Carpos
Carpos (em latim: carpi) ou carpianos (em latim: carpiani; em grego: Καρπιανοί; romaniz.: karpianoí) eram um antigo povo que residiu nas porções orientais da atual Romênia na região histórica da Moldávia não mais tardar que 140 até ao menos 318. A afiliação étnica dos carpos permanece disputada, pois não há evidências diretas sobreviventes nas fontes literárias antigas. Um grande número de estudiosos consideram-os como um tribo dácia. Outros, conectam-os com uma variedades de grupos étnicos, incluindo sármatas, trácios, germanos e celtas.
Cerca de um século depois da menção mais antiga a eles feita por Ptolemeu, durante um período no qual suas relações com o Império Romano pareceram amistosas, os carpos emergiram ca. 238 entre os mais persistentes inimigos dos romanos. No período entre 250-270, eles foram um importante componente da coalizão hostil de tribos bárbaras transdanúbias que incluía elementos germânicos e sármatas. Eles foram responsáveis por uma série de invasões grandes e devastadoras das regiões balcânicas do império que quase causaram sua desintegração na Crise do século III.
No período de 270-318, os imperadores romanos agiram para remover a ameaça dos carpos da fronteira imperial. Várias derrotas foram infligidas aos carpos em 279, 297, 298-308 e 317, após as quais vários deles foram forçosamente transferidos para a província romana da Panônia, na atual Hungria Ocidental, como parte da política imperial para repovoar as províncias danúbias devastadas pelas tribos bárbaras. Uma vez que os carpos não são mencionados em documentos pós-318, é possível que tivessem sido grandemente removidos da região dos Cárpatos por ca. 318 ou, se alguns permaneceram, é possível que misturaram-se com os demais povos residentes ou imigrantes da Moldávia, como os sármatas ou godos.
Etimologia do nome
[editar | editar código-fonte]Os greco-romanos chamaram este povo de carpos ou carpianos.[1] Provavelmente a menção mais antiga a eles, sob o nome carpianos, está na Geografia do geógrafo grego Ptolemeu, composta ca. 140.[2][3] Seu nome pode derivar da mesma raiz do nome da cadeia dos Cárpatos que eles ocuparam, e que também foi mencionado pela primeira vez por Ptolemeu sob o nome Καρπάτης - Karpátes.[4] A raiz poder ser o putativo da palavra protoindo-europeia *ker/sker, que significava "pico" ou "penhasco" (comparar o albanês karpë [pedra], o romeno (ş)carpă [precipício], e o latim scarpa).[5]
Estudiosos que apoiam esta derivação estão divididos entre aqueles que acreditam que os carpos deram seus nome para a cordilheira (ou seja, o nome significa "montanha dos carpos") e aqueles que alegam o oposto.[6][7] No último caso, carpianos poderiam significar simplesmente "pessoas dos Cárpatos".[4] Mas a similaridade entre os nome pode ser coincidência, e eles podem derivar de raízes diferentes. Por exemplo, foi sugerido que o nome pode derivar de uma palavra de raiz eslava krepu significando "forte" ou "bravo". [8] Também, foi sugerido que os Cárpatos podem derivar da raiz sânscrita kar (cortar) que daria o significado de "montanhas acidentadas".[9]
Alguns estudiosos consideram que os seguintes povos registrados em outras fontes antigas correspondem aos carpianos de Ptolemeu:
- Os calípidas (καλλιπιδαι) mencionados nas Histórias de Heródoto (compostas cerca de 430 a.C.) como residentes na região do rio Borístenes (Rio Dniepre);[10][11]
- Os cárpidas (καρπίδαι) do entorno da foz do rio Tiras (Dniestre) registrados em um fragmento de Pseudo-Escimno (composto ca. 90 a.C.);[10][12]
- Os hárpios (harpii), localizados próximo ao delta do Danúbio, mencionados pelo próprio Ptolemeu.[13][14]
Caso a correlação proceda, as localizações deles podiam implicar que os carpos gradualmente migraram para Oeste no período entre 400 a.C. - 140 d.C., um visão defendida por Kahrstedt.[15] O elemento comum carp- presente nestes nomes aparece frequentemente na toponímia e na antroponímia dácia e trácia.[16] Mas não há consenso que tais grupos são de fato os carpos. Bichir sugere que eles eram tribos traco-dácias distantemente relacionadas a eles.[17]
Território
[editar | editar código-fonte]Segundo a Geografia de Ptolemeu, os carpos ocuparam a região entre o rio Hiéraso (Sirete) e o rio Porata (Prut), ou seja, o futuro Principado da Moldávia.[18] Isso estava fora da Dácia definida pelo próprio Ptolemeu, cuja fronteia oriental era o Hiéraso.Predefinição:SfnPtolemeu A leste desse rio situava-se aquilo que o autor chamou Sarmácia Europeia, uma vasta região que estendeu-se tão longe quanto a Crimeia, predominantemente, mas não por meios exclusivos, povoada por tribos sármatas.[19] Ptolemeu afirmou que os vizinhos dos carpos eram:
- A norte, no norte da Moldávia e sul da Galícia, os costóbocos;[20][21]
- A sul, na planície valáquia, os roxolanos sármatas;[22]
- A leste, entre os rios Prut e Dniestre, os bastarnas que migraram c. 200 a.C..[23]
- A oeste, entre o Sirete e a província romana, os dácios livres.[24]
Contudo, não é possível definir com segurança os territórios destes grupos devido a imprecisão das fontes geográficas antigas. Também, é provável que em muitas áreas, grupos étnicos se sobrepuseram e o mapa étnico foi uma miscelânea de subgrupos dispersos. Os sármatas e bastarnas são atestados, tanto na literatura como na arqueologia, na Valáquia, Moldávia e Bessarábia.[25][26][27] É provável que, quando fontes greco-romanas mencionaram os conflitos com os costóbocos, carpos ou godos, elas estavam referindo-se a coalizões de grupos diferentes sob uma tribo hegemônica.[28]
