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Fundamentos Da Educação para A Saúde Bioética - PPTX CIEP AULA 01

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Ética, Legislação e

Trabalho/Bioética

Professora: Ysadora Lobo


JURAMENTO DO TÉCNICO EM
ENFERMAGEM:
Juro dedicar minha vida profissional a serviço da
humanidade, respeitando a dignidade e os direitos da
pessoa humana, exercendo a Enfermagem com consciência
e dedicação, guardando sem desfalecimento os segredos
que me forem confiados, respeitando a vida desde a
concepção até a morte, não praticando voluntariamente
atos que coloquem em risco a integridade física e psíquica
do ser humano, mantendo elevados os ideais da minha
profissão, obedecendo os preceitos da ética e da moral,
preservando sua honra, seu prestígio e suas tradições.
O que é
ÉTICA?
Ética tem como proposta compreender valores e
critérios que orientam o julgamento da ação humana em
suas múltiplas atividades, principalmente aquelas que
dizem respeito ao trabalho e à vida humana associada.
refere-se à reflexão crítica sobre o comportamento
humano, interpreta, discute, problematiza e investiga os
valores e princípios. Procura dar respostas ao que “deve
ser feito”, e não ao “que pode ser feito” do ponto de
vista das razões de se fazer ou deixar de fazer, de
aprovar ou desaprovar algo, do que é bom e do que é
mau, do justo e do injusto.
 Do grego, “ethos” = “morada”, “habitat”, “refúgio”.
Para os filósofos: “modo de ser”, “caráter”, “índole”, “natureza”;

 Conjunto de valores que orientam o comportamento do homem


em relação aos outros homens na sociedade em que vivem,
garantindo o bem-estar social;

 A ética é a parte da filosofia que estuda a moral, pois reflete e


questiona sobre as regras morais.

 Não estabelece regras, estabelece reflexões sobre a vida


humana.
Ética ou “ciência da moral” é o conjunto de princípios morais que
regem os direitos e deveres de um indivíduo ou de uma
organização, dentro de um determinado setor de trabalho. A ética
teria surgido com Sócrates, pois se exige maior grau de cultura.
Ela investiga e explica as normas morais, pois leva o homem a agir
não só por tradição, educação ou hábito, mas principalmente por
convicção e inteligência.
O objetivo da ética é a aquisição de hábitos bons, que contribuam
para a formação do caráter nobre, levando o indivíduo a ser e agir
de maneira íntegra e honrada. A ética profissional mantém o
homem dentro de um padrão de comportamento, ditando-lhe
aquilo que deve fazer e aquilo que deve evitar a fim de ser um
bom profissional. Assim, temos a ética médica, a ética dos
advogados, a ética dos enfermeiros, etc.
Preceitos éticos:

• Preservação da espécie humana


• Preservação da sociedade e dos valores culturais e
políticos, respeitando diversidades que compõem uma
mesma sociedade
• Preocupação com a sustentabilidade, entendendo o
planeta como um bem para as próximas gerações
E o que é MORAL?
Do termo latino “Morales” - “relativo aos costumes”

Conjunto de regras aplicadas no cotidiano por cada


cidadão. Tais regras orientam a vivência na sociedade,
norteando os julgamentos sobre o que é certo ou
errado, moral ou imoral, e as suas ações.

 É fruto do padrão cultural e formada pelos valores


previamente estabelecidos de determinada sociedade, e
os comportamentos socialmente aceitos e passíveis de
serem questionados pela ética.
Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em
sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo
cotidiano. A moral tem caráter obrigatório. A moral sempre existiu, pois todo
ser humano possui a consciência moral que o leva a distinguir o bem do mal no
contexto em que se vive. Surgindo realmente quando o homem passou a fazer
parte de agrupamentos, isto é, surgiu nas sociedades primitivas, nas primeiras
tribos. A moral, afinal, não é somente um ato individual, pois as pessoas são,
por natureza, seres sociais, assim percebe-se que a moral também é um
empreendimento social. E esses atos morais, quando realizados por livre
participação da pessoa, são aceitas voluntariamente. Portanto, o termo moral
significa tudo o que se submete a todo valor onde devem predominar na
conduta do ser humano as tendências mais convenientes ao desenvolvimento
da vida individual e social, cujas aptidões constituem o chamado sentido
moral dos indivíduos.
Moral X Ética
Valor?

