Assessor de comunicação em políticas públicas; doutorando em Ensino de História (PPGHS/Uerj); mestre em Mídia (PPGMC/UFF); especialista em Sociologia Política (Candido Mendes) e Comunicação Pública (Gama Filho); graduado em Jornalismo e Cinema/Audiovisual (ambas pela UFF). Pesquisa história da divulgação científica/divulgação científica de história.
A Pátria - jornal da comunidade científica de língua portuguesa, 2022
“Antigamente é que era bom” ou “antigamente a vida era melhor”. São frases que comumente ouvimos ... more “Antigamente é que era bom” ou “antigamente a vida era melhor”. São frases que comumente ouvimos por aí. Em geral, vale destacar a imprecisão (antigamente quando? Antigamente onde? Era melhor para quem?). Mas no Brasil existe uma grande chance daqueles que usam essas frases estarem a se referir à ditadura militar. Muitas pessoas hoje de meia-idade se mostram saudosas dos anos de chumbo e defendem que a vida era melhor naquela época. Mais do que isso, em um típico exemplo de “saudade do que não se viveu”, há jovens que repetem esse discurso sem nunca terem vivido os tempos de repressão da ditadura. Esse saudosismo de um passado idílico, romantizado, misturado a uma grande desconfiança a respeito das instituições, mais especificamente das instituições democráticas, é um dos fermentos que fizeram crescer uma extrema-direita protofascista que alçou ao poder no Brasil o presidente Jair Bolsonaro.
A Pátria - jornal da comunidade científica de língua portuguesa, 2022
Muita coisa já foi dita sobre “Não olhe para cima”, do diretor Adam McKay, lançado pela Netflix h... more Muita coisa já foi dita sobre “Não olhe para cima”, do diretor Adam McKay, lançado pela Netflix há algumas semanas. O filme conta a história de cientistas que descobrem um cometa que está em rota de colisão com a Terra. O impacto irá ocorrer dentro de pouco mais de seis meses e extinguir a humanidade. O longa-metragem soa original ao explorar um estilo “comédia catástrofe” que pouco se assiste por aí. Mas o que faz da produção um grande sucesso – o terceiro filme original mais assistido da Netflix até agora [1] –, é o modo como ela satiriza questões bastante atuais que têm marcado os últimos anos, no mundo e também no Brasil.
A Pátria - Jornal da comunidade científica de língua portuguesa / Ponte Editora, 2022
Logo na primeira semana de 2022, o Corpo de Bombeiros precisou resgatar um grupo de mais de 30 pe... more Logo na primeira semana de 2022, o Corpo de Bombeiros precisou resgatar um grupo de mais de 30 pessoas em Piquete, interior do estado de São Paulo [1]. O grupo tentava subir o Pico dos Marins, um dos mais altos do estado, em circunstâncias adversas (muito vento e chuva), capitaneado pelo coach Pablo Marçal. A empreitada arriscada fazia parte do curso vendido pelo coach na internet por cerca de R$ 3 mil. Os participantes do grupo haviam comprado o curso.
A Pátria - Jornal da comunidade científica de língua portuguesa / Ponte Editora, 2021
Entro em uma rede social e vejo minha linha do tempo (TL) cheia de imagens do Super-Homem. Em alg... more Entro em uma rede social e vejo minha linha do tempo (TL) cheia de imagens do Super-Homem. Em algumas, ele beija a Mulher-Maravilha; em outras, está com a Lois Lane e segurando um bebê; e em algumas outras ele está com uma aparência mais jovem e beijando um garoto. Descubro então a nova polêmica: a DC Comics anunciou há poucas semanas que Jon Kent, filho de Clark Kent, irá se assumir bissexual em uma história que será lançada ainda neste ano [1].
A Pátria - Jornal da comunidade científica de língua portuguesa / Ponte Editora, 2021
Na semana passada o deputado Marcelo Freixo esteve no Flow Podcast, apresentado por Monark e Igor... more Na semana passada o deputado Marcelo Freixo esteve no Flow Podcast, apresentado por Monark e Igor. Em certo ponto da entrevista, o assunto foi a flexibilização das armas de fogo [1]. O deputado é conhecdo, dentre outras razões, por ter um posicionamento contrário à flexibilização. Monark o questionou dizendo que o problema não são as armas em si, mas as intenções das pessoas. Na visão do apresentador, quem quer matar outra pessoa mata até com um automóvel.
As eleições municipais estão aí e um fenômeno que preocupa profissionais da comunicação, do direi... more As eleições municipais estão aí e um fenômeno que preocupa profissionais da comunicação, do direito, das ciências sociais e políticas e a sociedade civil em geral são as fake news. Muito tem se falado sobre isso e, nos últimos meses, diversas lives reuniram especialistas de várias áreas para debaterem o tema e tentarem antever os desafios eleitorais. Tive a satisfação de mediar uma delas, “Cobertura eleitoral em tempos de fake news”, pela Associação de Jornalistas do Sul Fluminense (Ajosul). A live foi bastante ampla, reunindo representantes da área acadêmica, das fact-checking e meio jurídico. Vale a pena conferir
A Pátria - Jornal da comunidade científica de língua portuguesa / Ponte Editora, 2021
Há cerca de duas semanas o grupo humorístico Porta dos Fundos lançou um vídeo chamado "Sudestino"... more Há cerca de duas semanas o grupo humorístico Porta dos Fundos lançou um vídeo chamado "Sudestino", satirizando as generalizações e estereótipos por meio dos quais as pessoas do Nordeste são vistas e retratadas, principalmente pelo povo do Sul e Sudeste. A sacada da esquete foi justamente fazer uma inversão: um paulistano recém-chegado em Recife é recebido por dois moradores locais, que logo começam a usar e abusar de generalizações, como se mineiro, carioca, paulista e até paranaenses e gaúchos fossem tudo a mesma coisa.
