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Mulher

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Mulher cis)
 Nota: Para outros significados, veja Mulher (desambiguação).
A fonte (Jean Auguste Dominique Ingres, 1856, óleo sobre tela)
Uma mulher trabalhando

Uma mulher (do latim muliere[1]) é um ser humano adulto do gênero ou sexo feminino,[2][3][4][5] animal bípede da ordem dos primatas pertencente à espécie Homo sapiens. "Menina" é o termo usado para uma criança humana do sexo ou gênero feminino, e os termos "rapariga" (este tem conotação pejorativa no Brasil, diferente de outros países, tal como Portugal) ou "moça" para uma adolescente ou jovem adulta. Na velhice, é chamada de idosa, anciã, senhora ou simplesmente de mulher. Corresponde a aproximadamente 49,6% da população humana mundial.[6] O termo mulher é utilizado para indicar tanto distinções biológicas quanto socioculturais.

Desde tempos imemoriais, a mulher, devido à sua menor força física, e a outras limitações que lhe são próprias, como a menstruação, gravidez e amamentação, se encontrou subjugada à outra metade, a masculina, da humanidade.[7][8]

Mulheres trans possuem uma identidade de gênero que não se alinha com a designação de gênero atribuída no nascimento,[9][10] enquanto mulheres intersexo podem ter características sexuais que não se encaixam em noções típicas da biologia feminina.[11][12] Juridicamente, em alguns países, é possível que a autodeterminação de gênero seja reconhecida pelo sexo jurídico em documentos de identificação.[13][14]

Idade e terminologia

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A palavra mulher pode ser usada de forma específica, significando um ser humano fêmea adulto particular, ou genericamente, significando todo ser humano fêmea.[15] A palavra menina significa originalmente uma criança do sexo feminino, embora atualmente seja comum a utilização coloquial do termo para se referir a mulheres quando novas ou solteiras, podendo também ser utilizado de forma afetuosa, ou para não dar a entender que a mulher já chegou à idade madura.[carece de fontes?]

Biologicamente, uma criança do sexo feminino se torna mulher ao fim da fase infantil, sendo marcada esta mudança pela ocorrência da menarca. Entretanto, as diferentes sociedades humanas costumam ter critérios sociais próprios para indicar esta passagem; como esta se baseia tanto em critérios biológicos quanto socioculturais, pode variar bastante entre diferentes culturas.[carece de fontes?]

Muitas culturas apresentam ritos de passagem para simbolizar a chegada da maturidade, como a confirmação em algumas ramificações do cristianismo, o B'nai Mitzvá no judaísmo ou até mesmo o costume de se realizar uma celebração especial para um determinado aniversário, geralmente entre 12 e 21 anos, como o baile de debutante, geralmente realizado no aniversário de 15 anos. É interessante observar que debutante deriva do francês debutante, que pode ser traduzido como "a jovem que se estreia na vida social".[carece de fontes?]

Símbolo feminino

Um dos símbolos mais utilizados para representar graficamente o sexo feminino é o símbolo de Vénus, que remete à deusa mitológica Vénus, ligada ao amor e à beleza na mitologia romana, equivalente à Afrodite na mitologia grega. É uma representação simbólica do espelho na mão de Vénus ou um símbolo abstrato para esta deusa: um círculo com uma pequena cruz equilateral embaixo (Unicode: ). O símbolo de Vénus também representa a feminilidade, e na antiga alquimia representava o elemento Cobre[16][carece de fontes?]

Imagem da famosa placa da Pioneer 10, que apresenta um desenho de seres humanos dos sexos masculino e feminino numa placa de alumínio anodizado a ouro.

O corpo feminino difere do masculino em diversos aspectos. Em termos fisiológicos, os órgãos sexuais femininos fazem parte de seu sistema reprodutivo, enquanto que os caracteres sexuais secundários estão possivelmente ligados a fatores de sobrevivência da mulher e de sua prole, tais como a nutrição da criança antes e depois do parto, a uma maior adaptabilidade a circunstâncias naturais hostis, tais como invernos rigorosos e escassez de alimentos, e a um menor risco de mortalidade durante o parto; por conseguinte, os caracteres secundários também influenciam a atração instintiva exercida sobre os homens, embora isto possa variar, em certo grau, conforme a cultura e as vestimentas de cada povo.[carece de fontes?]