Cada objeto que existe na natureza só tem valor no momento em que o homem estabelece
relação com ele. É o homem que dá valor às coisas ou cria valores na sua relação com a natureza
e com os outros homens. Assim, temos valores naturais, que independem do trabalho humano,
como a água e as plantas; e os valores artificiais, produzidos pelo trabalho humano, como
aparelhos eletrodomésticos, esculturas, objetos de uso pessoal, etc. O valor moral dependerá
de qual utilização será dada ao objeto, a que fim, interesse ou necessidade servirá Logo,
só podemos atribuir valor moral a um ato se ele tem consequências que afetam a outros
indivíduos,a um grupo social ou a toda uma sociedade.
O que é
BIOÉTICA?
 Ética da vida;

 Estuda a moralidade da conduta humana no campo das ciências


da vida (JÚNIOR, 2007);

 É a ciência que tem como objetivo indicar os limites e as


finalidades da intervenção do homem sobre a vida.
(JUNQUEIRA, 2016);

 Tem como objetivo facilitar o enfretamento de questões


éticas/bioéticas que surgirão na vida profissional.
1. Contexto Histórico
O inicio da Bioética se deu no começo da década de 1970,
por um pesquisador e professor norte-americano, Van
Potter.
 Van Potter propôs um novo ramo do conhecimento que
ajudasse as pessoas a pensar nas possíveis implicações
(positivas ou negativas) dos avanços da ciência sobre a
vida.
 Ele sugeriu que se estabelecesse uma “ponte” entre duas
culturas, a científica e a humanística, guiado pela seguinte
frase: “Nem tudo que é cientificamente possível é
eticamente aceitável”.
1.1 O paternalismo hipocrático
 Hipócrates (séc. IV a.C) o “Pai da Medicina”. Sua
importância é tão reconhecida que os profissionais
da saúde, no dia da formatura fazem o “Juramento
de Hipócrates”.

 No século IV a.C., a sociedade era formada por


diversas castas (camadas sociais bem definidas e
separadas entre si.) que faziam com que ela fosse
piramidal.
Governantes, sacerdotes e MÉDICOS

Soldados, artesãos e agricultores

Escravos e prisioneiros
Os médicos, naquela época, eram considerados
semideuses, e estavam encarregados de curar as
pessoas “ segundo seu poder e entendimento.”
 Isso significa que os médicos (semideuses), ainda
que tivessem a intenção de curar os doentes, eram
pessoas superiores, melhores que as outras
(tinham mais valor que as outras.)
 Ao longo da história, a estrutura da sociedade
deixou de ser piramidal, mas essa postura
“paternalista”, na qual os profissionais de saúde são
considerados “pais”, ou melhores que os seus
pacientes, ainda hoje é percebida com frequência .
2.2 O cartesianismo
 Estabelecido por René Descartes no séc. XVII, o
método cartesiano, ao propor a fragmentação do
saber (com a divisão do “todo” “em partes” para
estuda-las isoladamente), sem dúvida contribuiu
para o desenvolvimento da ciência.
 Entretanto o cartesianismo gerou a
superespecialização do saber.
 Esse fato colaborou com a perda do entendimento
de que o paciente é uma pessoa única e que deve
ser considerado em sua totalidade.
Com o avanço cada vez mais rápido da ciência, fica
difícil saber de tudo. Entretanto não podemos perder
a visão de que o paciente que vamos atender é um
todo, para não sermos “um profissional que sabe
quase tudo sobre quase nada”.
2.3 A descoberta dos microrganismos

No sec. XIX, com a evolução dos


microscópios, os cientistas Louis
Pasteur e Robert Koch iniciaram
uma nova fase na evolução da
ciência: A descoberta e o estudo
dos microrganismos.
A partir dessas descobertas a
ciência começou a caminhar a
passos largos.
Podemos atribuir a essas descobertas uma
mudança de foco dos profissionais do “doente”
para a “doença”, ou seja, quando os profissionais
se preocupam mais com as doenças do que com o
doente.

Todos esses fatores históricos podem ter


contribuído para o processo de desumanização da
assistência ao paciente.
3. Fundamentação da Bioética.
Para nós o fundamento ético é como se fosse a
estrutura de um prédio. A fundação do prédio é a
estrutura de concreto ou de metal que permite que a
construção seja feita e que o prédio permaneça em
pé.
O nosso fundamento ético é tão importante
quanto a estrutura de um prédio. Se esse fundamento
não está bem entendido, corremos o risco de não
enfrentar de maneira adequada os desafios éticos que
a nossa profissão pode trazer.
3.1 A pessoa humana

Para trilhar um caminho correto diante dos


diversos dilemas éticos que podemos encontrar na
nossa atividade profissional, precisamos de uma
“base sólida” de fundamentos, que nos oriente nos
momentos de decisão.

Esse fundamento é a pessoa humana.


 A pessoa é única: As pessoas são diferentes, tem suas
características, seus anseios, suas necessidades e essa
identidade merece ser respeitada.

 A pessoa humana é provida de uma “dignidade”: A


pessoa tem valor pelo simples fato de ser pessoa.