Cultura material
[editar | editar código-fonte]Não há disputa entre os estudiosos que alguns assentamentos dácios na Moldávia (principalmente a leste do Sirete, com alguns na margem oriental, incluindo Piroboridava, em Poiana) do reinado de Decébalo (r. 87–106) foram abandonados por 106, muito provavelmente, segundo Bichir, como resultado da conquista romana da Dácia.[29] Desse ponto, Bichir identifica duas culturas diferentes na Moldávia, coexistindo lado a lado. A primeira, sedentária, foi rotulada "daco-cárpica" e começou cerca de 106 e desapareceu cerca de 318, quando foi substituída pela "variante" Sîntana-de-Mureş da Cultura de Cherniacove, comum em grande parte da região pôntica norte do sul da Europa Oriental, no período de 200-400.[30] A segunda cultura, menor e geralmente associada com os povos nômades das estepes eurasianas, foi rotulada "sármata".[26]
Por 1976, 117 assentamentos sedentários foram identificados, a grande maioria (89) localizados a oeste do Sirete.[31] Seus habitantes viverem em cabanas superficiais ou afundadas no chão. As habitações superficiais eram feitas com pau a pique e terra batida, geralmente de formato retangular ou quadrado, variando de 9 m2 para 30 m2, e continham apenas uma sala com uma lareira de argila localizada no centro. As habitações afundadas, mais numerosas, eram geralmente ovais ou circulares.[32] Estes povos sedentários geralmente cremavam os mortos, e segundo Bichir todos os 43 cemitérios puramente daco-carpos usaram apenas cremações. As cinzas das cremações eram, na grande maioria dos casos, enterradas dentro de urnas.[33] Alguns túmulos continham bens mortuários, mas nenhuma arma além de uma adaga. Bens mundanos incluíam facas, chaves e cinto de fivela; bens valiosos incluíam espelhos em estilo sármata, brincos de prata, pingentes de ouro e pérolas.[34]
Os túmulos nômades, por outro lado, são predominantemente inumações, encontrados, em 1976, em 38 locais da Moldávia.[31] Eles foram predominantemente encontrados nas planícies e raramente no sopé dos Cárpatos, individualmente ou em pequenos grupos de 2 a 13 túmulos. A grande maioria dessas sepulturas são planas, em contraste aos túmulos monticulares dos nômades que habitaram a região do Dniestre mais a leste, embora existam algumas sepulturas monticulares secundárias (ou seja, que usaram montículos preexistentes), principalmente datando de 200 em diante. Os túmulos nômades sempre contêm bens tumulares, frequentemente incluindo armas e espelhos gravados com tangas (símbolos rituais ou tribais).[35]
Seis cemitérios na lista de Bichir contêm tanto cremações como inumações. No sítio de Poieneşti, o único completamente investigado em 1976, 6 adultos e 17 crianças foram enterradas, em contraste as 62 cremações encontradas. Desdes, 2 adultos e 7 crianças com seus crânios artificialmente alongados. Este costume, conseguido pelo amarrar firme do crânio duma criança durante seu estágio inicial de crescimento, é associado com os nômades das estepes. Para Bichir os adultos seriam nômades e as crianças a prole de casamentos entre sedentários e nômades.[26] Com base na razão de túmulos sedentários para nômades, conclui-se que os sedentários constituíram a maioria da população da Moldávia. Nos cemitérios mistos documentados, sepulturas nômades constituem cerca de 28% do total.[26]
A cerâmica encontrada nos sítios sedentários inclui o tipo poroso feito à mão, cerâmica cinza feita na roda, cerâmica vermelha queimada e cerâmica romana importada. Bichir descreve as primeiras duas como uma continuidade dácia da cerâmica de La Tène, e aponta a presença da chamada "taça dácia", uma taça de desenho distinto, uma evidência de uma base dácia para esta cultura. Contudo, ele admite que a cerâmica também mostra influência romana e sármata.[36] Não havia uma cunhagem autóctone e as moedas romanas circularam "intensamente" no território carpo.[37] Essa é a base de vários tesouros encontrados na Moldávia (90), bem como cerca de 100 moedas isoladas. Contudo, a circulação de moedas romanas parece ter virtualmente cessado depois de 218, uma vez que não há tesouros e apenas 7 moedas isoladas foram encontrada para o período após o reinado de Caracala (r. 211–218).[38]
Afiliação etno-linguística
[editar | editar código-fonte]Segundo a historiografia romena tradicional, bem como vários estudiosos não-romenos, os carpos eram um povo de língua e cultura dácia.[39][40][41][42][43][44] Peter Heather, que apoia esta visão, sugere que o nome carpos foi adotado como um nome coletivo das tribos dos dácios livres quando adquiriram um grau de unificação política no começo do século III.[45] Apesar disso, um significativo número de estudiosos disputa que os carpos eram etnicamente dácios, mas identificaram-se variadamente como sármatas, daco-trácios, celtas ou mesmo protoeslavos.[44] Isso se deve ao fato de que a região entre os rios Sirete e Dniestre tinham grande diversidade étnica durante o período imperial. Em complemento às tribos cito-sármatas (roxolanos, agatirsos, bastarnas), havia celtas (tauriscos, anartes), trácios (biessos) e dácios (tiragetas).[46] Igualmente, alguns estudiosos modernos conjecturam a existência de grupos étnicos formados in loco por origens mistas (mas principalmente com uma base indígena daco/sármata, por exemplo, os godos).[47][48]
