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Verificacao Do Obito

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VERIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO DO ÓBITO

J. PINTO DA COSTA
Verificação do Óbito

“A morte corresponde à cessação irreversível das funções do tronco cerebral.”


Lei nº 141/99 de 28 de Agosto

A Verificação do Óbito

Objectivo: Estabelecer, com um elevado grau de certeza, que um


indivíduo se encontra morto, sem identificar a causa de morte.

Identificação clínica dos sinais de morte observados durante determinado


período de tempo:

Sinais de morte aparente

•Ausência de batimentos cardíacos


• Ausência de movimentos respiratórios
•Ausência de resposta a estímulos (luz e reflexos doloroso profundos)
Verificação do Óbito

A Verificação do Óbito

Sinais de morte propriamente dita

•Arrefecimento cadavérico
•Desidratação cadavérica
•Rigidez cadavérica
•Livores cadavéricos
•Putrefacção cadavérica

Características que permitem uma verificação do óbito imediata


Verificação do Óbito

Evolução no acto da Verificação do Óbito

Carta de Lei de 17 de Agosto de 1899


Primeiro diploma legislativo sobre a realização de perícias médico-legais em Portugal

Regulamento Geral dos Serviços de Saúde e Beneficência Pública de 24 de


Dezembro de 1901
Obrigação do médico de verificar o óbito a quem tenha prestado assistência médica

Código do Registo Civil (1911)


Cadáveres sepultados apenas após o assento de óbito no livro de registo

1932 – Decreto 22018 de 22 de Dezembro


A declaração do óbito deveria ser corroborada com o certificado de óbito passado
pelo médico.
Verificação do Óbito

Evolução no acto da Verificação do Óbito

1942 – Decreto-lei n.º 32171 de 29 de Julho


A verificação do óbito deve ser um acto gratuito.

1958 – Decreto-lei 41967 de 22 de Novembro


1967 – Decreto-lei 47678 de 5 de Março
A declaração de óbito deve ser emitida gratuitamente pelo médico.

1978 – Decreto-lei n.º 51 de 30 de Março


O falecimento de qualquer indivíduo deve ser declarado verbalmente dentro de 48
horas.

Lei nº 28/81, de 22 de Agosto


Verificação de certos de óbitos
Convenção Relativa à Verificação de Certos Óbitos (Convenção n.º10)
Verificação do Óbito

A Verificação do Óbito
Competência

D.L: nº 11/98, 24 de Janeiro (Artigo 50º) e Lei nº 141/99 ,


de 28 de Agosto (nº 1 do Artigo 3º)

Verificação e certificação dos óbitos

“A verificação da morte e da competência do médico, nos


termos da lei.”

Código Deontológico dos Médicos


Verificação do Óbito

Competência
Lei nº 45/2004 de 19 de Agosto
Verificação do Óbito

Lei nº 45/2004 de 19 de Agosto

(…)
Lei nº 45/2004 de 19 de Agosto

Formulário de Verificação de Óbito

Identificação do Médico

Identificação possível
da pessoa falecida

Local e data da
Processo de Verificação verificação
Lei nº141/99 de 28 de
Agosto
(Artigo 4º, nº 1)
Informação clínica e
observações úteis

Número da Cédula
Profissional na Ordem
dos Médicos
Verificação do Óbito

Excepção:

Código do Registo Civil (D.L. nº 324/2007, de 28 de Setembro)

Artigo 195º
“1- Na impossibilidade absoluta de comparência do médico para verificação
do óbito, o certificado pode ser substituído por um auto, lavrado pela
competente autoridade administrativa com a intervenção de duas
testemunhas, no qual o autuante declare ter verificado o óbito e a existência
ou inexistência de sinais de morte violência ou de qualquer suspeita de crime.
(…) ”

Artigo 196º
“(…)
2- A assinatura da autoridade administrativa que lavrar o auto de verificação
do óbito deve ser autenticada com o respectivo selo branco.
(…) ”
Verificação do Óbito

A Verificação do Óbito – Realidade Internacional

Brasil
Serviço de Verificação de Óbito
Competência: médico

Suécia
Competência: médico

Irlanda do Norte
Competência: médico e enfermeiras habilitadas

Austrália e Reino Unido


Competência: médico, enfermeiras habilitadas , paramédicos e midwives
O certificado é revisto por um médico credenciado.
O certificado de óbito, que deve
acompanhar e corroborar a declaração de
falecimento de qualquer indivíduo, é um
«documento de muito valor sanitário,
especialmente quanto à elaboração das
estatísticas com a precisão exacta da
causa da morte», tendo «também a
finalidade de esclarecer a causa jurídica
da morte e as circunstâncias em que a
morte se deu»
J. Pinto da Costa
Publicações Médico-Legais
Revista de Investigação Criminal, Porto, 1987/1989, 11 Volume,
Edição IMLP, págs. 176-177.
PROCEDIMENTOS
•Verificação do óbito

