Conference Presentations by Julia Moller
ABSTRACT: The XVI century Iberian artists moved arguments for the claim of freedom of painting. I... more ABSTRACT: The XVI century Iberian artists moved arguments for the claim of freedom of painting. It is curious the fact that, in Portugal, only oil painters could be exempted of the charges. In 1615 it is published in Lisbon a treaty named Arte da Pintura, Symmetria, e Perspectiva which arguments lead inspiration to the Portuguese artists in their claims. In this paper we made an analysis of the definition of painting in the aforementioned treaty in parallel with the artistic panorama in the last decades of the XVI century and in the beginning of the XVII century at the Iberian Peninsula.
RESUMO: Os artistas ibéricos do século XVI moveram argumentos pela reinvindicação da liberalidade da pintura. É curioso o fato de que, em Portugal, apenas os pintores habilitados na modalidade a óleo poderiam ser isentos dos encargos. Em 1615 é publicado em Lisboa um tratado intitulado Arte da Pintura, Symmetria, e Perspectiva cujos argumentos serviram de inspiração aos artistas portugueses em suas reinvindicações. Neste artigo faz-se uma análise da definição da pintura presente neste tratado em paralelo com o panorama artístico do período das últimas décadas do século XVI e início do século XVII na Península Ibérica.
Filippe Nunes foi um dominicano português, nascido em Villa Real, é autor do primeiro tratado de ... more Filippe Nunes foi um dominicano português, nascido em Villa Real, é autor do primeiro tratado de arte da pintura publicado em Portugal, no ano de 1615. Seu tratado apresenta de forma sintética informações
importantes, como symmetria e perspectiva, para aprendizes da pintura. No tratado, Nunes compila importantes nomes de tratadistas da antiguidade clássica, como Vitrúvio, e contemporâneos, dentre os
quais se destaca a figura de Daniel Barbaro. Daniel Barbaro foi um humanista italiano, que teve uma importante carreira política e eclesiástica. No campo da tratadística deixou um importante legado, tendo publicado duas traduções comentadas dos dez livros de arquitetura de Vitrúvio, uma em latim e outra em língua vernácula, e um tratado sobre a prática da perspectiva. O presente artigo tem por objetivo levantar questões sobre os motivos que levaram Nunes a citar Daniel Barbaro em seu tratado, bem como, analisar as diferentes seções nas quais o nome tratadista aparece textualmente.
Resumo:
Com este trabalho nos propomos a entender como os tratadistas ibéricos Gutierrez de los R... more Resumo:
Com este trabalho nos propomos a entender como os tratadistas ibéricos Gutierrez de los Rios e Filippe Nunes se posicionaram diante das polêmicas geradas no âmbito da Reforma e Contrarreforma no que diz respeito à imagem. Como personagens católicos do pós Trento, nada mais típico do que a presença, em seus textos, de defesas da legitimidade da pintura sacra. Assim, ambos os tratadistas fazem uma adaptação de preceitos clássicos, revividos pelo humanismo, à realidade católica pós Concílio de Trento. Nesse contexto de apropriação notamos a importância, nesses escritos, do nobre objetivo da pintura em
instruir, enfocando assim, no poder pedagógico da imagem cristã.
Papers by Julia Moller
O primeiro tratado sobre pintura em Portugal data do início do século XVII. O presente artigo ana... more O primeiro tratado sobre pintura em Portugal data do início do século XVII. O presente artigo analisa sobre o contexto em o tratado fora publicado, as condições políticas e culturais do período, como também o posicionamento teórico sobre a produção pictórica proferida pelo autor.
ABSTRACT: From two engravings that are found in the 1585 treatise of Spanish Juan de Arfe and in ... more ABSTRACT: From two engravings that are found in the 1585 treatise of Spanish Juan de Arfe and in the 1615 treatise of Portuguese Filippe Nunes, respectively, it is intended to analyze and raise questions regarding the treatises and drawing studies in Portugal.
RESUMO: A partir de duas gravuras que se encontram respectivamente no tratado do espanhol Juan de Arfe de 1585 e no tratado do português Filippe Nunes de 1615, pretende-se analisar e levantar questões a respeito da tratadística e do estudo do desenho em Portugal.
Thesis Chapters by Julia Moller
The construction of the human figure in art presents a relation not only with the human’s represe... more The construction of the human figure in art presents a relation not only with the human’s representation but with a set of ideas e thoughts that involves religious beliefs, moral aspect of how the human being see and position itself in front of the world and also has relations with the aesthetics and the artistic style of each historical period. In 1615 it was published in Portugal the first treaty about painting. Arte da Pintura Symmetria, e Perspectiva was written by the Dominican Filippe Nunes. In this period Europe was living a crisis in relation to the religious reforms and Portugal was part the Spanish Kingdom with the Iberian Union. The Lusitanian world echoes to the tridentine values reinforced by clerics. Every printed publication was submitted to a rigorous censorship system. The Arte da Pintura presents a small volume of information that are divided in sections. There is, in the Arte da Pintura, a whole section dedicated to the division and measurements of the human body, where Nunes quotes the theory of four important writers – Albrecht Dürer, Juan de Arfe, Daniele Barbaro and Vitruvio. In front of this, the research leans over in understanding the role that the human figure performs in the treaty and how it is constructed. For such an understanding, we go through some paths such as the treaty analysis, its insertion in the Iberian world and its possible effects. We seek to discover the erudition of its author, his sources and the environment in which he was immerse. And finally we seek to understand the idea of the construction of human figure and its echoes inside Arte da Pintura.
