Educação Antirracista
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Educação Antirracista
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A lei 10.639, sancionada em 2003 no Brasil, traz em seu texto a obrigatoriedade do ensino de história
e cultura afro-brasileira dentro de todas as disciplinas que fazem parte da grade curricular. Além de
estabelecer o dia 20 de novembro como o dia da consciência negra no calendário escolar.
Para que exista uma educação antirracista precisamos aceitar que vivemos em uma sociedade
racista. E que é imprescindível que ocorra mudanças em nosso discurso e também no currículo
escolar. E para isso, é importante trabalharmos questões raciais, culturais e de representatividade,
além de trabalhar com a diversidade como um valor.
Muitas vezes, nós professores reclamamos da falta de materiais de referência, há também relatos de
docentes que não se sentem confortáveis em abordar o tema por não terem domínio sobre o
mesmo. O educador precisa estar bem preparado para debater e problematizar o assunto na
escola. E por isso, decidimos trazer um material de referência, para que o professor possa se
apropriar de alguns conceitos iniciais para posteriormente aprofundar sua formação.
Em primeiro lugar, precisamos diferenciar fato de opinião. Para isso, é preciso se formar e
informar sobre o assunto de maneira ampla, através da análise de séries, filmes, livros, hqs,
documentários, podcasts, vlogs, reportagens, noticiários, estudos acadêmicos, entre outros.
Conectando os conteúdos de sala de aula com a realidade dos alunos. Para isso, vamos deixar
no final desse material, uma porção de sugestões para você.
Após essa formação inicial, iremos pensar em como o tema atinge a nossa comunidade, nossa
escola e os nossos alunos. E trazer um debate inicial na sala dos professores, junto aos alunos,
na escola e também fora dela. É preciso falar sobre para ter a real dimensão do problema onde
estamos inseridos.
E por fim, chega a hora de pensar em projetos, atividades e estratégias a serem trabalhadas,
visando a erradicação da “cultura racista” na comunidade escolar em que atuamos.
Cada vez mais, estamos vendo protestos antirracistas tomarem as ruas de vários países, puxados
pelo movimento Black Lives Matter (que quer dizer, Vidas Negras Importam), discussões sobre
casos de racismo ganham mais espaço na mídia e nas redes sociais a cada dia.
É um movimento político e social que se originou nos Estados Unidos em 2013, por
3 ativistas negras americanas: Alicia Garza, Patrisse Cullors e Opal Tometi. O que começou como
uma luta contra a brutalidade policial norte-americana contra negros, se transformou em um
movimento mundial pelos direitos da população preta.
As ações do grupo inspiraram também discussões sobre racismo e violência policial em todas as
partes do mundo. Os protestos, em geral, são pacíficos, mas casos de depredação, reações
violentas das forças policiais e conflitos costumam ganhar atenção da mídia. Além de apoio de
artistas, famosos, esportistas, pessoas públicas, empresas, etc.
No Brasil, tivemos três séculos de escravidão e foi o último grande país ocidental a extinguir a
escravidão. E como aconteceu na maioria dos outros países, o Estado não criou um sistema de
políticas públicas para inserção dos escravos libertos e seus descendentes na sociedade. Ou
seja, não houve uma preocupação com a garantia de moradia, saúde, alimentação, estudo
formal e inserção no mercado de trabalho. Os escravos recém libertos foram habitados em
locais onde ninguém queria morar, como os morros, formando assim as favelas, sem nenhuma
condição básica para sua sobrevivência. Hoje, cerca de 130 anos depois, os reflexos desse
abandono ainda se fazem presentes e essa população ainda é marginalizada.
O Brasil é o país com a maior população negra fora da África. No entanto, essa população está
sub-representada em todos os âmbitos da vida social, ou seja, são minoria na política, nos
cargos públicos, nas universidades, na televisão, etc.
A luta dos movimentos negros organizados contra o racismo no Brasil, já tem uma longa história,
mas inspirados pelo movimento americano, passaram a também fazer uso das hashtags e a se
organizar pelas redes sociais para suas manifestações sob o grito de “VIDAS PRETAS IMPORTAM”,
ampliando o alance nas mídias.
O debate sobre a discriminação e o racismo é urgente e necessário em todas as esferas da
sociedade. A discriminação racial é crime previsto na legislação brasileira e também está nos
principais documentos internacionais de direitos humanos. Ainda assim, não ajudam a erradicar
os impactos sofridos pelo povo negro.
Sabemos que 56% da população brasileira se autodeclara negra ou parda. Diante disso, vamos a
alguns dados:
Dados da CPI do Senado Federal informam que um jovem negro é assassinado a cada 23
minutos no país. Sabemos ainda, que cerca de 80% das pessoas assassinadas pela polícia em
2019 eram negras, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
— Os brasileiros entendem que é lá fora que existe ódio racial, não aqui. Acreditam que no Brasil
vivemos numa democracia racial, miscigenados, felizes e sem conflito. Essa é a perversidade do
nosso racismo. Ele foi construído de uma forma tão habilidosa que os brasileiros chegam ao
ponto de não quererem ou não conseguirem enxergar a realidade gritante que está bem diante
dos seus olhos.