•Certificação do óbito
VERIFICAÇÃO DA MORTE
• Compete ao médico nos termos da lei
• Tem por objetivo verificar se a vítima está morta
• Não se indica a causa da morte
• Possibilita a mobilização do cadáver
• Obriga à passagem do certificado de óbito
posteriormente
Causa da morte
Como certificar
• Divide-se em duas partes:
▫ I parte
 Causa básica da morte
 Cadeia de acontecimentos que levou à morte
 Tempo de desenvolvimento dos parâmetros
anteriores
▫ II parte
 Doenças que levaram à morte mas que não
pertencem à atual cadeia de acontecimentos
ATUALMENTE
• Verificação do óbito por meio informático digital

• SICO – Sistema Informático de Certificação do


Óbito
• Lei nº141/99 de 28 de agosto – art. 4.º - Do processo de verificação

1 - A verificação da morte compete ao médico a quem, no momento, está


cometida a responsabilidade pelo doente ou que em primeiro lugar
compareça, cabendo-lhe lavrar um registo sumário de que conste:

a) A identificação possível da pessoa falecida, indicando se foi feita


por conferência de documento de identificação ou informação verbal;
b) A identificação do médico pelo nome e pelo número de cédula da Ordem
dos Médicos;
c) O local, a data e a hora da verificação;
d) Informação clínica ou observações eventualmente úteis.

2 - Em estabelecimentos de saúde públicos ou privados o registo da


verificação da morte deve ser efetuado no respetivo processo clínico.

3 - Fora dos estabelecimentos de saúde o registo pode ser efetuado em papel


timbrado do médico, de instituição ou outro, sendo entregue à família ou à
autoridade que compareça no local.

4 - Nos casos de sustentação artificial das funções cárdio-


circulatória e respiratória a verificação da morte deve ser efetuada por dois
médicos, de acordo com o regulamento elaborado pela Ordem dos Médicos.
Fornecimento do certificado de
óbito
• Óbito no Hospital/Clínica

• Se o óbito acontecer num estabelecimento


hospitalar, a própria instituição informa os
familiares do ocorrido e o certificado de óbito é
emitido pelo médico que acompanhou o
paciente.
Fornecimento do certificado de
óbito
• Óbito no Lar
• Ocorrido o óbito num Lar, a própria instituição
informa os familiares do ocorrido e o certificado
de óbito é emitido pelo médico que acompanhou
o paciente.
Fornecimento do certificado de
óbito
• Óbito por Acidente, Crime ou suicídio

• Já quando o falecimento ocorre na sequência de de


acidente (de viação, ou trabalho, suicídio, afogamento,
crime, etc.) é necessário contactar a autoridades
competentes na área que se verificou.
• Esta, por sua vez, avisará a autoridade de saúde e o
delegado do ministério. Até ordem em contrário, não se
deve tocar ou movimentar o corpo do falecido.

• Neste casos é decretado por Lei um exame de autópsia


ao falecido.
REGISTO DE ÓBITO

• Certificado de óbito modelo n.º 1725 (Exclusivo do


Ministério da Saúde) e deverá ser preenchido pelo
médico responsável em letra de imprensa.

• Na posse do certificado de óbito, um dos familiares


da pessoa falecida, ou um seu representante,
deverá, num prazo de 48 horas, dirigir-se a uma
Conservatória do Registo Civil para declarar o
óbito.
• É conveniente que se faça acompanhar de algum
documento de identificação do falecido, como por
exemplo o bilhete de identidade, para que a
declaração seja o mais completa possível. Caso
possível, deve igualmente ter consigo o número de
contribuinte, o número de beneficiário e o cartão de
eleitor.

• Se houver indícios de morte violenta, suspeita de


crime ou o médico afirme ignorar a causa da morte,
é ainda necessária uma declaração emitida pelo
tribunal que mencione a hora da realização da
autópsia ou a sua dispensa.
REGISTO DE ÓBITO
• A declaração de óbito pode ser feita em qualquer
conservatória, embora normalmente ocorra na
conservatória da área onde tiver sucedido o
falecimento ou, sendo esta desconhecida, na
conservatória da área onde estiver o cadáver.

