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Fiscalizacao

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

ESCOLA DE CONTAS – PROFº SEVERINO LOPES DE OLIVEIRA


Ricardo Barbosa Villaça
Eng. Civil
Inspetor de Controle Externo – TCE/RN

2
Problema ou Deficiência

Necessidade

Prioridade

Viabilidade

Execução

3
 Estudo de viabilidade:
 Prioridade x viabilidade. Viabilidade x recursos financeiros.

 Viabilidade para a Administração Pública significa: recursos para


execução, operação e manutenção, localização (liberação de
áreas), impacto social, econômico e ambiental, solução técnica
existente, etc.

 Obras: gasto/investimento no presente e despesas no futuro.

4
 Projeto Básico:

Definição: conjunto de elementos necessários e suficientes, com


nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço
objeto da licitação.

Definição II: conjunto de informações necessárias para que os


licitantes possam formular suas propostas.

“CONDIÇÃO PRÉVIA E INDISPENSÁVEL À LICITAÇÃO”

5
 Projeto Executivo:

 Definição: conjunto dos elementos necessários e suficientes à


execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes
da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

 O Projeto Executivo irá detalhar os serviços a serem executados, já


apresentados no Projeto Básico. Espécie de simulação da execução
da obra.

“PODE SER REALIZADO DURANTE A EXECUÇÃO”

6
OBSERVAÇÕES

É importante destacar que no Projeto Executivo não deveriam


surgir informações novas que possam alterar o Projeto Básico
naquilo que influencie a licitação, como quantitativos, por
exemplo, pois o Projeto Executivo, conforme visto, pode ser
realizado durante a execução da obra, ou seja, após a licitação.

Divergências significativas indicam alta possibilidade de


deficiência do Projeto Básico.

De qualquer forma, alterações procedidas no projeto executivo,


em relação ao projeto básico, devem estar tecnicamente
justificadas e aprovadas pela autoridade competente.

7
 Orçamento Base:
 É parte integrante do Projeto Básico. Consiste na elaboração de
planilhas contendo todos os serviços a serem executados, bem
como suas quantidades, unidades de medida e preços unitários.

 Fornece à Administração o custo aproximado da obra

Planejamento da licitação

8
OBSERVAÇÃO

O Orçamento Base é uma peça executada por profissional


da área, e por assim ser deve vir assinado por quem o
produziu e acompanhado pela respectiva ART –
Anotação de Responsabilidade Técnica, devidamente
registrada. Os danos provocados por erros no
orçamento serão, obviamente, de responsabilidade
daquele que o elaborou .

9
10
 Competências e Atribuições da Fiscalização:
 Fiscalização: verificação de todos os procedimentos relacionados
com a atividade desenvolvida pela Administração Pública.

No caso de execução de obras e serviços de engenharia, significa


não somente a observação física da materialização do contrato,
mas também o processamento do mesmo, as exigências legais e
burocráticas antes, durante e depois da atividade.

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 Duas frentes de atuação:

 Gerência do Contrato: constitui na observação das questões


legais, financeiras e administrativas ligadas ao contrato em si.
Ex.: garantia de execução, pagamentos, multas, retenções,
rescisão, etc.

 Fiscalização da Obra: representa a verificação da execução dos


serviços contratados, confrontando-os com os projetos,
orçamentos e especificações aprovados, levando-se em conta,
principalmente, aspectos quantitativos e qualitativos.

12
 Fiscalização
de Obra – atribuições e
responsabilidades:
 Fiscal de obra:
 formalmente designado pela Administração.
 melhor capacidade técnica para desenvolver os trabalhos.
 grau de complexidade da obra ou serviço;
 disponibilidade do profissional;
 buscar compatibilizar características pessoais do servidor
com as da obra.

 Observação: a escolha do fiscal da obra é de responsabilidade do


gestor, ou seja, designar um mau fiscal pode significar dor de
cabeça também para quem o nomeou (culpa in eligendum).

