Bibliotheca Alexandrina: diferenças entre revisões
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A '''Bibliotheca Alexandrina''' ([[latim]] para "[[Biblioteca de Alexandria]]", em [[Língua árabe|árabe]]: مكتبة الإسكندرية), cuja construção foi iniciada em 1995, foi inaugurada a [[16 de outubro]] de [[2002]] e é a maior do [[Egito]]. A obra, que custou 220 milhões de dólares, tornou-se referência no norte da [[África]]. Não sendo somente um mero local de armazenamento de livros, a edificação abriga museus, auditórios, laboratórios e um planetário. Seu design arquitetônico foi internacionalmente elogiado e é considerado uma das mais belas edificações da cidade de [[Alexandria]], abrigando a maior coleção de livros na África e a maior coleção de livros em francês no mundo árabe.<ref>{{citar web|URL = http://www.bibalex.org/en/Page/About|título = Biblioteca Alexandrina - About }}</ref> |
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As discussões em torno da construção de uma nova biblioteca começaram em 1974, quando membros da Universidade de Alexandria propuseram uma nova biblioteca que pudesse refletir o esplendor da antiga, transformando a cidade novamente em um centro de saber de excelência e de reconhecimento internacional.<ref>{{citar web|URL = http://www.bibalex.org/en/center/details/manuscriptscent|título = Biblioteca Alexandrina - Manuscripts }}</ref> Com o apoio da [[UNESCO]] e de outras organizações — tanto egípcias quanto de outros países — além do, então presidente, [[Hosni Mubarak]], houve uma competição entre arquitetos de todo o mundo para desenhar a nova biblioteca. O concurso foi ganho pelo estúdio arquitetônico norueguês Snøhetta, que, entre mais de 1400 concorrentes, destacou-se pelo projeto ousado e grandioso. A construção começou em 1995 e durou sete anos, com diversas personalidades da comunidade egípcia presentes na sua inauguração, incluindo o Presidente e membros do seu gabinete.<ref>{{citar web|URL = http://www.nytimes.com/2002/10/17/world/successor-to-ancient-alexandria-library-dedicated.html|título = New York Times - Biblioteca Alexandrina }}</ref> |
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A biblioteca conta com um vasto espaço, sendo que somente a sala de leitura principal se estende por mais de 20 mil metros quadrados, totalmente coberta por um impressionante domo de vidro com 120 metros de diâmetro. O design em concreto e vidro, com as paredes exteriores marcadas com caracteres de diferentes línguas encontradas em mais de 120 manuscritos antigos, foi muito elogiado pela comunidade arquitetônica.<ref>{{citar web|URL = http://www.archdaily.com/592824/ad-classics-bibliotheca-alexandrina-snohetta|título = Archdaily }}</ref> A biblioteca abriga uma extensa coleção de livros raros (doados por governos internacionais e por diversos intelectuais), pinturas e esculturas, com mais de 15 exibições permanentes e quatro museus; estes, a exemplo da antiga biblioteca, têm em suas coleções obras que compassam todas as vertentes do saber. Os quatro museus são: o Museu de Antiguidades, o Museu de Manuscritos, o Museu de Sadat e o Museu da Ciência.<ref>{{citar web|URL = http://antiquities.bibalex.org/Antiquities/overview.aspx?lang=en|título = Biblioteca Alexandrina - Antiquities }}</ref> A construção de uma nova biblioteca, entretanto, sofreu críticas devido aos altos custos da obra frente à situação de calamidade em que os setores públicos do Egito encontravam-se na época, o que gerou um forte debate em torno da relação custo-benefício da obra.<ref>{{citar web|URL = http://www.theguardian.com/world/2002/oct/16/arts.education|título = The Guardian - Biblioteca Alexandrina }}</ref> |
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Não há como negar, no entanto, o grande simbolismo que a construção de uma nova biblioteca traz, pois muito além da suntuosidade de sua coleção ou a grandiosidade de seu design, tal edificação busca difundir o saber, guardar as memórias do homem e desenvolver a ciência do futuro, restaurando, assim, a antiga glória de Alexandria como um extraordinário centro do saber.<ref>{{citar web|URL = http://www.bibalex.org/en/page/about|título = Biblioteca Alexandrina}}</ref> |
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Em 2013 recebeu o Prémio Calouste Gulbenkian - Direitos Humanos (Portugal).<ref>{{Citar web|url=https://gulbenkian.pt/noticias/premios/vencedores-premios-gulbenkian-2017/|titulo=Vencedores dos Prémios Gulbenkian 2017|data=2017-07-18|acessodata=2023-11-21|website=Fundação Calouste Gulbenkian|lingua=pt-pt}}</ref> |