 A pessoa é composta de diversas dimensões:


Dimensões biológicas, dimensão psicológicas,
dimensão social e dimensão espiritual. Por isso,
falamos que a pessoa é uma totalidade, pois todas
essas dimensões juntas compõe a pessoa.
3.2 O valor da vida
 Segundo os princípios de Embriologia, a vida humana
inicia-se no exato momento de fecundação, quando o
gameta masculino e o gameta feminino se juntam para
formar um novo código genético. Esse código
genético não é igual ao do pai nem ao da mãe, mas
que é composto de 23 cromossomos do pai e 23
cromossomos da mãe.
 Sendo assim nesse momento, inicia-se uma nova
vida, com patrimônio genético próprio, e a partir
desse momento, essa vida deverá ser respeitada.
Em diferentes épocas a vida não foi
respeitada, e ainda hoje, em muitos casos, não é.
• Escravos no Brasil;
• Discriminação de afrodescendentes;
• Campos de Concentração;
• Pacientes com necessidades especiais;
• População de baixa renda
• Mulheres;
• Dentre outros.
A vida é protegida pela lei: A Declaração
Universal das Nações Unidas, 1948, declara no
artigo VIII que todo homem tem direito à vida à
liberdade e à segurança pessoal, inserindo a vida
como direito fundamental.

O direito à vida é o mais fundamental de todos


os direitos. A Constituição Federal proclama esse
direito, cabendo ao Estado assegurá-lo de duas
formas: primeiro, garantindo o direito de continuar
vivendo, e segundo o de se ter uma vida digna.
4. Princípios da Bioética

4.1 Beneficência
4.2 Não – Maleficência
4.3 Autonomia
4.4 Justiça
4.5 proporcionalidade
Esses princípios foram propostos primeiro no
Relatório Belmont (1978) para orientar as pesquisas
com seres humanos.
4.1. Princípio da Beneficência
 Fazer o bem, conferindo aos profissionais da
saúde, o dever de beneficiar todas as pessoas
indistintamente.
 assegura o bem-estar das pessoas, evitando
danos e garante que sejam atendidos seus
interesses.
4.2 Princípio da não maleficência
 Não causar dano, devendo ser aquele que é
possível ser evitado ou mesmo eliminado pelos
profissionais da saúde em sua conduta diária.
• Negligência: É a omissão aos deveres que as
circunstancias exigem.

• Imprudência: É um comportamento de precipitação, de


falta de cuidado consiste na violação das regras.

• Imperícia: É a incapacidade, a falta de habilidade


especifica para a realização de uma atividade técnica ou
cientifica.
4.3 Princípio da Autonomia
 Direito de autodeterminação – Escolher o que é melhor para a própria
vida; livre arbítrio do paciente, à vontade dele em reger seus próprios
atos, adotar suas próprias decisões. Requer do profissional respeito à
vontade, a crença, aos valores morais do sujeito, reconhecendo o
domínio do paciente sobre sua própria vida

 Liberdade de decisão sobre sua vida

 eutanásia, suicídio assistido, aborto, etc. Exige também definições com


respeito à autonomia, quando

 "termo de consentimento livre e esclarecido"


Em alguns momentos pode-se ter a
limitação da autonomia:

 Incapacidade das crianças e adolescentes,


 Patologias neurológicas,
 Problemas psiquiátricas,
 Situações de Urgência...
4.4 Princípio da Justiça
 Dar às pessoas o que é delas por direito,
agindo com equidade na distribuição dos
bens.

 Oferecer mais a quem mais precisa e menos


a quem requer menos cuidados.
4.5 proporcionalidade

procura o equilíbrio entre os riscos e


benefícios, visando ao menor mal e ao maior
benefício às pessoas. Este princípio está
intimamente relacionado com os riscos da
pesquisa, os danos e o princípio da justiça.
O homem quanto indivíduo social

O comportamento humano é ditado pela sociedade, e esta sofre alterações à medida


que o homem avança em seus conhecimentos tecnológicos e científicos.
Com isso, muitos costumes, ideias e valores passam a ser questionados dia-a-
dia, caminhando para uns, rumo á evolução, para outros rumo ao caos. Porém,
a sociedade é extremamente conservadora e o indivíduo que porventura adotar
um comportamento que venha a destoar dos padrões preestabelecidos será
discriminado ou marginalizado.
Alguns comportamentos que sofrem este tipo de discriminação:
•MASTURBAÇÃO

•HOMOSSEXUALIDADE

•TOXICOMANIA

•ALCOOLISMO

•TABAGISMO
Referências
o JÚNIOR, Klinger Fontenele. Ética e bioética em enfermagem.
Goiânia: AB editora, 2007.

oJUNQUEIRA, Cilene Rennó. Bioética: conceito, fundamentação e


princípios. UNASUS - Universidade Aberta do SUS. Disponível em:
<http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/1/modulo_bioetica/
Aula01.pdf>. Acesso em: 08 ago. 2016.
Bibliografias Sugeridas
 Bioética e pesquisa em seres humanos, de Luiz Antonio Bento.
Editora: Paulinas.

 Bioética – cuidar da vida e do meio ambiente, de Leomar Antônio


Brustolin (org). Editora: Paulus.

 Bioética, saúde e vulnerabilidade em defesa da dignidade dos


vulneráveis, de Alexandre Andrade Martins. Editora: Paulus.

 Breves lições de bioética, de Enrico Chiavacci. Editora Paulinas.


Obrigada!!!
“Não há saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes.”
Paulo Freire

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