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Boas Novas Belém: diferenças entre revisões

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Em [[5 de setembro]] de [[1981]], com a iniciativa do líder da [[Assembléia de Deus]], o pastor Firmino Gouveia e apoio do corpo ministerial da Igreja, a emissora exibe o programa feito pela igreja ''“Boas Novas no Lar”''. A igreja comprou o horário da emissora para exibir o programa religioso e na estréia do programa foi exibido no mesmo local da primeira igreja do mesmo nome construída na cidade.<ref name="ENTREVISTAS"></ref>
Em [[5 de setembro]] de [[1981]], com a iniciativa do líder da [[Assembléia de Deus]], o pastor Firmino Gouveia e apoio do corpo ministerial da Igreja, a emissora exibe o programa feito pela igreja ''“Boas Novas no Lar”''. A igreja comprou o horário da emissora para exibir o programa religioso e na estréia do programa foi exibido no mesmo local da primeira igreja do mesmo nome construída na cidade.<ref name="ENTREVISTAS"></ref>

Após falar durante três dias consecutivos, [[24 de fevereiro|24]], [[25 de fevereiro|25]] e [[26 de fevereiro]] de [[1982]] na TV Guajará, um homem que se dizia ser [[Inri Cristo]], convoca o povo a comparecer domingo, dia [[28 de fevereiro]], na Praça Dom Pedro II. No dia da convocação, aparecem cerca de 10 mil pessoas, que vêem Inri destruindo a imagem de Cristo na cruz, após interromper abruptamente a missa, alegando que ''“ele mesmo”'' é o Cristo ''“de carne e osso”'' e que o Cristo na cruz ''“era idolatria”''. Os religiosos chegaram a amordaçá-lo ele e a polícia chamada tirou dentro da igreja as pessoas convocadas e Inri indo à delegacia, que permaneceu por 15 dias e tachado de louco. Anos mais tarde, Inri Cristo declarou em diversas entrevistas que iniciou a ''“Revolução Inclonocasta”'' no Brasil (a destruição de imagens de santos católicos).


Em [[1986]], a emissora torna-se a mais antiga emissora de TV do Pará, ultrapassando a extinta [[TV Marajoara]], que ficou 19 anos no ar. No mesmo ano, os proprietários da emissora colocam no ar a Rádio Guajará FM.
Em [[1986]], a emissora torna-se a mais antiga emissora de TV do Pará, ultrapassando a extinta [[TV Marajoara]], que ficou 19 anos no ar. No mesmo ano, os proprietários da emissora colocam no ar a Rádio Guajará FM.
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** [[Rádio Guajará AM]] (1570 AM), entrou no ar em 1958, foi vendida para Assembléia de Deus em 1994, transformada em [[Rádio Transpaz]].
** [[Rádio Guajará AM]] (1570 AM), entrou no ar em 1958, foi vendida para Assembléia de Deus em 1994, transformada em [[Rádio Transpaz]].
** TV Guajará (Canal 4 VHF), foi vendida para pastores da Assembléia de Deus em 1995, transformada em TV Boas Novas.
** TV Guajará (Canal 4 VHF), foi vendida para pastores da Assembléia de Deus em 1995, transformada em TV Boas Novas.

== Imagens da Baía do Guajará ==
Essas são imagens da Bahia do Guajará, nome dado às extintas emissoras de rádios e TV do mesmo nome.

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Ficheiro:Baía do Guajará 02.jpg|A Baía do Guajará vista do [[Mangal das Garças]].
Ficheiro:Baía do Guajará 01.jpg|A Baía do Guajará vista do Mangal das Garças.
Ficheiro:Baía do Guajará 04.jpg|A Baía do Guajará e a Ponte Governador [[Almir Gabriel]].
Ficheiro:Mangal das Garcas 02.jpg|Parque do Mangal das Garças.
Ficheiro:Belém Baía do Guajará.jpg|Imagem por satélite de Belém e a Baía do Guajará.
Ficheiro:Foz do Guamá.jpg|Imagem por satélite da Foz do Rio Guamá, que deságua na Baía do Guajará.
Ficheiro:Barco Baia de Guajara.jpg|Transporte fluvial na Baía de Guarajá
Ficheiro:Casa Baia de Guaraja.jpg|Casa numa ilha da Baía de Guarajá.
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== Curiosidades ==
== Curiosidades ==
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== Referências ==
== Referências ==
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Revisão das 15h31min de 27 de junho de 2011

TV Guajará
Rádio e Televisão Guajará Ltda.
Avenida Governador José Malcher
Cidade de concessão Belém, PA
Canais
4 UHF analógico
Rede Rede Record
Rede(s) anterior(es) TV Record
Rede Globo
Rede Bandeirantes
Proprietário(s) Família Castro
Fundação 27 de março de 1967 (57 anos)
Extinção 10 de março de 1995 (29 anos)
Prefixo ?
Cobertura Grande Belém e municípios adjacentes.
Potência ?