São várias as evidências para apoiar uma identidade dácia:
- Arqueologia: cerâmicos e outros artefatos, identificados como "estilo-dácio" por arqueólogos como Bichir, foram descobertos em sítios na região da Moldávia presumivelmente habitada pelos carpos de 100 para 300, bem como em sítios fúnebres.[49] Em particular, Bichir aponta para uma taça de formato incomum e para panelas de decoração "cordada", como caracteristicamente dácias.[50] Contudo, a determinação da afiliação etno-linguística dos carpos usando a tipologia, ou por quantidade relativa de achados, foi questionada por Niculescu. Batty concorda que a presença de artefatos de "estilo dácio" atestam ao nível material dos indígenas, mas não prova sua identidade.[51] Estas objeções refletem a teoria arqueológica moderna, que considera que culturas materiais não são um guia confiável para identidade étnica, e mesmo menos que a linguagem, do povo em questão (que pode, de qualquer forma, mudado ao longo do tempo).[52][a]
- Zósimo, um cronista bizantina que escreveu em torno de 500, registra uma invasão das províncias danúbias do Império Romano em 381 por uma coalizão bárbara de hunos, esciros e carpódacas ("carpo-dácios").[53] O último termo foi tomado por alguns estudiosos como "prova" da etnicidade dácia dos carpos.[49] Porém, essa é a única evidência literária que conecta os carpos aos dácios, e Zósimo é considerado por inúmeros estudiosos modernos como um cronista não confiável: segundo E. A. Thompson, "Zósimo têm uma inultrapassável reivindicação de ser considerado como o pior de todos os historiadores gregos existentes do Império Romano [...] seria tedioso catalogar todas os exemplos onde esse historiador falsamente transcreveu nomes, sem mencionar sua confusão de eventos...".[54][55] De todo modo, o termo é ambíguo. Foi interpretado como os "carpos e os dácios" ou "os carpos misturados aos dácios". Segundo o eminente estudioso clássico Kahrstedt, o termo não refere-se aos carpos em si, mas os dácios livres, que ocuparam o território carpo, após os últimos serem deportados pelos romanos. Ele argumenta que, em grego antigo, a primeira parte do termo podia apenas ter um sentido geográfico: ou seja, carpódacas significa "os dácios da terra dos carpos". Na mesma linha, tem sido interpretado como "os dácios dos Cárpatos".[15] É possível que todos os carpos foram transferidos pelo imperador romano por 318, que é suportado pela literacia[56] e evidência arqueológica: Bichir nota a cultura que ele chama "daco-carpos" terminou cerca de 318.[49]
- A inscrição AE (1965) 223 está gravada sobre a lápide de Públio Élio Proculino, um centurião da VII Coorte Pretória (Filipiana), "perdida (ou seja, morta) na guerra dácia no Castelo dos Carpos [Castellum Carporum]". Segundo Bichir e outros, isso refere-se a guerra contra os carpos conduzida pelo imperador Filipe, o Árabe em 246/247, e Forte dos Carpos é uma fortaleza mencionada por Zósimo,[57] onde a batalha final da campanha ocorreu. Por implicação, ele argumenta, isso apoia a visão que os carpos eram dácios. Mas outros estudiosos identificam o Forte dos carpos como um forte romano auxiliar do Danúbio Inferior, evidenciada pelo vico dos carpos, um forte-satélite em oposição a Cársio (Hârșova, Romênia), mencionado por Amiano Marcelino.[18] Cuff argumenta que Proculino estava, na verdade, no comando deste forte quando foi morto.[58]
Um possível argumento contra a etnicidade dácia é que os imperadores romanos não usaram o título vitorioso imperial (cognomen ex virtute) Dácico Máximo (lit. "o maior dácio") para vitórias sobre os carpos, mas em vez disso adotaram o título separado de Cárpico Máximo. Esse último foi introduzido por Filipe, o Árabe (r. 244–249) em 247, o primeiro imperador romano a derrotá-los em pessoa.[59][60] Tais títulos eram geralmente etnográficos, não geográficos (ou seja, Dácico significa "vitorioso sobre os dácios", não "vitorioso na Dácia").[61]
Imperador | Dácico (Máximo) (data) |
Cárpico (Máximo) (data) |
Espécime inscrição* |
---|---|---|---|
Trajano | 106 | Cagnat 1927, p. 151 | |
Adriano | 118 | CIL II.464 | |
Antonino Pio | 157 | CIL VIII.20424 | |
Maximino Trácio | 236 | Cagnat 1905, p. 179 | |
Filipe, o Árabe | 247 | Sear 2581 | |
Décio | 249-51 | CIL II.6345 | |
Galiano | 256/7 | CIL II.2200 | |
Aureliano | 275 | 272 | CIL XIII.8973 |
Diocleciano, Galério & colegas | 296-305 (5 vezes) | [64] | |
Galério | 305-11 (sexta vez) | CIL III.6979 | |
Constantino, o Grande | 336 | 317 | CIL VI.40776; CIL VIII.8412 |
Conflito com Roma
[editar | editar código-fonte]Embora os carpos são registrados como residentes na região dácia desde ao menos 140 em diante, eles não mencionados nos registros romanos de várias campanhas na Dácia no século II. Por exemplo, no vasto e prolongado conflito romano com as tribos transdanúbias, conhecido como Guerras Marcomanas (166–180), durante o qual a província da Dácia sofreu ao menos duas grandes invasões (167, 170), apenas seus vizinhos contóbocos são mencionados especificamente.[65] O silêncio do papel dos carpos nestes conflitos ponde indicar que eram aliados romanos neste período.[49]
