Capítulo 12: Internet das Coisas

• Introdução;
• Aplicações;
• Funcionamento Básico;
• 5G & IoT.
 Introdução

O que é IoT?
IoT é uma abreviação para o termo “Internet of Things” que foi
usado pela primeira vez em 1999 por Kevin Ashton em uma
apresentação para Procter & Gamble (P&G) na qual vinculava a
ideia de usar Radio Frequency Identification (RFID) no
aperfeiçoamento dos processos de cadeia de suprimentos da
empresa.
 Introdução

Na época não se tinha ideia de quanto o termo se popularizaria

tornando-se desde “título de um artigo na Scientific American até
nome de uma conferência da União Europeia”(Ashton, 2009).

A idéia, como sugere o nome, consiste em conectar “coisas” à

Internet com o objetivo de tornar processos mais eficientes.
 Introdução

Coisas conectadas geram dados que interpretados de maneira

correta podem auxiliar pessoas nas tomadas de decisão do dia a
dia.

Por exemplo, um celular conectado à central meteorológica da

cidade pode avisar ao usuário sobre as condições do tempo
daquele dia, ajudando-o sobre que tipo de vestimenta usar ao
sair
de casa para o trabalho.
 Introdução

Visto que muitos dispositivos, ou “coisas” não foram criados

originalmente para se conectar à rede, se faz necessário que se
desenvolva um sistema eficiente para tal finalidade.
 Introdução

Este sistema consiste em um dispositivo primário que tenha

capacidade de capturar os dados do meio externo, por exemplo,
sensores de temperatura, pressão, velocidade, tags RFID, NFC
(Near Field Communication), e transmita esses dados para outro
dispositivo com capacidade de fazer a conexão com a Internet
como Arduino, RaspberryPi, etc.
 Introdução

Desta forma, desde a criação da Internet passamos por

momentos
diferentes.

Em um primeiro momento, a Internet tinha por objetivo

conectar computadores e o que tínhamos era uma rede de
computadores que compartilhavam informações.
 Introdução

Depois, vivemos uma era de conexão de pessoas, foi quando

vivenciamos o aumento do uso de redes sociais onde existem
espaços para que os usuários possam compartilhar informações,
idéias, momentos, arquivos, entre outros.

Com o IoT, estamos entrando na era onde a rede começa a

interligar objetos e dispositivos inteligentes, que se conectam e
ajudam a tornar a vida das pessoas mais fácil.
 Introdução

A figura 1 representa graficamente o crescimento da quantidade

de objetos conectados à rede que foram previstos até o ano de
2020.
 Introdução

Figura 1: Evolução da quantidade de dispositivos até 2020.

 Introdução

Conforme a figura 1, já em 2020 estamos com 50 bilhões de

objetos inteligentes que vão estabelecer conexão para
comunicação e troca de informações através da rede.

Pensar em Internet das coisas significa pensar no momento em

que as coisas ou objetivos conectados à rede ultrapassem a
quantidade de pessoas.
 Introdução

A Internet das Coisas não é definida como uma tecnologia

única, é na verdade um conceito constituído por um conjunto de
outras tecnologias.

O surgimento do IoT na verdade vem mais do que apenas para

um avanço tecnológico.
 Introdução

Trata-se também de um avanço da tecnologia que temos agora

para melhorar serviços que estão no nosso cotidiano há anos e até
mesmo levar a áreas de difícil acesso serviços básicos oferecidos
à população.
 Aplicações do IoT

Temos diversas aplicações para o IoT.

Na saúde, o IoT pode ser utilizado de diversas formas:

Em hospitais e clínicas, por exemplo, dispositivos que coletam

dados em tempo real do estado de saúde de pacientes internados
podem se interconectar e oferecer informações ao médico
responsável ou até mesmo atuar em momentos críticos.
 Aplicações do IoT

Ou ainda se conectar com dispositivos móveis, celular do

paciente ou do médico, em casos de emergência.

Ainda falando sobre saúde, existem milhões de pessoas que

possuem dificuldade no acesso à especialistas, situação que o IoT
poderia melhorar conectando essas pessoas com o uso da
tecnologia remota.
 Aplicações do IoT

Na agricultura, o IoT também pode ser empregado, o que faz da

sua utilização uma excelente ferramenta devido à sua
possibilidade de monitoramento em tempo real.

A indústria de agronegócios pode se beneficiar do IoT através da

coleta de informações acerca do tempo, mudança climática ou
detecção de pragas em plantações.
 Aplicações do IoT

Mais ainda, o agricultor pode utilizar o IoT para monitorar o

resultado das suas decisões e a eficiência da sua atuação depois
da sua intervenção.
 Aplicações do IoT

Mais ainda, essa nova fase da Internet pode se estender no ramo

da pecuária e ajudar os criadores a monitorar os animais.

