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Direito Penal - Furto

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FURTO

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FURTO
CONCEITO: SUBTRAÇÃO, PARA SI OU PARA OUTREM, DE COISA ALHEIA MÓVEL.

OBJETO JURÍDICO (Bem jurídico tutelado): O PATRIMÔNIO; NÃO APENAS A


PROPRIEDADE, MAS TAMBÉM A POSSE. EM REGRA, A PROPRIEDADE E POSSE, SE
CONFUNDEM NUM SÓ TITULAR, MAS NADA OBSTA QUE ESTEJAM DISSOCIADOS.

AÇÃO NUCLEAR: SUBTRAIR: SIGNIFICA TIRAR DE ALGUÉM O BEM MÓVEL, SEM A SUA
PERMISSÃO, COM O FIM DE ASSENHORAMENTO DEFINITIVO.
FURTO
CRIME DE AÇÃO LIVRE: A AÇÃO PODE SER REALIZADA DE DIVERSOS MEIOS. PODE
SE DAR POR MEIOS DIRETOS (RETIRADA PELO PRÓPRIO AGENTE) OU INDIRETOS
(RETIRADA POR ANIMAIS OU CRIANÇAS, DE OBJETOS DE UMA LOJA).

OBJETO MATERIAL: COISA MÓVEL.


Coisa: toda substancia material, corpórea, passível de subtração que tenha valor econômico.
É fundamental que a coisa alheia móvel da qual o agente se apodera tenha interesse econômico.

Móvel: é tudo aquilo que pode ser transportado de um lugar para outro, sem separação
destrutiva do solo, inclusive animais (navios – diferente da lei civil).
FURTO
ELEMENTO NORMATIVO: COISA ALHEIA: É O PATRIMÔNIO QUE SE ENCONTRA NA
POSSE DE OUTREM, PROPRIETÁRIO OU POSSUIDOR DA COISA.

Assim, NÃO PODEM ser objeto de furto:

- res nullius (coisa sem dono) Ex.: vira lata de rua.


- res derelicta (coisa abandonada) Ex.: sofá velho – abriu mão da propriedade, renunciou.
- res deperdita (coisa perdida) – Atenção: Artigo 169, inciso II, do CP.
- coisa própria: o tipo faz menção à coisa alheia.
FURTO
SUJEITO ATIVO: QUALQUER PESSOA.
SUJEITO PASSIVO: QUALQUER PESSOA, FÍSICA OU JURÍDICA, QUE TENHA A POSSE
OU A PROPRIEDADE DO BEM.

ELEMENTO SUBJETIVO: DOLO (VONTADE LIVRE E CONSCIENTE DE EFETUAR A


SUBTRAÇÃO).
MAS NÃO BASTA O DOLO: EXIGE A LEI QUE A SUBTRAÇÃO SE EFETUE COM A FINALIDADE
ESPECIAL DE ASSENHORAMENTO DEFINITIVO, CONSUBSTANCIADO NA EXPRESSÃO “PARA
SI OU PARA OUTREM”.
FURTO
FURTO DE USO: SE O AGENTE SUBTRAI O BEM APENAS PARA USO TRANSITÓRIO E
DEPOIS DEVOLVE NO MESMO ESTADO, NÃO SE CONFIGURA O CRIME, PELA AUSÊNCIA DA
INTENÇÃO DE ASSENHORAMENTO DEFINITIVO DO BEM.
REQUISITOS:
1º Requisito – “Intenção, desde o início, de uso momentâneo da coisa subtraída.” Ou
seja, você subtraiu já com essa intenção.
2º Requisito – Coisa não consumível. Somente na coisa não consumível é que você
consegue obedecer também ao requisito seguinte.
3º Requisito – Restituição imediata e integral à vítima.
FURTO
FURTO FAMÉLICO OU NECESSITADO: AQUELE COMETIDO POR QUEM SE ENCONTRA EM
SITUAÇÃO DE EXTREMA MISERABILIDADE, NECESSITANDO DE ALIMENTO PARA SACIAR A SUA FOME OU
DE SUA FAMÍLIA. NÃO SE CONFIGURA O CRIME, PELA INCIDÊNCIA DO ESTADO DE NECESSIDADE (LESÃO A
UM BEM JURÍDICO PARA SALVAR OUTRO MAIS IMPORTANTE). NÃO BASTA ALEGAR DESEMPREGO. DEVE
HAVER PERIGO ATUAL, NÃO CAUSADO PELO AGENTE, QUE NÃO PODIA DE OUTRO MODO EVITAR E
INEXIGIBILIDADE DE SACRIFÍCIO DO DIREITO AMEAÇADO.
REQUISITOS:
1º Requisito – “Que o fato seja praticado para mitigar a fome.”
2º Requisito – “Inevitabilidade do comportamento lesivo.”
3º Requisito – “Subtração de coisa capaz de diretamente contornar a emergência.”
4º Requisito – “Insuficiência dos recursos adquiridos ou impossibilidade de trabalhar.”
FURTO
CONSUMAÇÃO: COM A INVERSÃO DA POSSE, OU SEJA, QUANDO O BEM PASSA DA ESFERA
DE DISPONIBILIDADE DA VÍTIMA PARA A DO AUTOR. NO MOMENTO EM QUE O POSSUIDOR
PERDE O PODER E O CONTROLE SOBRE A COISA, TENDO DE RETOMÁ-LA.
Teoria da Amotio: “dá-se a consumação quando a coisa subtraída passa para o poder do agente,
mesmo que num curto espaço de tempo, independentemente de deslocamento ou posse
pacífica.” (STF e STJ)