A Pátria - jornal da comunidade científica de língua portuguesa, 2022
“Antigamente é que era bom” ou “antigamente a vida era melhor”. São frases que comumente ouvimos ... more “Antigamente é que era bom” ou “antigamente a vida era melhor”. São frases que comumente ouvimos por aí. Em geral, vale destacar a imprecisão (antigamente quando? Antigamente onde? Era melhor para quem?). Mas no Brasil existe uma grande chance daqueles que usam essas frases estarem a se referir à ditadura militar. Muitas pessoas hoje de meia-idade se mostram saudosas dos anos de chumbo e defendem que a vida era melhor naquela época. Mais do que isso, em um típico exemplo de “saudade do que não se viveu”, há jovens que repetem esse discurso sem nunca terem vivido os tempos de repressão da ditadura. Esse saudosismo de um passado idílico, romantizado, misturado a uma grande desconfiança a respeito das instituições, mais especificamente das instituições democráticas, é um dos fermentos que fizeram crescer uma extrema-direita protofascista que alçou ao poder no Brasil o presidente Jair Bolsonaro.
A Pátria - jornal da comunidade científica de língua portuguesa, 2022
Muita coisa já foi dita sobre “Não olhe para cima”, do diretor Adam McKay, lançado pela Netflix h... more Muita coisa já foi dita sobre “Não olhe para cima”, do diretor Adam McKay, lançado pela Netflix há algumas semanas. O filme conta a história de cientistas que descobrem um cometa que está em rota de colisão com a Terra. O impacto irá ocorrer dentro de pouco mais de seis meses e extinguir a humanidade. O longa-metragem soa original ao explorar um estilo “comédia catástrofe” que pouco se assiste por aí. Mas o que faz da produção um grande sucesso – o terceiro filme original mais assistido da Netflix até agora [1] –, é o modo como ela satiriza questões bastante atuais que têm marcado os últimos anos, no mundo e também no Brasil.
A Pátria - Jornal da comunidade científica de língua portuguesa / Ponte Editora, 2022
Logo na primeira semana de 2022, o Corpo de Bombeiros precisou resgatar um grupo de mais de 30 pe... more Logo na primeira semana de 2022, o Corpo de Bombeiros precisou resgatar um grupo de mais de 30 pessoas em Piquete, interior do estado de São Paulo [1]. O grupo tentava subir o Pico dos Marins, um dos mais altos do estado, em circunstâncias adversas (muito vento e chuva), capitaneado pelo coach Pablo Marçal. A empreitada arriscada fazia parte do curso vendido pelo coach na internet por cerca de R$ 3 mil. Os participantes do grupo haviam comprado o curso.
A Pátria - Jornal da comunidade científica de língua portuguesa / Ponte Editora, 2021
Entro em uma rede social e vejo minha linha do tempo (TL) cheia de imagens do Super-Homem. Em alg... more Entro em uma rede social e vejo minha linha do tempo (TL) cheia de imagens do Super-Homem. Em algumas, ele beija a Mulher-Maravilha; em outras, está com a Lois Lane e segurando um bebê; e em algumas outras ele está com uma aparência mais jovem e beijando um garoto. Descubro então a nova polêmica: a DC Comics anunciou há poucas semanas que Jon Kent, filho de Clark Kent, irá se assumir bissexual em uma história que será lançada ainda neste ano [1].
A Pátria - Jornal da comunidade científica de língua portuguesa / Ponte Editora, 2021
Na semana passada o deputado Marcelo Freixo esteve no Flow Podcast, apresentado por Monark e Igor... more Na semana passada o deputado Marcelo Freixo esteve no Flow Podcast, apresentado por Monark e Igor. Em certo ponto da entrevista, o assunto foi a flexibilização das armas de fogo [1]. O deputado é conhecdo, dentre outras razões, por ter um posicionamento contrário à flexibilização. Monark o questionou dizendo que o problema não são as armas em si, mas as intenções das pessoas. Na visão do apresentador, quem quer matar outra pessoa mata até com um automóvel.
As eleições municipais estão aí e um fenômeno que preocupa profissionais da comunicação, do direi... more As eleições municipais estão aí e um fenômeno que preocupa profissionais da comunicação, do direito, das ciências sociais e políticas e a sociedade civil em geral são as fake news. Muito tem se falado sobre isso e, nos últimos meses, diversas lives reuniram especialistas de várias áreas para debaterem o tema e tentarem antever os desafios eleitorais. Tive a satisfação de mediar uma delas, “Cobertura eleitoral em tempos de fake news”, pela Associação de Jornalistas do Sul Fluminense (Ajosul). A live foi bastante ampla, reunindo representantes da área acadêmica, das fact-checking e meio jurídico. Vale a pena conferir
A Pátria - Jornal da comunidade científica de língua portuguesa / Ponte Editora, 2021
Há cerca de duas semanas o grupo humorístico Porta dos Fundos lançou um vídeo chamado "Sudestino"... more Há cerca de duas semanas o grupo humorístico Porta dos Fundos lançou um vídeo chamado "Sudestino", satirizando as generalizações e estereótipos por meio dos quais as pessoas do Nordeste são vistas e retratadas, principalmente pelo povo do Sul e Sudeste. A sacada da esquete foi justamente fazer uma inversão: um paulistano recém-chegado em Recife é recebido por dois moradores locais, que logo começam a usar e abusar de generalizações, como se mineiro, carioca, paulista e até paranaenses e gaúchos fossem tudo a mesma coisa.
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