Sant'Ippolito (Roma)
Sant'Ippolito é uma igreja titular localizada na Viale delle Provincie, 43, no quartiere Nomentano de Roma[1]. É dedicada a Santo Hipólito de Roma. Ela é sede do título cardinalício de Santo Hipólito, cujo cardeal-presbítero protetor é John Atcherley Dew, arcebispo de Wellington.
História
[editar | editar código-fonte]Construída por desejo do papa Pio XI, esta igreja foi construída entre 1933 e 1934 pelo arquiteto Clemente Busiri Vici em estilo racionalista. Consagrada em 23 de dezembro de 1934, a primeira foi missa foi celebrada na noite de Natal; a consagração solene ocorreu em 4 de outubro de 1938. A dedicação a Santo Hipólito é uma referência à Catacumba de Santo Hipólito, localizada nas imediações[2].
A igreja é uma sede paroquial desde 26 de maio de 1935, quando foi publicado o decreto Pastoris Boni vestigiis pelo cardeal-vigário Francesco Marchetti Selvaggiani. Inicialmente, ela foi entregue aos Frades Menores Capuchinhos (franciscanos), mas, a partir de 1985, passou a ser gerida pelo clero da Diocese de Roma[3].
A partir de 14 de fevereiro de 2015, passou a ser também sede do título cardinalício de Santo Hipólito[4].
Descrição
[editar | editar código-fonte]Esta igreja é revestida internamente de tijolos, uma referência à pobreza franciscana. Uma ampla escadaria leva à porta central, flanqueada por outras duas muito menores: na arquitrave está a inscrição "Pax et bonum", encimada por um vitral decorado com uma "Volta de Cristo"[5]. Do lado direito da estrutura se ergue uma torre campanário de planta quadrada que abriga um conjunto de três sinos[6].
O interior da igreja, na maior parte revestido de gesso branco, se apresenta em três nave separadas por pilares de cimento e com um transepto. O teto, também em cimento, relembra em suas linhas gerais os "tetos em caixotões" das igrejas antigas. O visual é dominado pela abside com suas três grandes obras de arte e pela grande inscrição de inspiração franciscana: "Deus meus et omnia". O afresco central, "Glória de Santo Hipólito", é obra de Orazio Amato (1950): o santo é representado em vestes sacerdotais enquanto, com os braços abertos, ascende aos céus levado por dois anjos; as faces dos personagens foram inspiradas nos frades franciscanos que habitavam na época o convento vizinho à igreja[7]. As duas imagens laterais, "Milagre Eucarístico de Santa Clara de Assis" e "São Lourenço de Brindisi", foram realizados por Franco Casetti em 1960[8][9].
No transepto estão expostas duas outras telas: "São Francisco, Padroeiro da Itália", de Gustavo Solimene (1941), na qual está representado também o papa Pio XII (que o proclamou padroeiro da Itália em 1939)[10], e "Aparições de Lourdes", do mesmo artista (1940)[11].
Entre as demais obras abrigadas na igreja estão ainda um crucifixo em gesso com cruz de madeira realizado na década de 1930 e colocado no altar lateral da esquerda[12] e os painéis de bronze da Via Crucis, obra de Domenico Mastroianni (1934-1938)[13].
Na década de 1960, as janelas de cor neutra foram substituídas por vitrais multicoloridos do artista Luciano Vinardi. O programa iconográfico dos vitrais se baseia numa narração simbólica de temas teológicos, bíblicos, de inspiração litúrgica e devocionais. Este programa foi discutido com o frade fransciscano Umberto Lovera. A partir da da entrada e seguindo pelo lado direito estão: "O Nome de Maria", "A Santa Face", "Instrumentos da Paixão", "Espírito Santo", "O Filho", "Deus Pai", "Agnus Dei", "Caridade", "Esperança", "Fé", "Prudência", "Justiça", "São Francisco e a Natureza" e a "Ceia em Emaús". Pelo lado esquerdo, "Nome de Jesus", "Santidade", "Graça", "Fogo Divino", "Eucaristia", "Tábuas da Lei", "Obediência", "Castidade", "Pobreza", "Temperança" e "Fortitude". Outros vitrais foram realizados em anos posteriores[14].
Finalmente, nas duas capelas do transepto estão também dois grafitos, realizados também por Vinardi em 1965, que representam episódios da Vida de Maria e da Vida de São Francisco. As cenas antes estavam grafitadas em fundo cinza do gesso, mas em anos mais recentes a monocromia das pinturas foi alterada quando o gesso foi refeito em tom amarelo[15].
Na cantoria à esquerda do presbitério está um órgão de tubos de 1950 com transmissão elétrica e 23 registros em dois teclados e pedaleiras.
Referências
- ↑ «Sant'Ippolito» (em italiano). InfoRoma
- ↑ «Storia» (em italiano). Santippolito.org
- ↑ «Parrocchia» (em italiano). Santippolito.org
- ↑ «Sant'Ippolito (Cardinal Titular Church)» (em inglês). Catholic Hierarchy.org
- ↑ Rendina, p. 165
- ↑ «Le campane» (em italiano). Santippolito.org
- ↑ «Gloria di S. Ippolito» (em italiano). Santippolito.org
- ↑ «Miracolo Eucaristico di Santa Chiara di Assisi» (em italiano). Santippolito.org
- ↑ «San Lorenzo da Brandisi» (em italiano). Santippolito.org
- ↑ «S. Francesco di Assisi Patrono d'Italia» (em italiano). Santippolito.org
- ↑ «L'apparizione di Lourdes» (em italiano). Santippolito.org
- ↑ «Il Crocifisso» (em italiano). Santippolito.org
- ↑ «Via Crucis» (em italiano). Santippolito.org
- ↑ «Vetrate istoriate» (em italiano). Santippolito.org
- ↑ «Graffiti» (em italiano). santippolito.org
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Monzo, L. (2017). Croci e fasci – Der italienische Kirchenbau in der Zeit des Faschismus, 1919-1945. Tese de doutorado (em alemão). 2. Karlsruhe: Karlsruhe Institute of Technology. p. 562-565
- Rendina, Claudio (2004). Le Chiese di Roma (em italiano). Roma: Newton & Compton Editori. p. 165. ISBN 978-88-541-1833-1
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Parrocchia di Sant'Ippolito - Roma» (em italiano). Site oficial
- «Parrocchia Sant'Ippolito» (em italiano). Diocese de Roma