Os órgãos reprodutivos femininos são os ovários, o útero, a vagina e a vulva, enquanto geralmente se consideram como caracteres secundários os quadris e os seios, sendo possível, em relação a estes, haver variações conforme a cultura de cada povo, às vezes incluindo outras partes do corpo, ou não considerando algum desses elementos.[carece de fontes?]

Representação do sistema reprodutor feminino

Os ovários femininos, além de regularem a produção de hormônios, produzem o gameta feminino, o óvulo, que quando fertilizado pelo gameta masculino, o espermatozoide, dá origem a um indivíduo geneticamente novo, isto é, ocorre a concepção de um novo ser humano, seu filho. O útero é um órgão composto por uma série de tecidos que promovem a proteção e a nutrição do feto. É revestido por uma camada de músculos lisos que realizam as contrações durante o parto para promover a saída do bebê através do canal vaginal. A vagina é um órgão que serve tanto às funções de cópula quanto de parto. Frequentemente a palavra "vagina" é usada de forma coloquial e incorreta para se referir à vulva (isto é, a genitália externa) das fêmeas, que inclui também os lábios, o clitóris e a uretra.[carece de fontes?]

Os seios supostamente evoluíram entre os primeiros mamíferos, a partir das glândulas de suor, para a produção do leite, uma secreção nutritiva que é a característica mais específica de todos os mamíferos. Em mulheres maduras, o seio é geralmente mais proeminente quando comparado a maioria dos outros mamíferos, mesmo no período em que não está amamentando nenhum filhote, porém está proeminência não é necessária para a produção de leite.[17] O quadril apresenta um aumento de tamanho entre a infância e a maturidade sexual para permitir o acúmulo de reservas de energia em forma de gordura, para posterior utilização, quando servirão ao desenvolvimento do feto e à amamentação.[carece de fontes?]

Cariótipo típico de uma mulher com 22 pares de cromossomos autossômicos e o par de X

Um desequilíbrio de níveis hormonais e alguns produtos químicos, como o uso de drogas, podem alterar as características sexuais primárias ou secundárias do feto. A maioria das mulheres têm o cariótipo 46, XX, mas aproximadamente uma em cada mil mulheres será 47, XXX, e uma em 2500 mulheres será 45, X, porém tal variação não constitui problema para a portadora, pois em uma mulher normal XX, apenas um X está em funcionamento. Isto contrasta com o cariótipo masculino típico de 46, XY; assim, os cromossomos X e Y são conhecidos como cromossomo feminino e cromossomo masculino, respectivamente. Ao contrário do cromossomo Y, o X pode vir tanto da mãe como do pai. Sendo assim, os estudos de genética que focalizam a linhagem feminina usam o DNA mitocondrial, que tipicamente provém da mãe.[18]

A maioria de mulheres, ao terem a menarca, já podem então ficar grávidas e dar à luz uma criança. Isto requer a fertilização interna de um dos seus óvulos com o esperma masculino, ou através de inseminação artificial ou da implantação cirúrgica de um embrião preexistente. As mulheres geralmente alcançam a menopausa entre o final dos quarenta anos e início dos cinquenta. Neste ponto, seus ovários cessam de produzir o estrogênio, e ela já não mais estará apta a engravidar.[carece de fontes?]

Ver artigo principal: Saúde das mulheres

Em geral, as mulheres sofrem das mesmas doenças que os homens. Existem determinadas doenças que afetam com mais frequência as mulheres, tais como o lupus (bem como existem doenças que afetam mais os homens). Também há algumas doenças sexo-relacionadas que são encontradas mais frequentemente ou exclusivamente nas mulheres, como, por exemplo, o câncer de mama, o qual, em 80% dos casos, é em mulheres contra os 20% de ocorrência nos homens, e o câncer cervical ou o câncer de ovário, exclusivos em mulheres. Mulheres e homens podem apresentar sintomas diferentes para a mesma doença e podem também responder diferentemente a um mesmo tratamento médico.[carece de fontes?]

Mulher amamento seu bebê.

