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Diocese de Tui-Vigo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Diocese de Tui-Vigo
Diœcesis Tudensis-Vicensis
Diocese de Tui-Vigo
Catedral de Tui
Localização
País Espanha
Território
Arquidiocese metropolitana Arquidiocese de Santiago de Compostela
Estatísticas
População 560 790
531 730 católicos
Área 1 728 km²
Arciprestados 17
Paróquias 276
Sacerdotes 232
Informação
Rito romano
Criação século VI
Catedral Catedral de Santa Maria de Tui
Catedral de Santa Maria de Vigo
Governo da diocese
Bispo Antonio José Valín Valdés
Vigário-geral Juan Luis Martínez Lorenzo
Bispo emérito Luís Quinteiro Fiúza
Jurisdição Diocese
Página oficial www.diocesetuivigo.org/gl/
dados em catholic-hierarchy.org

A Diocese de Tui-Vigo (Diœcesis Tudensis-Vicensis) é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica situada em Vigo, na província de Pontevedra (Espanha). Seu atual bispo é Antonio José Valín Valdés. Suas Sés são a Catedral de Santa Maria de Tui e a Catedral de Santa Maria de Vigo.

Possui 276 paróquias servidas por 232 padres, assistindo a uma população abrangida de 560 790 habitantes, com 94,8% da população jurisdicionada batizada (531 730 católicos).[1]

Segundo a tradição cristã, no início do século I o apóstolo Santiago evangelizou a cidade de Tui, fundando ali a primeira comunidade cristã que daria início a diocese e nomeando a Santo Epitácio como o seu primeiro bispo. Contudo, até meados do século VI não se tem certeza documental plena da existência da diocese nem dos seus bispos.

A criação da diocese de Tui respondeu possivelmente ao processo de implantação do cristianismo que a partir do edito de Milão do ano 313 estava se desenvolvendo no Império Romano. As grandes e medias cidades do Império converteram-se assim em centros que irradiavam as novas crenças religiosas e onde se assentavam as primeiras estruturas administrativas eclesiásticas. É deste contexto histórico de onde surge provavelmente a verdadeira ereção de um centro eclesiástico administrativo na antiga cidade galaico-romana de Tude, e que finalmente suportará a fundação desta diocese em algum momento entre os séculos IV e VI, como sufragânea da Arquidiocese de Braga.

A primeira notícia da existência da diocese é documentada no Segundo Concílio de Braga (ano 572) auspiciado pelo rei galaico-suevo Miro, onde o primeiro bispo tudense conhecido, Anila subscreve as atas como: Anila Tudensis ecclesiae episcopus his gestis subscripsi.[2] Neste marco histórico oficializa-se a demarcação territorial da diocese, que entre os séculos VI e XIV compreendeu os territórios entre a ria de Vigo e o rio Limia e desde a costa atlântica até a serra do Leboreiro.

Por conta das lutas normandas e dos conflitos militares com o Emirado de Córdova, os prelados tudenses se viram obrigados a residirem em Iria Flávia, Labruge (Portugal) e Ribas de Sil.[3] Consta que o rei Ordonho II restaurou a diocese em 915 e ainda foi agregada a Santiago em 1024. Terminada a destruição da sé, o rei García fixou em 1071 a restauração definitiva.[3]

Mapa da diocese de Tui de 1766 realizado por Rosendo Amoedo

A independência do condado Portucalense do reino de Galiza no início do século XII supõe a divisão da diocese entre ambos reinos pelo rio Minho. Assim, em 27 de fevereiro de 1120 passa a fazer parte da província eclesiástica da Arquidiocese compostelana. Finalmente, no século XIV, delimita-se a fronteira sul da diocese devido a que os cónegos e vigários com jurisdição em Portugal eram favoráveis à legitimidade do Papa Urbano VI, enquanto que o bispo de Tui, D. Juan Fernández de Sotomaior, e os capitulares ao norte do rio Minho apoiaram ao Papa Clemente VII, o papa de Avinhão.[3] No ano de 1452, consumou-se a ruptura, pois a colegiada de Valença foi adscrita à diocese de Ceuta e, posteriormente, em 1514, à Arquidiocese de Braga, perdendo Tui a zona compreendida entre o rio Minho e o Limia.