13
 À fiscalização de obra compete:

 providências quanto a ART de fiscalização.

 exigir da empresa construtora a abertura do Livro de Obras ou


Livro Diário e anotar todos os eventos relevantes durante a
execução do contrato, bem como aquilo que achar importante e
conveniente, como por exemplo: acidentes, datas das medições,
aditivos, paralisações, atrasos e seus motivos (chuvas, falta de
material, etc.), reinício dos serviços, justificativas diversas,
alteração de responsável técnico, etc.

 prover a contratada de todos os documentos e projetos


necessários à realização da obra ou serviço.

14
 exigir da contratada a indicação oficial do seu representante na
obra.

 exigir da contratada a presença na obra de todos os


documentos necessários à execução (projetos, especificações,
orçamento, contrato, etc.) e à legalização da atividade (alvarás,
ART de execução, matrícula no INSS, etc.).

 estar presente nos diversos momentos e etapas das obras,


principalmente por ocasião da execução dos serviços de maior
responsabilidade (ex.: liberação de concretagem).

 esclarecer ou solucionar incoerências, falhas e omissões


eventualmente constatadas nos elementos do projeto.

15
 promover a presença dos autores dos projetos no canteiro de
obras, sempre que for necessária à verificação da exata
correspondência entre as condições reais de execução e os
parâmetros de projeto.

 elaborar relatórios, laudos, registros e comunicações, sempre


por escrito.

 verificar as condições de organização do canteiro, segurança


dos trabalhadores e das pessoas que por ali transitam, exigindo
da contratada as correções necessárias.

 verificar se a obra está sendo executada de acordo com o


projeto e nos prazos estipulados no cronograma físico-
financeiro.

16
 verificar a qualidade dos serviços, do material empregado e dos
equipamentos instalados, conforme as especificações eleitas.

 realizar medições, ou atestá-las quando realizadas pela


contratada, obedecendo prazos e atentando para o período de
execução dos serviços medidos.

 encaminhar para pagamento as faturas emitidas pela


contratada.

 apontar falhas evidentes no projeto que importem em perigo


para a solidez e segurança do empreendimento e/ou que
incorram em prejuízos ao Erário.

17
 comunicar oficialmente ao seu superior hierárquico (gerente do
contrato) e à contratada sobre irregularidades que fujam ao
alcance de suas prerrogativas de fiscal.

 promover a comunicação entre a contratada e o setor


competente do órgão contratante, naquilo que for relacionado à
execução do contrato.

 abrir prazos para a contratada solucionar problemas ou refazer


serviços não aprovados – sempre por escrito.

 justificar a não aprovação de serviços executados pela


contratada (por escrito).

18
 elaborar justificativas para aditivos, quando estes possuírem
razões puramente técnicas.

 expor motivos técnicos para justificar paralisações.

 informar ao superior hierárquico sobre motivos que impliquem


em rescisão contratual (art. 78 – Lei de Licitações).

 sugerir a aplicação de multas, previstas em contrato, sobre a


contratada, quando relacionadas à execução.

 verificar subcontratações não admitidas no edital ou em


contrato.

19
 participar de reuniões e de todas as decisões que influenciem a
execução da obra ou serviço.

 informar ao superior hierárquico sobre fases da obra que


requeiram fiscalização especial, ou seja, que estejam acima de
sua capacidade técnica.

 informar ao setor competente a necessidade de contratação de


pessoal qualificado para assisti-lo e subsidiá-lo na realização
das atribuições de fiscalização.

 requerer e acompanhar os testes e ensaios tecnológicos e de


qualidade dos serviços e insumos aplicados na obra.

20
 exigir da contratada a substituição de qualquer empregado ou
de empresas subcontratadas por ela, no interesse exclusivo da
boa execução dos serviços.

 aprovar a substituição de integrantes da equipe técnica da


contratada, exigindo, se for o caso, a devida alteração na ART
de execução.

 verificar a utilização de máquinas e equipamentos pela


contratada, confrontando com as especificações exigidas no
contrato (tipo, potência, capacidade, estado de conservação e
desempenho).

 observar a capacidade técnica e profissional da mão-de-obra


empregada pela contratada.