Amamentação ou aleitamento é a alimentação de bebês e crianças pequenas com leite produzido pelas mamas de uma mulher.[19] Os profissionais de saúde recomendam que se inicie a amamentação na primeira hora de vida do bebé e que continue a ser amamentado com a frequência e quantidade que o bebé desejar.[20] A amamentação possui uma série de benefícios para a mãe e para o bebé, benefícios esses que não estão presentes no leite artificial.[21] Entre os benefícios da amamentação para a mãe estão uma diminuição das hemorragias após o parto, melhor recuperação do útero, perda de peso e menor incidência de depressão pós-parto. A amamentação atrasa o regresso da menstruação e da fertilidade, um fenómeno denominado amenorreia lactacional. Entre os benefícios a longo prazo para a mãe estão a diminuição do risco de cancro da mama, doenças cardiovasculares e artrite reumatoide. A amamentação é geralmente menos dispendiosa do que o leite artificial.[22][23] As organizações de saúde, entre as quais a Organização Mundial de Saúde, recomendam que as crianças sejam amamentadas em exclusivo durante seis meses.[20][24]

Referências

  1. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 168.
  2. «mulher». Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Consultado em 23 de julho de 2020 
  3. Mosby (2009). Mosby's Pocket Dictionary of Medicine, Nursing & Health Professions - E-Book (em inglês). [S.l.]: Elsevier Health Sciences. p. 1453 
  4. Venes, D. (2017). Taber's Cyclopedic Medical Dictionary (em inglês). [S.l.]: F.A. Davis. p. 2539. ISBN 0803659407 
  5. ROHDEN, Fabíola (2001). Uma ciência da diferença: sexo e gênero na medicina da mulher. Editora FIOCRUZ. ISBN 978-85-7541-399-9
  6. «Population, female (% of total population) - World». Banco Mundial. Consultado em 17 de junho de 2020 
  7. Brownmiller, Susan (1975). Against Our Will: Men, Women and Rape. [S.l.]: Fawcett Columbine. pp. 15–17 
  8. Miles, Rosalind (1988). Who Cooked the Last Supper? The Womens History of the World. [S.l.]: Three Rivers Press. pp. 1–14 
  9. Tatiana Dias (5 de novembro de 2015). «Gênero: conceitos, visão científica e desafios para a população trans». Nexo 
  10. «Understanding transgender people, gender identity and gender expression». American Psychological Association. 23 de março de 2009. Consultado em 6 de setembro de 2023 
  11. «Entenda a diferença entre hermafrodita e intersexual». A Gazeta. 25 de outubro de 2019. Consultado em 6 de setembro de 2023 
  12. «Ativista intersexo conta ter sofrido pressão da família para se assumir homem». G1. 29 de abril de 2023. Consultado em 6 de setembro de 2023 
  13. «Transexuais têm direito à alteração do registro civil sem realização de cirurgia». Superior Tribunal de Justiça. 9 de maio de 2017. Consultado em 26 de março de 2023 
  14. Brazileiro, Jhoane Ferreira Fernandes (12 de janeiro de 2017). «O direito ao nome e gênero dos transexuais». Consultor Jurídico 
  15. https://algumapergunta.com.br/o-que-significa-uma-mulher-tradicional/
  16. «Qual a origem dos símbolos de masculino e feminino?». Superinteressante 
  17. «Por que, entre os mamíferos, só a mulher tem seios grandes a vida toda?». Super. Consultado em 29 de agosto de 2024 
  18. «Eva mitocondrial: evidências e controvérsias sobre 'mãe de todas as mulheres'». Consultado em 10 de outubro de 2023 
  19. «Breastfeeding and Breast Milk: Condition Information». 19 de dezembro de 2013. Consultado em 27 de julho de 2015 
  20. a b «Infant and young child feeding Fact sheet N°342». WHO. Fevereiro de 2014. Consultado em 8 de fevereiro de 2015 
  21. Ip, S; Chung, M; Raman, G; Trikalinos, TA; Lau, J (outubro de 2009). «A summary of the Agency for Healthcare Research and Quality's evidence report on breastfeeding in developed countries.». Breastfeeding Medicine. 4 Suppl 1: S17-30. ISSN 1556-8253. PMID 19827919. doi:10.1089/bfm.2009.0050 
  22. «Breastfeeding and the use of human milk. American Academy of Pediatrics. Work Group on Breastfeeding.» (PDF). Pediatrics. 100 (6): 1035–9. Dezembro de 1997. PMID 9411381. doi:10.1542/peds.100.6.1035 
  23. «What are the benefits of breastfeeding?». 14 de abril de 2014. Consultado em 27 de julho de 2015 
  24. Kramer, MS; Kakuma, R (15 de agosto de 2012). «Optimal duration of exclusive breastfeeding.». The Cochrane database of systematic reviews. 8: CD003517. PMID 22895934. doi:10.1002/14651858.CD003517.pub2 
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