Em torno de 200, uma fase de grandes movimentos populacionais começou na Europa Bárbara (a região fora das fronteiras do império). A causa desse deslocamento é desconhecido, mas um importante fator pode ter sido a Praga Antonina (165–180), um devastadora pandemia de varíola, que pode ter matado 15-30% dos habitantes do Império Romano.[66] O impacto nas regiões bárbaras teria resultado no enfraquecimento das tribos e no esvaziamento de regiões, induzindo tribos mais fortes a se expandirem. Um exemplo bem-conhecido é os godos. Eles foram provavelmente registrados pelo historiador romano Tácito, sob o nome gutões, como habitando a área a leste do rio Vístula, no centro da atual Polônia, ca. 100.[67] Por 250, eles moveram-se para sul da Ucrânia Ocidental e estiveram frequentemente envolvidos em raides ao império em união a outras tribos.[68]
Foi neste contexto de sublevação que, em meados do século III, os carpos emergiram como um grande ameaça bárbara para as províncias do Danúbio Inferior.[40] Eles foram descritos por Jordanes como "uma raça de homens muito ansiosos para fazer guerra, e frequentemente hostis aos romanos".[69] Uma série de incursões dos carpos no império são registradas, sejam sozinhos ou em aliança com seus vizinhos sármatas ou germânicos (incluindo roxolanos, bastarnas e godos). Contudo, seu papel nas coalizões é um tanto obscuro, pois em muitas fontes eles são genericamente descritos com os demais como citas, uma referência a região histórica da Cítia.[68]
O envolvimento dos carpos nos ataques dos dácios livres na Dácia romana é algo incerto. Apoiantes da etnicidade dácia tendem a assumir que participaram em campanhas onde os imperadores romanos reivindicaram o título Dácico Máximo, em adição a aqueles resultando na aclamação de Cárpico Máximo. Mas todas as incursões nas quais os carpos são especificadamente registrados nas fontes antigas foram na Mésia Inferior, e não Dácia.[69][70][71][72]
Ataques carpos à fronteira danúbia (238–50)
[editar | editar código-fonte]238: Os carpos lançam sua primeira incursão registrada no território bizantino ao sul do Danúbio, durante o breve reinado conjunto do adolescente Gordiano III e os senadores Balbino e Pupieno.[71] Ela foi aparentemente provocada pela recusa do governador da Mésia Inferior, Túlio Menófilo, em garantir a demanda de subsídio anual dos carpos para manter a paz, como já havia sido pago aos godos e outras tribos do Danúbio Inferior.[69] Isso dá suporte para a possibilidade de que, até este tempo, os carpos mantiveram-se aliados dos romanos, mas foram afligidos por sua lealdade. Contudo, o governador conseguiu expulsá-los em 239.[1]
245-247: Durante o reinado do imperador Filipe, o Árabe (r. 244–249), os carpos cruzaram o Danúbio e devastaram a Mésia Inferior. Depois dos governadores falharem em repelir a invasão o imperador tomou comando pessoal das tropas e lançou um grande contra-ataque. Após um luta prolongada, os carpos foram empurrados para além do Danúbio e perseguidos pelos romanos em sua terra natal. O principal corpo dos carpos tomou refúgio em uma grande fortaleza (talvez um castro), onde foi cercado e sitiado pelas forças de Filipe. As forças carpas remanescentes, que tinham fugido, reagruparam e lançaram uma tentativa de aliviar o cerco. Os sitiados prenderam a atenção dos romanos para que não percebessem a aproximação da força de alívio, porém os últimos foram interceptados e perseguidos pelos cavalaria maura (equites maurorum; a cavalaria maura leve da África do Norte). Com essa nova vitória, Filipe conseguiu forçá-los a pedir a paz, conseguindo encerrar sua campanha antes do milésimo aniversário da fundação de Roma (abril de 248).[57] Filipe foi aclamado Cárpico Máximo.[73]
Invasões sármato-góticas ao Império Romano (249–270)
[editar | editar código-fonte]249-253: Os carpos participaram invasões massivas ao Império Romano sob a liderança dos reis góticos Ostrogoda e Cniva.[74] Essas invasões tinham aparentemente sido provocadas pelo cessar do subsídio romano anual aos godos pelo imperador Filipe.[75] Segundo Jordanes, Ostrogoda liderou em 249 300 000 homens através da fronteira romana, estando entre eles um contingente carpo de 3 000 homens.[69] Ele liderou ataques na Mésia e Trácia[76] e tentou sem-sucesso tomar Marcianópolis, na Trácia. Ostrogoda exigiu resgate pela cidade e retornou para seu país com o butim.[77]
Em 250, os carpos invadiram a Dácia, o leste da Mésia Superior e oeste da Mésia Inferior.[78] Ao mesmo tempo, o rei gótico Cniva,[79] [80] em sucessão a Ostrogoda, lançou uma grande invasão em solo romano. Ele dividiu seus contingentes em dois grupos, o primeiro sendo enviado para a Mésia, e o segundo, formado por 70 000 homens, liderado por ele contra Euscia (Nova). Para enfrentar a invasão estavam o imperador Décio (r. 249–251) e o general Treboniano Galo.[81] Nesse conflito, Cniva derrotou o imperador numa batalha próximo a Beroia (atual Stara Zagora), saqueou Filipópolis (atual Plovdiv, na Bulgária),[82] e novamente derrotou e então matou Décio e seu filho e coimperador Herênio Etrusco na batalha de Abrito (251).[80][83][57]
Em 253, os carpos juntaram-se aos godos de Cniva e as tribos sármatas dos urugundos e boranos em uma nova invasão ao território romano, devastando a Mésia e Trácia. As forças romanas do Danúbio Inferior foram incapazes de evitar que saqueassem a vontade, provavelmente devido a suas perdas em Abrito e pelo impacto da Praga de Cipriano, que alastrou-se pelo Império Romano desde 251. Nesse caos, o general Emiliano organizou as tropas danúbias remanescentes e lançou um ataque surpresa contra os invasores, conseguindo uma vitória completa. Ele perseguiu os bárbaros além do rio, recuperando vastas quantidades de butim e liberando milhares de cidadãos romanos capturados.[84] Possivelmente entre os libertos estava Cneu Valério Serapião, que dedicou um altar não datável encontrado em Ápulo (Alba Júlia) na Dácia romana, agradecendo seu resgate dos carpos (liberatus a Carpis).[85]