21
 manter em arquivo próprio toda a documentação pertinente aos
trabalhos, como contrato, orçamentos, medições, cronogramas,
diário de obra (cópia), projetos, correspondências, relatórios,
certificados de ensaios e testes, etc.

 pedir seu afastamento à autoridade hierarquicamente superior,


com as devidas justificativas por escrito.

 receber provisoriamente a obra.

 outras competências atribuídas por lei ou regulamento interno


do órgão executor (Ex.: controle interno – instrução normativa.)

22
ASPECTOS SOBRE ACOMPANHAMENTO DE OBRAS

23
 Aspectos sobre acompanhamento de obras:

o fiscal deve ter em mente que cabe a ele a tarefa de fiscalizar, e


não de executar.

fiscalização ainda busca passar suas orientações e determinações


sem a formalidade necessária – as comunicações entre o fiscal e a
contratada devem ser sempre por escrito.

necessidade da realização de um acompanhamento fotográfico da


obra.

24
 a freqüência com que a fiscalização deve se fazer presente no
canteiro vai depender das características da obra: porte,
complexidade, distância da sede do órgão, etc. Contudo, o mais
importante é que se procure graduar a importância e necessidade
da permanência do fiscal na obra.

 deve acompanhar as fases de grande complexidade e vital


importância para a segurança do empreendimento.
 deve estar presente principalmente nas etapas que não estarão
mais visíveis depois de realizadas.

Fiscalizar é acompanhar
e acompanhar é observar com atenção.

25
ASPECTOS SOBRE MEDIÇÕES

26
 Aspectos sobre Medições:
 mais importante atribuição do fiscal de obra.

 não objetiva apenas a quantificação dos itens executados, mas


principalmente a verificação da sua realização de acordo com as
especificações eleitas no projeto, e a garantir a qualidade dos
mesmos.

 a medição encerra uma das fases da despesa pública: a liquidação,


que se apoia na declaração do fiscal de que os serviços ali
descritos foram efetivamente realizados.

 é com base nas planilhas da medição que a Administração


efetuará o pagamento à contratada.

27
 Medição – diretrizes básicas:
 realizada em papel timbrado do órgão executor, com as
informações do setor responsável (modelo entregue pela
Administração).

 realizada ou atestada pelo fiscal da obra designado.

 deverá ser realizada de acordo com o cronograma de medição ou


quando do término de cada etapa da obra ou serviço, conforme
definido no contrato.

 anexar cópia da portaria que nomeou o fiscal da obra.

28
 possuir data de realização.

 incluir o período de execução dos serviços medidos.

 informar o número de dias de execução e os que faltam para o


término do prazo contratual.

 ser assinada pelo fiscal da obra (e pelo preposto da contratada).

 devem corresponder aos serviços efetivamente executados


(atentar para a seqüência lógica de realização dos serviços).

 serviços não orçados não podem ser medidos antes da


formalização do respectivo aditivo.

29
 devem ser cumulativas, especificando os quantitativos medidos no
período e o acumulado.

 devem possuir certa consonância com o cronograma físico-


financeiro da obra – diferenças consideráveis devem ser
justificadas.

 os serviços devem ser medidos de acordo com os critérios de


medição aprovados (edital e contrato) e as unidades de medida
constantes do orçamento.

 a planilha deverá ser totalizada por item de serviço e por grupo de


serviços, além do somatório final.

30
ASPECTOS SOBRE PAGAMENTOS

31
 Aspectos sobre Pagamentos:
 observar os dispositivos contratuais que impõem critérios e
formas para a realização dos pagamentos.

 deve atentar para a legislação específica sobre direito financeiro


aplicada à Administração Pública (Lei nº 4.320/64), além das
obrigações legais definidas em normas correlatas e determinações
administrativas do próprio órgão.

 as medições, quando encaminhadas ao setor responsável para a


realização do pagamento, devem estar acompanhadas de toda a
documentação relacionada, em “forma de processo” – celeridade.
Após cada pagamento toda a documentação deve ser juntada ao
processo principal (ÚNICO).

32
 no momento anterior ao pagamento, apesar de já existir a dívida
para com o particular, posto que já constatada a sua liquidação
pela fiscalização (medições), ainda não se produziu qualquer
conseqüência para o Erário – sobrepreço e superfaturamento
(critérios de aceitabilidade de preços unitários).

