Riqueza
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Riqueza é a situação referente à abundância na posse de bens materiais,[1] tais como dinheiro e propriedades móveis, imóveis e semoventes, sendo, portanto, o contrário de pobreza. Também aplica-se à condição de alguém ter, em abundância, um determinado bem de valor. A riqueza também pode ser medida pelo acesso aos serviços básicos, como saúde, etc. Rica é a pessoa que acumulou substancial riqueza em relação à sociedade na qual vive. Sem dúvida, a riqueza implica acordo social que faça valer o direito de propriedade, através de numerosos meios legais de proteção.
O conceito de riqueza é inter-relacionado ao de prosperidade e, de fato, algumas fontes chegam a apontá-los como sinônimos,[1] porém, outras discordam, apontando diferenças entre ambos. Há quem diga que riqueza é quantidade de bens e dinheiro, enquanto a prosperidade é um grau de satisfação causada por eles.[carece de fontes] Há, ainda, quem diferencie ambos os conceitos partindo da afirmativa de que a riqueza é o fato de ter bens, enquanto a prosperidade é a capacidade de gerar riquezas.[2]
Riqueza imaterial é aquela que não pode ser medida. É conhecimento, sabedoria, arte. O maior bem de um homem é a sua consciência que está ligada ao seu espírito. O corpo terreno e os bens materiais são matéria e o que dá valor à matéria é a mente de cada um. Se você acredita que tal coisa tem valor, ela passa a ter. Diferente das posses materiais, a consciência do homem pode ser ilimitada e adquirir riquezas infinitas inerentes ao seu espírito. O conceito de riqueza é relativo: o que é ser rico, possuir ou compreender?
O conceito de riqueza é relativo e não varia apenas entre pessoas de diferentes países, mas entre pessoas de um mesmo país. Por exemplo, um patrimônio de US$ 1.000.000,00 em muitas partes do Centro-Oeste americano colocaria qualquer pessoa entre as mais ricas da região, mas não seria uma quantia tão impressionante no Upper East Side em Nova Iorque, ou em outros bairros nobres do tipo. Sem contar que tal quantia seria fabulosa nos países em desenvolvimento.
Riqueza e pobreza
[editar | editar código-fonte]A completa falta de qualquer tipo de riqueza pode constituir pobreza, embora o oposto da pobreza seja a suficiência (em alimentação, abrigo, educação e atendimento em saúde), mais que a abundância que a riqueza implica.
A erradicação da extrema pobreza no mundo é um dos objetivos que se busca alcançar em 2015.
Visão antropológica da riqueza
[editar | editar código-fonte]A antropologia caracteriza as sociedades, em parte, em um conceito social de riqueza e as estruturas institucionais e de poder para proteger esta riqueza.
Noção interpessoal de riqueza
[editar | editar código-fonte]Os primeiros hominídeos parecem ter começado a ter ideias incipientes de riqueza, similares às dos grandes macacos. Mas enquanto as ferramentas, vestuários e outros tipos de capital infraestrutural móvel se tornaram importantes à sobrevivência (ainda mais em ambientes hostis), ideias como herança, posições políticas, liderança e habilidade para controlar os elementos do grupo (no sentido de reforçar esses poderes) surgiram. Os homens de Neandertal elaboraram ritos funerários e a pintura de cavernas implica noção de compartilhamento de haveres; assim, a riqueza naqueles grupos pode ter sido coletiva.
Noção rudimentar de riqueza
[editar | editar código-fonte]Certos tipos de macaco parecem possuir noções de controle de acesso aos alimentos, mas é questionável se compreendem isto como forma de riqueza. Eles adquirem e usam ferramentas limitadas, mas estes objetos não mudam, são sempre refeitos e não parecem ser vistos como bens característicos de riqueza.
Riqueza como a acumulação de coisas não necessárias
[editar | editar código-fonte]Os humanos, desde os primórdios e incluindo os cro-magnons, parecem ter regras, status e hierarquias claramente definidas. Escavações na Rússia revelaram uma dupla de crianças enterradas há 35.000 anos com uma vestimenta funerária elaborada. Isto indica uma considerável acumulação de riqueza por indivíduos ou famílias. A alta qualidade do artesanato também sugere a capacidade do trabalho especializado em tarefas que não são de utilidade alguma à sobrevivência do grupo.
Riqueza como o controle da terra arável
[editar | editar código-fonte]A irrigação e a urbanização, especialmente na antiga Suméria e depois no Egito são consideradas fator de mudança que unificou as ideias de riqueza e controle da terra e da agricultura. Para alimentar uma grande população, foi possível e necessário alcançar o cultivo generalizado e a proteção da cidade-estado. A noção de estado e a noção de guerra teriam nascido nesta época. As culturas tribais foram formalizadas dentro do que se chamaria, com algum anacronismo, de sistemas feudais e muitos direitos foram assumidos pela monarquia e pela aristocracia. A proteção do capital da infraestrutura dessas sociedades, constituído por gerações, tornou-se fundamental: muralhas, sistemas de irrigação, esgoto, aquedutos, edifícios, todas obras de demorada construção e de proteção rígida. O capital social de sociedades inteiras foi frequentemente definido nos termos de sua relação com o capital da infraestrutura (por exemplo, castelos, fortes, catedrais, etc. e o capital natural - a terra arável usada para a alimentação). A economia agrícola continua estas tradições nas análises da política utilizada na agricultura moderna.
A noção socialista de riqueza
[editar | editar código-fonte]A industrialização enfatizou o papel da tecnologia. Muitos empregos foram automatizados. As máquinas ocuparam o lugar de alguns trabalhadores enquanto outros se tornaram mais especializados. A especialização no trabalho se tornou decisiva ao sucesso econômico. Entretanto, o capital físico, como viria a ser conhecido, consistindo da junção do capital natural (matérias brutas oriundas da natureza) e do capital de infraestrutura (tecnologia facilitadora), tornou-se o foco da análise da riqueza. Adam Smith viu a criação da riqueza como a combinação de materiais, trabalho, terra e tecnologia de forma a obter lucro.
As teorias de David Ricardo, John Locke, John Stuart Mill e mais tarde, Karl Marx, no século XVIII e no século XIX construíram essas visões que chamamos economia clássica e economia marxista. Marx distingue no Grundrisse entre riqueza material e riqueza humana, definindo a riqueza humana como "riqueza nas relações humanas": terra e trabalho sendo a fonte de toda a riqueza material.
Outros conceitos de riqueza
[editar | editar código-fonte]Riqueza global
[editar | editar código-fonte]Michel Foucault comentou que o conceito de homem como agregado era inexistente antes do século XVIII. A mudança da análise da riqueza individual para o conceito da agregação de todos os homens implicou conceitos da política econômica e então econômicos. Esta transição teve lugar como resultado de uma propensão natural inerente no Iluminismo. A riqueza foi vista como um fato objetivo da vida como ser humano em uma sociedade.
Riqueza na mitologia grega
[editar | editar código-fonte]Filha do amor entre a deusa Deméter e o herói Jasão sobre a terra três vezes lavrada na gorda região de Creta, anda pela terra e no dorso do mar e a quem encontra e chega às mãos ela torna próspero e dá muita opulência.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b riqueza in Dicionário infopédia da Língua Portuguesa [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2018. [consult. 2018-04-25 02:20:06]. Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/riqueza
- ↑ www.varejista.com.br (8 de dezembro de 2014). «Em busca de riqueza? Prefira a prosperidade para ser feliz!»