A TV Guajará foi uma emissora de TV brasileira sediada em Belém, capital do estado do Pará, que entrou no ar em 27 de março de 1967 e permaneceu no ar até 10 de março de 1995 no canal 4. Foi à segunda emissora de TV paraense a entrar no ar, depois da TV Marajoara, em 1961.

De 1967 até 1980, a emissora funcionava no Edifício Manoel Pinto da Silva, no centro de Belém, o mais alto prédio da cidade na época. Em 1980, a emissora mudou de endereço depois de comprar o prédio que serviu a sede da recém-extinta TV Marajoara, na Avenida Governador José Malcher, também no centro de Belém, permanecendo até a extinção em 1995.

História

Concessão e Instalação

O político Lopo de Castro entrou com autorização do governo federal para uma segunda emissora em Belém. Com a aprovação, escolhia o local para instalar a futura emissora.

O edifício Manoel Pinto da Silva era na época o edifício mais alto da cidade, foi escolhido como local ideal para a instalação na nova emissora (o relevo da cidade não era acidentado e uma torre mais curta faria economia ao pouco dinheiro que a emissora possuía).

A nova emissora foi investiva pelo político em CR$ 2 milhões de cruzeiros, com a mesma potência de transmissão da TV Rio.[1]

Os estúdios foram instalados em forma de improviso em um apartamento no último andar do prédio. Todo o 25º andar do prédio foi ocupado pela nova emissora.

Lopo de Castro fez questão em adquirir equipamentos nacionais para a emissora, ao contrário das primeiras emissoras de TV, que traziam tecnologia dos Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão. Foram câmeras, monitores, telecine, transmissores e antena na marca Maxwell, do engenheiro Jorge Edo Maxwell. Depois foram adquiridos os primeiros equipamentos importados: videotapes Ampex Quadruplex VR-1100 e VR-1200. Os equipamentos foram trazidos de São Paulo por avião da Paraense Transportes Aéreos, a pedido de Lopo.

Inauguração e Local (1967)

A TV Guajará entrou no ar em 27 de março de 1967, como nova concorrente da TV Marajoara, canal 2, no ar em 1961. A TV recebeu este nome em homenagem à baía que banha a cidade de Belém. A primeira marca, saci-pererê, foi também uma referência sobre as lendas da Amazônia e idéia do seu fundador Lopo de Castro, na época da emissora entrar no ar, era deputado federal pelo Pará e ex-prefeito de Belém por duas vezes nos anos 50 e também renomado médico da cidade.

Os estúdios da nova emissora de TV foram instalados facilmente, porém era mesmo difícil no edifício, para as câmeras driblarem uma coluna localizada no meio do "estúdio improvisado". Muitas vezes a coluna ganhava participação especial em meio às atrações ao vivo.

Entre os apresentadores que passaram pela emissora desde a fundação da emissora: Eloy Santos, Amaury Silveira, Everaldo Lobato, Mãe Celina, Ivo Amaral, Ronaldo Porto, José de Arimatéia, Wladimir Costa, Lopo de Castro (próprio dono da emissora), José Paulo, Carlos Santos, Linomar Bahia, Isaac Soares, Edwaldo Martins, Vera Cardoso, Thompson Mota, Joaquim Antunes.

Inicialmente a programação era totalmente local, ao contrário da pioneira TV Marajoara, que era emissora própria da TV Tupi, da cidade de São Paulo (SP), que exibia tanto local e nacional. O que era exibido na época eram entrevistas e musicais, inclusive o tele-jornal Atualidades Guajará. A TV Guajará permanecia no ar apenas 3 horas toda a noite.