“Art. 40 – O edital (...) indicará, obrigatoriamente,


o seguinte:
X – o critério de aceitabilidade dos preços unitário
e global, conforme o caso, permitida a fixação de
preços máximos e vedados a fixação de preços
mínimos (...)”.

33
 Procedimentos e documentos importantes p/ o pagamento:

 medição assinada pelo fiscal da obra (e pelo


representante da contratada).

 Nota Fiscal devidamente preenchida, no valor


correspondente à medição (adiantamentos ou
antecipações são ilegais), com destaque das retenções
legais (impostos, contribuições sociais e previdenciárias,
etc.) e informando o número do contrato e a medição a
que se refere.

 recibo no valor da Nota Fiscal, fazendo referência ao


número da nota e ao do contrato de execução.

34
 devem ser realizados de acordo com o cronograma
físico-financeiro previsto no contrato – planejamento de
desembolso.

 observar a previsão no Edital da exigência de prestação


de garantia de execução.

 Observar o prazo máximo de pagamento: 30 dias a


contar da data final do período de adimplemento de cada
parcela (medição) (art. 40, XIV, a – Lei de Licitações).

 Observar a necessidade de atualização financeira dos


valores a serem pagos (art. 40, XIV, c).

35
 Verificar a existência de penalidades aplicadas sobre a
contratada, vinculadas à liberação do pagamento.

 Comunicar aos órgãos incumbidos da arrecadação e


fiscalização de tributos da União, Estado ou Município, as
características e os valores pagos (art. 55, §3º - Lei de
Licitações).

 Realizar as retenções e os recolhimentos de tributos e


contribuições obrigatórios sobre a fatura.

 Demais documentos e procedimentos exigidos no


contrato e aqueles obrigatórios por lei (ex.: certidões
negativas, etc.).

36
ASPECTOS SOBRE ADITIVOS

37
 Aspectos sobre Aditivos:
 Aditivo: ato administrativo de modificação contratual.

 São dois os tipos mais comuns de aditivo: de valor e de prazo.

 Aditivo x Apostila: nos casos de variação do valor contratual para


fazer face ao reajuste de preços previsto no próprio contrato, as
atualizações, compensações ou penalizações financeiras
decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem
como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o
limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do
mesmo, podendo ser registrados por simples apostila,
dispensando a celebração de aditamento (art. 65, § 8º).

38
 Aditivo de valor:
 Limite I: acréscimos ou supressões até 25% do valor atualizado do
contrato, no caso de obras, e no máximo 50% no caso de reformas
(art. 65, §1º).

Observação:
 o percentual fixado para o aditivo deve ser calculado sobre o
valor atualizado do contrato (planilha da licitante vencedora).
Essa atualização só será levada em conta para a base de cálculo
do aditivo, ou seja, os preços unitários dos serviços
permanecem inalterados.

 considerar o período desde a data da entrega das propostas, na


licitação, até o momento da formalização do aditivo, para a
atualização.

39
 Limite II: o valor aprovado para o aditivo não deve provocar a
extrapolação do limite estipulado para a modalidade de licitação
utilizada (Decisão nº 1378/2003 – TCE/RN – autoria da consulta:
PGJ).

contrato + aditivo  lim. modalidade

Observação:
 incluir margem de segurança nos projetos e orçamentos, para o
encaixe na modalidade de licitação mais adequada.
 margem de segurança - sugestão:
 os limites do aditivo (art. 65, §1º).
 média de distorções observadas nas obras e serviços
realizados pelo órgão.
 precisão de 15%, sugerida pela Resolução nº 361 do CONFEA
(art. 3º, f), para o Projeto Básico.

40
 Aditivo de prazo:
 os contratos só poderão ser prorrogados até o fim da vigência dos
respectivos créditos orçamentários, exceto quando fizerem parte
de projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas
estabelecidas no Plano Plurianual – PPA (art. 57, caput e inciso I).

 só são admitidos quando ocorrer um dos motivos previstos no


parágrafo 1º do art. 57:

 alteração do projeto ou especificações, pela Administração.

 superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à


vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições
de execução do contrato.