TENTATIVA: POSSÍVEL – ITER CRIMINIS FRACIONÁVEL. OCORRERÁ QUANDO POR


CIRCUNSTANCIAS ALHEIAS À VONTADE DO AGENTE, O AGENTE NÃO CHEGA A RETIRAR O BEM
DA ESFERA DE DISPONIBILIDADE DA VÍTIMA.
FURTO
FORMAS:
- SIMPLES: PREVISTA NO CAPUT (1 A 4 ANOS DE RECLUSÃO) – SUSPENSÃO CONDICIONAL DO
PROCESSO.
- REPOUSO NOTURNO: CAUSA DE AUMENTO DE 1/3, SE O FURTO É PRATICADO DURANTE O REPOUSO
NOTURNO: MAIOR PERIGO AO BEM, MAIOR FACILIDADE PARA O AGENTE, MENOR CHANCE DE
DEFENDER O BEM. O AGENTE SE APROVEITA DA NOITE.
- PRIVILEGIADO: REQUISITOS:
a) primariedade: primário é aquele que não é reincidente.
b) pequeno valor da coisa: jurisprudência: firmou entendimento no sentido de ser aquele em que a coisa
não tem valor superior a um salário mínimo à época do fato.
c) presentes os dois requisitos acima (cumulativos), o juiz está obrigado a conceder o privilégio legal.
FURTO
FORMAS:
- FURTO DE ENERGIA: A LEI EQUIPAROU ENERGIA ELÉTRICA A COISA MÓVEL. TAMBÉM EQUIPAROU
QUALQUER OUTRA COM VALOR ECONÔMICO À COISA MÓVEL, COMO, POR EXEMPLO, ENERGIA
SOLAR.
- TV A CABO: O § 3º TRAZ UMA CLÁUSULA DE EQUIPARAÇÃO, EQUIPARANDO À COISA MÓVEL A
ENERGIA ELÉTRICA OU QUALQUER OUTRA QUE TENHA VALOR ECONÔMICO.
EXEMPLO DE QUALQUER OUTRA ENERGIA QUE TENHA VALOR ECONÔMICO E QUE NÃO SEJA
ELÉTRICA: MECÂNICA, TÉRMICA, RADIOATIVIDADE E GENÉTICA. SÃO AS OUTRAS FORMAS DE
ENERGIA.
FURTO
FORMAS:
- QUALIFICADO: PREVISTO NO ART. 155, §§ 4.° A 7.°, EM ROL TAXATIVO, INDICAM MAIOR GRAVIDADE,
MAIOR DESVALOR DA CONDUTA. BASTA UMA DELAS PARA QUALIFICAR O CRIME. PRESENTE UMA
SEGUNDA, ATUARÁ COMO CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL PARA A FIXAÇÃO DA PENA BASE.
a) com a destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa (I): trata-se de violência
empregada contra obstáculo que dificulte a subtração.
Conceito de obstáculo: aquele destinado a proteger a propriedade, ainda que não sirva exclusivamente
para isso.
FURTO
b) com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza (II):
Abuso de confiança: que surge de determinadas relações de emprego, amizade ou parentesco, havidas entre
agente e vítima.
Fraude: ardil, artifício, meio enganoso para diminuir, iludir a vigilância da vítima e realizar a subtração. Ex.:
disfarçar-se de funcionário da Vivo.
• Furto mediante fraude (artigo 155, §4º, II, CP) – No furto, a fraude visa diminuir a vigilância da vítima sobre a coisa e
possibilitar a subtração. Aqui, a vontade de alterar a posse é unilateral, ou seja, a coisa sai da vítima e vai para o agente de forma
unilateral.
• Estelionato (artigo 171, CP) – No estelionato, a fraude visa com que a vítima entregue a coisa espontaneamente. Ela emprega
uma posse desvigiada. Aqui, a vontade de alterar a posse é bilateral.
FURTO
b) com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza (II):
Escalada: é o acesso a um lugar por uma via anormal. Tanto faz se com uso de instrumentos (corda,
escada) ou não.
Destreza: Destreza é peculiar habilidade física ou manual praticando o crime sem que a vítima perceba
que está sendo despojada.