Por exemplo, pode-se controlar em tempo real as condições de

saúde do gado com histórico de vacinas ou medicamentos, ou
ainda informar a sua localização para que se tenha controle do
gado sem necessariamente estar por perto.
 Aplicações do IoT

Essas informações poderiam ser enviadas para o celular do

usuário via aplicativo.

Além das áreas citadas anteriormente, o IoT ainda tem potencial

para atuar no meio urbano.
 Aplicações do IoT

Isso acaba por expandir ainda mais as possibilidades de

implementação de sistemas inteligentes capazes de, não somente
coletar informações, mas também ser integrado a plataformas que
dependendo do resultado do processamento das informações
coletadas, possam atuar de forma previamente determinada.

Essa é a utilidade que se enquadra no conceito de cidades

inteligentes.
 Aplicações do IoT

Aqui dados coletados de prédios, carros, antenas e tudo o que

circula e faz parte do dia a dia de grandes cidades se conecta na
rede e compartilha informações que serão processadas em um
banco de dados escolhido especificamente para tal finalidade e
enviarão um resultado final que combine estas informações para
a
outra parte do sistema responsável pela atuação.
 Funcionamento Básico

Para que seja possível coletar informações e atuar sobre esses

equipamentos via Internet, é necessário inseri-los num sistema
capaz de coletar, se comunicar, processar os dados coletados e
enviar comandos de volta para o equipamento.

Ou seja, a ideia de integrar à Internet objetos que inicialmente

não possuem em sua função básica o uso da Internet.
 Funcionamento Básico

Assim, conectar esses aparelhos na rede para que informações

relevantes ao seu funcionamento mais eficiente sejam enviadas
ao
usuário final para que este possa ou enviar um comando via a
mesma plataforma para o objeto ou atuar manualmente da forma
que achar mais conveniente.
 Funcionamento Básico

Quando se fala em conectar objetos na rede, abre-se espaço para

diversas formas de criação de novos dispositivos ou
aprimoramento de objetos já existentes para se formar um novo
sistema.

Englobamos aqui, junto com o conceito de evolução da

tecnologia, o de melhor aproveitamento de tempo e maior
eficiência dos equipamentos.
 Funcionamento Básico

Para tornar isso possível, o sistema de IoT possui basicamente

três componentes: dispositivo, rede de comunicação e sistema de
controle como indicado na figura 2.
Funcionamento Básico

Figura 2: Elementos de IoT

 Funcionamento Básico

As redes e sistemas de comunicação precisam estar de acordo

com a inteligência necessária e os dispositivos precisam ser
equipados com os itens para promover a comunicação, como,
por exemplo, chips, sensores, antenas e etc.
 Funcionamento Básico

O dispositivo é a parte do sistema onde se encontra o objeto, que

pode variar de objetos pessoais como eletrodomésticos até
produtos maiores como antenas de torres de telefonias, ou
maquinários de uma indústria do qual se deseja obter
informações, que podem ser de temperatura, localização,
concentração, fluxo, entre outras.

O papel principal deste bloco é coletar os dados de sensores e

enviá-los a camada de comunicação do sistema de IoT.
 Funcionamento Básico

Porém, o dispositivo também pode fazer parte de um sistema no

qual ele também é atuador.
 Funcionamento Básico

Por exemplo um equipamento que possua um sensor de

temperatura que avise quando ela atingir um valor acima do
desejável e o usuário possa enviar um comando para resfriar o
equipamento.

Neste caso, o dispositivo também incorpora uma função de

atuação em caso de recebimento de determinado comando do
usuário.
 Funcionamento Básico

Basicamente, um dispositivo é composto por uma unidade de

processamento/memória, uma área de comunicação, a fonte de
energia e os sensores, como pode ser visto na figura 3.
Funcionamento Básico

Figura 3: Composição do Dispositivo

 Funcionamento Básico

Processador: a unidade de processamento é composta por uma

memória para armazenamento de dados e programas, um
microcontrolador e um conversor analógico-digital que recebe os
sinais dos sensores.

O ideal é que o processador tenha um baixo consumo de energia

e
ocupe o menor espaço possível no dispositivo.
 Funcionamento Básico

Comunicação: a unidade de comunicação é normalmente

composta por um canal sem fio de baixo custo e baixa potência.

Existem diversos protocolos que podem ser utilizados na

comunicação entre o dispositivo e a unidade de processamento
dos dados.
 Funcionamento Básico

Fonte de energia: tem como função fornecer energia para

alimentar os componentes do dispositivo.