41
 interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de
trabalho por ordem e no interesse da Administração.

 aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato,


nos limites permitidos.

 impedimento de execução do contrato por fato ou ato de


terceiro reconhecido pela Administração em documento
contemporâneo à sua ocorrência.

 omissão ou atraso de providências a cargo da Administração,


inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte,
diretamente, impedimento ou retardamento na execução do
contrato.

42
 Aditivo – formalidades:
 só poderão ser processados nos casos descritos nos incisos I e II
do art. 65 da Lei de Licitações.

 deverão cumprir as mesmas exigências impostas ao contrato,


naquilo que for pertinente.

 devem ser realizados antes do fim do prazo de vigência do


contrato (nulidade).

 devem ser remetidos para publicação do extrato até o quinto dia


útil do mês seguinte ao de sua assinatura, devendo a publicação
ocorrer no prazo máximo de 20 (vinte) dias da data do
encaminhamento (eficácia).

43
 devem ser justificados pelo fiscal da obra ou pelo projetista, nos
casos de aditivo de valor (justificativa técnica).

 devem ser justificados pelo fiscal da obra ou pelo setor


responsável do órgão executor, nos casos de aditivo de prazo
(justificativa técnica ou administrativa).

 deverão vir acompanhados de planilha orçamentária de adequação


(aditivo de valor) e/ou de cronograma atualizado de execução
(aditivo de prazo).

 devem ser assinados pelas partes (contratada e contratante).

 devem ser aprovados pela autoridade competente para celebrar o


contrato.

44
 serviços não contemplados no contrato (orçamento) terão seus
preços unitários fixados mediante acordo entre as partes (art. 65,
§3º).

 a Administração deverá cobrar da empresa contratada a


suplementação da garantia de execução:

 representada pela aplicação do percentual estipulado no


contrato sobre o valor do aditivo;
 exigir a ampliação do prazo e valor da garantia, no caso de a
mesma ter sido feita através de seguro-garantia ou fiança
bancária (endosso).

45
ASPECTOS SOBRE RECEBIMENTO DE OBRA

46
 Aspectos sobre Recebimento de Obra:
 Recebimento: obriga o órgão executor não só a promover, a partir
daquele instante, a guarda e manutenção do objeto contratado,
mas principalmente o impõe a necessidade de verificação da
efetividade dos serviços.

 Observação: o fato de a Administração Pública assumir a


administração do empreendimento executado não exclui o
dever da contratada de responder civilmente pela solidez e
segurança da obra ou serviço, nem ético-profissional pela
perfeita execução do contrato (art. 73, §2º).

47
 Recebimento Provisório:
 Possui a função principal de promover o arremate da obra, ou
seja, de proporcionar a finalização dos últimos detalhes.

 Realizado pelo fiscal de obra designado pela Administração para


acompanhamento e fiscalização dos serviços (compromisso com o
resultado final apresentado) (art. 73, I, a – Lei de Licitações).

 Deve ser feito em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita da


contratada e mediante termo circunstanciado assinado pelas
partes (art. 73, I, a).

48
 Recebimento Definitivo:

 É processado por servidor ou comissão designada pela autoridade


competente, mediante termo assinado pelas partes, após o
decurso do prazo de observação ou vistoria, que comprove a
adequação do objeto aos termos contratuais, devendo a
contratada reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às
suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que
se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da
execução ou de materiais empregados (art. 73, I, b, c/c art. 69).

49
 O recebimento definitivo funciona quase como uma auditoria
sobre a obra, fornecendo como resultado para a Administração a
confirmação da veracidade dos dados fornecidos pela fiscalização
de obra, durante a execução. Tal confirmação revela, portanto, a
qualidade, a capacidade técnica e a fidelidade da fiscalização de
obra.

 A Administração possui um prazo máximo de 90 (noventa) dias


para a realização do recebimento definitivo (art. 73, §3º),
contados do recebimento provisório.