• Se o óbito tiver ocorrido num estabelecimento


hospitalar de sede de concelho onde haja mais do que
uma conservatória, é competente a da última
residência habitual do falecido quando situada no
mesmo concelho. No caso de o corpo do falecido se
encontrar depositado numa delegação do Instituto de
Medicina Legal, é competente a conservatória da área
dessa delegação.
• Quando a declaração é passada a um sábado,
domingo ou feriado, ou seja, fora do período
normal de funcionamento das conservatórias,
deverá ser apresentada à autoridade policial
competente na freguesia da área onde
permanece o cadáver.

• Juntamente com o registo de óbito é entregue


uma guia de enterramento, documento que
permite a realização do funeral.
DECLARAÇÃO DO ÓBITO
• Quem, como e onde declarar

O falecimento de qualquer indivíduo ocorrido em território


português deve ser declarado verbalmente, dentro de
48 horas, na conservatória do registo civil em cuja
área tiver ocorrido o óbito.
O prazo conta-se, conforme os casos, a partir:
- do momento em que ocorrer o falecimento;
- do momento em que o corpo for encontrado;
- do momento em que o corpo for autopsiado;
- do momento da dispensa de autópsia;
- do momento em que for recebida a cópia da guia de
enterramento emitida pela polícia.
A declaração de óbito deve ser feita pelas
seguintes pessoas, sendo que se for feita por
uma, as outras já não têm de a fazer:
• - o parente capaz mais próximo do falecido que estiver
presente na ocasião do óbito;
- outros familiares do falecido que estiverem presentes;
- os donos da casa onde o óbito ocorrer;
- o director ou administrador do estabelecimento, público
ou particular, onde o óbito tiver ocorrido, tiver sido
verificado ou no qual o cadáver tenha sido autopsiado;
- o ministro de qualquer culto presente no momento do
falecimento;
- a pessoa ou entidade encarregada do funeral;
- as autoridades administrativas ou policiais no caso de
abandono do cadáver.
CERTIFICADO DE ÓBITO DIGITAL
• Em 2013 Portugal tornou-se no primeiro país na Europa a
permitir efetuar o certificado de óbito por meios
eletrónicos.
O projeto «Desmaterialização do Certificado de Óbito» terá
como objetivo «possibilitar a emissão eletrónica do
certificado de óbito em todos os casos em que o falecimento
se verifique em estabelecimentos do Serviço Nacional de
Saúde (SNS), onde ocorrem cerca de 75 por cento dos
óbitos», refere o programa de simplificação administrativa
mas também em todos os locais onde ocorrer um óbito.

• A aplicação desenvolvida permite que o médico preencha


e envie o certificado de óbito para as bases de dados
centrais do Ministério da Saúde (Registo Nacional de
Utente e Direção Geral da Saúde) e do Ministério da Justiça
(Instituto dos Registos e Notariado).
LEGISLAÇÃO RELACIONADA COM A
VERIFICAÇÃO DO ÓBITO

• Lei nº 141/99 de 28 de Agosto


• Portaria 1451/2001 de 22 de Dezembro
• Decreto-lei nº 113/2002, de 20 de Abril
• Lei nº 45/2004, de 19 de Agosto
• Lei 15/2012 de 3 de abril (certificado de
óbito eletrónico)
Objetivos do SICO

• A desmaterialização dos certificados de óbito;


• O tratamento estatístico das causas de morte;
• A atualização da base de dados de utentes do
Serviço Nacional de Saúde (SNS) e do
correspondente número de identificação
atribuído no âmbito do registo nacional de
utentes (RNU);
• A emissão e a transmissão eletrónica dos
certificados de óbito para efeitos de elaboração
dos assentos de óbito.
Portarias de Regulamentação da
Lei 15/2012 de 3 de abril
• Portaria nº 329/2012 de 22 de outubro
• Portaria nº 330/2012 de 22 de outubro
• Portaria nº 331/2012 de 22 de outubro
• Portaria nº 334/2012 de 23 de outubro
Artigo 16.º (Lei nº45/2004, de 19 de agosto)
Óbito verificado fora de instituições de saúde
• 1 - Em situações de morte violenta ou de causa ignorada, e
quando o óbito for verificado fora de instituições de saúde, deve a
autoridade policial:

a) Inspecionar e preservar o local;

