Tangerina
Tangerina | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Citrus reticulata Blanco, 1837 |
A tangerina (nome científico: Citrus reticulata), também conhecida como laranja-mimosa, mexerica, mandarina, fuxiqueira, poncã (ou ponkan[1]), manjerica, laranja-cravo, mimosa e bergamota, é uma fruta cítrica de cor alaranjada e sabor adocicado.[2][3][4] Parece ser uma antiga espécie selvagem, nativa da Ásia (Índia, China e países vizinhos de climas subtropical e tropical úmido).[5]
Etimologia
"Tangerina" vem de "laranja tangerina", isto é, "laranja de Tânger".[6] "Bergamota" vem do turco beg armudi, "pera do príncipe", através do italiano bergamotta ou do francês bergamotte.[7] "Mandarina" vem do castelhano mandarina.[8] "Mexerica" possui origem no verbo mexericar, que, por sua vez, provêm de mexer.[9] "Poncã" é derivação da palavra japonesa ponkan.[3]
Denominação regional no Brasil
Esta secção não cita fontes confiáveis. (Julho de 2017) |
"Bergamota" ou "vergamota" são as denominações dadas à tangerina na Região Sul do Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul.[4]
"Mexerica" é um termo mais comum nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, especialmente em Goiás, Minas Gerais, São Paulo e norte do Paraná. No Espírito Santo faz-se distinção da mexerica (Citrus reticulata) da tangerina ou tangerina-verdadeira (Citrus tangerine), como ocorre na língua inglesa, onde a mexerica é uma mandarin orange e a tangerina é uma tangerine. No Rio de Janeiro, usa-se, mais comumente, o termo tangerina.
Em Pernambuco e noutros estados da Região Nordeste do Brasil, é conhecida como "laranja-cravo"; no estado da Bahia é conhecida como tangerina ou mexerica.
Em alguns poucos lugares, como em Curitiba e no litoral paranaense (principalmente em Paranaguá), é chamada de "mimosa".
No Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, qualquer qualidade de tangerina é chamada "poncã".
Em Goiás e em São Paulo, "poncã" denomina apenas uma das variedades comerciais que tem a casca macia e solta dos gomos.
Variedades
As variedades mais cultivadas de tangerina são:
- Citrus nobilis Lour.[10][11]
- Dancy
- Dekopon
- Laranja-cravo (ou tangerina-cravo, Laranja-crava)
- Mexerica
- Montenegrina
- Poncã
- Setubalense (variedade de origem portuguesa[12])[13]
Plantio
A tangerina é cultivada há milênios na China, sendo introduzida na Europa apenas em 1805, inicialmente importada para a Inglaterra. No Brasil a variedade poncã veio com os colonos portugueses em 1892.[14]
Normalmente, é colhida entre os meses de maio a agosto, mas a safra pode ir de abril a setembro.
A árvore é de porte mediano, com espinhos nos galhos, como forma de proteção, com flores brancas e aromáticas, semelhantes à laranjeira.
A casca possui concentrações elevadas de vitaminas A, B1, B2, Niacina, Vitamina C, cálcio e fósforo, podendo ser usada para fazer doces e geleias.
As variedades mais conhecidas são a cravo, monte-negrina, mexerica, poncã e mandarina, sendo mais comerciais as mexericas, para consumo natural e a morgote, para produção de sucos.
Valor nutricional
Tangerina natural sem casca | |
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Valor nutricional por 100 g (3,53 oz) | |
Energia | 200 kJ (50 kcal) |
Carboidratos | |
Carboidratos totais | g |
Gorduras | |
Gorduras totais | 0.3 g |
Proteínas | |
Proteínas totais | g |
Água | 86 g |
Vitaminas | |
Vitamina C | 30 mg (36%) |
Minerais | |
Magnésio | 11 mg (3%) |
Potássio | 210 mg (4%) |
Percentuais são relativos ao nível de ingestão diária recomendada para adultos. |
O valor nutritivo do suco ou da polpa varia conforme a espécie, mas é sempre boa fonte de vitaminas A e C e sais minerais como potássio, cálcio e fósforo. Os frutos produzidos em agricultura biológica são mais ricos em vitamina C que os produzidos na agricultura convencional.[15] A vitamina C é essencial para o sistema imunológico. A vitamina A é indispensável para a saúde dos olhos e da pele e aumenta a resistência às infecções. As vitaminas do complexo B fortificam os nervos.
