Henri Wallon
Henri Wallon
Henri Wallon
Militante apaixonado, o mdico, psiclogo e filsofo francs mostrou que as crianas tm tambm corpo e emoes (e no apenas cabea) na sala de aula...
Henri Wallon
Nasceu em Paris em 1879; Estudou Filosofia , medicina e psicologia; Comeou a se interessar pela psicologia aps a 1 Guerra Mundial, ao iniciar os seus trabalhos como mdico a cuidar de pessoas com distrbios psiquitricos.
Henri Wallon
Viveu num perodo marcado por instabilidade social e turbulncia poltica. As duas guerras mundiais (1914-18 e 1939-45) Em 1914 atuou como mdico do exrcito francs, permanecendo vrios meses no front de combate. O contato com leses cerebrais de ex-combatentes fez com que revisse posies neurolgicas que havia desenvolvido no trabalho com crianas deficientes.
Henri Wallon
At 1931 atuou como mdico de instituies psiquitricas. Paralelamente atuao de mdico e psiquiatra consolida-se seu interesse pela psicologia da criana. De 1920 a 1937, o encarregado de conferncias sobre a psicologia da criana na Sorbonne e outras instituies de ensino superior.
Henri Wallon
Em 1925 funda o Laboratrio de Psicologia da Criana, em uma escola pblica, onde aprofunda suas pesquisas sobre a evoluo do pensamento da criana. Coordenou e presidiu a Comisso que organizou um plano de reforma para o ensino francs, conhecido como Plano LangevinWallon, em 1947, que tinha como objetivo educar homens que no produzissem mais guerras
Henri Wallon
Em 1931 viaja para Moscou e convidado para integrar o Crculo da Rssia Nova, grupo formado por intelectuais que se reuniam com o objetivo de aprofundar o estudo do materialismo dialtico e de examinar as possibilidades oferecidas por este referencial aos vrios campos da cincia. Em 1942, filiou-se ao Partido Comunista, do qual j era simpatizante. Manteve ligao com o partido at o final da vida. Em 1948 cria a revista Enfance. Faleceu em 1962.
A emoo o principal mecanismo de desenvolvimento do sujeito. So manifestaes das mais ntimas necessidades, desejos e intenes que provocam impacto nas pessoas ao entorno. Considera a pessoa como um todo, em que afetividade, movimento e inteligncia se integram de forma completa e concreta. A teoria do desenvolvimento cognitivo de Wallon centrada na psicognese da pessoa completa.
O movimento, na teoria walloniana, tem papel central no desenvolvimento e aprendizagem. A escola, no entanto, enfatiza justamente o contrrio: quanto mais ouvinte e sentante, melhor! No Esquea: A falta de movimento e expresso impede a manifestao das emoes e limita a expanso do pensamento.
A escola se apresenta como lcus privilegiado para o desenvolvimento intelectual e deve prioriz-la, na integrao das diferentes dimenses afetiva, cognitiva, motora - para que possamos construir uma Humanidade melhor. A escola deve se apresentar como uma oficina de relaes em que as necessidades da criana sejam compreendidas, satisfeitas e encaminhadas de forma adequada para que promova a aprendizagem e o desenvolvimento de maneira efetiva.
Henri Wallon reconstruiu o seu modelo de anlise ao pensar no desenvolvimento humano, estudando-o a partir do desenvolvimento psquico da criana. Nesse estudo, o desenvolvimento da criana aparece descontnuo, marcado por contradies e conflitos, resultado da maturao e das condies ambientais, provocando alteraes qualitativas no seu comportamento em geral. o ritmo no qual se sucedem as etapas do desenvolvimento descontnuo, marcado por rupturas, retrocessos e reviravoltas, provocando em cada etapa profundas mudanas nas anteriores.
Na sucesso de estgios h uma alternncia entre as formas de atividades e de interesses da criana, denominada de "alternncia funcional Wallon enfatiza o papel da emoo no desenvolvimento humano, pois, todo o contato que a criana estabelece com as pessoas que cuidam dela desde o nascimento, so feito de emoes e no apenas cognies.
Baseou suas idias em quatro elementos bsicos que esto todo o tempo em comunicao:
y AFETIVIDADE
- possui papel fundamental no desenvolvimento da pessoa pois por meio delas que o ser humano demonstra seus desejos e vontades. As transformaes fisiolgicas de uma criana revelam importantes traos de carter e personalidade.
humano a se conhecer. A raiva, o medo, a tristeza, a alegria e os sentimentos mais profundos possuem uma funo de grande relevncia no relacionamento da criana com o meio.
y MOVIMENTO A motricidade tem um carter
pedaggico tanto pela qualidade do gesto e do movimento, quanto pela maneira que ele representado. A escola ao insistir em inibir a criana, acaba limitando o seu desenvolvimento completo.
y FORMAO DO EU A construo do EU
depende crucialmente do outro. A partir da crise de oposio que se d nfase descoberta de si prprio. Isso acontece em torno dos 3 anos de idade, quando o eu comea a tomar lugar, abrindo as portas para o reconhecimento de si. Evidenciando a imitao, manipulao e seduo como fatores presentes nesta fase.
O mtodo adotado por Wallon o da observao pura. Segundo ele: s podemos entender as atitudes da criana se entendermos a trama do ambiente no qual est inserida.
Admite o organismo como condio primeira do pensamento, pois toda a funo psquica supe um componente orgnico. No entanto, considera que no condio suficiente, pois o objeto de ao mental vem do ambiente no qual o sujeito est inserido, ou seja, de fora. Considera que o homem determinado fisiolgica e socialmente, sujeito s disposies internas e s situaes exteriores.
Psicologia Gentica
estuda os processos psquicos em sua origem, parte da anlise dos processos primeiros e mais simples, pelos quais cronologicamente passa o sujeito. Wallon prope a psicognese da pessoa completa, ou seja, o estudo integrado do desenvolvimento. Considera que no possvel selecionar um nico aspecto do ser humano e v o desenvolvimento nos vrios campos funcionais nos quais se distribui a atividade infantil (afetivo, motor e cognitivo).
Psicologia Gentica
Para ele o estudo do desenvolvimento humano deve considerar o sujeito como geneticamente social e estudar a criana contextualizada, nas relaes com o meio. a atividade do homem inconcebvel sem o meio social.
processos psquicos, no entanto, Wallon pretendia a gnese da pessoa e Piaget a gnese da inteligncia.
Para pensar...
A teoria de Henri Wallon ainda um desafio para muitos pais, escolas e professores. Sua obra faz uma resistncia contumaz aos mtodos pedaggicos tradicionais. Numa poca de crises, guerras, separaes e individualismos como a nossa, no seria melhor comear a pr em prtica nas escolas idias mais humanistas, que valorizem desde cedo a importncia das emoes?
Retirada da revista escola outubro/2008
WALLON, Henri. A evoluo psicolgica da criana. Lisboa: Edies 70, 1995. 220 p. WALLON, Henri. As origens do pensamento na criana. So Paulo: Manole, 1989. 527 p. Localizao: 155.4 W215p [395] [Livro] WALLON, Henri. Psicologia e educao da infncia. Lisboa: Estampa, 1975. 437 p.