50
OBSERVAÇÃO

Na hipótese de a Administração não vir a efetuar os recebimentos


provisório e/ou definitivo, os mesmos reputar-se-ão como
realizados, desde que a contratada comunique à Administração nos
15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos prazos estipulados para
a sua realização (art. 73, §4º).

51
52
Norma Assunto
LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO Licitações e Contratos da
DE 1993 Administração Pública
LEI Nº 4.320, DE 17 DE MARÇO Normas Gerais de Direito
DE 1964 Financeiro
LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE Responsabilidade Fiscal – LRF
04 DE MAIO DE 2000
LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO Novo Código Civil
DE 2002
LEI COMPLEMENTAR Nº 116, DE Dispõe sobre o Imposto Sobre
31 DE JULHO DE 2003 Serviços de Qualquer Natureza –
ISS

53
Norma Assunto
LEI Nº 8.429, DE 02 DE JUNHO Improbidade Administrativa
DE 1992
DECRETO LEI Nº 201, DE 27 DE Dispõe sobre a responsabilidade
FEVEREIRO DE 1967 dos Prefeitos e Vereadores
LEI Nº 5.194, DE 24 DE Regula o exercício das profissões
DEZEMBRO DE 1966 de Engenheiro, Arquiteto e
Engenheiro-Agrônomo
LEI Nº 6.496, DE 07 DE Institui a "Anotação de
DEZEMBRO DE 1977 Responsabilidade Técnica" – ART
RESOLUÇÃO Nº 1025 / CONFEA, Dispõe sobre a Anotação de
DE 30 DE OUTUBRO DE 2009 Responsabilidade Técnica

54
Norma Assunto
RESOLUÇÃO Nº 361 / CONFEA, Conceitua Projeto Básico
DE 10 DE DEZEMBRO DE 1991
LEI Nº 8.212, DE 24 DE JULHO DE Organização da Seguridade Social
1991 e dá outras providências – INSS
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001, Critérios básicos e diretrizes gerais
DE 23 DE JANEIRO DE 1986 para o Relatório de Impacto
Ambiental – RIMA
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 237, Regulamenta os aspectos de
DE 19 DE DEZEMBRO DE 1997 licenciamento ambiental
LEI Nº 9.069, DE 29 DE JUNHO Dispõe sobre o Plano Real e dá
DE 1995 outras providências

55
Norma Assunto
DECISÃO NORMATIVA Nº 069 / Aplicação de penalidades aos
CONFEA, DE 23 DE MARÇO DE profissionais por imperícia,
2001 imprudência e negligência
SUMULA Nº 222 – TCU Decisões do TCU sobre aplicação
de normas gerais de licitação
NORMAS DA ABNT Engenharia
SUMULA Nº 01 – TCE/RN Pagamento antecipado - ilegal
DECISÃO Nº 1.378/2003 – Aditivo de valor
TCE/RN
RESOLUÇÃO Nº 006/2011 – SIAI / LRF e prestação de contas
TCE/RN ao TCE/RN

56
Norma Assunto
DECRETO LEI Nº 2.848, DE 07 DE Código Penal
DEZEMBRO DE 1940
LEI COMPLEMENTAR Nº 122, DE Regime Jurídico Único dos
30 DE JUNHO DE 1994 Servidores Civis do Estado/RN
ORIENTAÇÃO TÉCNICA DO Definição de Projeto Básico
IBRAOP Nº 001/2006
ORIENTAÇÃO TÉCNICA DO Distinção entre Obra e Serviço de
IBRAOP Nº 002/2009 Engenharia
SÚMULAS, RESOLUÇÕES, Legislação e Jurisprudência do
DECISÕES E ACÓRDÃOS TCE/RN e TCU

57
58
 Projeto Básico:
 Problemas detectados:

 Ausência total do Projeto Básico – “orçamento não é projeto


básico”.

 Projeto Básico é distorcido para se adaptar às condições


financeiras da Administração.

 Identificação da obra ou serviço – descrição e localização


imprecisas.

59
 Ausência de projetos de engenharia e plantas de arquitetura
(proj. estrutural, pl. baixa, localização e situação, locação,
instalações, etc.).