c) com emprego de chave falsa (III): é a chave que imita a verdadeira (cópia) ou qualquer objeto
empregado para a abertura de qualquer espécie de fechadura (como gancho, grampo, clipe, etc.).
d) mediante concurso de 2 ou mais pessoas (IV): pouco importa se um deles é inimputável (ex.:
adolescente) ou não é identificado. Decorre de maior dificuldade de defesa da res, pela facilidade na
subtração.
FURTO
§ 4º-A A PENA É DE RECLUSÃO DE 4 (QUATRO) A 10 (DEZ) ANOS E MULTA, SE HOUVER EMPREGO DE
EXPLOSIVO OU DE ARTEFATO ANÁLOGO QUE CAUSE PERIGO COMUM. (INCLUÍDO PELA LEI Nº
13.654/2018): O OBJETIVO DECLARADO DESSE NOVO PARÁGRAFO FOI O DE PUNIR COM MAIS RIGOR OS
FURTOS REALIZADOS EM CAIXAS ELETRÔNICOS LOCALIZADOS EM AGÊNCIAS BANCÁRIAS OU EM
ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS.
Explosivo é a substância ou artefato que possa produzir uma explosão, detonação, propulsão ou efeito
pirotécnico.
FURTO
§ 4º-B – A PENA É DE RECLUSÃO, DE 4 (QUATRO) A 8 (OITO) ANOS, E MULTA, SE O FURTO MEDIANTE
FRAUDE É COMETIDO POR MEIO DE DISPOSITIVO ELETRÔNICO OU INFORMÁTICO, CONECTADO OU NÃO
À REDE DE COMPUTADORES, COM OU SEM A VIOLAÇÃO DE MECANISMO DE SEGURANÇA OU A
UTILIZAÇÃO DE PROGRAMA MALICIOSO, OU POR QUALQUER OUTRO MEIO FRAUDULENTO ANÁLOGO.
Dispositivo eletrônico ou informático pode ser conceituado como qualquer aparelho com capacidade de
armazenar e processar automaticamente informações/programas: computador, notebook, tablet,
smartphone.
FURTO
§ 4º-C A PENA PREVISTA NO § 4º-B DESTE ARTIGO, CONSIDERADA A RELEVÂNCIA DO RESULTADO GRAVOSO:
I – AUMENTA-SE DE 1/3 (UM TERÇO) A 2/3 (DOIS TERÇOS), SE O CRIME É PRATICADO MEDIANTE A UTILIZAÇÃO DE
SERVIDOR MANTIDO FORA DO TERRITÓRIO NACIONAL;
Justifica-se a elevação da pena em razão das barreiras naturalmente impostas à investigação.
II – AUMENTA-SE DE 1/3 (UM TERÇO) AO DOBRO SE O CRIME É PRATICADO CONTRA IDOSO OU VULNERÁVEL.
É idosa a pessoa com idade igual ou superior a sessenta anos, como dispõe o art. 1º da Lei 10.741/03.

FURTO DE VEÍCULO AUTOMOTOR QUE VENHA A SER TRANSPORTADO PARA OUTRO ESTADO OU PARA O
EXTERIOR (§ 5º): QUALIFICADORA INCLUÍDA PELA LEI 9.426/96: PENA DE 3 A 8 ANOS. TANTO O PRÓPRIO
AGENTE QUANTO OUTRO POR ELE CONTRATADO PODEM REALIZAR O TRANSPORTE.
FURTO
§ 6º A PENA É DE RECLUSÃO DE 2 (DOIS) A 5 (CINCO) ANOS SE A SUBTRAÇÃO FOR DE SEMOVENTE
DOMESTICÁVEL DE PRODUÇÃO, AINDA QUE ABATIDO OU DIVIDIDO EM PARTES NO LOCAL DA
SUBTRAÇÃO (LEI Nº 13.330/2016):
ABIGEATO: O § 6º DO ART. 155 PUNE MAIS GRAVOSAMENTE O ABIGEATO, QUE É O NOME DADO PELA
DOUTRINA PARA O FURTO DE GADO.
ANIMAL ABATIDO OU DIVIDIDO EM PARTES NO LOCAL DA SUBTRAÇÃO: VALE RESSALTAR QUE HAVERÁ A
INCIDÊNCIA DA REFERIDA QUALIFICADORA AINDA QUE O AGENTE MATE O SEMOVENTE OU VENHA A
DIVIDI-LO EM PARTES NO LOCAL DA SUBTRAÇÃO.
FURTO
SUBSTÂNCIAS EXPLOSIVAS OU ACESSÓRIOS COMO OBJETO DA SUBTRAÇÃO (PARÁGRAFO 7º): A LEI
13.654/18, COM A INCLUSÃO NO ARTIGO 155 DO PARÁGRAFO 7º, TAMBÉM PUNE COM RECLUSÃO DE 4 A 10
ANOS, MAIS MULTA, A SUBTRAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS EXPLOSIVAS OU DE ACESSÓRIOS QUE, CONJUNTA OU
ISOLADAMENTE, POSSIBILITEM SUA FABRICAÇÃO, MONTAGEM OU EMPREGO.

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