Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

AULA 2 Saude Da Mulher

Fazer download em ppt, pdf ou txt
Fazer download em ppt, pdf ou txt
Você está na página 1de 34

DISCIPLINA: SAÚDE DA MULHER I

Políticas públicas de atenção à saúde da mulher


Aprender sobre Políticas públicas de atenção à saúde da
mulher no âmbito do SUS

Profª MONARA SOUZAVIEIRA


• Apesar da redução importante da mortalidade infantil no Brasil nas últimas décadas, os
indicadores de óbitos neonatais apresentaram uma velocidade de queda aquém do desejado. Um
número expressivo de mortes ainda faz parte da realidade social e sanitária de nosso País. Tais
mortes ainda ocorrem por causas evitáveis, principalmente no que diz respeito às ações dos
serviços de saúde e, entre elas, a atenção pré-natal, ao parto e ao recém-nascido.

• Embora tenhamos observado uma ampliação na cobertura do acompanhamento pré-natal,


contraditoriamente mantém-se elevada a incidência de sífilis congênita, assim como da
hipertensão arterial sistêmica, que é a causa mais frequente de morbimortalidade materna e
perinatal no Brasil.

• Tais dados demonstram comprometimento da qualidade dos cuidados pré-natais. No contexto


atual, frente aos desafios citados, o Ministério da Saúde, com os objetivos de qualificar as Redes
de Atenção Materno-Infantil em todo o País e reduzir a taxa, ainda elevada, de morbimortalidade
materno-infantil no Brasil, institui a Rede Cegonha.
• A Rede Cegonha representa um conjunto de iniciativas que envolvem
mudanças: (i) no processo de cuidado à gravidez, ao parto e ao
nascimento;
• (ii) na articulação dos pontos de atenção em rede e regulação obstétrica
no momento do parto;
• (iii) na qualificação técnica das equipes de atenção primária e no âmbito
das maternidades;
• (iv) na melhoria da ambiência dos serviços de saúde (UBSe
maternidades);
• (v) na ampliação de serviços e profissionais, para estimular a prática do
parto fisiológico; e
• (vi) na humanização do parto e do nascimento (Casa de Parto Normal,
enfermeira obstétrica, parteiras, Casa da Mãe e do Bebê).
A Estratégia Rede Cegonha tem a finalidade de estruturar e
organizar a atenção à saúde materno infantil no País e será
implantada, gradativamente, em todo o território nacional. O
início de sua implantação conta com a observação do critério
epidemiológico, da taxa de mortalidade infantil, da razão da
mortalidade materna e da densidade populacional. Desta forma,
a Rede Cegonha conta com a parceria de estados, do Distrito
Federal e de municípios para a qualificação dos seus
componentes: pré-natal, parto e nascimento, puerpério e
atenção integral à saúde da criança e sistema logístico
(transporte sanitário e regulação).
• Os princípios da Rede Cegonha são:
• O humanização do parto e do nascimento
• O organização dos serviços de saúde enquanto uma rede de atenção
à saúde (RAS);
• O acolhimento da gestante e do bebê, com classificação de risco em
todos os pontos de atenção;
• O vinculação da gestante à maternidade;
• o gestante não peregrina;
• O realização de exames de rotina com resultados em tempo
oportuno.
• A assistência pré-natal adequada (componente pré-natal), com a
detecção e a intervenção precoce das situações de risco, bem
como um sistema ágil de referência hospitalar (sistema de
regulação - “Vaga sempre para gestantes e bebês”, regulação dos
leitos obstétricos, plano de vinculação da gestante à maternidade),
além da qualificação da assistência ao parto (componente de parto
e nascimento – humanização, direito à acompanhante de livre
escolha da gestante, ambiência, boas práticas, acolhimento com
classificação de risco ).

• São os grandes determinantes dos indicadores de saúde


relacionados à mãe e ao bebê que têm o potencial de diminuir as
principais causas de mortalidade materna e neonatal.
Entende-se por avaliação pré-concepcional a consulta
que o casal faz antes de uma gravidez, objetivando
identificar fatores de risco ou doenças que possam
alterar a evolução normal de uma futura gestação.
Constitui, assim, instrumento importante na melhoria
dos índices de morbidade e mortalidade materna e
infantil.