256-257: Os carpos, com os mesmos aliados de 253, incendiaram a Mésia, invadiram a Trácia e sitiaram sem-sucesso Salonica na Macedônia. A Grécia inteira foi posta em estado de alerta: os atenienses reconstruída seus muros pela primeira vez desde a demolição pelo general republicano Sula em 87 a.C. e os peloponésios refortificaram o Istmo de Corinto. O imperador Valeriano (r. 253–260), de modo a conter os invasores, nomeou seu filho e sucessor Galiano (r. 253–268) como coimperador, e ele assumiu o comando pessoal da campanha contra eles, inclusive nomeando alguns oficiais subordinados para manterem guarda na Itália, Ilíria e Grécia para caso algum dos bárbaros atravessassem para estas regiões.[86]
259-260: Segundo Zósimo, nessa época os citas, "incluindo todos os povos do país deles", lançaram uma invasão massiva sobre o Danúbio, tomando vantagem do caos político e militar do império. Parece que os bárbaros dividiram-se em dois exércitos. O primeiro dirigiu-se para a Grécia e conseguiu atacar e saquear Atenas, apesar de seus muros novos. O segundo cruzou a Ilíria em direção a Itália e alcançou os muros de Roma, forçando o senado romano a armas civis para defender a capital, uma vez que Galiano estava totalmente ocupado lidando com a usurpação do general Póstumo (r. 260–269).[68] Reconhecendo que não havia possibilidade de tomar e saquear Roma, os invasores partiram para saquear a Itália inteira. Eles foram finalmente expulsos por Macriano Maior (r. 260–261), um dos tenentes de Galiano e mais tarde usurpador, que trouxe o exército estacionado no Reno para a península.[87]
Mais invasões citas ocorreram em 265-266 e possivelmente a maior de todas, em 267-268, que foi uma invasão marítima que penetrou o mar Egeu, aportou na Macedônia e conseguiu pilhar a Trácia. Contudo, foi posteriormente parada pelo imperador Cláudio II, o Gótico (r. 268–270), que destruiu os bárbaros na batalha de Naísso (268). Diferente das invasões anteriores, os carpos não são especificadamente mencionados por Zósimo e outros cronistas e seu papel é, assim, incerto.[88]
Derrota e reassentamento no império (271–318)
[editar | editar código-fonte]O final do século III viu a recuperação militar do império sob o governo de ferro dos chamados "imperadores ilíricos", um grupo coeso de soldados de carreira que compartilhavam origens nas províncias e regimentos danúbios. Seus sucessores, frequentemente seus descendentes, dominaram o império por mais de um século (268–379). Eles não somente quebraram as tribos transdanúbias no campo de batalha, mas também perseguiram uma política em larga escala de reassentamento destas populações derrotadas nas províncias danúbias. Isso foi motivado pelo necessidade de repovoar essas regiões, que tinha sido devastadas pela praga e repetidas invasões bárbaras durante o período 250-270.[b]
272: O imperador Aureliano (r. 270–275) conseguiu uma grande vitória sobre os carpos, recebendo do senado o título Cárpico Máximo.[72][89] Ele então reassentou grande número de prisioneiros carpos em torno de Sopianas (atual Pécs, na Hungria), na província da Panônia.[56]
296-305: Em 296, o imperador Diocleciano (r. 284–305) partiu para enfrentar os carpos, o primeiro grande conflito dos romanos com este povo desde a derrota deles 23 anos antes sob Aureliano. A guerra terminou em 297, com uma esmagadora vitória romana.[90] Um panegírico de 197 chama "os recentes desastres [sofridos pelos] carpos" (proxima illa ruina Carporum).[91] Diocleciano reivindicou o título Cárpico Máximo pela primeira vez na ocasião.[92] Em 298, ele entregou o comando do Danúbio Inferior para seu césar (vice imperial), Galério (r. 293–311). Em uma série de intensivas campanhas, Galério infligiu mais quatro derrotas aos carpos em apenas dois anos (302–303).[93] Estas vitórias são atestadas por 4 títulos "Cárpico Máximo" reivindicados por Diocleciano e seus três colegas imperiais (os tetrarcas).[94][95]
305-311: Após ascender como Augusto (imperador) em 305, Galério é registrado como reivindicando o título Cárpico Máximo uma sexta vez, em algum momento durante seu reinado.[96][97]
318: o imperador Constantino, o Grande (r. 306–337) é registrado como mantendo o título de Cárpico Máximo em uma inscrição daquele ano.[98] Isso pode provavelmente representar uma vitória sobre os carpos em 316-317, quando Constantino é documentado como residindo nos Bálcãs pela primeira vez desde sua nomeação como césar em 306.[99]
Cada uma destas aclamações provavelmente implicou a escravização de ao menos 5 000 carpos (como tradicional requerido para a garantia de um triunfo em Roma). Para os carpos, estas derrotas foram acompanhadas por deportações massivas e reassentamento dentro das fronteiras imperiais. Segundo Amiano Marcelino, o regime de Diocleciano continuou a assentar carpos na Panônia e, aparentemente, na Cítia Menor (ou seja, na região costeira da atual Romênia).[100] Eutrópio relata que "números enormes" foram transferidos.[101] Heather interpreta estes relatos como implicando centenas de milhares de deportados.[102] Segundo Sexto Aurélio Vítor, escrevendo em 361, todos os carpos remanescentes foram transferidos para o império.[56]