A tangerina é considerada grande fonte de magnésio. O ser humano precisa de magnésio, apresentando maior concentração desse mineral nos ossos e músculos. Ele tem papel importante na síntese das proteínas, na contratilidade muscular e na excitabilidade dos nervos.
Popularmente, a tangerina é conhecida pelo seu efeito diurético, digestivo e aumento na eficiência física. Não existem evidências científicas que indiquem seu uso na hipertensão arterial ou na prevenção da arterioesclerose. É laxativa, pois apresenta grande quantidade de fibras, devendo ser ingerida com o bagaço para melhorar o funcionamento do intestino. Também não existem evidências que recomendem a tangerina como protetor de outras doenças como câncer, diabetes, hipertensão e outras doenças cardiovasculares. O chá das folhas é considerado popularmente como calmante. Conserva-se bem em geladeira por até três semanas.
Principais produtores
Dos frutos cítricos, em relação ao que é produzido mundialmente sua produção corresponde a 16 por cento da produção mundial anual.
Os 10 maiores produtores— 2005 (milhares de toneladas) | |
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China | 11 395 |
Espanha | 2 125 |
Brasil | 1 270 |
Japão | 1 132 |
Irão | 720 |
Tailândia | 670 |
Egito | 665 |
Paquistão | 587 |
Itália | 585 |
Turquia | 585 |
Total mundial | 19 734,84 |
Fonte: (FAO)[1] |
Produção no Brasil
Em 2018, o Brasil produziu quase 1 milhão de toneladas de tangerina, sendo o 6º maior produtor do mundo.[16] Os estados que mais produzem são: São Paulo (331 mil toneladas), Minas Gerais (210 mil toneladas), Rio Grande do Sul (148 mil toneladas) e Paraná (143 mil toneladas).[17]
Ver também
Referências
- ↑ Qual a diferença entre tangerina, mexerica e ponkan? Revista Super Interessante - acessado em 20 de setembro de 2020
- ↑ Academia Brasileira de Letras. Disponível em http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23. Acesso em 17 de maio de 2013.
- ↑ a b «Significado de poncã». Dicionário Caldas Aulete. Consultado em 2 de julho de 2017
- ↑ a b FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. pp.1 646,1 647
- ↑ (em inglês) Nicolosi, E.; Deng, Z.N.; Gentile, A.; La Malfa, S.; Continella, G. & Tribulato, E., 2000, Citrus phylogeny and genetic origin of important species as investigated by molecular markers. Theoretical and Applied Genetics 100(8): 1155-1166. doi:10.1007/s001220051419 (resumo em HTML).
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 1993. pp. 1646 e 1647, verbetes: "tangerina" e "tangerino".
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.250
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p.1 076
- ↑ «FRUTAS | Etimologia no Maternal | Origem Da Palavra». origemdapalavra.com.br. Consultado em 3 de julho de 2017
- ↑ "Tangerinas ou mandarinas", por Luiz Carlos Donadio, Eduardo Sanches Stuchi, Fábio Luiz de Lima Cyrillo. Jaboticabal : Funep, 1998. Boletim Citrícola, 5.
- ↑ Sciname Finder: Citrus nobilis Lour.
- ↑ «A tangerineira». DICAs - Informações da Agricultura e do Desenvolvimento Rural. 24 de dezembro de 2013. Consultado em 14 de janeiro de 2024
- ↑ Duarte, Amílcar (setembro de 2019). «Tangerinas, mandarinas ou pequenos citrinos». ResearchGate. Consultado em 14 de janeiro de 2024
- ↑ Mathias, João et al. Como plantar tangerina. Revista Globo Rural: 02 de Dezembro de 2013 Acesso 11/02/2017
- ↑ Duarte, A; Caixeirinho D, Miguel G, Sustelo V, Nunes C., Mendes M, Marreiros A. (2010). «Vitamin C Content of Citrus from Conventional versus Organic Farming Systems». Acta Horticulturae 868:389-394.
- ↑ «Agricultura do Brasil em 2019, pela FAO». FAO. Consultado em 27 de fevereiro de 2021
- ↑ Produção brasileira de tangerina em 2018