Ao contrário da maioria das emissoras de rádios e TVs no Brasil, o dono da Rádio Guajará AM (anos mais tarde, era criada a Rádio Guajará FM) e a TV Guajará era do casal: Conceição Lobato de Castro Guimarães (mais conhecida como “Dona Conceição”, Diretora-Presidente) e Doutor Lopo de Castro, proprietário da TV. A esposa assumiu a direção do canal nos primeiros anos, diante da impossibilidade do seu fundador assumir o cargo, por ser deputado em Brasília. O filho do casal, Lopo de Castro Jr. assumiria a direção geral da emissora poucos anos da extinção da emissora.

TV Record (1967-1969)

Pouco tempo depois, amplia mais horas no ar da emissora, depois de acertar o contrato com a TV Record, que na época liderava a REI (Rede de Emissoras Independentes) exibindo programação gravada direto da cidade de São Paulo, que inclusive exibiu séries, telejornais e programas de grande audiência e repercussão, como festivais do programa Jovem Guarda, já que os rolos de películas de programas gravados eram trazidos de avião, pois não havia transmissões de microondas e satélite, o que gerava atrasos da programação em relação ao São Paulo.

Devido aos primeiros problemas financeiros, as divisórias das salas da emissora foram feitos com a madeira dos caixotes que trouxeram os equipamentos da Maxwell. O primeiro equipamento estrangeiro foi o vídeo-tape (a novidade do final dos anos 1960) um quadruplex da marca Ampex.

Rede Globo (1969-1976)

Não há informação sobre o motivo que levou a TV Guajará deixar a TV Record. Sabe-se que Lopo Castro reuniu no Rio de Janeiro com Roberto Marinho, Walter Clark, José Bonifácio (Boni) e Joe Wallach, que fecharam um acordo experimental de seis meses.

A emissora passou a ser a primeira afiliada da Rede Globo de Televisão na Região Norte em 1969, mas permanece grade de programação local, na tentativa de rivalizar com a TV Marajoara.

Como ocorreu na Record, ainda recebe programação Globo por aviões do Rio de Janeiro para Belém. A única exceção ocorria com o Jornal Nacional, o primeiro telejornal brasileiro ser transmitido em via satélite da Embratel, entre 19h45 até 20h15.

No telejornalismo, a emissora produzia a versão local do Jornal Nacional, com o nome de Jornal Nacional – Edição Local, sob apresentação de Carlos Benedito. A emissora teve também a primeira apresentadora feminina da televisão paraense: Laila Almeida. Os cenários dos dois programas foram realizados pelo artista japonês Kavamura.

Outro programa era uma versão local dos infantis "Capitão Asa" e "Capitão Furacão", ambos interpretados por Kzan Lourenço. Destaque o programa infantil “Capitão Furacão” atingiu altos índices de audiência. Kzan Lourenço, aos 26 anos na época, imitava um velho capitão de navio de 70 anos, contando suas aventuras a crianças que participavam ao vivo no estúdio. A Marinha do Brasil concedeu a corveta Iguatemi, aportado na Baía de Guajará, para a exibição de alguns programas.

Em 1970, depois de seis meses de contrato de afiliação provisória, a Rede Globo decide renovar com a Guajará, desta vez seis anos. No mesmo ano, várias séries e novelas exibidas pela Rede Globo levaram por algum tempo, a liderança da Guajará, mas perdia muita audiência para Marajoara, mas a emissora retransmitia a Copa de 1970 vencida pelo Brasil, foi transmitida via satélite da Globo. O 24º andar do prédio fez festa a cada vez o Brasil fazia gols e chegava no final, soltando fogos de artifícios.

Independente (1976)

Com a perda da Rede Globo para TV Liberal, a emissora voltou na época da entrada no ar, veiculando programas locais, a partir de 1º de maio, tornando-se independente. Mesmo com a perda da ex-afiliada, a TV Guajará, mantém a grade de programação local.

Da época do aparecimento de primeiros problemas financeiros até o fim da afiliação da Globo, foi um período de dificuldades para a emissora, que perdia faturamentos publicitários e não tinha dinheiro para pagar aos todos os funcionários (muitos deles foram demitidos e até uma ameaça de greve).

A perda da Rede Globo refletiu na audiência: a emissora que chegou ser líder em várias oportunidades entre 1970 até 1976, caiu para terceiro lugar sem Globo em 1976.

Alguns meses depois, representantes da emissora foram para São Paulo para negociar exibição de programação da TV Bandeirantes, que na época negociava emissoras do Norte e Centro-Oeste e até irnaugurava uma emissora própria em Belo Horizonte, para exibirem a programação da futura rede em formação.

