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Aula 5 - SUS

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Saúde Coletiva,

Políticas Públicas e
Direitos Humanos
Aula 5: Sistema Único de
Saúde – SUS e Atenção à
Saúde
SISTEMA ÚNICO DE
SAÚDE
O que é um Sistema de Saúde?

Segundo Paim (2009) sistema de saúde pode ser compreendido como um


conjunto de agências e agentes cuja atuação tem como objetivo principal
garantir a saúde das pessoas e das populações.

Agências: Instituições / Empresas (Hospitais Públicos; Hospitais Privados;


UPAS; UBS, etc.).

Agentes: Profissionais e Trabalhadores.


SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Os serviços de saúde envolvem o


exercício legal da medicina ou de outras
profissões cujo objetivo é preservar ou
restaurar a saúde individual ou coletiva.

Não se incluem nesse sistema a


medicina popular (rezadeiras,
curandeiros), nem as indústrias
farmacêutica e de equipamentos
hospitalares.
SISTEMA ÚNICO DE
SAÚDE
Os sistemas de saúde, de um modo geral, seguem o tipo de proteção social
adotado pelos países. Três tipos de destacaram pelo mundo:

1. Seguridade Social;

2. Seguro Social;

3. Assistência.
SISTEMA ÚNICO DE
SAÚDE
1. Seguridade Social

São os sistemas universais de saúde destinados para toda a população


estão presentes nos países que adotaram o modelo da seguridade social
(Ex.: Brasil; Espanha; Suécia).

2. Seguro Social

Também chamado de meritocrático, nesse tipo de sistema de saúde os


serviços de saúde são garantidos apenas aqueles que contribuem com a
previdência (Ex.: Alemanha, França).

3. Assistência

Também chamado de residual, proporciona algum atendimento apenas


para aqueles que comprovarem a sua condição de pobreza (Ex.: EUA).
A proposta do SUS
Segundo Hupsel e Schnitman (2017), o SUS é o arranjo
organizacional pensado para efetivar a política de saúde pública
brasileira, garantindo a toda população, sem discriminação, o
acesso universal e igualitário à saúde.

O SUS compreende um conjunto de organizado e articulado de


serviços e ações que visam a promoção, proteção e recuperação
da saúde, abarcando desde o simples atendimento ambulatorial
até mesmo o transplante de órgãos.
A proposta do SUS
Segundo Paim (2009), a proposta do SUS está vinculada a uma
ideia central: todas as pessoas têm direito à saúde.

Este direito está ligado a condição de cidadania. Não dependendo


de nenhum mérito de pagar previdência social (como no eixo
previdenciário da Seguridade Social), nem de provar condição de
pobreza (como no eixo da assistência da Seguridade Social).

O SUS não é filantropia, é uma política de Estado que atua para


garantir o direito social à saúde, direito posto na Constituição
Federal.

Essa conquista política e social pode ser atribuída a diversas lutas


e esforços empreendidos pelo movimento da Reforma Sanitária.
O que faz o SUS?
Só no ano de 2019, sete em cada dez brasileiros, ou cerca de 150
milhões de pessoas, dependeram do SUS.

Isso significa, por outro lado, que menos de 30 por cento da


população possuía, em 2019, algum plano de saúde, seja médico
ou odontológico. As conclusões constam na Pesquisa Nacional de
Saúde referente a 2019, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE.

O SUS é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo


(PAIM, 2009), e desenvolve uma das propostas de atenção
primária mais abrangentes, por meio do Programa Saúde da
Família (PSF).
O que faz o SUS?
Programa Saúde da Família (PSF)

A Saúde da Família foi estruturada pelo Ministério da Saúde a partir de


1994, por meio do Programa Saúde da Família.

As Unidades de Saúde da Família (USF) são a porta de entrada para o SUS.