O quilombo dos Palmares fica localizado no estado de Alagoas e é a mais famosa comunidade de
escravos foragidos de nossa história. Seu último líder foi Zumbi, que assumiu a liderança quando o
governo da Capitania de Pernambuco negociava a submissão dos quilombolas à Coroa Portuguesa.
Por não concordar com essa Proposta Zumbi, desafiou Canga Zumba (que era o atual líder). Canga
Zumba foi envenenado por um aliado de Zumbi e este então assumiu a liderança. No final do século
17, o quilombo foi alvo de diversos ataques de bandeirantes, Zumbi foi caçado e morto e sua cabeça
foi exibida em praça pública para desencorajar os demais escravos.
Em meados de 1970, os universitários Oliveira Silveira, Vilmar Nunes, Ilmo da silva e Antônio Carlos
cortes começaram a questionar a legitimidade do 13 de maio para o povo negro. Eles achavam
que a data não representava a liberdade dos negros por que foi uma data imposta pelos
brancos, que a data é representada pela lei Áurea, princesa Isabel e etc. sendo assim, pensaram
no 20 de novembro como uma data de resistência, de luta de conquista para o povo negro.
O feriado foi instituído por meio da lei federal número 12.519, de 10 de novembro de 2011.
Segundo o pensador contemporâneo Silvio de Almeida, o racismo não é uma questão individual
ou comportamental, mas um assunto fundamental para a compreensão da nossa sociedade e
de suas desigualdades.
Racismo estrutural é o termo usado para reforçar o fato de que a sociedade é estruturada com
base na discriminação e que privilegia uma raça em detrimento de outras. Assim, pode se dizer
que o racismo estrutural é a naturalização de ações, hábitos, situações, falas e pensamentos
que fazem parte da vida cotidiana do povo brasileiro, e que promovem direta ou indiretamente a
segregação e o preconceito.
O THINK TANK Aspen Institute, define o racismo estrutural como: “Um sistema no qual políticas
públicas, práticas institucionais, representações e outras normas funcionam de várias maneiras,
muitas vezes reforçando, para perpetuar desigualdade de grupos raciais identificando
dimensões de nossa história e cultura que permitem privilégios associados à “brancura” e
desvantagens associadas à “cor negra”. O racismo estrutural não é algo que poucas pessoas ou
instituições optam praticar, mas uma característica dos sistemas sociais, econômicos e políticos.
Assista a fala de “Silvio Almeida” sobre o Racismo Estrutural
- Trazer pessoas que possam falar aos alunos com propriedade, pessoas de referência em
movimentos sociais e na luta anti racista.
- Use os gráficos para problematizar o tema por meio de questões disparadoras (Por que a
população brasileira não se declara mais como branca? O que levou a população brasileira a se
declarar como parda? O que leva a população preta e parda a procurar empregos informais?).
- Uma boa sugestão é apresentar os gráficos e montar com os alunos uma tempestade de ideias
que irá ser a base para a produção de um texto argumentativo.
https://drive.google.com/file/d/1cAJMGyhJCMRFC6r9cGomTG3iWg2A1FQx/view
http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/racismo_escola.pdf
literatura infantil
https://drive.google.com/file/d/16c4pABmAnov0C139cq04DSVr23fSBJbS/view
https://drive.google.com/file/d/1oWxhL13oCPuxGJbAzFIaKFFuHkfzbNUx/view
https://drive.google.com/file/d/160plv3Y1x3Wakjlf5G4NjbJ--3Ri77gt/view
https://drive.google.com/file/d/1hvouIrg1gljmNlUJdfwe_pfR9yx0ItFP/view
https://drive.google.com/file/d/1xEx3MVrvCXukxOc--p7-6V4ElUeFUK5a/view
https://drive.google.com/file/d/1Rg7oLNwd8aXi7B8YUBhC2NjRjQMNox6Y/view
https://drive.google.com/file/d/1pJ3TUnF3WbrVfkE4YmADhMeUe2_og0Be/view
https://drive.google.com/file/d/10BVQWoq0lbthPYdv6gpcu1_c3GW5N2Nb/view
https://drive.google.com/file/d/1hnPkGb0VR4I9f3mvYtoHf0YfbknAw5oZ/view
https://drive.google.com/file/d/1EaIicWo32HYhfetc-YFi4FAi9cj75c_Y/view
https://drive.google.com/file/d/1ISEM5JfUps9NjbbaTLwyrLdI_C7SPYet/view
https://drive.google.com/file/d/1ypVqYDdJ1Y0RW4V-Hx_CKkCTtmTn4NU6/view
https://drive.google.com/file/d/1DKSp7vqAGA7VLLHRIzZMYVuN-23DosBf/view
https://drive.google.com/file/d/1BbhfffKH1KYkZRaPqlfpge6WBQrPE2XC/view
https://drive.google.com/file/d/1tt007n09vyySnIacBu4WR0H6YQRPRXqu/view
https://drive.google.com/file/d/15xwVnqWNjuq6alfF5miwskEau5wKdKld/view
https://drive.google.com/file/d/1g0K6stxCGTmzPEOhvoHxwbwX_iwvgzka/view