b) Comunicar o facto, no mais curto prazo, à autoridade


judiciária competente, relatando-lhe os dados relevantes para
averiguação da causa e das circunstâncias da morte que tiver
apurado;

c) Providenciar, nos casos de crime doloso ou em que haja


suspeita de tal, pela comparência do perito médico da delegação do
Instituto ou do gabinete médico-legal que se encontre em serviço de
escala para as perícias médico-legais urgentes, o qual procede à
verificação do óbito, se nenhum outro médico tiver comparecido
previamente, bem assim como ao exame do local, sem prejuízo das
competências legais da autoridade policial à qual competir a
investigação.
• 2 - Quando haja lugar ao exame do local, nos termos da
alínea c) do número anterior, é elaborada informação
pelo perito médico, a enviar à autoridade judiciária.

• 3 - No caso das restantes situações de morte violenta ou


de causa ignorada e das referidas na alínea c) do n.º 1,
que se verifiquem em comarcas não compreendidas na
área de actuação das delegações do Instituto ou de
gabinetes médico-legais em funcionamento, compete à
autoridade de saúde da área onde tiver sido encontrado
o corpo proceder à verificação do óbito, se nenhum outro
médico tiver comparecido previamente e, se detectada a
presença de vestígios que possam fazer suspeitar de
crime doloso, providenciar pela comunicação imediata
do facto à autoridade judiciária.
• 4 - O disposto no número anterior aplica-se
também perante a manifesta impossibilidade de
contactar o perito médico em serviço de escala.

• 5 - O transporte do perito médico ou da


autoridade de saúde ao local é assegurado pela
autoridade policial que tiver tomado conta da
ocorrência.
• 6 - Em todas as situações em que não haja
certeza do óbito, as autoridades policiais ou os
bombeiros devem conduzir as pessoas com a
máxima brevidade ao serviço de urgência
hospitalar mais próximo.

• 7 - Na situação referida no n.º 1, compete às
autoridades policiais promover a remoção dos
cadáveres, consoante o local em que se tiver
verificado o óbito, para a casa mortuária do
serviço médico-legal da área ou, na sua
inexistência, para a do hospital ou do cemitério
mais próximos:
a) Após a verificação do óbito e a
realização do exame de vestígios nos casos
referidos na alínea c) do n.º 1; ou
b) Por determinação da autoridade
judiciária competente.


▫ 8 - Excecionalmente, perante a manifesta
impossibilidade de contactar o perito
médico em serviço de escala, a autoridade
de saúde ou a autoridade judiciária
competente, e existindo substanciais
prejuízos decorrentes da permanência do
corpo no local, pode a autoridade policial
determinar e proceder à sua remoção para
os locais referidos no número anterior,
observando-se com as necessárias
adaptações o disposto no n.º 3 do presente
artigo.
▫ 9 - Para o efeito do disposto nos dois
números anteriores, as autoridades
policiais podem requisitar a colaboração
dos bombeiros, dos serviços médico-
legais, dos serviços de saúde ou de
agências funerárias.

▫ 10 - Nas situações previstas nos números


anteriores em que existam dados
identificativos, compete, ainda, às
autoridades policiais promover a
comunicação do óbito às famílias.
• 11 - As despesas inerentes às situações previstas nos
números anteriores são satisfeitas pelo Cofre Geral dos
Tribunais, através da sua delegação junto do tribunal
territorialmente competente, e são consideradas custas
do processo.

• 12 - As disposições previstas nos números anteriores


aplicam-se, com as devidas adaptações, em todas as
situações de morte de pessoas detidas em
estabelecimentos prisionais, esquadras ou postos de
autoridades policiais ou outras forças de segurança.

13 - Os cadáveres que derem entrada nos serviços
médico-legais devem ser sujeitos a um exame pericial do
hábito externo, cujo resultado será comunicado por
escrito no mais curto prazo à autoridade judiciária
competente, tendo em vista o estipulado no n.º 1 do
artigo 18.º
• Artigo 17.º
Intervenção das autoridades judiciárias

• O disposto nos artigos anteriores não


dispensa a intervenção pessoal da autoridade
judiciária competente que se demonstre
necessária a garantir os direitos dos cidadãos e
às exigências da investigação criminal.
Verificação do Óbito

Bibliografia

www.ordemdosmedicos.pt

www.dre.pt

http://www.gddc.pt/

http://www.pgdlisboa.pt/pgdl/home.php

http://www.health.vic.gov.au

http://www.dgs.pt/

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