AS USF são formadas por equipes constituídas basicamente por médico;


enfermeiro; auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde
(ACS).
O que faz o SUS?
Programa Nacional de Imunização (PNI)

Trata-se de um estratégia bem-sucedida reconhecida inclusive pela OMS. O


PNI tem alcançado elevadas coberturas vacinais, conseguindo diminuir a
ocorrência de diversas enfermidades.

Dentre as principais campanhas vacinais que ofertam vacinas


gratuitamente pelo SUS, destacam-se: vacina contra poliomielite; vacina
tetravalente; BCG; Hepatite B; Tríplice viral; influenza, entre outras.
O que faz o SUS?
Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares (PNPIC)

A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares


(PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS) é um conjunto de
normativas e diretrizes que visam incorporar e implementar as Práticas
Integrativas e Complementares (PICS) no SUS.

A política baseia-se na perspectiva da prevenção de agravos e promoção e


recuperação da saúde, com ênfase na atenção primária para o cuidado
continuado, humanizado e integral em saúde.
SISTEMA ÚNICO
DE SAÚDE

A PNPIC, instituída por meio da Portaria GM/MS nº 971, de 3


de maio de 2006, contemplou, inicialmente, diretrizes e
responsabilidades institucionais para oferta de serviços
como produtos da homeopatia, da medicina tradicional
chinesa/acupuntura, de plantas medicinais e fitoterapia.
SISTEMA ÚNICO
DE SAÚDE

Nos anos de 2017 e 2018, a política foi ampliada em 24


novas práticas com a publicação das portarias GM nº
849/2017 e GM nº 702/2018.

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_naciona
l_praticas_integrativas_complementares_2ed.pdf
SISTEMA ÚNICO
DE SAÚDE

Arteterapia; Shantala;
Terapia comunitária;
Ayurveda;
Yoga;
Biodança; Aromaterapia;
Dança circular; Apiterapia;
Meditação; Bioenergética;
Musicoterapia; Constelação familiar;
Naturopatia; Cromoterapia;
Osteopatia; Geoterapia;
Hipnoterapia;
Quiropraxia;
Imposição de mãos;
Reflexoterapia; Ozonioterapia;
Reiki; Terapia de florais.
SISTEMA ÚNICO
DE SAÚDE

Alguns locais de oferta das PICS em João Pessoa

Equilíbrio do Ser - Bancários Canto da Harmonia – CPICS Valentina - Centro de


Práticas Integrativas e Complementares em Saúde
SISTEMA ÚNICO
DE SAÚDE
Lei 8080/90
Lei 8080/90

A Lei no. 8080/90 (Lei Orgânica da Saúde) regula toda e qualquer ação de
serviço de saúde que ocorra em território brasileiro, seja no setor público ou
privado.

É nessa mesma lei que estão dispostos os objetivos do SUS:

Art.5º - São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:

I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes


da saúde;
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos
econômico e social, a observância do disposto no § 1º do Art.2º desta
lei;
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção
e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações
assistenciais e das atividades preventivas.
IV - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção,
proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das
ações assistenciais e das atividades preventivas.
Lei 8080/90
Lei 8080/90

A Lei no. 8080/90 é uma Lei Orgânica, mas o que isso significa?

Leis orgânicas são leis que servem como um instrumento para


fazer o poder público assumir obrigações de interesse local em
favor da população. São leis que se baseiam em uma
determinação prévia da Constituição Federal.

Ex.: Lei Orgânica da Saúde (no. 8080/90); Lei Orgânica da


Assistência Social (no. 8742/93)
Lei 8080/90
Lei 8080/90

A lei no. 8080/90 se embasa em um conceito ampliado de saúde,


considerando os determinantes sociais. Ou seja, levando em consideração
às condições em que a pessoa vive e trabalha, incluindo a alimentação, a
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a
educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e
serviços essenciais.

