Arrocha
Arrocha | |
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Pablo, num trio elétrico em 2011 | |
Origens estilísticas | bolero, seresta e brega |
Contexto cultural | periferias e pequenas cidades do Recôncavo Baiano |
Instrumentos típicos | Teclado, saxofone e bateria eletrônica[1] |
Popularidade | Bahia e Nordeste nacional a partir de 2004[1] |
Formas derivadas | Sofrência (sertanejo romântico) |
Subgêneros | |
Arrochadeira |
O arrocha é um gênero musical e dança brasileira originário da cidade de Candeias, na Bahia.[2]
Originado na Bahia, se espalhou desse estado para o restante do país[3]. Seus pioneiros foram os cantores baianos Silvanno Salles (chamado de "cantor apaixonado"[4] ou "rei do arrocha"[5]), Ademir Marques, Lairton e seus Teclados, Márcio Moreno, Pablo e Nara Costa,[1] chamada "Rainha do Arrocha", tem esse "título" disputado com Nira Guerreira.[6]
Histórico e influências
[editar | editar código-fonte]Surgido no começo do século XXI da influência de estilos musicais românticos, como o bolero, seresta e sobretudo o brega, tem como característica um instrumental básico de teclado, bateria eletrônica e saxofone, com letras falando de amor e uma dança "agarradinha" que deu origem ao nome: "arrochar" significa "apertar" e se consagrou porque os primeiros artistas, em suas apresentações, gritavam aos casais que dançavam: "arrocha, arrocha" (ou seja, "aperta, aperta").[1]
Segundo o especialista da Universidade Federal da Bahia, Aaron Lopes, “O arrocha é um estilo musical descendente do bolero, ritmo de origem hispânica muito popular no Brasil desde o início do século 20 e muito executado, na Bahia, nas festas de seresta e boemia. O arrocha surge como uma variação de estilização do bolero, a partir de variação rítmica, novas sonoridades e repertório fundamentalmente romântico” e que deixou de "ser uma manifestação cultural exclusivamente baiana para se tornar também um elemento da cultura nacional. Hoje em dia, o arrocha pode ser considerado um tipo de gênero musical de alcance massivo – também chamado de gênero “superpopular” – e atrai públicos das mais diferentes origens, gêneros e classes sociais”, a partir da década de 2020 através de artistas e grupos como Nenho, Tayrone e Latitude 10.[1]
O gênero influenciou a música sertaneja com a criação do estilo "sofrência", o que de certa forma prejudicou os artistas de arrocha.[1] Considerado um "subgênero" dos dois, a sofrência chegou a ser considerada um sinônimo do próprio arrocha, sobretudo quando o cantor Pablo alcançou sucesso no país em 2014 com a canção "Fui Fiel" e influenciou artistas sertanejos a copiarem o arrocha.[7]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d e f Jaqueline Ferreira (31 de maio de 2022). «Gênero musical, arrocha revela talentos do interior da Bahia para o Brasil». Estadão. Consultado em 3 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 3 de fevereiro de 2024
- ↑ «Candeias: Em comemoração aos 20 anos do Arrocha, Pablo e Jai fazem previa de show no Boteko do Vaqueiro. Confira!». Bahia Notícia. 26 de outubro de 2019. Consultado em 29 de agosto de 2021
- ↑ «Silvano Salles diz que foi 'ofuscado' por Nara Costa em ida ao Faustão; cantora rebate - Bahia Notícias». www.bahianoticias.com.br. 12 de outubro de 2022. Consultado em 28 de setembro de 2024
- ↑ «Camaro do cantor Silvanno Salles é apreendido em Salvador, diz polícia». G1. 9 de janeiro de 2014. Consultado em 3 de janeiro de 2014
- ↑ «Sem shows na pandemia, cantor Silvanno Salles investe no comércio e abre bar em Salvador: 'Trabalho em família'». G1. 21 de julho de 2021. Consultado em 3 de fevereiro de 2024
- ↑ Camila Mello (24 de outubro de 2011). «Grande expoente do arrocha, Nara Costa mantém sucesso popular». iBahia. Consultado em 26 de agosto de 2021
- ↑ Adriana Izel (18 de dezembro de 2014). «Vertente dentro do arrocha e do sertanejo, sofrência ganha adeptos no DF». Correio Braziliense. Consultado em 3 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 26 de dezembro de 2014