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AULA Sida 2021

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VIH/SIDA

Dezembro, 2022
Eugênia Mateus MD
Esp.Pediatra
Objectivos
• Reconhecer os casos suspeitos de VIH com base na história clínica,
exame físico e exames de laboratório.
• Reconhecer os sinais e sintomas da doença na criança, estabelecer
um diagnóstico presuntivo baseado nos sinais e sintomas.
• Saber solicitar os exames adequados e instituir terapia prontamente.
• Monitorar as crianças em risco (expostas)
Sumário
• Introdução
• Epidemiologia
• Modo de transmissão e patogênese
• Manifestações clínicas
• Diagnóstico
• Tratamento
• Esquemas de tratamento
• Vacinação
• Bibliografia
HISTORIA
• 1981 – descrita pela 1ª vez.
• Homossexuais com Pneumonia por Pne.umocyitis carinii e sarcoma de
Kaposi (idosos) ,entidades características em pacientes oncológicos
gravemente imunodeprimidos).
• Viciados em drogas intravenosas e pacientes hemotransfundidos.
• 1984 ( 1ª descrição do VIH)
VIH/SIDA
• É uma doença viral causada pelo vírus da imunodeficiência humana
(VIH), que se caracteriza pela destruição progressiva dos linfócitos
TCD4, que termina ocasionando um quadro de imunodeficiência
celular, marcado por frequentes infecções causadas por
microorganismos oportunistas.
Introdução
• O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é um retrovírus que infecta
principalmente as células do sistema imune.
• Há diminuição do número e da função dos linfócitos, com efeitos
profundos sobre a imunidade.
• Na ausência de tratamento, a infecção causa incompetência imune
generalizada, levando ao desenvolvimento de Aids e morte.
• Pode ser considerada uma doença crônica em indivíduos com acesso
ao tratamento, em vez de uma doença terminal.
• O diagnóstico precoce oferece a oportunidade de optimizar os
resultados do tratamento.
Epidemiologia
• Em todo mundo, 38 milhões de pessoas vivem com VIH (OMS),690 mil
óbitos
• Melhor resposta internacional, melhor acesso aos serviços, melhoria
dos indicadores.
• Mais de dois terços das pessoas com VIH no mundo vivem em África.
• A situação epidemiológica em Angola é estável mas mesmo assim
preocupante.
• A prevalência em Angola é de 2% .
• 340 mil pessoas em Angola vivem com VIH, 13 mil são crianças dessas
apenas 5 mil fazem tratamento (ANASO)
Epidemiologia
• 1985- primeiros casos em Angola.
• Dos 340 mil casos em Angola, 23.821 mil são mulheres grávidas, 49
mil jovens dos 15-24 anos, 31 mil crianças dos 0-14 anos.
• No Iº semestre de 2021 foram registados 18 mil novos casos.
• Desde 2015 a OMS recomenda o tratamento universal de todas as
pessoas que vivem com o VIH “Testar e Tratar” T&T.
• Com o objectivo de alcançar 90:90:90
VIROLOGIA
• É um retrovírus
-Família: Retroviridae
-Gênero: Lentivírus
• Tipos (VIH-1, VIH-2)
• 3 genes principais:
• gag -estrutural responsável pela formação da cápsula e matriz viral
• pol -expressa as proteínas virais
• env -Expressa as proteínas da cápsula viral (gp-41, gp-120)
ESTRUTURA DO VÍRUS
Os rostos do VIH/SIDA
Patogênese
• 1º Ligação do vírus ao receptor específico (LCD4)
• 2º Fusão do vírus com a célula
• 3º Entrada do vírus na célula
• 4º Transcrição do RNA viral em DNA
• 5º Transporte do DNA viral para o núcleo da célula onde haverá
integração ao DNA humano
• 6º A partir do DNA viral é produzido o RNA
Patogênese
Efeito do HIV no sistema imune
• Redução do número e na função das células CD4 diminuindo a
capacidade do organismo de combate as doenças infecciosas.
• Aumenta a susceptibilidade as infecções especialmente nos estágios
mais avançados da doença.
Modo de transmissão
• Contacto sexual (adolescentes, abuso sexual)
• Vertical 95% ( materno-fetal)
• Exposição a materiais contaminados
FISIOPATOLOGIA
FASE AGUDA FASE ASSINTOMÁTICA SIDA