Ou seja, na sua fundamentação, SUS enfatiza a concepção de saúde


pautada não mais na ausência de doença, mas sim na promoção das
condições de vida dos indivíduos, integrando os diversos contextos sociais e
culturais em que estão inseridos. Para tal, a atenção a saúde deve ser
oferecida em três níveis: promoção, prevenção e tratamento.
Princípios e Diretrizes
doassentado
O SUS está SUS em princípios doutrinários e diretrizes organizativas,
baseados em preceitos da Constituição Federal e ampliados pela Lei
Orgânica da Saúde (no. 8080/90).

Esses princípios são a “alma” do SUS, legitimando e reforçando os ideais e


valores defendidos pelo movimento da Reforma Sanitária.

Os princípios doutrinários do SUS são 3:

1. Universalidade: assegura o direito à saúde a todo e qualquer cidadão


através do acesso aos serviços públicos em seus níveis de assistência
(Primário, Secundário e Terciário).

2. Integralidade: é entendida como um conjunto articulado e contínuo de


ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos,
exigidos para cada caso, em todos os níveis de complexidade do
sistema. Além disso, este princípio evidencia a necessidade de se
perceber as pessoas como um todo indivisível e integrante de uma
comunidade.
Princípios e Diretrizes
do SUS
3. Equidade: pressupõe que deve haver igualdade da assistência à saúde
a todos os cidadãos, sem preconceitos ou privilégios de qualquer
espécie, porém levando em consideração o direito das pessoas de
serem atendidas de acordo com as suas necessidades de saúde.
Promove a justiça com o objetivo de diminuir as desigualdades sociais.
Princípios e Diretrizes
do SUS
As diretrizes do SUS são 4:

1. Descentralização: distribuição das responsabilidades quanto às ações


e serviços de saúde entre os três níveis do governo – federal, estadual e
municipal – cada um com atribuições próprias, mas pactuadas entre si.
São definidas competências específicas à União, estados, Distrito
Federal e municípios que devem ser realizadas através da direção única
em cada nível (Secretarias Municipais; Estaduais e o Ministério da
Saúde). Há ênfase na municipalização da gestão.

O processo de descentralização do SUS permite aos municípios assumir


o papel de ator estratégico, com vistas a dispor de serviços, com a
cooperação técnica da União e de Estados.

A direção única significa a distribuição das responsabilidades quanto às


ações e serviços de saúde entre os níveis de governo, considerando que
quanto mais próximo o gestor estiver dos problemas da comunidade,
mais chance de resolvê-los terá
Princípios e Diretrizes
do SUS
As diretrizes do SUS são 4:

2. Regionalização: trata-se de uma forma de organização e distribuição


dos serviços a partir de recortes espaciais para planejamento,
organização e gestão da rede de serviços. As regiões de saúde devem
ter base territorial e populacional, ou seja, seus serviços devem ser
dispostos em uma área geográfica delimitada e com a definição da
população a ser atendida.

A regionalização visa organizar os serviços de modo eficiente, evitando,


assim, a duplicidade de meios para fins idênticos (e,
consequentemente, o desperdício de recursos humanos, materiais,
técnicos e financeiros).
Princípios e Diretrizes
do SUS
As diretrizes do SUS são 4:

3. Hierarquização: os serviços são organizados em níveis de atenção


(primária, secundária e terciária), de acordo com a complexidade
tecnológica. Estes níveis devem estar articulados em rede, no qual o
nível primário deve ser o acesso da população ao serviços de saúde. Os
outros níveis de atenção devem ser acessados quando se fizerem
necessários serviços de maior complexidade tecnológica.

4. Participação da Comunidade: busca-se garantir o direito


constitucional da população de participar do processo de formulação
das políticas de saúde e do controle e execução em todos os níveis de
governo. É o que alguns autores chamam de controle social. Essa
participação popular se dá pela aproximação das pessoas a entidades
representativas em Conferências e nos Conselhos de Saúde.
Níveis de Atenção à Saúde
no SUS
Para uma atenção integral às necessidades da população, com maior
eficiência e menos custos, faz-se necessário uma conformação do sistema
de saúde de forma que integre ações curativas com preventivas e de
promoção, com diferentes níveis de complexidade.

