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Pacifismo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Anti-guerra)
Um dos símbolos da paz

O pacifismo é uma filosofia de oposição à guerra. O termo cobre um amplo espectro de pontos de vista, desde a preferência por meios não militares para a solução de conflitos até à oposição total ao uso da violência ou mesmo da força em qualquer circunstância.[1]

O pacifismo abrange um espectro de pontos de vista, incluindo a crença de que as disputas internacionais podem e devem ser resolvidas pacificamente, pede a abolição das instituições militares e da guerra, oposição a qualquer organização da sociedade através da força governamental (anarquista ou pacifismo libertário) , rejeição do uso da violência física para obter objetivos políticos, econômicos ou sociais, a obliteração da força e a oposição à violência sob qualquer circunstância, mesmo em defesa de si e dos outros. Os historiadores do pacifismo Peter Brock e Thomas Paul Socknat definem o pacifismo "no sentido geralmente aceito nas áreas de língua inglesa" como "uma rejeição incondicional de todas as formas de guerra". Filósofa Jenny Teichman define a principal forma de pacifismo como "anti-guerra", a rejeição de todas as formas de guerra.  As crenças de Teichman foram resumidas por Brian Orend como "... Um pacifista rejeita a guerra e acredita que não há fundamentos morais que possam justificar o recurso à guerra. A guerra, para o pacifista, é sempre errada." Em certo sentido, a filosofia é baseada na ideia de que os fins não justificam os meios.[2][3][4][5]

Ativista antiguerra preso em São Francisco durante os protestos de março de 2003 contra a guerra no Iraque

Considerações morais

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O pacifismo pode ser baseado em princípios morais (uma visão deontológica) ou pragmatismo (uma visão consequencialista). O pacifismo baseado em princípios sustenta que em algum ponto ao longo do espectro da guerra à violência física interpessoal, tal violência se torna moralmente errada. O pacifismo pragmático sustenta que os custos da guerra e da violência interpessoal são tão substanciais que devem ser encontradas melhores maneiras de resolver as disputas.[2][3][4][5]

Não Violência

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Alguns pacifistas seguem os princípios da não violência, acreditando que a ação não violenta é moralmente superior e/ou mais eficaz. Alguns, no entanto, apoiam a violência física para defesa de emergência de si ou de outros. Outros apoiam a destruição de propriedade em tais emergências ou para a realização de atos simbólicos de resistência, como derramar tinta vermelha para representar o sangue do lado de fora dos escritórios de recrutamento militar ou entrar em bases da força aérea e martelar aeronaves militares.[2][3][4][5]

Nem toda resistência não-violenta (às vezes também chamada de resistência civil) é baseada em uma rejeição fundamental de toda violência em todas as circunstâncias. Muitos líderes e participantes desses movimentos, embora reconheçam a importância do uso de métodos não violentos em circunstâncias particulares, não têm sido pacifistas absolutos. Às vezes, como na marcha do movimento pelos direitos civis de Selma a Montgomery em 1965, eles pedem proteção armada. As interconexões entre resistência civil e fatores de força são numerosas e complexas.[6]

Pacifismo absoluto

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Um pacifista absoluto é geralmente descrito pela BBC como aquele que acredita que a vida humana é tão valiosa, que um ser humano nunca deve ser morto e a guerra nunca deve ser conduzida, mesmo em legítima defesa. O princípio é descrito como difícil de cumprir consistentemente, devido à violência não estar disponível como uma ferramenta para ajudar uma pessoa que está sendo ferida ou morta. Alega-se ainda que tal pacifista poderia logicamente argumentar que a violência leva a resultados mais indesejáveis ​​do que a não-violência.[7]

Pacifismo condicional

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Explorar o pacifismo condicional da teoria da guerra justa representa um espectro de posições partindo de posições de pacifismo absoluto. Um desses pacifismos condicionais é o pacifismo comum, que pode permitir a defesa, mas não defende um defensivismo padrão ou mesmo intervencionismo.[8]