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A construção da figura humana na arte apresenta uma relação não apenas com a representação do humano, mas com um conjunto de ideias e pensamentos que envolvem crenças religiosas, aspecto moral de como o ser humano se vê e se posiciona diante do mundo e também possui relações com a estética e com o estilo artístico de cada período histórico. Em 1615 foi publicado em Portugal o primeiro tratado sobre pintura. Arte da Pintura Symmetria, e Perspectiva foi escrito pelo dominicano Filippe Nunes. Neste período a Europa passava por uma crise em relação às reformas religiosas e Portugal fazia parte do reino da Espanha com a União Ibérica. O mundo lusitano fazia eco aos valores tridentinos, reforçados pelos clérigos. Toda a publicação impressa passava por um rigoroso sistema de censura. O Arte da Pintura apresenta um pequeno volume de informações que são divididas em seções. Há em Arte da Pintura uma seção inteiramente dedicada à divisão e medidas do corpo humano, onde Nunes cita a teoria de quatro importantes tratadistas – Albrecht Dürer, Juan de Arfe, Daniele Barbaro e Vitrúvio. Diante disso, a pesquisa se debruça a entender o papel que a figura humana desempenha no tratado e como ela é construída. Para tal entendimento, percorrem-se alguns caminhos como a análise do tratado, sua inserção no mundo Ibérico e seus possíveis frutos. Busca-se apurar a erudição de seu autor, suas fontes e o ambiente no qual estava imerso. E, por fim, busca-se compreender a ideia da construção da figura humana e seus ecos dentro do Arte da Pintura.
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Conference Presentations by Julia Moller
RESUMO: Os artistas ibéricos do século XVI moveram argumentos pela reinvindicação da liberalidade da pintura. É curioso o fato de que, em Portugal, apenas os pintores habilitados na modalidade a óleo poderiam ser isentos dos encargos. Em 1615 é publicado em Lisboa um tratado intitulado Arte da Pintura, Symmetria, e Perspectiva cujos argumentos serviram de inspiração aos artistas portugueses em suas reinvindicações. Neste artigo faz-se uma análise da definição da pintura presente neste tratado em paralelo com o panorama artístico do período das últimas décadas do século XVI e início do século XVII na Península Ibérica.
importantes, como symmetria e perspectiva, para aprendizes da pintura. No tratado, Nunes compila importantes nomes de tratadistas da antiguidade clássica, como Vitrúvio, e contemporâneos, dentre os
quais se destaca a figura de Daniel Barbaro. Daniel Barbaro foi um humanista italiano, que teve uma importante carreira política e eclesiástica. No campo da tratadística deixou um importante legado, tendo publicado duas traduções comentadas dos dez livros de arquitetura de Vitrúvio, uma em latim e outra em língua vernácula, e um tratado sobre a prática da perspectiva. O presente artigo tem por objetivo levantar questões sobre os motivos que levaram Nunes a citar Daniel Barbaro em seu tratado, bem como, analisar as diferentes seções nas quais o nome tratadista aparece textualmente.
Com este trabalho nos propomos a entender como os tratadistas ibéricos Gutierrez de los Rios e Filippe Nunes se posicionaram diante das polêmicas geradas no âmbito da Reforma e Contrarreforma no que diz respeito à imagem. Como personagens católicos do pós Trento, nada mais típico do que a presença, em seus textos, de defesas da legitimidade da pintura sacra. Assim, ambos os tratadistas fazem uma adaptação de preceitos clássicos, revividos pelo humanismo, à realidade católica pós Concílio de Trento. Nesse contexto de apropriação notamos a importância, nesses escritos, do nobre objetivo da pintura em
instruir, enfocando assim, no poder pedagógico da imagem cristã.
Papers by Julia Moller
RESUMO: A partir de duas gravuras que se encontram respectivamente no tratado do espanhol Juan de Arfe de 1585 e no tratado do português Filippe Nunes de 1615, pretende-se analisar e levantar questões a respeito da tratadística e do estudo do desenho em Portugal.