Assim, o SUS está organizado em níveis de atenção: primário; secundário e


terciário.
Níveis de Atenção à Saúde
no SUS
Atenção Primária à Saúde: Foi oficialmente conceituada pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com o Fundo das Nações
Unidas (UNICEF) em 1978 durante a I Conferência Internacional em
Cuidados Primários de Saúde.

Diz respeito aos cuidados essenciais de saúde baseados em


métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem
fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocadas ao
alcance universal de indivíduos e famílias da comunidade,
mediante sua plena participação e a um custo que a
comunidade e o país possam manter em cada fase do seu
desenvolvimento [...]. Representam o primeiro nível de
contato dos indivíduos, da família e da comunidade com o
sistema nacional de saúde, pelo qual os cuidados de saúde
são levados o mais proximamente possível dos lugares
onde pessoas vivem e trabalham, e constituem o primeiro
elemento de um continuado processo de assistência à
saúde (OMS, 1978, p. 1-2).
Níveis de Atenção à Saúde
no SUS
Atributos da Atenção Primária à Saúde

Acesso: o primeiro contato do sistema de saúde, a porta de entrada; o local que as


pessoas identificam como primeiro recurso a ser acessado quando há alguma
necessidade de saúde.

Longitudinalidade: acompanhamento regular do indivíduo, família e comunidade


pela equipe de saúde ao longo do tempo e em todas as suas necessidades de saúde.

Integralidade: oferta pela equipe de saúde de um conjunto de ações, individuais e


coletivas, condizentes com a grande gama de necessidades dos indivíduos, famílias
e comunidades. Pressupõe um olhar para o sujeito enquanto um ser biopsicossocial,
cultural, espiritual, com diferentes demandas que interferem em sua saúde.

Coordenação: refere-se à organização e integração do cuidado prestado ao


indivíduo, tanto dentro da mesma unidade de saúde quanto em outros níveis de
atenção quando se fizer necessário.
Níveis de Atenção à Saúde
no SUS
Atenção Secundária à Saúde: Diz respeito a ações e serviços
especializados que visam atender aos principais problemas de saúde da
população, dando continuidade ao atendimento realizado na atenção
primária.

É formada por equipes de profissionais especialistas e pela utilização de


recursos tecnológicos de apoio diagnóstico e terapêutico.

Possui estruturas intermediárias entre as Unidades Básicas e os Hospitais.


Diferencia-se da Atenção Primária por ter maior especialização (em
contraposição aos profissionais generalistas) e pelo uso de uma tecnologia
mais avançada.

Ex.: Clínicas de exames laboratoriais, clínicas de especialidades básicas


como pediatria, ginecologia, oftalmologia, psiquiatria. Também fazem parte
da atenção secundária as UPAS (Unidades de Pronto Atendimento).
Níveis de Atenção à Saúde
no SUS
Atenção Terciária à Saúde: Refere-se às unidades de atendimento de
maior especialização, como os serviços ambulatoriais e hospitalares, que
realizam ações de maior especificidade e maior custo.

É restrita a uma parcela dos indivíduos, que só acessa os serviços quando


em situações especiais, como a agudização de uma doença ou o tratamento
específico de uma doença crônica.

Diferencia-se da Atenção Secundária por ser ainda mais especializada e


utilizar tecnologia extremamente avançada.

Ex.: Hospitais ou Centros de Radioterapia e Quimioterapia.


Referências

SCHNITMAN, L. V.; HUPSEL, T. M. Psicologia da Saúde: da atenção básica à atenção


hospitalar. TAKEI, R. F. (Coord.). Salvador: Sanar, 2017.

OMS. World Health Organization. Global Conference on Primary Health Care.


Disponível em: https://www.who.int/primary-health/conference-phc. Acesso em: 22 set.
2022.

PAIM, J. S. O que é o SUS. Rio de Janeiro. Fiocruz, 2009.

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