TV Bandeirantes (1976-1979)

Em 1º de novembro de 1976, a emissora passou oficialmente ser afiliada da TV Bandeirantes. A programação da Bandeirantes era trazida gravada em película direto de São Paulo.

Antes, a emissora fechou negócio com a emissora de São Paulo e se torna uma das primeiras afiliadas da rede em formação, juntamente com a Rede Amazônica (Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima) e a TV Brasil Central (Goiás).

Por outro lado, a afiliação com Bandeirantes foi única saída encontrada pelos proprietários para sanar a perda da Rede Globo e que permitiu inserir programas locais na manhã, tarde e noite, já que era promessa daquela época e também ter partidas de futebol do Campeonato Brasileiro, passou voltar disputar a audiência e novos faturamentos da emissora, superando as diversas crises.

Foi nessa época a emissora contratou profissionais que já se apresentaram nas rádios Clube do Pará e Liberal, ambas na AM: Thompson Mota (Thompson Sem Censura) e Eloy Santos (locução de programas locais nos intervalos), que em 1988 se elegeu vereador de Belém.[2]

Rede Bandeirantes (1979-1990)

A situação de receber gravações da TV Bandeirantes por via aérea dura até 1979, quando a TV Bandeirantes vira Rede Bandeirantes, quando toda a programação passa ser via satélite, acabando assim as viagens que provocava atrasos e até descontinuidade das atrações. A TV Guajará torna-se então umas das principais afiliadas da Rede Bandeirantes nos anos 80.

Em 1980, Rômulo Maiorana, dono da TV Liberal, arrenda parte da TV Guajará e convida o jovem Carlos Santos para apresentar um programa semanal de 2 horas, mas ele não aceita.

No mesmo ano, a emissora muda de endereço, depois que Lopo de Castro, recém-saído da política para virar empresário, compra da massa falida dos Diários Associados, a sede da recém-extinta TV Marajoara, na Avenida Governador José Malcher e sai do edifício Manoel Pinto da Silva. Depois da extinção da TV Marajoara, a TV Guajará, torna-se a emissora mais antiga do Pará e também disputava audiência com a TV Liberal. A emissora passa a então cuidar do acervo da recém-extinta emissora.

Em 5 de setembro de 1981, com a iniciativa do líder da Assembléia de Deus, o pastor Firmino Gouveia e apoio do corpo ministerial da Igreja, a emissora exibe o programa feito pela igreja “Boas Novas no Lar”. A igreja comprou o horário da emissora para exibir o programa religioso e na estréia do programa foi exibido no mesmo local da primeira igreja do mesmo nome construída na cidade.[3]

Em 1986, a emissora torna-se a mais antiga emissora de TV do Pará, ultrapassando a extinta TV Marajoara, que ficou 19 anos no ar. No mesmo ano, os proprietários da emissora colocam no ar a Rádio Guajará FM.

Em dezembro de 1988, Carlos Santos, que havia recusado o convite em 1980, é novamente convidado e aceita, estreando o programa semanal de todos os sábados, o Carlos Santos na TV com 3 horas de duração e três sequências: Viva a Criança, Bairro X Bairro e Show de Variedades. O programa era ao vivo e os cenários trocados nos intervalos.

Carlos Santos também apresentou o programa TV Cidade durante o ano de 1990. Foi neste programa que se iniciou a carreira de Antônio Monteiro na televisão, apresentou dentro do programa de Carlos Santos o quadro 10 Minutos com Xantillyn e ainda foi animador de palco do programa Carlos Santos na TV no mesmo ano. Foi também neste programa que se iniciou a carreira musical de Beto Barbosa, antes do lançamento do primeiro LP, foram diversas apresentações no programa e grande execução na Rádio Rauland, a primeira a tocar esse ritmo regional.

Rede Record (1990-1995)

Em 1º de novembro de 1990, TV Guajará deixa a Rede Bandeirantes, depois ficar mais de 14 anos retransmitindo, em uns dos episódios mais obscuros da história televisiva da emissora.

Uns dos motivos foram que a Guajará e a Bandeirantes começaram ter divergências sobre a exibição da programação local, o que prejudicava a programação nacional, nem mesmo a Guajará não tinha planos expandir pelo interior do Pará, agravado pelo sucateamento e a decadência que a Guajará enfrentava desde segunda metade anos 80. A Bandeirantes só voltou ter sinal na região em 1993, depois que a TV RBA saiu da Manchete que vinha da crise desde 1992.