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== História == |
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A biblioteca reconstruída foi aberta ao público em outubro de [[2002]], e contém por volta de 400 mil livros. Seu sofisticado sistema de computadores permite ainda ter acesso a outras bibliotecas. A coleção principal destaca as [[Civilização|civilizações]] do [[Mediterrâneo]] oriental. |
A biblioteca reconstruída foi aberta ao público em outubro de [[2002]], e contém por volta de 400 mil livros. Seu sofisticado sistema de computadores permite ainda ter acesso a outras bibliotecas. A coleção principal destaca as [[Civilização|civilizações]] do [[Mediterrâneo]] oriental. |
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O projeto da biblioteca é da autoria de uma [[empresa]] de arquitetos [[Noruega|noruegueses]], a [[Snøhetta]]. A construção demorou sete anos e foi inaugurada em [[2002]], mas a ideia nasceu em [[1974]]. Os principais financiadores da instituição foram a [[UNESCO]] (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e o governo egípcio e o custo total da obra rondou os 200 milhões de [[euro]]s. |
O projeto da biblioteca é da autoria de uma [[empresa]] de arquitetos [[Noruega|noruegueses]], a [[Snøhetta]]. A construção demorou sete anos e foi inaugurada em [[2002]], mas a ideia nasceu em [[1974]]. Os principais financiadores da instituição foram a [[UNESCO]] (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e o governo egípcio e o custo total da obra rondou os 200 milhões de [[euro]]s. |
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Inicialmente, a ideia era dotar a biblioteca de oito [[Milhão|milhões]] de livros, mas como foi impossível angariar essa quantidade ficou pela metade. Assim, foi dada prioridade à criação de uma biblioteca cibernética. No local estão ainda guardados dez mil livros raros, cem mil manuscritos, 300 mil títulos de publicações periódicas, 200 mil cassetes áudio e 50 mil vídeo. |
Inicialmente, a ideia era dotar a biblioteca de oito [[Milhão|milhões]] de livros, mas como foi impossível angariar essa quantidade ficou pela metade. Assim, foi dada prioridade à criação de uma biblioteca cibernética. No local estão ainda guardados dez mil livros raros, cem mil manuscritos, 300 mil títulos de publicações periódicas, 200 mil cassetes áudio e 50 mil vídeo. No total podem trabalhar na Biblioteca de Alexandria cerca de 3,5 mil [[investigador]]es, que têm ao dispor 200 [[sala]]s de [[estudo]]. |
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No total podem trabalhar na Biblioteca de Alexandria cerca de 3500 [[investigador]]es, que têm ao dispor 200 [[sala]]s de [[estudo]]. |
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== Estrutura == |
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[[Imagem:CULTNAT.jpg|thumb|esquerda|Centro de Documentação do Patrimônio Cultural e Natural.]] |
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[[Imagem:AlexBibliothecaNight1.jpg|thumb|esquerda|Planetário da biblioteca.]] |
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A reconstrução da famosa [[Biblioteca de Alexandria]] resultou numa estrutura de forma incomum. A construção principal da Bibliotheca Alexandrina parece um gigantesco [[cilindro]] inclinado. A ampla fachada do cilindro central, de [[granito]] cinza, tem [[letra]]s de alfabetos antigos e modernos. Dispostas em fileiras, as letras representam apropriadamente as bases fundamentais do conhecimento. |
A reconstrução da famosa [[Biblioteca de Alexandria]] resultou numa estrutura de forma incomum. A construção principal da Bibliotheca Alexandrina parece um gigantesco [[cilindro]] inclinado. A ampla fachada do cilindro central, de [[granito]] cinza, tem [[letra]]s de alfabetos antigos e modernos. Dispostas em fileiras, as letras representam apropriadamente as bases fundamentais do conhecimento. |
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A [[estrutura]] integra, para além da principal, quatro bibliotecas especializadas, [[laboratório]]s, um [[planetário]], um [[museu]] de [[ciência]]s e um de [[caligrafia]] e uma sala de congresso e de exposições. A instituição pretende ser um dos centros de conhecimento mais importantes do [[mundo]] assim com sua antecessora. |
A [[estrutura]] integra, para além da principal, quatro bibliotecas especializadas, [[laboratório]]s, um [[planetário]], um [[museu]] de [[ciência]]s e um de [[caligrafia]] e uma sala de congresso e de exposições. A instituição pretende ser um dos centros de conhecimento mais importantes do [[mundo]] assim com sua antecessora. |
