérica, alteração pelos
mecanismos de transposição, remanejamento e transferência;
Considerações quanto ao motivo da escolha do objeto, quanto ao risco inerente ao objeto a ser
auditado, bem como a relevância do objeto em relação à entidade;
Custo para execução das auditorias, em especial daquelas que demandarão custos adicionais a
estrutura de controle interno já instituída.
Modelo das “Três Linhas”
Sua premissa básica é que, sob a supervisão e direção da alta administração, três
grupos separados (linhas de defesa) dentro da organização são necessários para
uma gestão eficaz de risco e controle.
À luz da CF/88, a adoção do modelo das 3 linhas se vislumbra como possível e até
mesmo adequado, considerando que os arts. 70 e 74 fazem referência a um
sistema, e não somente a um órgão de controle interno.