Sabe-se que, do total das gestações, pelo menos a metade


não é inicialmente planejada, embora ela possa ser
desejada. Entretanto, em muitas ocasiões, o não
planejamento se deve à falta de orientação ou de
oportunidades para a aquisição de um método
anticoncepcional. Isso ocorre comumente com as
adolescentes.
Faz-se necessária, portanto, a implementação da atenção em
planejamento familiar num contexto de escolha livre e
informada, com incentivo à dupla proteção (prevenção da
gravidez, do HIV, da sífilis e das demais DST) nas consultas
médicas e de enfermagem, nas visitas domiciliares, durante as
consultas de puericultura, puerpério e nas atividades de
vacinação, assim como parcerias com escolas e associações de
moradores para a realização de atividades educativas.
• O objetivo do acompanhamento pré-natal é assegurar o desenvolvimento da
gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto
para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as
atividades educativas e preventivas.

• Talvez o principal indicador do prognóstico ao nascimento seja o acesso à


assistência pré-natal. Os cuidados assistenciais no primeiro trimestre são
utilizados como um indicador maior da qualidade dos cuidados maternos .
• Se o início precoce do pré-natal é essencial para a adequada
assistência, o número ideal de consultas permanece controverso.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número
adequado seria igual ou superior a 6 (seis).

• Pode ser que, mesmo com um número mais reduzido de consultas


(porém, com maior ênfase para o conteúdo de cada uma delas) em
casos de pacientes de baixo risco, não haja aumento de resultados
perinatais adversos .Atenção especial deverá ser dispensada às
grávidas com maiores riscos.

• As consultas deverão ser mensais até a 28ª semana, quinzenais entre


28 e 36 semanas e semanais no termo .Não existe alta do pré-natal.
Quando o parto não ocorre até a 41º semana, é necessário
encaminhar a gestante para a avaliação do bem-estar fetal,
incluindo avaliação do índice do líquido amniótico e
monitoramento cardíaco fetal. Estudos clínicos
randomizados demonstram que a conduta de induzir o
trabalho de parto em todas as gestantes com 41 semanas de
gravidez é preferível à avaliação seriada do bem-estar fetal,
pois se observou menor risco de morte neonatal e perinatal
e menor chance de cesariana no grupo submetido à indução
do parto com 41 semanas.
• A unidade básica de saúde (UBS) deve ser a porta de entrada
preferencial da gestante no sistema de saúde. É o ponto de
atenção estratégico para melhor acolher suas necessidades,
inclusive proporcionando um acompanhamento longitudinal e
continuado, principalmente durante a gravidez.
• A atividade de organizar as ações de saúde na Atenção Básica,
orientadas pela integralidade do cuidado e em articulação com
outros pontos de atenção, impõe a utilização de tecnologias de
gestão que permitam integrar o trabalho das equipes das UBS
com os profissionais dos demais serviços de saúde, para que
possam contribuir com a solução dos problemas apresentados
pela população sob sua responsabilidade sanitária.
• Neste sentido, a integralidade deve ser entendida como a
capacidade de:

• o integrar os trabalhos disciplinares dos diversos profissionais das


equipes de forma a produzir um efeito potencializador para suas
ações;
• o integrar a demanda espontânea e a demanda programada,
considerando-se a existência e o acúmulo dos diversos
programas nacionais estruturados por diferentes áreas técnicas,
e respeitar a demanda imediata da população, componente
essencial para a legitimação dessas equipes;
• O integrar, em sua prática, ações de caráter individual e coletivo
que tenham um amplo espectro dentro do leque da promoção e
da recuperação da saúde, da prevenção e do tratamento de
agravos;
• O ser um espaço de articulação social, a fim de localizar e buscar
articular instituições setoriais e extrassetoriais dentro de seu
território de atuação.
• Mesmo antes que a gestante acesse a UBS, a equipe deve iniciar
a oferta de ações em saúde referentes à linha de cuidado
materno-infantil. A equipe precisa conhecer ao máximo a
população adscrita de mulheres em idade fértil e, sobretudo,
aquelas que demonstram interesse em engravidar e/ou já têm
filhos e participam das atividades de planejamento reprodutivo.