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⚫ | A Biblioteca [[Tahan Hussein]] é especializada em cegos e invisuais, a dos Jovens é dedicada a pessoas entre os 12 e os 18 [[ano]]s, a das [[criança]]s é para quem tem entre seis e 12 anos, e a [[Multimédia]] está dotada com CD, [[DVD]], [[cassete]]s [[áudio]] e [[vídeo]], dispositivos e fotografias. Há ainda uma sala de microfilmes, uma de [[manuscrito]]s e outra de [[livro]]s raros. O [[telhado]] de [[vidro]] e [[alumínio]] tem quase o tamanho de dois [[campo]]s de [[futebol]], este teto da biblioteca é um disco com 160 [[metro]]s de [[diâmetro]] reclinado, que parece em parte enterrado no [[solo]]. Ele é provido de [[clarabóia]]s, voltadas para o [[norte]], que iluminam a sala de leitura principal. |
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[[Ficheiro:BA outer view.jpg|left|thumb|Entrada da biblioteca]] |
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⚫ | A Biblioteca [[Tahan Hussein]] é especializada em cegos e invisuais, a dos Jovens é dedicada a pessoas entre os 12 e os 18 [[ano]]s, a das [[criança]]s é para quem tem entre seis e 12 anos, e a [[Multimédia]] está dotada com CD, [[DVD]], [[cassete]]s [[áudio]] e [[vídeo]], dispositivos e fotografias. Há ainda uma sala de microfilmes, uma de [[manuscrito]]s e outra de [[livro]]s raros. |
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O [[telhado]] de [[vidro]] e [[alumínio]] tem quase o tamanho de dois [[campo]]s de [[futebol]], este teto da biblioteca é um disco com 160 [[metro]]s de [[diâmetro]] reclinado, que parece em parte enterrado no [[solo]]. Ele é provido de [[clarabóia]]s, voltadas para o [[norte]], que iluminam a sala de leitura principal. |
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[[Ficheiro:Bibliotheca Alexandrina interior - 2008-07-17.JPG|thumb|Interior da biblioteca.]] |
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Os espaços públicos principais ficam no enorme [[cilindro]] com o topo truncado, cuja parte inferior desce abaixo do [[nível do mar]]. A [[superfície]] inclinada e brilhante do telhado começa no subsolo e chega a 30 metros de [[altura]]. Olhando à distância, quando a luz do [[Sol]] reflete nessa superfície metálica, a construção parece o Sol quando nasce no [[horizonte]]. A entrada é pelo [[Triângulo de Calímaco]], uma varanda de vidro triangular, assim chamada em homenagem ao bibliotecário que sistematizou os 500 mil livros da antiga biblioteca. |
Os espaços públicos principais ficam no enorme [[cilindro]] com o topo truncado, cuja parte inferior desce abaixo do [[nível do mar]]. A [[superfície]] inclinada e brilhante do telhado começa no subsolo e chega a 30 metros de [[altura]]. Olhando à distância, quando a luz do [[Sol]] reflete nessa superfície metálica, a construção parece o Sol quando nasce no [[horizonte]]. A entrada é pelo [[Triângulo de Calímaco]], uma varanda de vidro triangular, assim chamada em homenagem ao bibliotecário que sistematizou os 500 mil livros da antiga biblioteca. |
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⚫ | Ao todo a biblioteca tem onze pisos, sete à superfície e quatro subterrâneos, sustentados por 66 [[coluna]]s de 16 metros cada uma. As paredes sem janelas revestidas a [[granito]] que sustentam a parte do círculo que fica à superfície têm incrustados os símbolos utilizados pela [[Humanidade]] para comunicar, como os caracteres dos [[alfabeto]]s, notas musicais, [[número]]s e [[símbolo]]s algébricos, códigos das linguagens [[informática]]s, etc. A sala de leitura tem vinte mil [[m²]] e é iluminada de forma uniforme por luz solar. |
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A sala de leitura tem vinte mil [[m²]] e é iluminada de forma uniforme por luz solar directa. Ao todo a biblioteca tem onze pisos, sete à superfície e quatro subterrâneos, sustentados por 66 [[coluna]]s de 16 metros cada uma. |
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⚫ | As paredes sem janelas revestidas a [[granito]] que sustentam a parte do círculo que fica à superfície têm incrustados os símbolos utilizados pela [[Humanidade]] para comunicar, como os caracteres dos [[alfabeto]]s, notas musicais, [[número]]s e [[símbolo]]s algébricos, códigos das linguagens [[informática]]s, etc. |
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== Ver também == |
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*[[Biblioteca de Alexandria]] |
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== Ligações externas == |
