Ricardo Rodrigues (físico)
Antonio Ricardo Droher Rodrigues | |
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Conhecido(a) por |
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Nascimento | 10 de novembro de 1951 Curitiba, Paraná, Brasil |
Morte | 3 de janeiro de 2020 (68 anos) Campinas, São Paulo, Brasil |
Residência | Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Alma mater | |
Orientador(es)(as) | Michael Hart |
Instituições | |
Campo(s) | física |
Tese | X-Ray optics for synchroton radiation (1979) |
Antonio Ricardo Droher Rodrigues (Curitiba, 10 de novembro de 1951 – Campinas, 3 de janeiro de 2020) foi um físico brasileiro.
Ricardo foi o líder do projeto pioneiro que dotou o Brasil da primeira fonte de luz síncrotron do Hemisfério Sul.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Ricardo nasceu na cidade de Curitiba, em 1951. Formou-se em engenharia civil em 1974, pela Universidade Federal do Paraná e migrou para a física com o doutorado pelo King's College de Londres em 1979, onde estudou a luz síncrotron, tendo como orientador Michael Hart, o inventor do interferômetro de raios-X.[2] Já no segundo ano de faculdade de engenharia, Ricardo começou a estudar a óptica de raios-X.[3]
De volta ao Brasil, foi professor no Instituto de Física da Universidade Federal do Paraná, onde começou o grupo de Óptica de Raios-X e Instrumentação (GORXI), depois renomeado para Laboratório de Óptica de Raios-X e Instrumentação (LORXI), que ainda funciona na universidade.[2] Em 1984, Ricardo se transferiu para o Instituto de Física e Química da Universidade de São Paulo em São Carlos, convidado a trabalhar no grupo de óptica.[3]
Ricardo esteve envolvido com o Projeto Radiação Síncrotron, iniciado no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) desde o começo. Como consequência do projeto, houve a criação do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), instalado em Campinas a partir de 1987. Sua equipe projetou, construiu e operou uma fonte de luz síncrotron, equipamento que até então existia apenas em países desenvolvidos. Várias pesquisas podem ser feitas com a luz síncrotron, como em biologia, física, química, engenharia de materiais, entre outras.[1][2]
Em 1997, o Brasil se tornou o primeiro país do Hemisfério Sul a ter uma fonte de luz síncrotron. Atualmente, cerca de seis mil pesquisadores utilizam o LNLS em pesquisas científicas.[2][3] Em 2001, Ricardo se afastou no LNLS e criou uma empresa, a SKEDIO Tecnologia, onde contribuiu em diversas áreas, da saúde à engenharia civil.[2][3] [2]
Entre 2012 e 2019, Ricardo retornou para o LNLS, liderando novamente a equipe que colocou o laboratório entre os líderes mundiais em fontes de luz síncrotron.[1] Em 13 de janeiro de 2009, Ricardo aceitou para o CNPEM, a pedido do seu diretor geral, Dr. José Roque. A ocasião era a construção do novo acelerador síncrotron brasileiro, o Sirius. Nos primeiros testes funcionais do novo acelerador, Ricardo já se encontrava afastado para tratamento da doença.[2]
Morte
[editar | editar código-fonte]Ricardo estava em tratamento devido a um câncer de pulmão, descoberto no início de 2019, mas ainda coordenava o projeto do laboratório e seus testes. Ele morreu em 3 de janeiro de 2020, em Campinas, aos 68 anos, deixando esposa e três filhos.[4][5] Seu corpo foi cremado no sábado, dia 4 de janeiro de 2020, também em Campinas.[5][6]
Referências
- ↑ a b c «Obituário de Antonio Ricardo Droher Rodrigues». Laboratório Nacional de Luz Síncrotron. Consultado em 7 de janeiro de 2020
- ↑ a b c d e f g Claudia Izaque (ed.). «Morre Ricardo Rodrigues, responsável pelos aceleradores dos síncrotrons UVX e Sirius». Revista Pesquisa FAPESP. Consultado em 7 de janeiro de 2020
- ↑ a b c d Claudia Izique (ed.). «Morre físico Ricardo Rodrigues, um dos responsáveis pelo maior projeto da ciência brasileira». Portal Terra. Consultado em 7 de janeiro de 2020
- ↑ «Morre Ricardo Rodrigues, responsável pelo acelerador de partículas Sirius». Revista Galileu. Consultado em 7 de janeiro de 2020
- ↑ a b «Morre físico Ricardo Rodrigues, um dos responsáveis pelo maior projeto da ciência brasileira». O Estado de São Paulo. Consultado em 7 de janeiro de 2020
- ↑ «Morre cientista que liderou construção do Sirius, superlaboratório brasileiro». G1. Consultado em 7 de janeiro de 2020