A cultura liberal e ilustrada, que invadiu a Europa no século XIX, também teve a sua repercussão na diocese tudense. E, assim, quando em 1813 foram abolidos os senhorios jurisdicionais, o bispo e o cabido viram-se obrigados a uma maior concentração na sua missão religiosa. Também a desamortização de Mendizábal (1836) produziu o abandono na diocese de importantes mosteiros, como o de Santa María de Oia e o de Melón, e a perda de patrimônio artístico e documental.

Em 1959 o Papa João XXIII pela bula Quemadmodum impiger concede-lhe a dupla titularidade Tudensis-Vicensis à diocese, elevando a categoria de concatedral o templo de Santa María de Vigo e trasladando a esta cidade a sé do bispo e mais a do cabido.[4]

Bispos de Tui

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  • Santo Epitacio (mencionado em 57)
  • Santo Evasio (mencionado em 82)
  • Anila (ca. 568 bis ca. 576)
  • Neufila (ca. 576–589)
  • Gardingo (ca. 585 até ca. 600)
  • Anastasio (ca. 628–643)
  • Adimiro (ca. 643 até ca. 650)
  • Beato (ca. 650 até ca. 656)
  • Genetivo (ca. 665 até ca. 681)
  • Oppas (ca. 681 até ca. 686)
  • Adelfio (ca. 686 até ca. 700)
  • Diego (ca. 882 até ca. 906)
  • Branderico (ca. 882 até ca. 906)
  • Santo Hermógio (918-925)
  • Naustio (ca. 926 até ca. 932)
  • Oveco, Eneco ou Diego (ca. 932–936)
  • Vimara ou Vimarasio (936 até ca. 948)
  • Baltario (ca. 948–951)
  • Viliulfo (952–1003, ordenado ca. 970)
  • Pelágio
  • Alfonso I (ca. 1022)
  • Soeiro Bermudes (1022–1024)
  • Gregorio (1069–1072)
  • Aderico ou Auderico (1072 até ca. 1098)
  • Afonso II ou Alonso (1100–1130)
  • Paio Méndez (1130/31–1155/56)
  • Isidoro (1156–1167)
  • Juan I (1168–1173)
  • Beltrán ou Bertrando (1173/74–1187)
  • Pedro (1188–1205)
  • Sueiro ou Suario (1206–1215)
  • João Pérez (1215–1217)
  • Esteban Egea (1218–1239)
  • Lucas Tudense (1239–1249)
  • Gil Pérez de Cerveira (1250–1274)
  • Nuno Pérez (1274–1276/77)
  • Fernando Arias (1276/78–1285)
  • Xoán Fernández de Soutomaior I (1286–1323)
  • Bernardo Gui (1323–1324)
  • Simón (1324–1326/27)
  • Rodrigo Ibáñez (1326/28–1335)
  • García (1337–1348)
  • Gómez Prego (1349–1351)
  • Xoán de Castro (1351–1385)
  • Diego Anaia e Maldonado (1385–1390)
  • Xoán Ramírez de Guzmán (1391–1394)
  • Xoán Fernández de Soutomaior II (1394/95–1423)
  • Rodrigo de Torres (1427–1430)
  • Henrique Cardenal Guillelmo (1430)
  • Xoán de Fernández (1430–1438)
  • García Martínez de Vahamonde II (1439–1441)
  • Pedro da Silva
  • Rodrigo de Vergara (1446–1472)
  • Diego de Muros (1471/72–1487)
  • Pedro Beltrán (1488–1505)
  • Xoán Manso
  • Juan de Sepúlveda (1505–1514)
  • Martín Zurbano de Azpeitia (1514–1516)
  • Luís Martiano (1517–1521)
  • Pedro Gómez Sarmiento de Villandrando (1523–1524)
  • Pedro González Manso (1524–1525)
  • Diego de Avellaneda (1525–1538)