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* [http://www.bibalex.org/English/index.aspx Site oficial da Bibliotheca Alexandrina] |
* [http://www.bibalex.org/English/index.aspx Site oficial da Bibliotheca Alexandrina] |
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[[Categoria:Bibliotecas do Egito|Alexandria]] |
[[Categoria:Bibliotecas do Egito|Alexandria]] |
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[[Categoria:Monumentos do Egito]] |
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[[Categoria:Atrações turísticas de Alexandria]] |
[[Categoria:Atrações turísticas de Alexandria]] |
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[[Categoria:Construções de Alexandria]] |
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[[no:Biblioteket i Alexandria#Det moderne biblioteket i Alexandria]] |
[[no:Biblioteket i Alexandria#Det moderne biblioteket i Alexandria]] |
Edição atual tal como às 11h13min de 21 de novembro de 2023
مكتبة الإسكندرية | |
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Biblioteca de Alexandria | |
O edifício atual da Biblioteca de Alexandria. | |
País | Egito |
Estabelecida | 2002 |
Localização | Alexandria |
Website | www.bibalex.org |
A Bibliotheca Alexandrina (latim para "Biblioteca de Alexandria", em árabe: مكتبة الإسكندرية), cuja construção foi iniciada em 1995, foi inaugurada a 16 de outubro de 2002 e é a maior do Egito. A obra, que custou 220 milhões de dólares, tornou-se referência no norte da África. Não sendo somente um mero local de armazenamento de livros, a edificação abriga museus, auditórios, laboratórios e um planetário. Seu design arquitetônico foi internacionalmente elogiado e é considerado uma das mais belas edificações da cidade de Alexandria, abrigando a maior coleção de livros na África e a maior coleção de livros em francês no mundo árabe.[1]
As discussões em torno da construção de uma nova biblioteca começaram em 1974, quando membros da Universidade de Alexandria propuseram uma nova biblioteca que pudesse refletir o esplendor da antiga, transformando a cidade novamente em um centro de saber de excelência e de reconhecimento internacional.[2] Com o apoio da UNESCO e de outras organizações — tanto egípcias quanto de outros países — além do, então presidente, Hosni Mubarak, houve uma competição entre arquitetos de todo o mundo para desenhar a nova biblioteca. O concurso foi ganho pelo estúdio arquitetônico norueguês Snøhetta, que, entre mais de 1400 concorrentes, destacou-se pelo projeto ousado e grandioso. A construção começou em 1995 e durou sete anos, com diversas personalidades da comunidade egípcia presentes na sua inauguração, incluindo o Presidente e membros do seu gabinete.[3]
A biblioteca conta com um vasto espaço, sendo que somente a sala de leitura principal se estende por mais de 20 mil metros quadrados, totalmente coberta por um impressionante domo de vidro com 120 metros de diâmetro. O design em concreto e vidro, com as paredes exteriores marcadas com caracteres de diferentes línguas encontradas em mais de 120 manuscritos antigos, foi muito elogiado pela comunidade arquitetônica.[4] A biblioteca abriga uma extensa coleção de livros raros (doados por governos internacionais e por diversos intelectuais), pinturas e esculturas, com mais de 15 exibições permanentes e quatro museus; estes, a exemplo da antiga biblioteca, têm em suas coleções obras que compassam todas as vertentes do saber. Os quatro museus são: o Museu de Antiguidades, o Museu de Manuscritos, o Museu de Sadat e o Museu da Ciência.[5] A construção de uma nova biblioteca, entretanto, sofreu críticas devido aos altos custos da obra frente à situação de calamidade em que os setores públicos do Egito encontravam-se na época, o que gerou um forte debate em torno da relação custo-benefício da obra.[6]
Não há como negar, no entanto, o grande simbolismo que a construção de uma nova biblioteca traz, pois muito além da suntuosidade de sua coleção ou a grandiosidade de seu design, tal edificação busca difundir o saber, guardar as memórias do homem e desenvolver a ciência do futuro, restaurando, assim, a antiga glória de Alexandria como um extraordinário centro do saber.[7]
Em 2013 recebeu o Prémio Calouste Gulbenkian - Direitos Humanos (Portugal).[8]
História
[editar | editar código-fonte]A biblioteca reconstruída foi aberta ao público em outubro de 2002, e contém por volta de 400 mil livros. Seu sofisticado sistema de computadores permite ainda ter acesso a outras bibliotecas. A coleção principal destaca as civilizações do Mediterrâneo oriental.