• É importante que a equipe atente para a inclusão da parceria


sexual na programação dos cuidados em saúde. Quanto maior
vínculo houver entre a mulher e a equipe, quanto mais
acolhedora for a equipe da UBS, maiores serão as chances de
aconselhamentos pré-concepcionais, detecção precoce da
gravidez e início precoce do pré-natal
Neste contexto, as equipes de atenção básica devem
se responsabilizar pela população de sua área de
abrangência, mantendo a coordenação do cuidado
mesmo quando a referida população necessita de
atenção em outros serviços do sistema de saúde.
• Assim, a partir da avaliação da necessidade de cada usuária e
seguindo orientações do protocolo local, o acesso a outras redes
assistenciais (Rede de Média e Alta Complexidade, Rede de
Urgência e Emergência, Rede de Atenção Psicossocial, Rede
Oncológica etc.)

• Rede de Atenção Básica e as demais redes assistenciais e a partir


da garantia de acesso aos equipamentos do sistema de saúde
(exames de imagem e laboratoriais, consultas e procedimentos
especializados, internação hospitalar, medicamentos, vacinas
etc.).
• 10 Passos para o Pré-Natal de Qualidade na Atenção Básica 1°
PASSO: Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª
semana de gestação (captação precoce)
• 2° PASSO: Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e
técnicos necessários à atenção pré-natal.
• 3° PASSO: Toda gestante deve ter assegurado a solicitação,
realização e avaliação em termo oportuno do resultado dos
exames preconizados no atendimento pré-natal.
• 4° PASSO: Promover a escuta ativa da gestante e de seus(suas)
acompanhantes, considerando aspectos intelectuais, emocionais,
sociais e culturais e não somente um cuidado biológico: "rodas
de gestantes".
• 5° PASSO: Garantir o transporte público gratuito da gestante para
o atendimento pré-natal, quando necessário.

• 6° PASSO: É direito do(a) parceiro(a) ser cuidado (realização de


consultas, exames e ter acesso a informações) antes, durante e
depois da gestação: "pré-natal do(a) parceiro(a)".
• 7° PASSO: Garantir o acesso à unidade de referência
especializada, caso seja necessário.
• 8° PASSO: Estimular e informar sobre os benefícios do parto
fisiológico, incluindo a elaboração do "Plano de Parto".

• 9° PASSO: Toda gestante tem direito de conhecer e visitar


previamente o serviço de saúde no qual irá dar à luz (vinculação).

• 10° PASSO: As mulheres devem conhecer e exercer os direitos


garantidos por lei no período gravídico-puerperal.
UNIDADE I- Políticas públicas de atenção à saúde da mulher
Aprender sobre Políticas públicas de atenção à saúde da mulher
no âmbito do SUS.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SARTORI, Amanda Caroline. Cuidado Integral à Saúde da Mulher. Grupo A, Porto Alegre, 2019.
9788595029538. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595029538/.

FERNANDES, Rosa Aurea Quintella; NARCHI, Nádia Zanon (orgs.). Enfermagem e Saúde da Mulher.
Editora Manole, São Paulo, 2013. 9788520451694. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520451694/.

MACIEL, Gustavo Arantes Rosa; SILVA, Ismael Dale Cotrim Guerreiro da (orgs.). Manual Diagnóstico
em Saúde da Mulher. Editora Manole, São Paulo, 2015.. 9788520450178. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520450178/.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

RICCI, Susan Scott. Enfermagem Materno-Neonatal e Saúde da Mulher, 4ª edição. Grupo GEN, Rio
de Janeiro, 2019. 9788527735728. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527735728/.

HERDMAN, T. Heather; KAMITSURU, Shigemi. Diagnóstico de enfermagem da NANDA: definições e


classificação 2018-2020. 10 ed. Porto Alegre: Artmed, 2020. 9786558820017. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786558820017/.

CHANES, Marcelo. SAE - Descomplicada. Grupo GEN, Rio de Janeiro, 2017. 9788527732789.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527732789/.

SILVA, Eneida Rejane Rabelo da ; LUCENA, Amália de Fátima e colaboradores. Diagnosticos de


enfermagem com base em sinais e sintomas. Grupo A, Porto Alegre, 2011. 9788536326511.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536326511/.

MARTINS, Maria A.; VIANA, Maria Regina de A.; VASCONCELLOS, Marcos Carvalho D.; FERREIRA.
Semiologia da criança e do adolescente. Rio de Janeiro: MedBook Editora, 2010. 9786557830666.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830666/.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Atenção ao pré-natal de baixo risco / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2012. 318 p.: il. –
(Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n° 32)
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf.

Você também pode gostar