 Erro na especificação dos materiais empregados e dos serviços


necessários.

 Inclusão de serviços pagos por “verba” e denominados “horas de


máquina” ou “mão-de-obra”, etc. (em desacordo c/ art. 7º, § 4º
da Lei de Licitações).

 Ausência da composição de preços dos serviços discriminados


no orçamento.

 Quantitativos sub ou super-dimensionados – provoca a


realização de aditivos (“Jogo de Planilhas”).

60
 Projetos não-funcionais e anti-econômicos (princípio da
eficiência).

 Utilização de projeto básico desatualizado.

 Ausência de responsável técnico pelo projeto - ART.

 Utilização de projeto padrão para ser realizado em vários locais


diferentes, sem as devidas orientações para adaptação (ex.:
casas populares, escolas, etc.).

61
Jurisprudência do TCU:

Processo 017.789/1996-6 – Acórdão 133/2000 – Plenário


(Relator: Min. Adylson Motta):

“Novamente esbarramos na falta de projetos adequados


para a construção de obras de engenharia. O Projeto
Básico, como temos visto constantemente nesta Casa, (...),
tem sido encarado como instrumento de ficção, já que na
maioria das vezes são inúteis ou servem muito pouco ao
adequado desenvolvimento de nossas obras públicas.”

62
Jurisprudência do TCU:

Processo 003.201/2002-9 – Decisão 872/2002 – Plenário


(Relator: Min. Marcos Vilaça):

“As imperfeições do Projeto Básico acabam por dar ensejo à


alteração excessiva dos projetos subseqüentes que, por sua
vez, abre as portas à corrupção, ao sobrepreço, à
interrupção de obras, entre outros males.”

63
 Outras Irregularidades Detectadas:
 Ausência de justificativas ou justificativas infundadas para
aditivos.
 ART de execução registrada após o início dos serviços, ou
ausência da mesma.
 Quantitativos medidos a mais do que o executado num primeiro
momento, para depois serem “negativados” ou anulados –
adiantamento ilegal.
 Medição de serviços não contemplados no orçamento vigente.
 Medição sem assinatura do fiscal de obra (e do preposto da
contratada), sem data de realização e sem período de execução
dos serviços medidos.

64
 Valor inicial da obra + aditivo ultrapassando o limite imposto para
a modalidade de licitação utilizada.
 Aditivo realizado após fim do prazo de vigência do contrato –
nulo.
 Rescisão contratual sem termo de recebimento da obra.
 Ausência de aditivo nas alterações de projeto.
 Compensação informal: troca de serviços sem aditivo.
 Alteração do objeto contratual.
 Omissão da administração quando do surgimento de defeitos
construtivos durante o período de garantia da obra.
 Ausência de matrícula de Obra de Construção Civil no CEI/INSS.
(?????????)

65
 Ausência de discriminação nas Notas Fiscais dos valores de mão-
de-obra, material e equipamentos – Contr. Previdenciária e ISS.
 GPS identificadas com o CNPJ da empresa contratada e não com o
número CEI da Obra de Construção Civil.
 Ausência de retenção das contribuições previdenciárias sobre o
contrato – no caso de Serviços de Construção Civil. (???????).
 Não recolhimento ao INSS do valor retido da empresa contratada
(crime de apropriação indébita previdenciária – art. 168-A, §1º, I e
II – CP).
 Ausência de alvará da prefeitura do local da obra – ISS.
 Imunidade Tributária só para execução direta (art. 150, VI, a –
CF/88 e art. 9º, IV, a – CTN).

66
 ISS – ausência de retenções e recolhimentos ao município
competente (Lei Complementar Nacional nº 116/2003).
 Recolhimento de ISS em outro município, que não o do local da
obra.
 Fim do contrato: ausência de Certidão Negativa de Débitos da
obra junto à Fazenda do(s) município(s) competente(s) – ISS do
local da obra/serviço (art. 55, XIII – Lei 8.666/93).
 Ausência de critérios de aceitabilidade de preços unitários/global.
 Subcontratação não admitida no edital.
 Obra não dirigida pelo representante indicado da contratada.
 Recebimento definitivo da obra com falhas visíveis de execução.