Thesis Chapters by Julia Moller
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A construção da figura humana na arte apresenta uma relação não apenas com a representação do humano, mas com um conjunto de ideias e pensamentos que envolvem crenças religiosas, aspecto moral de como o ser humano se vê e se posiciona diante do mundo e também possui relações com a estética e com o estilo artístico de cada período histórico. Em 1615 foi publicado em Portugal o primeiro tratado sobre pintura. Arte da Pintura Symmetria, e Perspectiva foi escrito pelo dominicano Filippe Nunes. Neste período a Europa passava por uma crise em relação às reformas religiosas e Portugal fazia parte do reino da Espanha com a União Ibérica. O mundo lusitano fazia eco aos valores tridentinos, reforçados pelos clérigos. Toda a publicação impressa passava por um rigoroso sistema de censura. O Arte da Pintura apresenta um pequeno volume de informações que são divididas em seções. Há em Arte da Pintura uma seção inteiramente dedicada à divisão e medidas do corpo humano, onde Nunes cita a teoria de quatro importantes tratadistas – Albrecht Dürer, Juan de Arfe, Daniele Barbaro e Vitrúvio. Diante disso, a pesquisa se debruça a entender o papel que a figura humana desempenha no tratado e como ela é construída. Para tal entendimento, percorrem-se alguns caminhos como a análise do tratado, sua inserção no mundo Ibérico e seus possíveis frutos. Busca-se apurar a erudição de seu autor, suas fontes e o ambiente no qual estava imerso. E, por fim, busca-se compreender a ideia da construção da figura humana e seus ecos dentro do Arte da Pintura.
RESUMO: Os artistas ibéricos do século XVI moveram argumentos pela reinvindicação da liberalidade da pintura. É curioso o fato de que, em Portugal, apenas os pintores habilitados na modalidade a óleo poderiam ser isentos dos encargos. Em 1615 é publicado em Lisboa um tratado intitulado Arte da Pintura, Symmetria, e Perspectiva cujos argumentos serviram de inspiração aos artistas portugueses em suas reinvindicações. Neste artigo faz-se uma análise da definição da pintura presente neste tratado em paralelo com o panorama artístico do período das últimas décadas do século XVI e início do século XVII na Península Ibérica.
importantes, como symmetria e perspectiva, para aprendizes da pintura. No tratado, Nunes compila importantes nomes de tratadistas da antiguidade clássica, como Vitrúvio, e contemporâneos, dentre os
quais se destaca a figura de Daniel Barbaro. Daniel Barbaro foi um humanista italiano, que teve uma importante carreira política e eclesiástica. No campo da tratadística deixou um importante legado, tendo publicado duas traduções comentadas dos dez livros de arquitetura de Vitrúvio, uma em latim e outra em língua vernácula, e um tratado sobre a prática da perspectiva. O presente artigo tem por objetivo levantar questões sobre os motivos que levaram Nunes a citar Daniel Barbaro em seu tratado, bem como, analisar as diferentes seções nas quais o nome tratadista aparece textualmente.
Com este trabalho nos propomos a entender como os tratadistas ibéricos Gutierrez de los Rios e Filippe Nunes se posicionaram diante das polêmicas geradas no âmbito da Reforma e Contrarreforma no que diz respeito à imagem. Como personagens católicos do pós Trento, nada mais típico do que a presença, em seus textos, de defesas da legitimidade da pintura sacra. Assim, ambos os tratadistas fazem uma adaptação de preceitos clássicos, revividos pelo humanismo, à realidade católica pós Concílio de Trento. Nesse contexto de apropriação notamos a importância, nesses escritos, do nobre objetivo da pintura em
instruir, enfocando assim, no poder pedagógico da imagem cristã.
RESUMO: A partir de duas gravuras que se encontram respectivamente no tratado do espanhol Juan de Arfe de 1585 e no tratado do português Filippe Nunes de 1615, pretende-se analisar e levantar questões a respeito da tratadística e do estudo do desenho em Portugal.
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A construção da figura humana na arte apresenta uma relação não apenas com a representação do humano, mas com um conjunto de ideias e pensamentos que envolvem crenças religiosas, aspecto moral de como o ser humano se vê e se posiciona diante do mundo e também possui relações com a estética e com o estilo artístico de cada período histórico. Em 1615 foi publicado em Portugal o primeiro tratado sobre pintura. Arte da Pintura Symmetria, e Perspectiva foi escrito pelo dominicano Filippe Nunes. Neste período a Europa passava por uma crise em relação às reformas religiosas e Portugal fazia parte do reino da Espanha com a União Ibérica. O mundo lusitano fazia eco aos valores tridentinos, reforçados pelos clérigos. Toda a publicação impressa passava por um rigoroso sistema de censura. O Arte da Pintura apresenta um pequeno volume de informações que são divididas em seções. Há em Arte da Pintura uma seção inteiramente dedicada à divisão e medidas do corpo humano, onde Nunes cita a teoria de quatro importantes tratadistas – Albrecht Dürer, Juan de Arfe, Daniele Barbaro e Vitrúvio. Diante disso, a pesquisa se debruça a entender o papel que a figura humana desempenha no tratado e como ela é construída. Para tal entendimento, percorrem-se alguns caminhos como a análise do tratado, sua inserção no mundo Ibérico e seus possíveis frutos. Busca-se apurar a erudição de seu autor, suas fontes e o ambiente no qual estava imerso. E, por fim, busca-se compreender a ideia da construção da figura humana e seus ecos dentro do Arte da Pintura.