Apenas 50% apresentam manifestações. Etapa de lactência clínica Sindroma de Imunodeficiência Adquirida
CD4 <200mm3
Febre Redução lenta dos linfócitos
Faringite T CD4 Severa imunodeficiência
Linfadenopatia
Artralgias
Erupções cutâneas

4 a 8 semanas
Transmissão Vertical
• As taxas de TMF são de 20 a 40% na ausência de intervenção. A
transmissão pode ocorrer durante a gravidez, parto ou durante a
amamentação.
• A TMF pode ser reduzida a menos de 1 a 2% por meio de
intervenções pré natais, peri natais e pós natais.
• O PACTG ( reduz a transmissão vertical)
Classificação
• Imunológica – De acordo com o número de linfócitos TCD4
- Ausência de imunodepressão
- Imunodepressão moderada
- Imunodepressão grave
• Clínica – Baseada em sinais e sintomas ou diagnósticos relacionados
com a infecção pelo HIV.
- Categoria N (assintomáticas)
- Categoria A (sintomas leves)
Classificação

- Categoria B (sintomas moderados)


- Categoria C (sintomas graves)
Classificação clínica
ASSINTOMÁTICOS LEVES MODERADOS GRAVES
Linfadenopatia Herpes Caquexia
Hepatomegália Pneumonia Encefalopatia
Esplenomegália Anemia TB extra pulmonar
Dermatite Candidíase Linfoma
Parotidite Varicela complicada Sarcoma de Kaposi
Otite média recorrente Febre persistente Candidíase esogágica
Estomatite Infecções bacterianas
recorrentes
Bronquite
Diarreia recorrente
Classificação imunológica
Manifestações clínicas
• Assintomáticas
• Dificuldade para ganhar peso
• Adenomegálias
• Hepatoesplenomegália
• Febre
• Diarreia prolongada
• Infecções de repetição
• Parotidite crônica
Manifestações clínicas
• Nos estágios mais avançados da doença: A pneumonia por
Pneumocystis jiroveci
• DDA (alta morbidade e mortalidade)
• Tuberculose “doença sentinela”, formas pulmonares, ganglionar,
miliar e meníngea.
• Candidíase oral
• Esofagite fúngica.
Manifestações clínicas
• Afecções do trato respiratório: Ocorrem aproximadamente em 70%
das crianças infectadas pelo VIH.
• Febre: São muito frequentes os quadros febris nas crianças co VIH. Os
principais focos são: bacteriemia(31%),respiratórios(29%),pele e
tecidosubcutâneo (14%) e outros.
• Afecções gastrintestinais: lesões na cavidade oral, esófago, e
gastroenterocolites.
• Neurológicas: Encefalopatia virica, neurotoxoplamose,
neurocriptococose e neurotuberculose.
• ORL: Otite crônica
Diagnóstico
• Criança exposta ao VIH
Todas as crianças que nasceram de mães infectadas pelo VIH
Estas crianças podem ou não estar infectadas pelo VIH
Crianças infectadas pelo VIH
Todas as crianças com infeção confirmada

NB: O diagnóstico de VIH em crianças requer uma combinação de


critérios clínicos, epidemiológicos e laboratoriais.
Diagnóstico
• Anamnese
• Avaliação nutricional
• Desenvolvimento psicomotor
• Exame físico
Diagnóstico
• O diagnóstico de infecção pelo VIH durante a infância depende da
deteção do vírus. Uma vez que todos os bebês nascidos de mãe
infectadas pelo VIH têm um teste de anticorpos positivo ao
nascimento.
• O diagnóstico da infecção por VIH na criança até aos 18 meses de
idade efectua-se com base em testes virológicos (PCR-ADN).
• Resultado positivo de dois testes virológicos em amostras diferentes
(no 1º mês de vida e outro a partir do 4º mês de vida)
• Após os 18 meses de idade: Elisa ou teste rápido.
Diagnóstico
GRUPO TESTE UTILIDADE
Detecção de Anticorpos Elisa
Westem Blot
Teste rápido