A emissora então volta às origens e passa retransmitir a programação da Rede Record, que passou se exibida em todo o país pelo satélite Brasil Sat em 27 de setembro de 1990 (que foi comprada por Edir Macedo no final de 1989), tornando-se então a primeira afiliada da rede no Norte-Nordeste.

Inicialmente, a nova rede levou o estranhamento e reclamação da população, pois a emissora passou exibir a programação diferente da Bandeirantes, que não competia com Globo, Manchete, SBT (existentes na região), a programação na madrugada de conteúdo da igreja evangélica Universal do Reino de Deus, motivos as quais provocaram saída de muitos anunciantes e até evangélicos de outras igrejas que alugaram horários na emissora.

De 1990 até 1991, com o início do período eleitoral e a eleição de Carlos Santos para vice-governador do estado do Pará, o apresentador Janjão substitui, mantendo grande audiência.

Em 1991, com o defeito apresentado no sistema de operação na TV, Santos fica na emissora até o programa ir ao ar, mesmo com atraso de 2 horas e 30 minutos.

Em 1993, Lopo Castro Júnior, que havia assumido como proprietário e presidente da emissora, por conta debilidade de saúde dos pais, vende a Rádio Guajará FM para pastores da Igreja Prebisteriana, que a transformam a Rádio 95 FM.[3]

Em 1994, diante da crise, Lopo Castro Jr. vende a Rádio Guajará AM aos pastores da igreja evangélica Assembléia de Deus, que foi transformada Rádio Transpaz.[3]

O pastor e presidente da Assembléia de Deus, Firmino Gouveia, que comprou a emissora declarou no momento da cerimônia de aquisição da rádio:[3]

Foi uma prova de fé. No dia da assinatura de compra, não havia um centavo. Mas, a igreja adquiriu a emissora, pagando quatrocentos e oitenta mil dólares.[3]
— Firmino Gouveia

1995: Fim da TV Guajará

No início de 1995, os ex-proprietários da Rádio Guajará AM e FM, Lopo de Castro Jr. e a Família Castro, que ficaram admirados pelo êxito da compra da Rádio procuraram Firmino Gouveia, propondo também a venda da TV Guajará.[3]

Motivado pelo apoio recebido no empreendimento anterior, Gouveia consultou novamente o ministério e a Igreja, ambos concordaram pela compra.[3]

Depois disso, houve novamente uma mobilização como na compra da Rádio Guajará AM, mas desta vez com todas as igrejas no Pará, através da parceria com a igreja da Assembléia de Deus de Manaus.[3]

Avisado a isso, o proprietário e herdeiro da única empresa de comunicação que sobrou (com a venda das rádios AM e FM), Dr. Lopo de Castro Filho e a Família Castro, anunciaram a venda da emissora por US$ 3.000.000 (três milhões de dólares americanos) a serem pagos em 24 meses. Porém, a renda da igreja era de US$ 300.000 (trezentos mil dólares) por mês (equivalente a quase R$ 310.000 reais da época).[3]

Em 10 de março de 1995, Lopo de Castro Filho e a Família Castro, se reuniram com os pastores e integrantes da igreja, liderado pelo Gouveia na sede da emissora. Gouveia assinou os termos de compra da emissora, precisamente às 14hs e a partir de então iniciou o pagamento de 24 vezes de US$ 125.000 dólares dos US$ 300.000 que a igreja ganha por mês em Belém.[3]

Naquela ocasião histórica o pastor Firmino se expressou:[3]

Este momento, acredito, é um dos mais significativos da história da nossa Igreja aqui em Belém. Isso porque Deus está nos empurrando para um campo de atividades, até então, por nós desconhecidos, campo que tem sido explorado negativamente, pois nele se explora um meio de comunicação chamado mídia eletrônica, para a perversão do homem. Estamos nos predispondo em adquiri-lo para o uso do evangelho (...) Agora com a aquisição que fazemos, a Igreja vai ocupar esse espaço e, naturalmente valer-se daquilo que sempre deu e pode dar, no sentido de melhorar o comportamento dessa sociedade, com o evangelho de Cristo. Vemos essa aquisição como uma porta que Deus abriu. Agradecemos, pois, a Deus, em primeiro lugar. Depois aqueles que ombrearam conosco e, também, agradecer ao Dr. Lopo de Castro, que sempre simpatizou conosco. Essa simpatia, levou-o também a se unir a nós, dando-nos a oportunidade para que possamos contribuir com nossa Belém, nosso Estado e Brasil. A partir do dia 15 de março, como já está planejado, nós não vamos ser vistos apenas em nossa reunião local, mas com audiência em todos os Estados brasileiros, através de um satélite. Fica a nossa expectativa de que Deus está conosco, como sempre esteve. Ele vai nos dar pessoas capazes, que farão conosco o trabalho na mídia. Já temos a parceria do pastor Samuel Câmara, de Manaus.[3]
— Firmino Gouveia