Os carpos após 318
[editar | editar código-fonte]Há várias indicações de que os carpos podem ter sido amplamente eliminados do norte do Danúbio cerca de 318:
- A evidência de Aurélio Vitor que todos os carpos foram deportados para o império;[56]
- As contínuas perdas em repetidas guerras contra os romanos e as subsequentes deportações massivas;
- O desaparecimento ca. 318 da Cultura daco-trácia da Moldávia, segundo Bichir;[30]
- A ausência de qualquer menção aos carpos transdanúbios na história contemporânea de Amiano Marcelino, cujos livros sobreviventes fornecerem um detalhado registro do período 353-378;[100] Amiano menciona duas vezes os carpos, mas apenas aqueles assentados no império.[103]
Muitos historiadores disputam que os carpos foram eliminados dos Cárpatos e argumentam que muitos deles permaneceram ali.[104][105] Mesmo se alguns carpos permaneceram ao norte do Danúbio, é certo que perderam sua independência política, segundo Heather.[102] Após a morte de Constantino, a planície valáquia e a Moldávia caíram sob domínio do ramo tervíngio dos godos, como evidenciado pela existência dum Reino Gótico em meados do século IV. A Transilvânia parece ter sido dominada no século IV por outro grupo, provavelmente germânico, os taifalos.[106] Contudo, os taifalos parecem também ter estado sob suserania gótica.[107]
Notas
[editar | editar código-fonte]
- [a] ^ A suposição de que "culturas" materiais imaginárias, como definido por arqueológico, representam grupos étnicos distintos não é mais considerado válido na teoria arqueológica.[108] A abordagem tradicional para interpretação arqueológica foi definida nos anos 1920 por Gordon Childe: "Nós encontramos certos tipos de restos - potes, cerâmicos, ornamentos, sítios de enterro, formas de casas - constantemente recorrentes juntos. Tal complexo de traços regularmente associados nós permite denominar um 'grupo cultural' ou apenas uma 'cultura'. Nós assumimos que um tal complexo é a expressão material do que hoje seria chamado um 'povo'."[109] Mas o eminente arqueólogo moderno Colin Renfrew nota que "desde os anos 1960, tem sido reconhecido [...] que igualizar tais 'culturas' imaginárias com povos é extremamente perigoso [...] a noção que tais características como decoração cerâmica são automaticamente um sinal de afiliação étnica tem sido confrontado".[110] "As explicações tradicionais repousam em suposições que são facilmente confrontadas hoje. Primeiro, há a noção de que 'culturas' arqueológicas podem de algum modo representar entidades reais ao invés de simplesmente termos classificatórios idealizados pela conveniência do estudioso. Segundo, está a visão que unidades étnicas ou 'povos' podem ser reconhecidos do registro arqueológico pela igualização com estas culturas imaginárias. É, de fato, claro que grupos étnicos nem sempre destacam-se em vestígios arqueológicos. Terceiro, é assumido que quando semelhanças são notadas entre os conjuntos culturais de uma área ou outra, isso pode ser mais prontamente explicado como resultado de uma migração populacional. Claro, migrações de fato ocorreram, mas não são tão fáceis de documentar arqueologicamente como frequentemente tem sido suposto".[111] É atualmente reconhecido que as fronteiras geográficas das 'culturas' materiais (como discernido por arqueólogos) frequentemente não coincidem com os territórios de grupos étnicos, como determinado de outra evidência.[112] Do mesmo modo, tem sido demonstrado que vários grupos étnicos podem compartilhar uma cultura material relativamente homogênea, enquanto mantendo sua identidade étnica distinta.[113] Apesar disso, continua a ser aceito que certos costumes e artefatos culturais podem ter conotações étnicas em contextos particulares, mas estilos cerâmicos e decorações são hoje vistos como entre os indicadores mais fracos de etnicidades, pois de sua transferibilidade entre grupos étnicos.[114]
- [b] ^ A política romana de reassentamento foi uma política de longa data, datável do reinado de Augusto (r. 27 a.C.–14 d.C.), para assentar comunidades bárbaras rendidas (deditícios) no império, garantindo-lhes terra em troca de um serviço militar obrigatório muito mais pesado que a habitual cota de conscrição. Mas os imperadores ilírios prosseguiram esta política em uma escala sem precedentes. A principal preocupação dos imperadores era suas próprias províncias danúbias, que haviam sido severamente despovoadas pela pandemia de varíola de 251-270 e por repetidas incursões bárbaras durante aquele período. Como resultado, vastas extensões de território arável deixaram de ser cultivados.[115]
Referências
- ↑ a b Anônimo século IVa, XXVI.3.
- ↑ Ptolemeu 140, III.5.1.10.
- ↑ Smith 1870, p. 525-526.
- ↑ a b Bichir 1976, p. 145.
- ↑ «*Ker (1)»
- ↑ Pârvan 1926, p. 153.
- ↑ Martini 2010, p. 255.
- ↑ Pronk-Tiethoff 2013, p. 196.
- ↑ Tomaschek 1883, p. 403.
- ↑ a b Pârvan 1926, p. 153.
- ↑ Heródoto 430 a.C., IV.17.
- ↑ Pseudo-Escimno 90 a.C., frag. 842.
- ↑ Parvan 1926, p. 153.
- ↑ Ptolemeu 140, III.10.
- ↑ a b Bichir 1976, p. 149.
- ↑ Gheyn 1930, p. 385.
- ↑ Bichir 1976, p. 148-50.
- ↑ a b Talbert 2000, Mapa 22.
- ↑ Ptolemeu 140, III.5.
- ↑ Waldman 2006, p. 184.
- ↑ Giurescu 1972, p. 53.
- ↑ Goffart 2006, p. 91.
- ↑ Schutte 2013, p. 242.
- ↑ Garašanin 1973, p. 243.
- ↑ Batty 2008, p. 250, 378.
- ↑ a b c d Bichir 1976, p. 162-4.