Detecção de Antígeno Pesquisa de p24

Cultura viral Cultura quantitativa de células


Cultura quantitativa de plasma

Amplificação do genoma viral (CV) PCR quantitativo


Medidas preventivas de
transmissão vertical
• Mães infectadas. As recomendações são T&T
• Parto : Não existe evidência cientifica que fundamente o benefício da
cesariana electiva em grávidas com infecção VIH.
• Recém Nascido: Profilaxia combinada AZT/NVP (6/12sem), deve
iniciar o mais precocemente possível nas primeiras 4 a 12h de vida,
sendo pouco provável que o inicio >48h tenha algum beneficio.
• A profilaxia com cotrimoxazol inicia após completar a TARV profilática,
devendo manter-se até a exclusão da infecção por VIH.
Tratamento
• As crianças que vivem com VIH estão em risco elevado.
• 52% morre antes do segundo ano de vida sem qualquer intervenção.
• O que há de novo no tratamento do VIH em crianças?
• A OMS recomenda inicio de TARV para todas as crianças que vivem
com VIH independentemente do estado clínico ou imunológico.
• Monitorar as crianças em TARV para assegurar a eficácia do
tratamento.
Tratamento
• Inibidores de transcriptase reversa análogos nucleosídeos (ITRN) –
AZT/ABC/3TC/TDF/FTC (terminação da cadeia do DNA do VIH)
• Inibidores de transcriptase reversa não análogos nucleosídeos
(ITRNN) EFV,NVP. (inibição da síntese do DNA do VIH)
• Inibidores de protease (LPV/RTV/NFV/SQV (produção de vírus não
infecciosos)
• Inibidores da integrase Dolutegravir(DTG). (impedem a integração do
ácido nucleico viral, ao genoma do hospedeiro)
Tratamento
• Normas actualizadas (2019)
- Foi introduzido o Dolutegravir (DTG) para os seguintes grupos:
- Adultos, adolescentes, gestantes e lactentes.
- 1ª linha preferencial (TDF/3TC/DTG) para pacientes adultos,
adolescentes e crianças > 12 anos ou com peso = ou > a 30Kg.
- DTG isolado de 50 mg, indicações:
- Co infecção VIH/TB
- Pacientes com problemas renais que não podem usar TDF.
Tratamento
• Pacientes em início de TARV

Tenofovir/Lamivudina/Dolutegravir
Adultos (TDF/3TC/DTG) 300/300/50mg
Adolescentes>30Kg
Gestantes 01 Comprimido/dia

Abacavir/Lamivudina+
Crianças <20Kg Lopinavir/Ritonavir(ABC/3TC/LOP/rit
60/30+40/10mg
Tratamento

Abacavir/Lamivudina+
Crianças entre 20 e 29 Kg Dolutegravir (ABC/3TC+DTG)
60/30+50mg


Tenofovir/Lamivudina/Dolutegravir
Crianças >30Kg e >12 anos de TDF/3TC/DTG 300/300/50mg
idade 01 Comprimido/dia
Tratamento
• Exposição sexual: Qualquer individuo que reporta uma exposição
sexual por violação ou relação sexual consensual sem uso de
preservativo:
ESQUEMA PARA PROFILAXIA

Adultos e crianças >30Kg TDF/3TC/DTG

Crianças de 2 a 19,9 Kg ABC/3TC/LOP/rit

Crianças de 20 – 29,9 Kg ABC/3TC/DTG


Profilaxia
• A melhor medida profiláctica para o controle da Aids é a educação.
Vacinação
• Vacinas com vírus inativados são seguras
• No caso de vacinas contendo vírus atenuados é preciso avaliar a
condição imunológica da criança.
• A vacina contra a febre amarela não deve ser administrada em
pacientes com CD4 <200 cels/mm3
Caso clínico
• Lactente de 11 meses de idade 5,2 kg vem a urgência acompanhada
pela avó com quadro clínico caracterizado por: febre recorrente, tosse
com 3 semanas de evolução medicado no CS sem melhoria. Por
persistência da febre agravada com dificuldade respiratória leve e
astenia vem a urgência.
a) Como conduziria a anamnese?
b) Qual a sua suspeita clínica?
c) Como confirmar o diagnóstico?
d) Que orientações daria a avó?
Bibliografia
• Dioclénio C. Júnior,Dennis (2014), Tratado de Pediatria Vol 1. 13ª
edição,pp 1525 a 1539.
• William w. Hay Jr. Robin Deterding, Current diagnóstico e tratamento
22ª edição, 2016,pp 1272 a 1282.
• OMS relatório (Novembro 2º15)
• INLS (nota técnica) 01/2021
• Marcondes E. (2003), Pediatria básica tomoII, 9ª edição,pp 107 a 117.

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