Em sua fala o Dr. Lopo de Castro Filho acentuou que a TV Guajará foi pioneira em várias atividades, achando que o passo dado pelo pastor Firmino Gouveia e a Igreja Assembléia de Deus em Belém foi realmente “um passo corajoso, decisivo e muito acertado, haja vista que numa tendência mundial, a começar pelos Estados Unidos, existem redes evangélicas, e esta agora, fatalmente, dentro de muito pouco tempo, no caso, Pará e Brasil, não será uma só. Serão duas, três, quatro e até mais, porque a comunidade está crescendo e precisa ter o seu grande meio de comunicação e até mesmo a nível nacional, através de satélite, que hoje está bem mais barato, com o acesso fácil para todos. Por certo, esse é um passo pioneiro, decisivo e vai ser um marco na história das Assembléias de Deus”.[3]

A compra da TV ocorre cinco dias antes do aniversário de dois anos da Rede Boas Novas (RBN) e 17 dias antes do aniversário de 28 anos da TV Guajará. Após a compra, a igreja procedeu no mesmo dia, a mudança do nome fantasia que passou para TV Boas Novas, na qual passou a compor a RBN. É o fim de 27 anos da emissora até então mais antiga do Pará, que só é ultrapassada pela TV Liberal em 2004.

Os dois canais (radiofônico e televisivo) começam a ser integrados na RBN, que compõe todo o complexo de comunicação da Assembléia de Deus. Tanto a rádio como a TV inicia a parte de um projeto de satélite da RBN, o Jesus Sat, que é pioneiro e único com TV aberta. Através desse sistema é possível gerar programação via satélite para o Brasil e outros países.

A extinta TV Guajará tinha contrato de afiliação com a Rede Record desde 1990, o que provocou polêmica entre os dirigentes das emissoras: a Record tinha programas religiosos da Igreja Universal do Reino de Deus na madrugada e a TV Boas Novas iniciou exibição de programas religiosos da Assembléia de Deus na manhã, tarde e noite.

Em carta datada de 28 de agosto, a Rede Record de Televisão foi comunicada acerca da decisão da TV Boas Novas Belém de não mais retransmitir seu sinal a partir do dia 1º de novembro do mesmo ano. Nesse dia, passa a ser afiliada à CNT.

Diretores da TV Guajará

  • Carlos Benedito (1967-? e até 1974)
  • Edson Vacary (trazido da matriz carioca da Rede Globo)
  • Lúcio Piedade (trazido da matriz carioca da Rede Globo)
  • Alamar Régis (1974-1975 e 1975-1976)
  • Linomar Bahia (1975)
  • Carlos Benedito (1976-?)
  • Raphael Marinho (?-?)
  • Antonio Abelém (?-?)
  • Walter Gonçalves (?-?)
  • José Paulo (?-?)
  • César Leal (?-?)
  • Gilberto Danim (?-?)
  • José Sarraf Maia (?-?)

Vendas

A venda da Rádio e TV Guajará para grupos religiosos foram divididas assim:

  • Evangelho Quadrangular
  • Assembléia de Deus
    • Rádio Guajará AM (1570 AM), entrou no ar em 1958, foi vendida para Assembléia de Deus em 1994, transformada em Rádio Transpaz.
    • TV Guajará (Canal 4 VHF), foi vendida para pastores da Assembléia de Deus em 1995, transformada em TV Boas Novas.

Curiosidades

  • Todos os arquivos da TV Guajará, desde a fundação até o fim, são doados para Museu da Imagem e do Som do Pará em 1995 após a extinção da emissora.
  • Os antigos proprietários da extinta TV Guajará, Lopo e Conceição Castro já morreram.
  • Em 2007, Eloy Santos, apresentador do rádio e TV, morreu atropelado numa rua de Belém, após se aposentar na Rádio Liberal AM em 2002. [4] [5] [6]

Referências

Precedido por
Canal 4 VHF de Belém
1967 - 1995
Sucedido por
TV Boas Novas