Ver artigo principal: Idade Antiga

Entre 350 e 250 a.C., foi escrito, na China, o livro clássico do taoismo: o Tao Te Ching. Nele, seu mítico autor, Lao Zi, diz que as armas são sempre causadoras de desgraça, e devem ser utilizadas apenas como último recurso. E, em caso de vitória, não deve haver comemoração.[9]

Em 261 a.C., na Índia, o imperador Asoka, chocado com as atrocidades cometidas por seu exército na conquista da região de Kalinga, passou a pregar o pacifismo, renunciando às guerras como instrumento de conquista. Seus ideais ficaram registrados em colunas de pedra e cavernas por todo o Império Máuria.[10]

Idade Contemporânea

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Ver artigo principal: Idade Contemporânea
Quarto Dia Mundial de Oração pela Paz, 2011

O século XX assistiu ao despontar de famosos pacifistas, como Albert Einstein, John Lennon, Mahatma Gandhi e Martin Luther King Jr. Na mesma época, ganhou destaque, nos Estados Unidos, a campanha pedindo o fim da Guerra do Vietnã. O pacifismo político também tem ganhado força desde 2013 quando o Parlamento do Reino Unido vetou uma intervenção estrangeira pela primeira vez em 200 anos.[11]

O problema da paz é uma questão central no pensamento de gurus como Jiddu Krishnamurti e o Dalai Lama. É também preocupação maior do reputado filósofo e sociólogo francês Edgar Morin, preocupação essa pela primeira vez expressa no seu livro Terre-Patrie (Terra-Pátria, de 1993), “a nossa casa e o nosso jardim”, pondo em destaque uma questão com implicações globais.[12][13] (Ver ‘Notícias’ no final do texto)[14][15]

Referências

  1. Pacifism and the Just War: A Study in Applied Philosophy por Jenny Teichman. Basil Blackwell, 1986 ISBN 0-631-15056-0
  2. a b c «pacific». www.merriam-webster.com. Consultado em 19 de junho de 2021  (q.v. the Pacific Ocean
  3. a b c Challenge to Mars: Essays on Pacifism from 1918 to 1945. Edited by Brock and Socknat University of Toronto Press, 1999 ISBN 0802043712 (p. ix)
  4. a b c War and International Justice: a Kantian perspective by Brian Orend. Wilfrid Laurier Univ. Press, 2000. ISBN 0889203377 pp. 145–146
  5. a b c Pacifism and the Just War: A Study in Applied Philosophy by Jenny Teichman. Basil Blackwell, 1986 ISBN 0631150560
  6. Adam Roberts and Timothy Garton Ash (eds.), Civil Resistance and Power Politics: The Experience of Non-violent Action from Gandhi to the Present, Oxford University Press, 2009. See [1]. Includes chapters by specialists on the various movements.
  7. «Ethics – War: Pacifism». BBC. British Broadcasting Corporation. Consultado em 9 de agosto de 2014. Cópia arquivada em 17 de outubro de 2014 
  8. «Pacifism | Internet Encyclopedia of Philosophy» (em inglês). Consultado em 8 de maio de 2023 
  9. TSAI, C. Tao em quadrinhos. Tradução de Maria Clara de B. W. Fernandes. Rio de Janeiro. Ediouro. 1997. p. 60-61.
  10. SCHULBERG, L. Índia histórica. Tradução de J. A. Pinheiro de Lemos. Rio de Janeiro. Livraria José Olympio Editora. 1979. p. 78-79.
  11. Syria: Russian Intervention Exposes Coalition Lies. “The Terrorists R US” Information Clearing House, Felicity Arbuthnot
  12. Artigo em inglês de Edgar Morin intitulado The two humanisms (Os dois humanismos), pulicado no jornal Le Monde Diplomatique, outubro 2015
  13. HAVING TO BE – artigo de Ricardo Costa resumindo e clarificando o pensamento de Edgar Morin, dezembro 2019
  14. Entrevista em francês do jornal Le Monde Une polarisation politique de plus en plus préoccupante (Uma polarização cada vez mais preocupante), de Marc-Olivier Bherer, novembro 2012
  15. Os americanos que se preparam para um 'apocalipse' causado pela polarização política – artigo da BBC, 5 de dezembro 2019

Ligações externas

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  • Media relacionados com Pacifismo no Wikimedia Commons