Essa energia pode ser elétrica, solar ou até mesmo proveniente da

conversão da energia mecânica.
 Funcionamento Básico

Sensor: o sensor tem por função capturar do ambiente as

informações importantes para a finalidade de determinado
esquema de dispositivo IoT.

Existem muitos sensores e quando se realiza um projeto de

conectar um objeto à rede deve-se escolher um sensor que melhor
atenda às necessidades do projeto.
 Funcionamento Básico

O próximo bloco é a rede de comunicação entre o sensor e a

unidade que fará o processamento da informação coletada seja
ela
para atuação ou encaminhamento para o usuário, que fará a
tomada de decisão.
 Funcionamento Básico

Para exemplificar, no caso de atuação, pode-se citar o sistema

que
no qual o dispositivo identifica o aumento no trânsito e atua
imediatamente alterando o tempo do semáforo para corrigir o
fluxo.

Ou ainda, um exemplo de entrega da informação pura para o

usuário, um dispositivo acoplado em um tênis capaz de captar
dados das atividades físicas praticadas pelo usuário e se conectar
com o smartphone.
 Funcionamento Básico

O primeiro elemento da camada de comunicação trata-se de um

gateway capaz de coletar as informações vindas de sensores de
dispositivos, tratá-las previamente para então enviá-las para a
próxima camada através de protocolos.

Também faz parte da função do gateway o armazenamento e

processamento de dados e envio de comandos provenientes da
nuvem para os dispositivos.
 Funcionamento Básico

Em alguns casos o dispositivo consegue se conectar diretamente

com a nuvem, tornando dispensável o intermédio de um gateway.

Essa comunicação é feita por redes Wi-Fi ou, entre outras como
as redes 2G, 3G e 4G e as redes 5G.

A integração do IoT com o 5G será discutido posteriormente.

 Funcionamento Básico

O segundo elemento do sistema de comunicação é a nuvem, que

tem como funções a aquisição, armazenamento e acesso de
dados, a análise de dados e o suporte de atuação.

A nuvem coleta e armazena os dados gerados pelos sensores dos

dispositivos IoT para que sejam processados em algum momento.
 Funcionamento Básico

Dependendo da aplicação, da origem e da quantidade de dados, a

nuvem pode utilizar desde bancos de dados simples ou clusters
com grandes capacidades de armazenamento.

A análise dos dados na nuvem pode ser feita tanto em tempo real
como offline e ocorre com o uso de algoritmos, aprendizado de
máquinas e mineração de dados.
 Funcionamento Básico

Essa análise dos dados na nuvem tem como objetivo examinar os

dados que chegam dos dispositivos diretamente ou via gateway e
apresentar somente o que for útil para o restante do processo.

A análise em tempo real se refere ao tratamento de dados às

informações imediatamente após a sua chegada na nuvem.
 Funcionamento Básico

Enquanto que a análise offline é aquela que ocorre após o

armazenamento de uma grande quantidade de dados ainda na
nuvem.

A última função da nuvem se refere ao suporte de atuação, no

qual se assegura que o dispositivo consiga atuar através das
informações entregues pela nuvem, o que também facilita a
programação e manutenção dos dispositivos remotamente.
 Funcionamento Básico

O terceiro elemento são os sistemas de controle, por exemplo, o

uso de sensores, que são dispositivos capazes de converter um
dado físico, como temperatura, pressão, umidade entre outros, em
sinais elétricos que podem ser lidos por outros aparelhos e então
fazer parte de um bloco de agregação e processamento de
informações.
 Funcionamento Básico

A definição de um sensor no dicionário Aurélio é: “dispositivos

que permiti adquirir, ler ou transmitir uma informação” .

Em IoT, os sensores fazem parte do bloco crítico do sistema, pois

são eles que fazem a leitura do dado físico desejado e os
disponibilizam para o processamento, tornando possível todo o
restante da entrega da informação e tomada de decisão.
 Funcionamento Básico

Os sensores podem ser classificados com base em suas

propriedades da seguinte maneira, como indicado na tabela 1.
Funcionamento Básico

Tabela 1: Classificação dos sensores

 Funcionamento Básico

Para que toda essa comunicação seja possível, os sensores

precisam se comunicar com o restante do sistema.

Para isso, alguns protocolos são utilizados nos projetos de IoT.

 Funcionamento Básico

As tecnologias de comunicação contam com ethernet, wi-fi e

bluetooth, por exemplo, e a escolha entre eles depende do
objetivo e dos recursos do projeto de IoT no qual será
implementado.
 Funcionamento Básico

O padrão ethernet conta com facilidade, simplicidade, facilidade

de manutenção e baixo custo .