  • Sebastián Ramírez de Arellano (1538–1539)
  • Miguel Muñoz (1540–1547)
  • Juan de San Millán (1547–1564)
  • Diego de Torquemada (1564–1582)
  • Bartolomé Molina (1583–1589)
  • Bartolomé de la Plaza (1589–1596)
  • Francisco de Tolosa, O.F.M. (1597–1600)
  • Francisco Terrones del Caño (1601–1608)
  • Prudencio Sandoval, O.S.B. (1608–1612)
  • Juan García Valdemora (1612–1620)
  • Juan Martínez de Peralta, O.S.H. (1621–1622)
  • Pedro Herrera Suárez, O.P. (1622–1630)
  • Pedro Moya Arjona (1631)
  • Diego Vela Becerril (1632–1635)
  • Diego Arce Reinoso (1635–1638)
  • Diego Rueda Rico (1639–1639)
  • Antonio Guzmán Cornejo (1640–1642)
  • Diego Martínez Zarzosa (1643–1649)
  • Juan Pérez de Vega (1649–1656)
  • Miguel Ferrer (1657/58–1659)
  • Juan de Villamar (1660–1666)
  • Antonio Fernández del Campo y Angulo (1666–1668)
  • Bernardino Lón de la Rocha ou Roca (1668–1673)
  • Simón García Pedrejón (1674–1682)
  • Alfonso Galaz Torrero (1682–1688)
  • Anselmo Gómez de la Torre (1690–1721)
  • Fernando Ignacio Arango Queipo, O.S.A. (1721–1745)
  • José Larumbe Mallí (1745–1751)
  • Juan Manuel Rodríguez Castañón (1752–1769)
  • Antonio Fernández Tobar (1770)
  • Lucas Ramírez Galán, O.F.M. (1770–1774)
  • Domingo Ramón Fernández Angulo (1775–1796)
  • Juan García Benito (1797–1822)
  • Francisco Javier García Casarrubios y Melgar, O. Cist. (1825–1855)
  • Telmo Maceira (1855–1864)
  • Ramón Garcia Antón, O.S.H. (1865–1876)
  • Juan María Valero y Nacarino (1876–1882)
  • Fernando Hüe y Gutiérrez (1882–1894)
  • Valeriano Menéndez Conde y Álvarez (1894–1914)
  • Leopoldo Eijo y Garay (1914–1917)
  • Manuel Lago González (1917–1923)
  • Manuel María Vidal Boullón (1923–1929)
  • Antonio García y García (1930–1938)

Bispos de Tui-Vigo

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Referências

  1. Dados de 2017.
  2. Thompson, E. A (1980). Edward James, ed. The Conversion of the Spanish Suevi to Catholicism. Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-822543-1 
  3. a b c «Dados históricos» (em galego). no site da Diocese 
  4. «Bula Quemadmodum impiger» (em latim) 
  5. «El Papa nombra obispo de Tui-Vigo al hasta ahora responsable del Obispado ourensano». Atlántico (em espanhol). 29 de janeiro de 2010. Consultado em 7 de fevereiro de 2020 
  6. «Luis Quintero Fiuza, nombrado obispo de Tui-Vigo». Faro de Vigo (em espanhol). 28 de janeiro de 2010. Consultado em 12 de abril de 2019 
  7. «Mons. D. Luis Quinteiro Fiuza ha sido nombrado Obispo de Tui-Vigo». Conferencia Episcopal Española (em espanhol). 28 de janeiro de 2010. Consultado em 7 de fevereiro de 2020. Arquivado do original em 7 de fevereiro de 2020 
  8. «Rinuncia e nomina del Vescovo di Tui-Vigo (Spagna)» (em italiano). Sala de Imprensa da Santa Sé, Rinunce e nomine, 25.05.2024 

Ligações externas

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