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 Administrativa:

Lei Complementar nº 122/94 (RJU/RN):

Art.129. São deveres do servidor:

IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente


ilegais;

Art.134. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo


exercício irregular de suas atribuições.

Art.137. A responsabilidade administrativa decorre de ato ou


omissão constitutivo de infração disciplinar.

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 Administrativa:
Lei nº 8.666/93 (Licitações):

Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em


desacordo com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os
objetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e
nos regulamentos próprios, sem prejuízo das responsabilidades civil
e criminal que seu ato ensejar.

Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente


tentados, sujeitam os seus autores, quando servidores públicos,
além das sanções penais, à perda do cargo, emprego, função ou
mandato eletivo.

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 Administrativa:
Lei nº 8.429/92 (Improbidade Administrativa):

Art. 9°. Constitui ato de improbidade administrativa importando


enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial
indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego
ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, (...).

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão


ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou
dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º
desta lei, (...).

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 Administrativa:

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta


contra os princípios da administração pública qualquer ação ou
omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade,
legalidade, e lealdade às instituições, (...).

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e


administrativas, previstas na legislação específica, está o responsável
pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações:

Incisos I a III

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 Penal:
Lei nº 8.666/93:

Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou


vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do
adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o
Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da
licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda,
pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua
exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta Lei:

Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa.

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 Penal:
Decreto Lei nº 2.848/40 (Código Penal):

• Fraude na entrega de coisa (art. 171, § 2º, IV e § 3º).


• Peculato – apropriação de dinheiro público (art. 312, § 1º).
• Corrupção Passiva (art. 317, § 2º).
• Prevaricação (art. 319) – retardar ou deixar de praticar ato de
ofício.
• Patrocinar interesse privado perante a Adm. Pública (art. 321).
• Violação de sigilo funcional (art. 325, § 2º).
• Agravantes (art. 61, II, f e g).
• Efeitos da condenação (art. 91, I e II – civil; art. 92, I, a e b –
administrativa).

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 Penal:
• Falsidade Ideológica, ou Falso Atestado (art. 299, parágrafo único):

Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração


que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração
falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar
direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa, se o
documento é público, (...).
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o
crime prevalecendo-se do cargo, (...), aumenta-se a pena de sexta
parte.

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 Civil:
Lei Complementar nº 122/94 (RJU/RN):

Art.135. A responsabilidade civil decorre de ato comissivo ou


omissivo, doloso ou culposo, praticado no desempenho do cargo,
função ou emprego, que cause prejuízo ao erário público.

§2º. Tratando-se de dano causado a terceiro, responde o servidor


perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.

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 Profissional:
Decisão Normativa nº 069/CONFEA:

Art. 1º. O profissional que se incumbir de atividades para as quais


não possua conhecimento técnico suficiente, mesmo tendo
legalmente essas atribuições, (...), caracterizando imperícia, deverá
ser imediatamente autuado pelo CREA respectivo, por infração ao
Código de Ética Profissional. (IMPERÍCIA)

Art. 2º O profissional que, mesmo podendo prever conseqüências


negativas, é imprevidente e pratica ato ou atos que caracterizem a
imprudência, ou seja, não leva em consideração o que acredita ser
fonte de erro, deverá ser autuado pelo CREA respectivo por infração
ao Código de Ética Profissional, (...). (IMPRUDÊNCIA)

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 Profissional:
Art. 3º Os atos negligentes do profissional perante o contratante ou
terceiros, principalmente aqueles relativos à não participação efetiva
na autoria do projeto e na execução do empreendimento,
caracterizando acobertamento, deverão ser objeto de autuação (...).
(NEGLIGÊNCIA)

Art. 5º Tanto a negligência quanto a imprudência e a imperícia,


quando comprovadas, poderão acarretar ao profissional o
cancelamento do seu registro no CREA (...).

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OBRIGADO
Ricardo Villaça

TCE/RN – 4o Andar
Escritório de Planejamento e Gestão – EPG
(84) 3642-7338
e-mail: rbv1106@yahoo.com.br

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