O projeto da biblioteca é da autoria de uma empresa de arquitetos noruegueses, a Snøhetta. A construção demorou sete anos e foi inaugurada em 2002, mas a ideia nasceu em 1974. Os principais financiadores da instituição foram a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e o governo egípcio e o custo total da obra rondou os 200 milhões de euros.
Inicialmente, a ideia era dotar a biblioteca de oito milhões de livros, mas como foi impossível angariar essa quantidade ficou pela metade. Assim, foi dada prioridade à criação de uma biblioteca cibernética. No local estão ainda guardados dez mil livros raros, cem mil manuscritos, 300 mil títulos de publicações periódicas, 200 mil cassetes áudio e 50 mil vídeo. No total podem trabalhar na Biblioteca de Alexandria cerca de 3,5 mil investigadores, que têm ao dispor 200 salas de estudo.
Estrutura
[editar | editar código-fonte]A reconstrução da famosa Biblioteca de Alexandria resultou numa estrutura de forma incomum. A construção principal da Bibliotheca Alexandrina parece um gigantesco cilindro inclinado. A ampla fachada do cilindro central, de granito cinza, tem letras de alfabetos antigos e modernos. Dispostas em fileiras, as letras representam apropriadamente as bases fundamentais do conhecimento.
A maior parte do interior do cilindro é ocupada por uma sala de leitura aberta, com o piso em vários níveis. No subsolo há espaço suficiente para 8 milhões de volumes. Há também espaços reservados para exposições, salas de conferências, biblioteca para cegos e um planetário — uma estrutura esférica, à parte, que lembra um satélite. Esse prédio moderníssimo inclui ainda sistemas sofisticados de computadores e de combate a incêndios.
A estrutura integra, para além da principal, quatro bibliotecas especializadas, laboratórios, um planetário, um museu de ciências e um de caligrafia e uma sala de congresso e de exposições. A instituição pretende ser um dos centros de conhecimento mais importantes do mundo assim com sua antecessora.
A Biblioteca Tahan Hussein é especializada em cegos e invisuais, a dos Jovens é dedicada a pessoas entre os 12 e os 18 anos, a das crianças é para quem tem entre seis e 12 anos, e a Multimédia está dotada com CD, DVD, cassetes áudio e vídeo, dispositivos e fotografias. Há ainda uma sala de microfilmes, uma de manuscritos e outra de livros raros. O telhado de vidro e alumínio tem quase o tamanho de dois campos de futebol, este teto da biblioteca é um disco com 160 metros de diâmetro reclinado, que parece em parte enterrado no solo. Ele é provido de clarabóias, voltadas para o norte, que iluminam a sala de leitura principal.
Os espaços públicos principais ficam no enorme cilindro com o topo truncado, cuja parte inferior desce abaixo do nível do mar. A superfície inclinada e brilhante do telhado começa no subsolo e chega a 30 metros de altura. Olhando à distância, quando a luz do Sol reflete nessa superfície metálica, a construção parece o Sol quando nasce no horizonte. A entrada é pelo Triângulo de Calímaco, uma varanda de vidro triangular, assim chamada em homenagem ao bibliotecário que sistematizou os 500 mil livros da antiga biblioteca.
Ao todo a biblioteca tem onze pisos, sete à superfície e quatro subterrâneos, sustentados por 66 colunas de 16 metros cada uma. As paredes sem janelas revestidas a granito que sustentam a parte do círculo que fica à superfície têm incrustados os símbolos utilizados pela Humanidade para comunicar, como os caracteres dos alfabetos, notas musicais, números e símbolos algébricos, códigos das linguagens informáticas, etc. A sala de leitura tem vinte mil m² e é iluminada de forma uniforme por luz solar.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Biblioteca Alexandrina - About»
- ↑ «Biblioteca Alexandrina - Manuscripts»
- ↑ «New York Times - Biblioteca Alexandrina»
- ↑ «Archdaily»
- ↑ «Biblioteca Alexandrina - Antiquities»
- ↑ «The Guardian - Biblioteca Alexandrina»
- ↑ «Biblioteca Alexandrina»
- ↑ «Vencedores dos Prémios Gulbenkian 2017». Fundação Calouste Gulbenkian. 18 de julho de 2017. Consultado em 21 de novembro de 2023