Porém, possui recursos limitados no quesito mobilidade, sendo

mais indicado para dispositivos fixos.
 Funcionamento Básico

O Wi-Fi já se trata de uma tecnologia wireless desenvolvida

como uma alternativa ao Ethernet, porém apresenta limitação
para projeto de IoT devido ao seu alto consumo de energia.
 Funcionamento Básico

Uma outra tecnologia comumente utilizada para comunicações

sem fio é o Bluetooth, desenvolvido para conectar dispositivos
através de frequências de rádio de curto alcance.

As vantagens do Bluetooth englobam o baixo custo e o baixo

consumo de energia, porém mais uma vez fica limitado devido ao
curto alcance.
 Funcionamento Básico

Existe ainda o protocolo Zigbee, que é utilizado em projetos de

IoT por ser uma conexão sem fio de baixo custo e que possui
pouco consumo de energia.

Ele é baseado no padrão IEEE 802.15.4 e para sua

implementação deve-se utilizar um gateway que estabeleça a
comunicação entre o dispositivo que utiliza o Zigbee e o que não
o utiliza.
 Funcionamento Básico

A tabela 2 apresenta com detalhes as especificações dos

protocolos mencionados anteriormente.
 Funcionamento Básico

Tabela 2: Especificações das tecnologias de comunicações

 5G & IoT

Com a IoT há a necessidade de conexão estável o tempo todo e a

necessidade a de agregar mais dispositivos à rede, com isso
as aplicações atuais precisam de grandes volumes de dados.

O IoT pode funcionar com as redes atuais (2G, 3G e 4G), porém,

há a necessidade de uma transformação gradual para o 5G.
 5G &IoT

Pois, não há como atender a quantidade de dispositivos, já que as

redes não foram preparadas e não foram pensadas para permitir
tantas conexões de dispositivos diferentes.

Sabemos que o 2G foi projetado para atendimento de voz e o 3G

para atendimento de dados, já o 4G foi pensado para aplicações
com grande fluxo de dados, como streaming de vídeo.
 5G & IoT

Como a IoT é uma evolução da Internet que utilizamos

atualmente e esse aperfeiçoamento proporciona o acesso de um
maior número de dispositivos à rede, o papel das redes 5G é
facilitar essa conexão e ser eficiente para suportar esses
dispositivos e a enorme quantidade de dados.
 5G & IoT

Como para IoT a resposta em tempo real vai ser cada vez mais
importante quando mais itens estiverem conectados será
necessária a adição da nova tecnologia de acesso, por isso, o 5G
se torna tão importante.
 5G &IoT

O 5G inserido no cenário da IoT deixará a comunicação das

coisas muito mais eficiente e eficaz, pois a quinta geração foi
projetada para ser escalável, versátil e eficiente em termos
de consumo energético, para suportar uma grande quantidade de
dispositivos com utilização apenas do necessário, com consumo
apenas do que está disponível.
 5G & IoT

A quinta geração é a primeira tecnologia celular que foi

projetada considerando uma conexão total, o cenário de IoT foi
considerado nos estudos, o que difere das gerações anteriores
de comunicação móvel da forma como foram pensadas.

O IoT já é uma realidade, mesmo que em escala limitada, com

ilimitadas possibilidades de aplicações.

E o 5G já está em implementação.
 5G & IoT

As redes 5G estão sendo projetadas para se ter no máximo 1 ms

de latência na rede, o que já é um grande avanço em relação a
banda larga fixa e o dobro em relação à geração anterior (4G),
possibilitando assim um atraso cada vez menor e facilitando o
controle das coisas ligadas à rede.
 5G & IoT

A atualização da tecnologia acontece em conjunto com a

atualização dos dispositivos, assim as redes existentes não irão
desaparecer para que a Internet das Coisas funcione, mas podem
não exercer todas as suas funções de maneira plena.
 5G & IoT

A IoT agrega sensores, chips e dispositivos relacionados como

coisas que são parte da rede e cada um desses itens vão estar
conectado, com o IPv6 que fornece um número grande de
endereços para os dispositivos, a conexão entre os dispositivos
não é um problema.
 5G & IoT

A rede 5G consegue limitar o uso da rede pelos dispositivos,

fazendo com que cada item utilize apenas o que necessita para
realizar a operação, evitando gargalos na rede e poupando
energia.

De modo geral, as duas tecnologias e suas aplicações significam

uma oportunidade ímpar para que as operadoras de
Telecomunicações aumentem suas receitas.
 5G & IoT

E ainda, a quantidade de novos tipos de dispositivos conectados

às redes 5G e Internet das Coisas ultrapassará com facilidade o
número de celulares que temos hoje, novos planos para as novas
“coisas” podem gerar um ganho de receita considerável para as
operadoras.