- ↑ Talbert 2000, Mapa 23.
- ↑ Burns 1991, p. 26.
- ↑ Bichir 1976, p. 141.
- ↑ a b Bichir 1976, p. 144.
- ↑ a b Bichir 1976, p. 4.
- ↑ Bichir 1976, p. 7-9.
- ↑ Bichir 1976, p. 32 (Tabela 1).
- ↑ Bichir 1976, p. 24.
- ↑ Bichir 1976, p. 162-3.
- ↑ Bichir 1976, p. 51-2.
- ↑ Bichir 1976, p. 123.
- ↑ Bichir 1976, Tabelas 11 e 12.
- ↑ Heather 2006, p. 85.
- ↑ a b Millar 1981, p. 279.
- ↑ Maenchen-Helfen 1973, p. 452.
- ↑ Goffart 2006, p. 205.
- ↑ Minns 2011, p. 124.
- ↑ a b Bichir 1976, p. 146.
- ↑ Heather 2009, p. 114.
- ↑ Talbert 2000, mapa 22 e 23.
- ↑ Halsall 2007, p. 132.
- ↑ Matthews 1991, p. 90.
- ↑ a b c d Bichir 1976, p. 51-78.
- ↑ Bichir 1976.
- ↑ Batty 2008, p. 378.
- ↑ Renfrew 1987, p. 180-1, 443-5.
- ↑ Zósimo, IV.114.
- ↑ Thompson 1982, p. 446.
- ↑ Cameron 1969, p. 247.
- ↑ a b c d Sexto Aurélio Vítor 361, XXXIX.43.
- ↑ a b c Zósimo, I.15.
- ↑ Cuff 2010, p. 16.
- ↑ Bowman 2005, p. 37.
- ↑ Southern 2001, p. 71-72.
- ↑ Cook 1939, p. 140 (nota 1).
- ↑ Bichir 1976, p. 172-3, Tabelas 10 e 11.
- ↑ Garnsey 2000.
- ↑ Merlin 1959, p. 290.
- ↑ Anônimo século IVb, 22.
- ↑ Stathakopoulos 2007, p. 95.
- ↑ Tácito século I, 43.
- ↑ a b c Zósimo, I.
- ↑ a b c d Jordanes, XVI.
- ↑ Zósimo, I.20; I.27, 29, 38.
- ↑ a b Anônimo século IVc, XVI.
- ↑ a b Anônimo século IVd, 30.4.
- ↑ a b Sear 2581
- ↑ Jordanes, XVI e XVIII.
- ↑ Jordanes, 89.
- ↑ Christensen 2002, p. 199.
- ↑ Chambers 2010, p. 14-15.
- ↑ Bowman 2005, p. 38.
- ↑ Wolfram 1990, p. 45.
- ↑ a b Wolfram 1997, p. 44.
- ↑ Jordanes, XVIII.101.
- ↑ Amiano Marcelino 397, XXXI.5.
- ↑ Bowman 2005, p. 39-40.
- ↑ Zósimo, I.27-8.
- ↑ CIL III.1054
- ↑ Zósimo, I.17.
- ↑ Zósimo, I.22.
- ↑ Zósimo, I.22-23.
- ↑ CIL XIII.8973
- ↑ Odahl 2004, p. 59.
- ↑ Leadbetter 2009, p. 99.
- ↑ Gagé 1973, p. 526(a).
- ↑ Leadbetter 2009, p. 101.
- ↑ Merlin 1959, p. 29.
- ↑ CIL III.578
- ↑ Bichir 1976, p. 172.
- ↑ CIL III.6979
- ↑ CIL VIII.8412
- ↑ Odahl 2004.
- ↑ a b Amiano Marcelino 397, XXVIII.1.5; XXVII.5.5.
- ↑ Eutrópio século IV, IX.25.
- ↑ a b Heather 2009, p. 128.
- ↑ Amiano Marcelino 1950, índice.
- ↑ Millar 1981.
- ↑ Batty 2008, p. 377-8.
- ↑ Amiano Marcelino 397, XXXI.3.7.
- ↑ Amiano Marcelino 397, XXXI.9.3.
- ↑ Renfrew 1987, p. 169-1; 445.
- ↑ Renfrew 1987, p. 163.
- ↑ Renfrew 1987, p. 160-1.
- ↑ Renfrew 1987, p. 445.
- ↑ Lucy 2005, p. 103.
- ↑ Lucy 2005, p. 92.
- ↑ Hodder 2001, p. 198.
- ↑ Jones 1986.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Amiano Marcelino (397). Os Feitos 🔗. Constantinopla
- Amiano Marcelino (1950). Rolfe, J. C., ed. History. 1. Cambridge Massachusetts: Loeb Classical Library, Harvard University Press. ISBN 9780674993310
- Anônimo (século IVa). «Vida dos três Gordianos». História Augusta
- Anônimo (século IVb). «Vida de Marco Aurélio». História Augusta
- Anônimo (século IVc). «Vida de Máximo e Balbino». História Augusta
- Anônimo (século IVd). «Vida de Aureliano». História Augusta
- Batty, Roger (2008). Rome and the Nomads: the Pontic-Danubian region in Antiquity. Oxford: Oxford University Press
- Bichir, Gh. (1976). The History and Archaeology of the Carpi from the 2nd to the 4th centuries AD. Oxford: Relatórios Arqueológicos Britânicos
- Bowman, Alan K. (2005). The Cambridge Ancient History. The Crisis of Empire, A.D. 193-337. XII. Cambridge: Cambridge University Press
- Burns, Thomas S. (1991). A History of the Ostrogoths. Bloomington, Indiana: Indiana University Press. ISBN 0253206006
- Cagnat, René (1905). «The Epigraphic Year»
- Cagnat, René; Besnier, Maurice (1927). «The Epigraphic Year»
- Cameron, Alan (1969). «Theodosius the Great and the Regency of Stilicho». Harvard Studies in Classical Phililogy (73)
- Chambers, Raymond Wilson (2010). Widsith: A Study in Old English Heroic Legend. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 1108015271
- Christensen, Arne Søby (2002). Cassiodorus, Jordanes and the History of the Goths: Studies in a Migration Myth. Copenhague: Museum Tusculanum Press. ISBN 8772897104
- Cook, S. A.; F. E. Adcock; M. P. Charlesworth; H. Baynes (1939). Cambridge Ancient History. Vol. XII The Imperial Crisis and Recovery 1 ed. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0521044944
- Cuff, D.B. (2010). «The Auxilia in Roman Britain and the Two Germanies between Augustus and Caracalla»
- Eutrópio (século IV). Breviário da História Romana. Constantinopla
- Gagé, Jean; Le Glay, Marcel; Pflaum, Hans-Georg Pflaum; Wuilleumier, Pierre (1973). «The Epigraphic Year»
- Gheyn, S. J. Van Den (1930). «Populations Danubiennes, Études D'ethnographie compareee». Société scientifique de Bruxelles, Union catholique des scientifiques français. Revue des questions scientifiques. 17-18. ISSN 0035-2160
- Garašanin, Milutin V.; Alojz, Benac (1973). Actes du VIIIe congrès international des sciences préhistoriques. Berna: International Union of Prehistoric and Protohistoric Sciences
- Garnsey, Peter (2000). The Cambridge Ancient History: The High Empire A.D. 70–192. 11. Cambridge: Cambridge University Press
- Giurescu, Constantin C. (1972). The making of the Romanian people and language. Bucareste: Meridiane
- Goffart, Walter (2006). Barbarian Tides: The Migration Age and the Later Roman Empire. Filadélfia, Pensilvânia: University of Pennsylvania Press. ISBN 0812200284
- Halsall, Guy (2007). Barbarian migrations and the Roman West, 376-568. Cambridge: Cambridge University Press
- Heather, Peter (2006). The fall of the Roman Empire: a new history of Rome and the Barbarians. Oxford: Oxford University Press
- Heather, Peter (2009). Empires and Barbarians: Migration, Development and the Birth of Europe. Oxford: Oxford University Press
- Heródoto (430 a.C.). Histórias
- Hodder, I. (2001). Archaeological Theory today. Cambridge: Polity Press
- Leadbetter, William Lewis (2009). Galerius and the Will of Diocletian. Londres e Nova Iorque: Routledge
- Maenchen-Helfen, Otto J. (1973). Max Knight, ed. The world of the Huns : studies in their history and culture. Berkeley, Los Angeles e Londres: University of California Press. ISBN 0-520-01596-7
- Martini, Peter I.; Ward, Chesworth (2010). Landscapes and Societies: Selected Cases. Guelph, Ontário: Springer
- Matthews, John; Heather, Peter (1991). The Goths in the fourth century. Liverpool: Liverpool University Press
- Merlin, Alfred (1959). «The Epigraphic Year»
- Millar, Fergus (1981). The Roman Empire and its neighbours. Nova Iorque: Delacorte Press
- Minns, Ellis Hovell (2011). «Scythians and Greeks: A Survey of Ancient History and Archaeology on the North Coast of the Euxine from the Danube to the Caucasus». 978-1-108-02487-7. Cambridge Library Collection Archaeology
- Jones, A. H. M. (1986). The Later Roman Empire, 284-602: A Social, Economic, and Administrative Survey. Baltimore, Marilândia: Johns Hopkins University Press. ISBN 0801832853
- Jordanes. Gética 🔗
- Odahl, Charles Matson (2004). Constantine and the Christian Empire. Nova Iorque: Routledge
- Pronk-Tiethoff, Saskia (2013). The Germanic loanwords in Proto-Slavic. Amsterdã e Nova Iorque: Rodopi
- Ptolemeu (140). Geografia. Alexandria
- Renfrew, Colin (1987). Archaeology and language: the puzzle of Indo-European origins. Londres: Jonathan Cape. ISBN 0-521-38675-6
- Schutte, Gudmund (2013). Our Forefathers. 1. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 1107674786
- Sexto Aurélio Vítor (361). Sobre os Césares
- Southern, Pat (2001). «Beyond the Eastern Frontiers». The Roman Empire from Severus to Constantine. Nova Iorque: Routledge. ISBN 0-415-23943-5
- Stathakopoulos, D. Ch. (2007). Famine and Pestilence in the late Roman and early Byzantine Empire. Londres e Nova Iorque: Routledge
- Tácito (século I). Germânia. Roma
- Talbert, Richard (2000). Barrington Atlas of the Greek and Roman World. Princeton, Nova Jérsei: Princeton University Press. ISBN 0691049459
- Thompson, E.A. (1982). «Zosimus 6.10.2 and the Letters of Honorius». Classical Quarterly. 33 (ii)
- Tomaschek, Wilhelm (1883). «Les restes de la langue dace». Le Museon Revue Internationale. 2. Luvaina: Universidade de Gratz
- Pârvan, Vasile (1926). Getica: A Protohistory of Dacia. Bucareste: Cultura Naţională
- Waldman, Carl; Mason, Catherine (2006). Encyclopedia of European Peoples. Nova Iorque: Infobase Publishing. ISBN 1438129181
- Wolfram, Herwig (1990). History of the Goths. Berkeley, Los Angeles e Londres: University of California Press. ISBN 9780520069831
- Wolfram, Herwig (1997). The Roman Empire and Its Germanic Peoples. Berkeley, Los Angeles e Londres: University of California Press. ISBN 0520085116
- Zósimo. História Nova In Ridley, R.T. (1982). Zosimus: New History (em inglês). Camberra: Byzantina Australiensia 2